Orçamentos

Como qualquer cientista gosto de dados, números, equações e gráficos, até nos aborrecidos orçamentos de estado consigo encontrar alguma beleza. A Sociedade Americana de Astronomia acabou de publicar uma excelente análise sobre o orçamento presidencial norte americano e a sua importância para a astronomia nos Estados Unidos da América. As conclusões são já conhecidas: o governo americano vai continuar a sua política de investimento na ciência, com especial relevo para a investigação em alterações climáticas, energias renováveis e grandes investimentos no desenvolvimento tecnológico em articulação com tecido empresarial. No entanto, Anita Krishnamurthi (AAS Public Policy Officer) avisa que é necessário manter a astronomia na agenda do congresso e da sociedade em geral. A informação disponível chega ao detalhe de projectos estruturantes como o caso do ALMA, Gemini ou LIGO.

Também há poucos dias Portugal aprovou o seu orçamento de estado. O Público tem no seu site uma interessante infografia onde se pode ter uma ideia da distribuição do orçamento português pelos diferentes ministérios e outros organismos governamentais. Na ciência, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recebe 2.559,7 MEUR (1,5% PIB) e a FCT recebe 501,5 MEUR. No portal do governo encontramos o orçamento com as suas 736 páginas, das quais 5 são dedicadas ao MCTES. Deste documento destaco os seguintes valores que podem ter relevância para a astronomia e ciências espaciais:

  • Formação Avançada e Inserção de RH, Criação Cátedras de Investigação: 120,3 MEUR
  • Promover a Produção Científica, o Desenvolvimento Tecnológico e a Inovação: 51,4 MEUR
  • Parcerias Internacionais de Ciência e Tecnologia: 19,0 MEUR
  • Desenvolvimento, Consolidação e Reforço da Rede Nacional de Instituições de ID: 68,0 MEUR
  • Cooperação Bilateral e Participação em organismos Internacionais CT: 35,5 MEUR (inclui participação no ESO e ESA)
  • Divulgação CT e Cultura Ciêntifica e Tecnologica: 20,0 MEUR
  • Promoção do Desenvolvimento e de Infra-Estruturas de Ciência e Tecnologia: 23,2 MEUR

Mas qual será a percentagem destes valores que vai ser investida na astronomia e ciências espaciais?

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