Grande Porto


O semanário Grande Porto é um jornal que se vende maioritariamente no norte do país.
No jornal constam várias secções.
Nesta sexta-feira, 30 de Julho de 2010, saiu uma reportagem sobre mim na secção Norte Global, do referido semanário.
Podem comprar numa banca próxima de vocês 😉

O texto do jornalista Pedro José Barros incluiu algumas frases simbólicas.


“Quando detectarmos aliens o mundo nunca será o mesmo!
Carlos Oliveira criou o curso de Astrobiologia na prestigiada Universidade do Texas onde se reflecte sobre a vida extraterrestre.

Soprou 37 velas há dias pelo calendário terrestre. Se morasse em Júpiter teria “cerca de três anos”.
Carlos Oliveira criou um curso de Astrobiologia que “reflecte sobre vida extraterrestre” juntando áreas aparentemente desligadas e promovendo o sentido crítico.

Este professor “acredita mais em vida extraterrestre que em vida inteligente na Terra”.
Vida extraterrestre não necessariamente inteligente, que é “mais difícil”.
De qualquer modo, será a “adaptação” a principal característica da “evolução da vida”, a inteligência poderá “não ser benéfica para a evolução das espécies”.
Neste diálogo com o cosmos, o Universo “não quer saber” o que pensamos e “tem uma estranha ‘mania’ de nos continuar a surpreender”.

Carlos Oliveira abandonou as suas imagens mentais de aliens por perceber que “era uma falta de imaginação”.
Estas imagens são influenciadas por outras que já vimos, ficando provavelmente “a anos-luz da realidade”.
E se um alien aterrasse na Terra, surpreender-se-ia connosco?
Carlos Oliveira duvida. Se aterrassem significaria que estariam “centenas de anos mais avançados do que nós”. “Penso que nós nos vamos surpreender bastante quando os detectarmos… e o mundo nunca mais será o mesmo.
Será a maior revolução científica/no pensamento/no dia-a -dia alguma vez vista por humanos”, antevê.

Sobre os fenómenos que a ciência não consegue explicar, o professor acredita que não passam de 0.001 por cento e mesmo assim “nada nos diz que terão explicação extraterrestre”.
Ligar falta de explicação a intervenção alien “é também regredir algumas dezenas de milhares de anos em termos de evolução no conhecimento e inteligência humana”, atira.
Roswell? “Foi o Projecto Mogul”.
Crop Circles?” Começou por ser uma brincadeira de terrestres e agora até se fazem concursos (terrestres)”.
Área 51? “É uma área secreta de desenvolvimento militar…mas nada extraterrestre”.
Xupa cabras? “É um mito”.

Gostou do Avatar, mas prefere o Contacto ou o K-PAX, com civilizações “mais avançadas”.
Não se importava de ser Q no Star Ttrek e se fosse para outro planeta levava… a bandeira terrestre “da ONU, de Portugal e do Benfica”, para não cortar o cordão umbilical.

“Space Oddity”, de David Bowie, não é a banda sonora da sua vida.
Durante muitos anos ouvia todos os dias “Não sou o único” (a olhar o céu) dos Xutos e Pontapés, adora “Fly Me to the Moon”, de Frank Sinatra e gosta de “Um Lugar ao Sol” (versão dos MDA), “Galaxy Song” dos Monty Python, “Faith of the Heart” (versão de Russel Watson e por ser a música de abertura de Star Trek Enterprise).
Mas a sua música de sempre não tem a ver com astronomia: “With or Without You” dos U2.

Carlos Oliveira vem ao Porto várias vezes por ano ver os amigos e a família.
Nota que a zona do Hospital S. João está “completamente diferente” e defende um campus universitário completo na área.
Acha que “todo o meio da Avenida dos Aliados deveria ter bastante verde (natureza), e menos cimento”.
Os spots nocturnos “in” também mudam constantemente, seria “melhor” se se concentrassem numa zona.
O professor observa uma cidade “mais deserta”, mas aprecia os passeios ribeirinhos pelas margens do Douro e pelas praias.
Gostava de ver o Parque da Cidade “mais aproveitado e celebrado pelos portuenses”.”


Já agora, outras frases pertinentes que proferi, como resposta a perguntas importantes do jornalista:

“Olhamos para o céu porque queremos saber o nosso lugar nele.
É a procura do outro, do desconhecido, que nos fascina.
Mas esse outro (sistema solar, planeta, vida, etc) é sempre em função de nós, para podermos saber como nos comparamos.
E, pelo caminho, enquanto nos desenvolvemos como cidadãos do cosmos, vamos desenvolvendo positivamente a nossa vida na Terra.
No astroPT já coloquei centenas de vantagens que a exploração espacial nos dá no dia-a-dia, em termos de aplicações que utilizamos na nossa vida diária e nem nos damos conta.”

“É um curso que reflecte sobre vida extraterrestre.
O objectivo foi juntar várias áreas, aparentemente desligadas, num só tema.
Além de se ensinar várias ciências (naturais e sociais), o grande objectivo do curso é promover o sentido crítico, o pensamento racional.”

“Aqui nos EUA há muito mais liberdade para ensinar da forma que provarmos ser a melhor, existe a promoção da criatividade (a inovação é incentivada), existe um maior sentido crítico, o mérito é recompensado, e os alunos trabalham muito mais (há muito maior competição).
Em termos sociais, Portugal fica a ganhar.”

“Se os aliens viessem cá, duvido que se surpreendessem.
Se eles viessem cá, quer dizer que estão, pelo menos, centenas de anos mais avançados que nós. Já devem ter visto situações, objectos, e vida mais surpreendente que a nossa.
Pensar que eles se surpreenderiam, leva a imaginar que somos especiais.
Isso iria contra o Princípio da Mediocridade que é um dos pilares do pensamento científico de há cerca de 500 anos para cá.
Eu penso que nós nos vamos surpreender bastante quando os detectarmos… e o mundo nunca mais será o mesmo. Será a maior revolução científica/no pensamento/no dia-a-dia alguma vez vista por humanos.”

“Há estudos que dizem que 5% dos relatos de OVNIs não têm explicação científica.
Há estudos que mostram 1%.
Há outros, como eu, que pensam que será 0.001%.
Seja qual fôr a percentagem, nada nos diz que esses casos terão explicação extraterrestre.
Pura e simplesmente alguns não têm explicação científica porque o fenómeno não é repetível, a testemunha poderá estar a mentir, a testemunha não mente mas foi sugestionada por algo, a testemunha viu algo que não se sabe o que é (secreto militarmente), etc.
O facto de não conseguirmos explicar um fenómeno, não faz dele extraterrestre.
Pensar que só porque não conseguimos explicar actualmente algo, então tem que ser de origem extraterrestre, não é só uma falta de imaginação e uma obsessão religiosa por uma só hipótese, mas é também regredir algumas dezenas de milhares de anos em termos de evolução no conhecimento e inteligência humana (para o tempo em que só porque não conseguíamos explicar a chuva, então ela tinha que ser obra de “deuses extraterrestres”).”

“Existem casos bastante estranhos, que não conseguimos explicar.
Paradoxalmente, os casos falados nos Media (como estes agora referidos: Roswell, Crop Circles, Área 51, Chupacabras, etc) são precisamente aqueles que não são nada misteriosos.
Gozam somente de “media-hype”.”

“Também não me importava de ser Q no Star Trek.
Mas, tal como faço aqui com a bandeira portuguesa, também se fosse para outro planeta levava a bandeira terrestre (da ONU, de Portugal, e do Benfica).
Porque, mais uma vez, o interesse de ir para outro lado seria para nos compreendermos melhor a nós próprios.
O cordão umbilical à Terra não seria cortado, nem poderia ser cortado, porque a mentalidade é de cá.”

“Já tive imagens mentais de ETs. Depois percebi que isso era uma falta de imaginação.
Um dos objectivos do curso é lutar (ser crítico) contra essas imagens mentais de aliens. Porque são normalmente demasiado superficiais, denotam pouca imaginação, e são influenciadas por algo que já vimos. Ou seja, ficarão a anos-luz da realidade.
Mas lá está, como disse atrás, o Universo tem a péssima “mania” de algumas vezes ir contra o que eu penso que seria mais credível …”

1 comentário

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  1. Este artigo é muito giro e vou levar o jornal comigo.

  1. […] a meia-noite. RTP 1. RTP Açores. TSF, Rádio Nova Cidade, Dias do Futuro, Antena 1, RCP. Imprensa. Grande Porto. Bitaites. Diário de Coimbra. Revista C. Prémio. Curso no Porto e Açores. Astrobiologia. Ensino. […]

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