Knowing

O filme “Knowing” (Sinais do Futuro / Presságio) chegou este fim-de-semana aos cinemas.
E foi imediatamente, de longe, o mais visto.
Eu fui um dos que contribuí para o sucesso.
Só chegará a Portugal em Abril.

Uma cápsula do tempo com 50 anos é aberta numa escola.
Ela foi enterrada em 1959 e desenterrada em 2009.

Nesse invólucro, está uma folha com imensos números, que um professor de astrofísica do M.I.T., interpreta como sendo as datas, o número de mortos, e a localização das maiores catástrofes dos últimos 50 anos.
Note-se que essas datas eram profecias, na altura em que foram escritas.

Essa folha também prevê a data dos próximos desastres.

O professor vai tentar impedir que eles aconteçam.
Mas não consegue.
Os desastres vão continuar a acontecer.

Sendo que a última “catástrofe”, é o fim do mundo: uma superflare vinda do Sol destruirá a camada de ozono, e consequentemente acabará com toda a vida na Terra.

Gostei destas citações:

“I mean, numerology, kabala, Pythagorean cults. There are systems that find meaning in numbers, and they are a dime a dozen. Why?”
“Because people see what they want to see in them.”

“It’s the subject of randomness versus determinism in the universe.”
“Determinism says that occurrences in nature are causally decided by preceding events
or natural laws; that everything leading up to this point has happened for a reason.”
“That’s a nice thought, right? Everything has a purpose, an order to it; everything is determined.
But then there’s the other side of the argument: the theory of randomness, which says it’s all simply coincidence.
The very fact we exist is nothing but the result of a complex yet inevitable string of chemical accidents and biological mutations.
There is no grand meaning. There’s no purpose.”
“What about you, Professor Koestler? What do you believe?”
“I think shit just happens.”

Gostei:

– de ser thriller/terror até meio do filme.

– de ser um filme divertido.

– da história ser gira, apesar de cada vez mais usual: o fim do mundo. Até 2012, muitos mais filmes vão aparecer com este tema.

– dos efeitos especiais: são muito bons. São excelentes na parte da queda do avião – simplesmente espectaculares.

– do personagem principal ser professor de astrofísica!
– do personagem principal ser professor no MIT.
– do personagem principal trabalhar no Observatório Haystack.

– do início, em que se vê a Terra à noite e como as luzes se vão ligando aos poucos. É giro ver o planeta assim.

– de serem referidos vários conceitos de astronomia.

– da discussão determinismo vs. aleatoriedade.

– de se falar tanto em Solar Flares (erupções solares) e nos perigos que elas podem causar.

– das imagens finais: a destruição absoluta de tudo pelo fogo, as auroras no céu, a atmosfera e os oceanos a serem “sugados” para o espaço, etc. Visualmente, é excelente.

– do final, em que vão para um planeta com várias luas – é uma ideia gira.

– da nave extraterrestre: é fenomenal!

Não gostei:

– de ser um filme que promove crenças pseudo.

– da forte componente religiosa. O final do filme parece-se com a série Battlestar Galactica, com tantos significados religiosos.

– do pai do personagem principal ser pastor evangélico – e o filme dar-lhe razão (e às profecias Bíblicas) ao pensar no “fim do mundo”.

– da explicação da visão de Ezequiel (da Bíblia). É basicamente passar a mensagem da Bíblia e até de Erich von Daniken que acredita que tudo na Bíblia pode ser explicado recorrendo à ideia que extraterrestres nos visitaram no passado.

– do final, em que se percebe perfeitamente que se tem novamente Adão e Eva. Vários pares, é certo. Mas não deixam de ser eles no Paraíso.

– de dizerem no filme que existe determinismo: já está determinado o que iremos fazer e quando.

– dos extraterrestres: estão muito mal feitos (humanóides) e não melhoram a história.

Estou neutral:

– em relação à ideia da panspermia direccionada: a ideia de que estamos aqui porque uma civilização extraterrestre muito mais avançada que nós, semeou por aqui (e noutros planetas) a vida inteligente.

– os seres não serem maus (como eles pensavam) mas sim os salvadores. Como acontece normalmente, a pessoa fica com medo inicialmente; mas depois percebe que eles são seres de luz, como anjos (religião), e só querem ajudar. Na verdade, eles são seres extraterrestres avançados, que estiveram a tentar proteger os Humanos, enviando a mensagem antecipadamente.

– a visão do miúdo: ele vê o mundo em chamas com os animais desesperados – está tudo a arder. É o inferno na Terra.

Para concluir: é um filme que proporciona um bom entretenimento, em que se fala bastante de astronomia (o que é excelente), mas que peca no resto.

A primeira hora é muito boa, concentrando-se no mistério.
A segunda hora é má, com respostas religiosas e pseudo-científicas.

Assim, recomendo o filme, mas se saírem a meio do filme não ficam a perder, porque a melhor parte é claramente a parte inicial.

1 comentário

  1. É um filme típico pseudo.

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