Europa

A lua de Júpiter, Europa, que poderá ter vida no seu oceano subterrâneo

A lua de Júpiter, Europa, que poderá ter vida no seu oceano subterrâneo

Fui ver esta excelente palestra do Dr. Donald Blankenship.
Ele é um especialista mundial em geologias geladas, passando a maior tempo do tempo na Antártica, a estudar as camadas de gelo, e o que existe por baixo delas, e também está na equipa que estuda o lago Vostok.
É também um dos cientistas responsáveis pelas próximas missões a Europa. E uma delas, a orbitadora já está em avaliação. Saber-se-à  o resultado da avaliação, se será para enviar ou não, no início do próximo ano.

A palestra foi sobretudo sobre a lua Europa, o que se sabe sobre ela, as hipóteses de missões, etc. Muito daquilo que ele disse, eu já sabia, mas no entanto houve algumas coisas que me ficaram na memória.

Europa-moon

Um dos slides iniciais mostrava Plutão, Eris, Sedna, e outros KBOs, como tendo oceanos subterrâneos. Falei com ele no final e perguntei-lhe qual a evidência científica para isso, e ele respondeu-me que são somente algumas hipóteses de algumas pessoas no JPL da NASA. Perguntei-lhe se não eram mais desejos pessoais do que realmente baseado na ciência. Ele disse que para já, sim.

Já tinha noção que os rovers em Marte são grandes, mas não fazia ideia do enorme tamanho da Galileo, da Cassini, ou da sonda a enviar para Europa! São do tamanho de carros, e até maiores!

Ele também mencionou icebergs com alguns quilómetros de altura na superfície de Europa. E, no entanto, parece ter uma superfície lisa.

Pelo meio da palestra, fez comparações entre Europa e a Terra, dizendo que ambas têm um núcleo duro, oceano(s) de água salgada por “todo o lado”, e que se a Terra sofresse um arrefecimento global que a pusesse debaixo de gelo (no que se chama de Snowball Earth), então ficaria ainda mais parecida com Europa.

Passou bastante tempo a falar das características de Europa, sobretudo do gelo que a cobre, da sua superfície e do quase certo oceano de água salgada que se encontra por baixo do gelo. Falou também das diversas teorias que existem para as mais diversas coisas. Não sabia que existiam ideias tão diferentes para poder explicar algumas características.

Por fim, falou das missões que se esperam para Europa nos próximos anos, e nas quais está envolvido.
Falou da sonda orbitadora como sendo a primeira missão, passada uma década poderá se enviar uma sonda para pousar na superfície, e posteriormente um cryobot (um submarino para estudar o oceano de Europa, e quiçá até as suas possíveis chaminés negras).

Cryobot

A ciência e tecnologia para estas missões, em geral já existe. Até o cryobot já existe! Os grandes problemas são políticos, e sobretudo económicos. Cada missão custará cerca de 3 biliões (3 mil milhões) de dólares. Ele disse que era muito; mas eu nem acho. A ajuda financeira do governo aos bancos americanos foi de 700 biliões de dólares! Cerca de 200 vezes mais, e com resultados muito piores!
Ele também disse que o projecto da orbitadora que está em avaliação, se fôr aprovado dentro de 3 meses, demorará o tempo de construção da sonda, mais o tempo de viagem para Europa, mais a estadia em órbita (de 3 meses a 1 ano). No total, cerca de 20 anos!
Já uma missão com um cryobot, apesar de já se poder fazer se dependesse dos cientistas, não verá a luz do dia nos próximos 50 anos.

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Leiam este artigo sobre possível vida em Europa, e outro sobre fósseis.

2 pings

  1. […] (notícias). Prometeus. Hiperião. Phoebe. Outras luas. Mais luas de Saturno. Grandes luas. Europa. Io. Luas […]

  2. […] se explorar, se o factor principal fosse encontrar vida extraterrestre. Nessa altura, defendi que Europa, lua de Júpiter, seria o local com maior probabilidade de termos sucesso na busca por vida […]

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