MEarth

SuperEarth

O projecto MEarth, liderado pelo renomado especialista em exoplanetas David Charbonneau, tem como objectivo a detecção de planetas em torno de anãs vermelhas, em especial de Super-Terras na zona habitável dessas estrelas. Para esse fim, o MEarth utiliza uma bateria de telescópios robotizados localizados no Arizona que monitorizam o brilho de cerca de 2000 anãs vermelhas na esperança de detectar trânsitos de exoplanetas.

As anãs vermelhas têm duas vantagens fundamentais relativamente às estrelas de tipo solar no que diz respeito à detecção de planetas, nomeadamente na zona habitável. Em primeiro lugar, como as estrelas são mais pequenas, a razão entre o raio do planeta em trânsito e o raio da anã vermelha é substancialmente maior do que nas estrelas de tipo solar. Por outras palavras, quando um exoplaneta passa em frente de uma anã vermelha ele tapa, em termos percentuais, uma porção maior da estrela. Isto resulta em eclipses mais profundos e fáceis de detectar. Por outro lado, a zona habitável das anãs vermelhas situa-se bastante próxima da estrela devido à sua baixa luminosidade. De facto, teríamos de monitorizar uma estrela de tipo solar durante cerca de 3 anos para detectar, com segurança, trânsitos de planetas nessa zona (1 ano para detectar o eclipse, o ano seguinte para estabelecer o período e o terceiro ano para garantir que os dois anteriores não foram acasos — este é o método utilizado na missão Kepler). Numa anã vermelha bastam 2 semanas para realizar o mesmo processo !

Até ao momento o MEarth descobriu um sistema triplo composto por duas anãs vermelhas e uma anã castanha e um outro sistema binário composto por duas anãs vermelhas de massa extremamente baixa. Correm no entanto rumores de que numa das edições da revista Nature deste mês será publicada uma descoberta importantíssima: uma Super-Terra com características bem diferentes do CoRoT-7. Estaremos aqui para dar a notícia com é óbvio. Entretanto vejam estes slides (em inglês) que mostram o progresso do projecto e alguns dos problemas invulgares que podem acontecer em experiências científicas complexas (slide 6).

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