Missão só de ida!

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Em Abril de 2008, o Sargento William Ruth disse que a sua divisão estacionada no Afeganistão estava pronta para ir para Marte com bilhete só de ida; seria uma missão similar a outras em terrenos de guerra.
No filme Starship Troopers (Soldados do Universo), o Rico diz por várias vezes que o exército (sobretudo a 1ª vaga de soldados) serve para ser enviado para a “morte”. Com isso ele quer dizer que o seu grupo serve precisamente para missões de alto risco, de reconhecimento em áreas extremamente perigosas, com elevado grau de incerteza.
Esta é precisamente a visão do Sargento William Ruth, que tem a sua divisão estacionada no Afeganistão.
Para ele, o seu grupo é perfeito para ser enviado para a Lua, Marte, e mais além!
Eles voluntariam-se e estão prontos para fazer a sua parte.

Buzz Aldrin concorda com esta visão!
Não é uma missão suicida como muita gente imagina, e as vantagens ultrapassam as desvantagens, além do altruísmo ultrapassar o egoísmo, e da novidade e aventura ser muito melhor que a vida aborrecida e rotineira (se bem que, após 3 ou 4 dias em Marte, acho que as coisas se tornavam rotineiras…). De qualquer modo, leiam os argumentos que ele usa, que são realmente bastante interessantes.

Dirk Schulze-Makuch e Paul Davies dizem que uma missão só de ida a Marte seria a missão ideal para se chegar a Marte.

Missão a Marte: viagem de ida para 1 pessoa!
Jim McLane, antigo engenheiro da NASA acredita que deveríamos voltar aos bons velhos tempos em que se corria riscos e se tinha um espírito verdadeiramente aventureiro em face do desconhecido.
Assim como há mais de 100 anos atrás muitos jovens sairam sozinhos da Europa para os EUA sabendo que não voltavam a casa, assim como todos os anos vários aventureiros empreendem sozinhos viagens ao topo de montanhas ou aos pólos, assim como Charles Lindbergh voou sozinho no seu avião de Nova Iorque a Paris em 1927, assim como Amelia Earhart voou sozinha no seu avião através do Atlântico em 1932, e assim como inúmeros outros exemplos pela História; Jim McLane defende que o primeiro vôo humano para Marte também deveria ser composto por uma tripulação de somente 1 pessoa, e deveria ser somente uma viagem de ida.
Tendo em conta os exemplos referidos, McLane não considera que uma missão deste género seja uma missão suicida, mas sim uma missão épica feita com um espírito aventureiro do tempo das grandes descobertas e dos grandes feitos (como por exemplo, no tempo das missões Apollo).
E McLane não está sozinho! Buzz Aldrin, 2º homem na Lua, e Paul Davies, físico e autor de vários livros de divulgação científica, concordam com ele.
McLane até propõe um plano B. Se realmente se chegar à conclusão que é muito solitário, então envie-se um casal de astronautas, e recrie-se em Marte uma situação como Adão e Eva no “Paraíso Terrestre” (neste caso, este novo Jardin do Éden seria um Paraíso Marciano). De qualquer modo, isto seria uma adaptação, porque a ideia original seria enviar uma só pessoa numa viagem só de ida.

Fora os entraves éticos actuais que não deixariam a NASA proceder a uma missão destas, acham que uma ideia destas seria executável?
Haveriam voluntários? Certamente que sim! A NASA há uns 10 anos atrás colocou online uma ficha de inscrição para uma missão deste género. Não era para a executar! Mas sim como forma de saber da adesão popular a uma ideia destas (1 pessoa com bilhete só de ida) para poder pressionar o Congresso Americano a dar mais dinheiro para o programa espacial. Eu soube da ideia algumas horas após ela estar online. Inscrevi-me logo! Fui o número 267. Já havia 266 voluntários inscritos à minha frente! Isto diz bem da vontade e do espírito empreendedor e aventureiro do ser humano.

Além de mim, haverá por aí leitores que também se inscreveriam numa missão deste género?

15 comentários

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  1. Concordo com o Nuno sobre isso não ser fazer ninho.

    Por outro lado, tanta gente aqui na Terra desempregado, à procura de trabalho, e em Marte tanto para fazer: abrir estradas, fazer aeroportos, hotéis, casas de habitação etc.
    É enviá-los para lá
    😀

  2. LOLLLL Cristiano.

    Então porque não mandar robots também para o topo de montanhas?
    Ou mandar robots para a guerra?

    Não é uma questão de ser “herói”. Simplesmente é uma questão de “está lá”, por isso tenta-se chegar lá.
    Da mesma forma que os Europeus chegaram ao Continente Americano…
    Ou será que nos Descobrimentos todos foram heróis?

    Por outro lado, e aqueles que foram para o espaço?
    Não me parece que a sua defesa de “mandem robots” se adequasse, porque se não fossem os humanos na altura e começarem a aviação e a irem para o espaço, praticamente isolados, o Cristiano não teria o mundo tecnológico que tem agora… e mesmo a sua casa seria muito diferente, como pode ver na categoria “Vantagens da exploração espacial”.

    Note que, quer queira quer não, o futuro dos humanos é no espaço, senão a civilização humana extinguir-se-à.
    Ou seja, os Humanos, se quiserem sobreviver, terão mesmo que ir eles próprios para o espaço (não robots, mas sim eles próprios).

    De resto, ao contrário das suas críticas aos cientistas, isto não será uma missão científica, mas política. Assim como é “política” a notícia, no sentido que não acontecerá por motivos morais, mas é giro pensar nisto, e é bom para fazer pressão política (lobby) nos centros decisores.

    A vida é uma missão suicida… ou pensa que vai sair dela vivo?

    Abraço!

  3. Gastar bilhões de dólares, arriscar vidas humanas inocentes (dos demais envolvidos no projeto, é claro), só para contaminar um planeta que pode possuir sua própria biodiversidade?

    E isso tudo apenas para alimentar o ego de alguns (que querem apenas ser heróis e ter ruas dos EUA batizadas com os nomes deles)?

    Lembrando que muitos “heróis suicidas” forma pras guerras fazer a parte deles “pelo bem da humanidade”, como matar inocentes e estuprar mulheres e crianças.

    Só porque é suicida não significa que é bom (e precisava alguém ainda dizer isso? Não está “na cara”?).

    Depois dessa notícia, eu não me surpreenderia se Obama mandasse fechar a própria NASA (caso ela aceitasse esse tipo de empreendimento)!

    Esses cientistas assim como os que apóiam esse tipo de “projeto científico” (científico?), deixaram de lado o senso crítico (na verdade, seria mais justo dizer que o jogaram pela janela, ou no lixo). Eles passaram a pensar como crianças excitadas, doidas pra ir ao parque de diversões, só porque receberam um simples convite de um estranho.

    Esse é o típico modo de pensar dos ufólatras. Lembram-se deles? São aqueles que os astrônomos mais criticam (ou criticavam)… Uma reles sugestão dada para um ufólatra torna-se instantaneamente na próxima verdade absoluta. Mas parece que agora os cientistas e astrônomos encontraram uma boa desculpa pra agir exatamente como eles (seriam esses cientistas e astrônomos ufólatras reprimidos? Eu penso que sim).

    Marte precisa ser explorado até a exaustão POR ROBÔS, não por humanos egocêntricos, motivados por pura adrenalina!

    Marte PODE ter vida! E isso não é motivo pra mandarmos imediatamente alguns humanos ir lá, destruí-la com seus germes!

    Se querem provar que são heróis, alistem-se na Cruz Vermelha, no Greenpeace, no Sea Shepherd… Ou então vão vestir uma roupa de Kick Ass e combater o crime nas ruas!

    Deixem Marte em paz! Marte não é de vocês! Marte não é pra vocês provarem que são heróis ou qualquer coisa que seja! Marte é de toda a humanidade!

    Meu Deus! Isso é a própria ciência dando ré!

    Só falta agora algum cientista abrir inscrições pra estudar a possibilidade do calendário maia estar certo ou errado sobre 2012…

  4. O tema é de facto interessante:
    – Saber se tem sido pelo sacríficio último que a espécie humana ultrapassa as suas limitações;
    – Determinar que alguma possibilidade de extensão do conhecimento decorrerá do sacríficio;
    – Elucidar se este é um raciocínio livre dos constrangimentos religiosos ou dos paradigmas culturais e morais;
    – Compreender se a espécie não terá já alcançado o conhecimento de si-mesma que torne o sacríficio … racional; Ou o contrário, que continuamos “atrasados” e não nos aceitamos sem incluir um qualquer sacrifício; Ou, ainda, e definitivamente, que a espécie não tem que sofrer sacrificio nenhum;
    – Ainda perceber porque é que, alguns estão dispostos ao sacrificio, qualquer que seja o resultado da sua acção, e outros definitivamente não estão para aí virados;
    – Compreender e aceitar que qulquer que seja o “combustível”, as rodas serão sempre demasiado quadradas para tão extenso caminho;
    – E, se o gozo e o proveito está no caminho, porquê aceitar o sacrifício de um fim definitivo, curto, imponderável, sempre escasso, que neste caso, não terá mais gozo nem proveito, nas possibilidades que abrirá;

    Ocorre-me, a finalizar, se se poderão legitimar todas as experiências “científicas” que envolveram/envolvem a Humanidade, com o pressuposto de com sacrificio de alguns
    resulta o “bem” de todos.

    Enfim, interessante, mas tremendamente ridículo. È o estado dos tempos.

    • Filipe da Costa on 24/10/2010 at 12:04
    • Responder

    Concordo com o José Vaz, não devemos despender os nossos esforços em missões suicidas, a vida humana é demasiada valiosa.

    Não viveria o momento com emoção quando o primeiro Homem pisasse o solo de Marte sabendo que não existiam possibilidades de regressar, que seria uma missão suicida. Os riscos devem ser avaliados e apenas deveremos ir a Marte se existir uma probabilidade de voltar.

    Acredito firmemente que ainda vou ver o Homem a pisar o solo de Marte. Tenho essa esperança, o investimento que se faz em armamento militar passar a ser investido na exploração espacial e teremos dinheiro para alimentar os nossos sonhos. Não significa que devemos de deixar de ter forças militares, os países deste planeta devem é investir menos em armamento militar.

    • Fábio Quirino on 24/10/2010 at 11:43
    • Responder

    Para mim é tudo muito simples, trata-se de uma realização humana! Eu ia!

    A partir do momento em que eu pusesse os pés em Marte estava praticamente a viver uma utopia (no sentido fantástico da imaginação), embora tambem perceba que um dos objectivos humanos passa pela reprodução, daí não achar mal de todo o plano B.

    De qualquer forma isto é tudo uma situação hipotética! Só o facto de orbitar a terra já deve ser magnífico quanto mais ir a uma missão a Marte =)!!

    Mais uma vez elogio o trabalho das pessoas que trabalham este blog, está soberbo.

  5. Não sou, de todo, um "velho do restelo"!

    AQUI A questão, para mim, não se comprara aos descobrimentos. Os descobrimentos tiham asempre presente a esperança de voltar. Numa viagem só de ida (decalradamnente assim à partida) isso não existe. Podes pensar em voltar, mas não vais voltar. 🙂

    Por definição, isso é uma viagem só de ida…Vais e não voltas. 😉

  6. Nuno,

    Fugir da Terra? Eu? Eu adoro este pontinho azul-claro. Ou será pra fugir de alguns animais racionais ke existem por aki, xamados Nuno? ihihihihhihih

    🙂

    Ninguém tem a certeza se se volta ou não. Não está nos planos voltar. Mas não quer dizer que nas horas vagas por Marte até não se pense numa forma de voltar.

    Por outro lado, se a solução B fosse pra ir prá frente, podias continuar em contacto com a tua familia e amigos pelo SKYPE ou algo do genero (como dezenas ou centenas de milhares de portugueses que estão fora de Portugal fazem todos os dias) e até podias continuar a escrever na nossa lista pelo GoogleGroups, e com a tua cara-metade fazias uma casita só pra ti.

    Não é esse o "caminho natural" das coisas?

    O que eu acho que é ke as pessoas vêem algo que foge um pouco à sua normalidade, e ficam logo todas confusas, preocupadas e com medo, em vez de olharem de forma natural e perceberem o que há de comum com a sua forma de ver a vida.

    A mentalidade de só se ver diferenças e extremismos no desconhecido leva a guerras; a mentalidade de se ver semelhanças e possíveis formas de se contemplar essa visão na nossa própria visão do mundo, leva a maiores entendimentos e a um desenvolvimento cultural e humano.

    Por último, sacrificio alto? Nota que disseram o mesmo dos Descobrimentos e outros desafios que tais. Também ninguém sabia se se ia voltar ou não, muitos milhares de pessoas morreram (normalmente essas partes omitem-se dos livros de história), e o sacrificio (deixar familia, amigos, etc) tambem houve nessas alturas (não só Descobrimentos mas podes certamente pensar em muitos mais exemplos).

    Achas os Descobrimentos um "sacrifico demasiado alto"? Um desperdicio?

    Parece-me que essa forma de pensar é daquelas que é criticada nos livros de história como os "velhos do Restelo" eheheehheeheh

    😉

    😛

  7. O Carlos só fala assim porque não deve ser o tipico "bicho homem". Não faz ninho, não tem instinto de formar familia (ou outra coisa que lhe queiram chamar). Basicamente segue o espirito dos metallica em "Wherever I may roam", quando dizem "Where I lay my head is home".

    O Homem é um bicho social que forma comunidades. Não é para qualquer um meter-se numa aventura da qual sabe que não regressará dela para voltar a ver e tocar as pessoas e coisas de quem gosta.

    Neste caso não há sequer a ponta de esperança de isso voltar a acontecer. Aqui é vais para Marte e de lá não voltas. 😉

    O espirito de sacrificio exigido é demasiado alto, a não ser que se seja como o Carlos, que quer fugir da Terra a todo o custo. 😛

  8. Bem, tens razão em muito do que dizes, mas os Descobrimentos foram "em grupo", nao ia uma pessoa isolada. Por isso, neste caso de Marte seria pior 😉

    Por outro lado, apesar de não haver planos pra retornar, nao ker dizer ke ele nao retornasse no futuro, e no entretanto nao ficava lá em Marte propriamente sem fazer nada. Pode-se fazer muita ciência em Marte. Aliás, a ideia era um Lab ser enviado para Marte antes de chegar lá o astronauta.

    E o astronauta estaria sempre em contacto com a Terra, tal como os das missões Apollo, logo tudo o que descobrisse seria reportado à base.

    Eu ia, não vejo porque não.

    A vida é uma missão suicida, na qual chegas a um sítio (Terra) donde nunca sairás mais até morreres por lá.

    Nessa perspectiva, a diferença é pouca

    😛

  9. Eu não. Mas ajudo-te a entrar para o foguetão 😀

    Os Humanos são a espécie mais bem sucedida à face da terra. E por ainda cá estarmos, após umas quantas dezenas de milhar de anos, é porque devemos ser bons a avaliar riscos.

    Mas, numa viagem só de ida a Marte, não há riscos, só há uma certeza: não voltar.

    Em termos de "retorno de investimento", o que é que se vai ganhar de novo ? Muito sinceramente nada. Temos a tecnologia para ir (falta é o dinheiro). Não temos é a tecnologia para voltar. E é nesse ponto que está o desafio, e é aí que devemos focar a nossa atenção. Nem sequer conseguimos trazer uma sonda de volta!

    Falas do Charles Lindbergh e Amelia Earhart, mas podemos falar de algo mais próximo dos portugueses: os descobrimentos. Mas se por momentos virmos os descobrimentos sem a carga ideologia/épica a que estamos habituados, cada uma dessas viagens tinha associada uma percentagem elevada de insucesso. Mas, elevada não é a mesma coisa que 100%. A redução da elevada mortalidade dos tripulantes dessas viagens, foi um problema que demorou quase 2 séculos até ser resolvido satisfatoriamente. No séc XVII podias viajar de barco até ao outro lado do mundo e voltar em 6-9 meses, isto com uma probabilidade de sucesso muito elevada.

    Os descobrimentos, Charles Linberg e outros pioneiros tiveram o propósito de provar que algo era possível. Neste momento já sabemos que é possível ir a Marte, ou até mesmo mais além: Estão lá várias sondas.

    O que interessa no que toca à exploração é: ir, voltar vivo e de boa saúde para contar a história. Tudo o resto é tragédia.

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