HD 189733b

hd 189733b

A detecção de água na atmosfera do planeta HD 189733b é uma descoberta importante e vem no seguimento de uma detecção semelhante em HD 209458b por Barman.
O que torna a descoberta de Tinneti mais consistente é que parece que os indícios de água são mais fortes do que no caso de Barman, mas sem ver o paper, não posso dizer muita coisa. No entanto, há uma clara tentativa de mostrar a detecção como a primeira na história e isso é tentar apagar a descoberta de Barman, que provavelmente também estará correcta no caso de HD 209458b.

Não sabia que Alain Lecavelier, David Ehrenreich, Jean-Michel Désert e Fraçois Bouchy estavam para participar no artigo de Tinneti sobre a detecção de água na atmosfera de um extra-solar e que retiraram à última hora os nomes do artigo por acharem que as medidas efectuadas eram ainda demasiado imprecisas para tirar conclusões fiáveis sobre a presença de vapor de água na atmosfera de HD 189733b.
Chegaram a sugerir a Tinneti para não publicar logo o artigo e esperar por novas medidas, mas esta insistiu em publicar.
Ora é uma precipitação que Tinneti tinha criticado em Barman, quando este em Abril passado clamou que tinha descoberto água na atmosfera de HD 209458b.
Mas mostra uma coisa muito simples: que a pressa em publicar artigos nesta área, nem sempre é amiga da ponderação.
Isto não significa que num caso e noutro, os autores dos artigos não tenham a sua razão e que futuras investigações não confirmem as suas revindicações. Mas é um risco que correm, pois no caso de não se confirmarem as detecções, podem sair descredibilizados de todo este processo.
Mas a pressa em publicar mostra também que Tinneti queria surgir aos olhos de muita gente como a primeira a detectar água num planeta extra-solar, desvalorizando o artigo de Barman, o que está bem patente na forma como a notícia foi divulgada na altura.

Ainda em 2007, utilizando o HET (Hobby-Eberly Telescope), uma equipa de astrónomos detectou a assinatura espectral de sódio na atmosfera do exoplaneta HD 189733b, situado na constelação do Raposinho (Vulpecula).
Esta descoberta está de acordo com previsões que apontam para a presença de metais alcalinos, no estado gasoso, na atmosfera de planetas com o mesmo regime de temperaturas que o HD189733b.
Foi a primeira vez que uma tal detecção foi feita a partir de observatórios na Terra. O artigo está aqui.

Poucos dias depois, uma equipa de astrónomos que inclui o conceituado David Charbonneau, publicou um artigo que descreve a utilização do telescópio Hubble para obter o espectro de transmissão do HD189733b entre os 550nm e os 1050nm. O espectro resulta da filtragem da luz da estrela hospedeira pela atmosfera do planeta durante os eclipses.
Os cientistas não encontraram as assinaturas de metais alcalinos como o sódio e potássio nem de vapor de água, previstos pelos modelos. O espectro observado parece indicar que as camadas superiores da atmosfera do planeta são dominadas por uma névoa que poderá ser constituída por poeiras de ferro, silicatos e óxido de alumínio.
Estes resultados parecem contrários ao anúncio anterior da detecção de sódio no espectro visível do planeta.

Em 2008, utilizando a camara NICMOS (Near Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer) do Telescópio Hubble uma equipa de astrónomos detectou a assinatura de água e metano na atmosfera do “Hot Jupiter” HD 189733b, na constelação do Raposinho (Vulpecula). O artigo, aceite para publicação na Nature, pode ser visto aqui.

Em Dezembro de 2008, duas detecções importantes foram feitas: dióxido de carbono e vapor de água, num mundo a 63 anos-luz daqui.Os créditos da descoberta vão para os telescópios Hubble e Spitzer.
Trata-se do HD 189733b, o “Júpiter Quente”, planeta gasoso gigante que gira muito próximo de sua estrela-mãe, a HD 189733.Para que se tenha uma ideia de quão perto, basta dizer que ele completa uma volta em torno da estrela em pouco mais de dois dias terrestres. Isso mesmo, o ano lá dura dois dias.
Devido às altas temperaturas, para não falar da pressão e gravidade violentíssimas, os cientistas estão convictos de que não existe vida – ao menos como a conhecemos – no planeta.
Leia o artigo e a notícia.

Observações feitas com o instrumento NICMOS (Near Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer) do Hubble permitiram pela primeira vez detectar as assinaturas espectrais no infravermelho do monóxido de carbono e dióxido de carbono na atmosfera do “hot Jupiter” HD 189733b. As observações foram realizadas próximo e durante o eclipse secundário do sistema, isto é, quando o planeta, visto da Terra, passa por detrás da estrela. Imediatamente antes e depois deste momento é possível detectar a radiação infravermelha proveniente do lado diurno, fortemente irradiado, do planeta.
Agora sabe-se que tem estas moléculas: água, metano, sódio, dióxido de carbono, e monóxido de carbono.

Também se sabe que este Hot Jupiter está “tidally locked” com a estrela HD 189733. Isso quer dizer que mostra sempre a mesma face para a estrela.
A face virada para a estrela tem uma temperatura de cerca de 1000ºC.
A face do outro lado deveria ser muito mais fria! Mas não é! Só tem cerca de 300ºC a menos!
Isto deve-se aos ventos incrivelmente rápidos e fortes. Os ventos neste exoplaneta podem chegar a 35 mil kms por hora! O que faz com que as tempestades mais fortes na Terra pareçam uma brisa matinal. Isto é muitas vezes superior à velocidade do som (cerca de 1200 kms por hora).
Isto faz com que não seja favorável à vida tal como a conhecemos.

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