Prahlad Jani – o homem que não come nem bebe há 70 anos ?

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Após este comentário, resolvi escrever um texto sobre pensamento crítico.

Os antepassados do Homem moderno, viviam em cavernas.
Nessa altura, as mulheres eram violadas todos os dias, as crianças não tinham quaisquer direitos, os homens comunicavam com grunhidos, muita gente morria durante o frio de inverno, uma pequena escoriação no braço por ter caído sobre uma pedra poderia levar à morte, chegar aos 20 anos era considerado velhice, etc, etc.
Eu não gostaria de viver nessa sociedade. Existe alguém que queira voltar a viver dessa forma?

Dessa sociedade chegamos à sociedade actual, devido à ciência, à educação dessa ciência, ao pensamento crítico, à curiosidade racional.
Hoje temos todos os confortos da idade moderna, temos incríveis tecnologias disponíveis, e sabemos imenso sobre o planeta e o Universo, devido a essa mesma ciência.
Não é devido à arte, aos pseudos, ou à religião. Mas sim devido à ciência.
Com isto não estou a dizer que a arte ou a religião não servem para nada. Têm o seu objectivo. Mas o certo é que o desenvolvimento que sempre se viu no mundo foi devido à pesquisa científica. A ciência fez o mundo evoluir e progredir; a curiosidade científica levou a que soubéssemos mais sobre o mundo e sobre nós próprios (seja em astronomia, física, biologia, medicina, etc).
Ou seja, se é certo que, por exemplo, a arte tem o seu papel, o certo é que se eu fosse um Homo Habilis numa caverna, com um urso a ameaçar-me de morte, preferia ter uma espada ou uma arma na mão, do que uma pintura bem bonita na parede da caverna.
A beleza de algo pode ser admirada, mas é subjectiva, enganadora, e sem qualquer utilidade, quando em presença de uma situação que requeira a nossa sobrevivência e evolução. Para isso, é necessária a objectividade da ciência.
Se a ciência, e o pensamento crítico, nos põe numa situação em que estamos em segurança, então admirarmos a beleza de uma peça de arte pode ser reconfortante. Pode ser uma sensação subjectiva, mas não deixa de ser reconfortante. Mas isso só é possível se antes a ciência nos deixou ter essa “paz de espírito” para nos sentirmos seguros, e partirmos para outras sensações mais subjectivas.
Ou seja, sem denegrir outras fontes de saber humano, o certo é que não devemos ser hipócritas, e devemos reconhecer e dar o mérito a quem o tem – e quem tem o mérito é a ciência, que ao longo de toda a história da humanidade, nos fez evoluir objectivamente.

Mas apesar de termos ciência actualmente em tudo quanto é lado, e apesar de devermos toda a nossa evolução tecnológica e de saberes à ciência e à educação científica, continua a haver várias concepções erradas sobre a ciência.
Assim de repente, lembro-me de 4:
– pensa-se que existem “ciências sociais”. Não existem “ciências sociais”. As auto-proclamadas ciências sociais, não são ciência, nem o passam a ser só porque dizem que são. Tal como “Creation Science”, a “ciência do Criacionismo” não é ciência, só porque coloca no nome que o é. O Criacionismo é religião, pura e simples. As ciências sociais não são ciência, mas têm o seu mérito, e deviam ser valorizadas por aquilo que vão descobrindo e fazendo evoluir o conhecimento humano. Ou seja, em vez de se auto-proclamarem de serem o que não são, deveriam era valorizar os seus feitos, pelo que são.
– pensa-se que a “ciência é misteriosa e só feita por alguns”. A ciência pode ser comprovada por muitas pessoas diferentes. Ao contrário dos pseudos, ou da religião, em que existem “pessoas especiais” que “em certos momentos” fazem “coisas misteriosas”, seja rezar com divindades, seja falar com mortos, seja fazer com que pulseiras provoquem o equilíbrio, a ciência não depende desses momentos. A ciência está disponível para ser comprovada por toda a gente no mundo que o queira fazer. E mais, a ciência espera que outros a comprovem. Se fôr só uma pessoa a dizer que consegue algo (mesmo quando foi Einstein), então não é considerado pela ciência, até provas independentes existirem de que realmente isso pode ser feito por outras pessoas. E toda a gente o pode comprovar.
– pouca gente entende que a ciência é objectiva. Não depende das pessoas que a fazem, nem de estar a chover ou não, nem de se ir vestido de vermelho ou azul, ou outra qualquer justificação mentirosa que se arranje. Se eu clicar no botão ON do computador, espero que ele se ligue. A ciência diz-me que ele vai ligar. Não depende se sou eu que clico ou o meu vizinho, se hoje estou triste ou contente, se estou vestido de fato ou calções. A Terra é um planeta redondo – isto é o que a ciência me diz, e posso comprovar facilmente, e a resposta não depende de critérios subjectivos sobre a beleza do planeta, sobre se um ser celestial me disse a resposta, sobre se os mortos falam comigo, ou sobre a minha casa estar decorada contra as “linhas energéticas da Terra”. Não preciso inventar desculpas, justificações mirabolantes para não conseguir perceber que a Terra é redonda (para o resultado não ser o mesmo que aos outros). Não. Pura e simplesmente basta-me objectivamente olhar para os mastros dos barcos no horizonte, ou para a sombra da Terra durante eclipses, por exemplo.
– a ciência é exacta, mediante aquilo que sabe. Mas a sua aplicação não é exacta – baseia-se em probabilidades.

Este último ponto é porventura o mais interessante.
Porque é aqui que entra o pensamento crítico, racional, coerente, lógico – ou seja, o pensamento científico.
Todos dispomos deste pensamento científico. Todos nós o utilizamos milhares de vezes por dia, sempre com resultados positivos.
Então porque razão, por vezes, decidimos colocar de lado o pensamento crítico, que sabemos que funciona, em prol de outros pensamentos que sabemos que nunca funcionaram?

Há coisas que toda a gente sabe que é verdade, como por exemplo o facto do planeta ser redondo, ou a gravidade existir.
Assim, como há coisas que toda a gente que não é um perfeito idiota percebe que é uma mentira óbvia, porque temos conhecimento suficiente para saber isso – seja quando ouvimos dizer que a Terra é plana, seja quando nos dizem que existem ratos com cérebros humanos nas ruas. Ou seja, as asserções são tão estúpidas, e temos tanto conhecimento do contrário, que pura e simplesmente colocamos essas frases idiotas de lado, e assumimos que quem acredita nisso deve ser muito estúpido, burro, com pouco conhecimento, sem pensamento crítico.

O problema surge quando nos dizem coisas para as quais não temos assim tanto conhecimento, para as coisas que não estamos certos, para aquilo que não pesquisamos/aprendemos tanto.
Aqui sim, é que ter pensamento crítico é vital. O pensamento crítico, cientifico, racional, lógico é essencial quando não se sabe a resposta, quando não se tem a certeza da resposta certa.
Como eu disse neste post (para o caso dos OVNIs), nestes casos em que não se detém todo o conhecimento, em que não se sabe a resposta certa, é que é importante ter-se espírito crítico.
O pensamento crítico não é demonstrado nas situações em que sabe as respostas certas, ou onde se tem a certeza que a resposta é errada, mas sim nas situações em que não se sabe quem tem razão: aí sim, deve-se exercer o pensamento crítico, porque é a nossa única defesa contra sermos enganados e tomarmos decisões erradas.
Aí sim se vê a literacia científica das pessoas. No mundo ocidental, moderno, literacia já não é saber ler e escrever, mas sim saber escolher entre a muitíssima informação que se recebe, saber pensar, saber ter espírito crítico, ou seja, tomar o comprimido vermelho.

Uma das concepções erradas que se tem da ciência, ligada a isto, é que se a ciência não sabe a resposta, então qualquer coisa pode ser a resposta certa. Mas isto é falso.
A ciência pode ainda não saber a resposta certa, mas certamente vai sabê-la no futuro; sempre foi assim, e sempre o será, porque este é o objectivo da ciência: compreender cada vez melhor o universo em que vivemos.
Mas mesmo ainda sem a resposta certa, o pensamento crítico diz-nos quais são as respostas erradas.
Ou seja, não saber a resposta certa, não equivale a não saber as respostas erradas. Esta é uma diferença “subtil”, mas essencial no pensamento crítico.
Eu não sei quem é o “big kax” que comenta frequentemente aqui no blog, mas sei que ele não sou eu. Ou seja, eu não sei a resposta certa, mas sei quais as respostas erradas.
Eu não sei, de cabeça, quanto é o resultado de 345598978 + 8857654790 x 983456122334. Não sei quanto é, mas sei que o resultado não é de certeza 3, nem 10, nem 20. Ou seja, eu não sei a resposta certa, mas consigo perceber quais as respostas erradas.

O facto é que, como eu disse em cima, todos nós utilizamos o pensamento crítico diariamente, muitas vezes ao dia, e sempre com sucesso.

Exemplos do que fazemos diariamente:

1 – quando carrego no interruptor para ligar a luz, espero que a luz se acenda. Porquê? Porque sei que a ciência funciona. E a ciência funciona, daí que a electricidade é transmitida de uns sítios para os outros, da forma que queremos. Ou seja, a ciência funciona, mas a luz (aplicação) pode não ligar. E se não ligar, será que vou colocar a ciência em causa? Não. A ciência funciona, logo eu não me ponho a imaginar que toda a teoria electromagnética está mal, e que Maxwell estava redondamente enganado, só porque a minha luz não ligou. Por outro lado, eu também não me ponho a imaginar que foi o Monstro de Esparguete Voador que não deixou a lâmpada acender, ou que os meus “chakras” interferiram na lâmpada. Não, pura e simplesmente, alguma coisa está mal – a ciência está certa e por isso deveria acender, logo alguma coisa na lâmpada ou nos fios eléctricos deve estar mal. Este é o pensamento racional, crítico, científico.
Da mesma forma, ou mudo a lâmpada (testo, experimento cientificamente para ver se é disso) ou então chamo um especialista. Não vou chamar um médico para me resolver o problema da luz. Não. O especialista é um electricista, logo devo chamar o electricista (o cientista neste caso) para me arranjar o sistema eléctrico. Este é o pensamento crítico em acção, que nos permite tomar as decisões certas em face das evidências.

2 – quando ligo o computador e ele não dá, será que ponho em causa a ciência? Será que começo a dizer que toda a ciência dos computadores está errada? Não. Da mesma forma, não imagino que o computador não liga devido a eu estiver vestido de preto, ou devido a existirem dragões a voarem sobre Hogwarts.
Utilizo o pensamento crítico e testo de novo, e se não der, chamo um técnico – especialista no assunto em causa. Este é o pensamento crítico, racional.

3 – se o sr. Joaquim vai na auto-estrada a conduzir o seu carro, e o carro pára de repente, e ele me telefona a dizer que foram unicórnios invisíveis voadores que fizeram parar o carro, eu que nunca vi o que se passou, devo pensar o quê? Será que lhe digo para ele começar a rezar, que o carro vai “milagrosamente” ligar de novo? Sabendo eu que ele é espírita, devo acreditar na asserção dele que foram unicórnios invisíveis que pararam o carro? Não tendo toda a informação sobre o assunto, não tendo forma de eu próprio reproduzir o acontecimento, não sabendo eu de todos os “factos”, é óbvio que não posso negar com toda a certeza que unicórnios invisíveis voadores passaram pelo carro e o fizeram parar. Mas é aqui que entra o meu pensamento crítico. Como ele é espírita, é normal que veja “espíritos” em todo o lado, e faça disso publicidade. Mas o mais provável é que lhe tivesse acabado a gasolina, daí o carro ter parado. Ou quiçá, talvez tenha sido um problema no motor. Ou seja, sem ter certezas da resposta certa, posso ser inteligente ao ponto de pesar as probabilidades. Posso assim saber que só por o carro ter parado, não deverá ser porque toda a ciência está errada e afinal existem unicórnios invisíveis a voar por todo o lado. Ou seja, eu – a ciência -, posso não saber a resposta certa, mas sei quais serão as respostas erradas. E o meu pensamento crítico que me permite saber isso, mesmo sem ter todas as informações sobre o assunto, também me permitiria dar como sugestão que ele olhasse para o ponteiro da gasolina em 1º lugar, e caso não seja isso, então sugeria que ele levasse o carro ao mecânico (o especialista no assunto em causa) de modo a arranjar o carro, porque o problema não é certamente (probabilisticamente falando) devido a unicórnios invisíveis.
Este é o pensamento que se baseia na ciência nem sempre saber a resposta certa, mas também é o pensamento que não me deixa ser levado por explicações completamente enganadoras.

4 – se a Maria de um momento para o outro aparecer com montes de pequenos pontos vermelhos por todo o corpo, o que fará a mãe dela? Como não sabe do que é, deve acreditar em todas as charlatanices que lhe dizem? Será que deve levar a filha a um exorcista, porque “certamente” ela terá o diabo no corpo? Isso era o pensamento há uns séculos atrás na chamada “Idade das Trevas”, porque as pessoas não pensavam, não tinham pensamento crítico, racional. Será que deve-lhe pintar o corpo de azul, com montes de flores, porque é mais bonito? Não. É óbvio que a mãe, mesmo sem saber do que se trata, não deve acreditar em charlatães que lhe dizem que aquilo é o diabo, mas deve sim levar a filha aos especialistas, neste caso os médicos, para ela ser curada. Ou seja, a mãe não sabe a resposta, não possui todas as informações sobre o assunto, não sabe o que fazer, e por isso deve consultar os especialistas e tentar resolver com base na ciência. Ou seja, quando não se sabe a resposta, é nessa altura que o pensamento racional, crítico, é vital.

5 – se o Manuel morrer, e o médico Hélder disser que a causa foi um ataque de coração normal devido à vida sedentária e idade do Manuel… MAS se o “cientista” João que trabalha com viagens no tempo disser que o que aconteceu foi o Manuel ter visto um Neandertal por um segundo, devido a um portal temporal que se abriu temporariamente, como diz ele que a NASA provou, e o Manuel viu esse Neandertal atirar-lhe uma seta, e por isso teve um ataque de coração… devemos acreditar em quem? Na explicação lógica e racional do médico Hélder, ou na explicação aparvalhada, mirambolante, e sem qualquer evidência do João? Não sabendo nós o que se passou, porque não estávamos lá, devemos pensar o quê? Devemos pensar que toda a ciência está errada, e afinal há portais a abrirem-se livremente para o tempo dos Neandertais, OU devemos utilizar o pensamento racional, científico, crítico, e perceber que o especialista, médico, é que terá muitas mais probabilidades de ter razão? É óbvio que o pensamento crítico nos diz que a explicação do médico Hélder será a mais provável.

Todos nós utilizamos os frutos da ciência todos os dias, e não devemos ser hipócritas em negar tudo o que a ciência nos dá.
Da mesma forma, todos nós utilizamos o pensamento crítico diariamente, muitas vezes ao dia, e sempre com sucesso. Todos nós tomamos estas decisões (similares aos exemplos acima) todos os dias, e sempre com sucesso.

Mas para certos assuntos, surpreendentemente, preferimos utilizar o pensamento pseudo que sempre levou a erros, a enganos, e ao insucesso.
Devido a ignorarmos o pensamento crítico, enveredamos pela iliteracia científica, preferindo acreditar em mentiras, preferindo seguir burlões que nos tentam enganar deliberadamente, e preferindo continuar a acreditar em coisas que já foram provadas como falsas.
Por isso é que as pessoas continuam a acreditar em águas que curam, em águas milagrosas, em milagres passados, em saúde quântica, em pulseiras quânticas, equilíbrios, amuletos, metafísica cósmica, reiki, limpeza espiritual, mortos faladores, fósseis de humanos gigantes, conspirações ETs, Marte tão grande como a Lua no céu, fazer pipocas com telemóveis, astrologia, fim do mundo pelo LHC, fim do mundo em 2012, videntes, bruxos, psíquicos, e demais parvoíces que só servem para burlar quem prefere ignorar o pensamento crítico.

Entre escolher o pensamento científico em que sabemos que temos sucesso milhares de vezes ao dia, ou fraudes que sabemos que sempre nos enganaram, por vezes parece que o cérebro pára às pessoas, e escolhem precisamente aquilo que sempre foi e sempre será mentira.

Por vezes, os jornalistas são responsáveis por isto.
Na sua ânsia de competirem com os novos meios de comunicação, em que qualquer pessoa pode transmitir notícias, preferem a rapidez à análise cuidadosa das informações. Em vez de pesquisarem convenientemente as notícias, e contactarem os especialistas, preferem “vender o mistério” – dando informações falsas, que são facilmente desmentidas.
Este “vender o mistério” é cada vez mais usado, como forma de “vender” a notícia ou o programa, mesmo sendo totalmente falso que o assunto seja misterioso (dei o exemplo dos OVNIs, neste post).

Um exemplo de mau jornalismo foi a recente viagem do Obama, que um blogger de um pequeno jornal na Índia disse que custava 200 milhões de dólares por dia (mais do que a guerra no Afeganistão), com 870 quartos, 34 navios de guerra, e muitos outros disparates do género.
Este é um absurdo, que dada a fonte, é obviamente mentira.
No entanto, os media americanos disseminaram como verdade, com congressistas americanos e “jornalistas” da FOXnews revoltados com o Obama, e 100 milhões de americanos a acreditarem nessas parvoíces.
Para esses “crentes”, é indiferente se é tudo mentira, e que o Pentágono (especialistas) tenha vindo desmentir tudo. Também é indiferente se os jornalistas da CNN, dias depois, tenham desmentido tudo. Porque eles vão continuar a acreditar na notícia inicial, que era muito mais “especial” que a verdade.
O que ficou da história é a crendice, a estupidez, e a falta de pensamento crítico de todos. O que fica da história é que há quem prefira vender a falsidade com uma capa de mistério, do que a verdade objectiva.

O pensamento crítico deveria fazer-nos pensar que, mesmo não sabendo a resposta certa (custo da viagem), aquilo que foi dito por fontes dúbias era demasiado absurdo para ser levado a sério.

Tudo isto para falar do caso do Prahlad Jani – o homem que não bebe nem come há 70 anos.
Basta fazer uma pesquisa no Google, para perceber que existem 259.000 páginas que falam sobre isto.
Por todo o mundo, as agências noticiosas falaram disto. O jornalismo sensacionalista, sem qualquer ponta de sentido crítico, sem qualquer pesquisa decente, tem neste tipo de histórias o seu extâse.
O jornalismo sério, e os jornalistas sérios, deveriam “cruxificar” quem não quer saber de informar devidamente as pessoas.
FOXnews, ABC, Telegraph, BBC, CNN, e centenas de outros jornais e TVs por todo o mundo (como podem ver pela net) difundiram esta história como sendo verdadeira.
As pessoas, sedentas por mistérios e crentes em parvoíces, não querem saber das explicações racionais.

E no entanto, o mistério de termos um mundo virtual ou o facto de podermos saber a constituição do Sol, por exemplo, deveriam ser mistérios, esses sim, que deveriam providenciar uma “mística” às pessoas, tentando ter mais conhecimento para saber mais sobre esses assuntos “misteriosos” e nada aborrecidos. A ciência nunca foi aborrecida ou desinteressante.
Mas não, as pessoas (jornalistas incluídos) preferem acreditar em mentiras.

E os jornalistas portugueses e brasileiros também “foram na cantiga”: Globo, Folha, Diário de Notícias, ionline, TVI, etc.

Até sites de ciência como o Ciência Hoje, preferiram “vender o mistério”, em vez de fazerem uma análise científica!
É a noção que se deve “deixar o mistério no ar”, aproveitar-se disso porque “vende mais”, do que se pesquisar as respostas.

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A história é simples:
Prahlad Jani tem 81 anos, e diz que há 70 anos utiliza o Sol como alimento – o elixir da Deusa.
Supostamente foi observado por cientistas durante 15 dias, e os cientistas concluíram que era verdade que ele nem come nem bebe nada.
Supostamente aos 11 anos, diz ele, foi abençoado pela deusa Amba Mata, que lhe fez um buraco no palato, através do qual diz receber uma substância proveniente do Sol que se transforma em nutriente.
Como as pessoas só sobrevivem, no limite, cerca de 10 dias sem água e 40 sem comida, então deve ser um milagre!
Supostamente o caso despertou *de imediato* a atenção dos cientistas, que puderam comprovar que ele recebe energia do Sol, e o Ministério da Defesa até está interessado em utilizar esta técnica nos seus soldados.

Em face destas informações, como não temos todas as respostas, então o que devemos fazer?
Devemos utilizar o pensamento crítico? Devemos utilizar a análise racional?

Os jornalistas que difundiram estas mentiras e os crentes que por elas são levadas, já fizeram a sua escolha: escolheram ignorar o pensamento crítico.
Nos exemplos acima, estes jornalistas e estes crentes, em face de algo em que não têm as respostas todas, em vez de pesquisarem melhor sob um olhar crítico, preferem acreditar que é o Diabo a colocar as manchas vermelhas no corpo, preferem acreditar que um Neandertal fez uma viagem no Tempo, preferem acreditar e difundir que unicórnios invisíveis voadores fizeram parar um carro, etc.
Se a notícia fosse que um homem consegue voar, estes jornalistas e os crentes que os seguem, assumiriam que toda a ciência, sobretudo a gravidade, está toda errada, e que há pessoas que voam livremente.
Vendem o mistério, em vez de informarem devidamente sobre o que se passa.

Mas vamos nós utilizar o pensamento crítico.

De um lado, o lado da crença, temos:
– um homem diz que se alimenta do Sol.
– um homem diz que consegue fazer a fotossíntese, como as plantas.
– segundo ele, foi uma deusa que lhe concedeu esse dom.
– a Deusa só aparece a alguns, mas não às pessoas que verdadeiramente andam famintas. Ou seja, é uma deusa imoral.
– acreditar que ele realiza a fotossíntese é assumir que a ciência está fundamentalmente toda errada, sobretudo a física, a biologia e a medicina (ou seja, os médicos nos hospitais são todos uns aldrabões que não percebem nada).
– a medicina é uma treta, e toda a investigação biomédica está errada.
os orientais têm conhecimentos antigos que são muito superiores aos conhecimentos ocidentais actuais – até têm pessoas que não comem nem bebem e outras que vivem para sempre.
– milhões de pessoas que morrem de fome todos os anos, afinal basta-lhes fazerem um furo no palato e colocarem-se ao Sol.
– 7 biliões de pessoas por todo o mundo (e ainda mais todos os animais) andam iludidas, porque pensam que precisam de comer e beber para sobreviver, quando afinal basta porem-se ao Sol, a meditar, e com um furo no palato.

Do outro lado, o lado do pensamento crítico, temos:
– há milhares destas fraudes desmascaradas todos os anos, pelo mundo. Sobretudo em sociedades mais a oriente. Na Índia são constantes. Todos são fraudes, charlatães, mágicos com truques simples.
– ele é conhecido na vila dele por ser o “fraudulento da vila”. Ou seja, os seus próprios vizinhos sabem que ele está a mentir!
– animais com fotosíntese, sem clorofila, e não verdes (o homem não é verde!), são impossíveis para a biologia.
– é uma notícia dada originalmente pelo jornal The Australian, que quando contactado disse que não tinha fontes. Limitou-se a dizer: “Pode ser verdade, não?” Ou seja, inventam-se mentiras, para “vender um mistério” que é falso.
a notícia é a mesma de há 7 anos atrás. Ou seja, quando dizem que o interesse actual foi *imediato* estão a mentir, claro. Já existem artigos sobre isto há vários anos.
– as notícias são contraditórias sobre se ele saiu para fora completamente durante a experiência ou não.
– durante alguns minutos durante a experiência, ele não era vigiado pelas câmeras (saía do sítio onde elas estavam).
– ele podia tomar banho e gargarejar com água. Não era vigiado quando tomava banho. Ou seja, os testes tiveram vários “buracos”.
– ele até podia receber crentes devotos – se nos hospitais, as pessoas levam comida para os seus familiares doentes, porque não crentes levarem comida para o seu “santo”?
não há quaisquer dados experimentais sobre o que se passou em revistas científicas da especialidade (ou noutro lado qualquer!) – só há da experiência de 2003 onde se prova haver matéria fecal (ao contrário do que reivindicam).
– não há qualquer confirmação independente para os resultados que ele diz que teve.
– o “cientista” envolvido, Dr. Sudhir Shah, não deixou que mais ninguém, independente, pudesse avaliar a experiência ou os supostos resultados.
– já em 2003 – a tal notícia igualzinha de há 7 anos atrás – tinha feito uma experiência semelhante ao Prahlad Jani, e também não deixou que ninguém confirmasse o que ele dizia, provando que não está a fazer ciência (porque não deixa que existam confirmações independentes).
– em 2000 e 2001, testou outro “guru”, Hira Ratan Manek, confirmando também que ele se alimentava só do Sol, mas também não deixou que ninguém confirmasse isso.
– o médico-neurologista, Dr. Sudhir Shah, é conhecido por ser crente na teoria que os humanos podem viver só da luz do Sol.
– o Dr. Shah é um crente religioso que acredita que a medicina ocidental está errada, e que a super-ciência da religião do Jainismo, é que vai salvar toda a humanidade. Para ele, existem 30 graus de Paraíso e 7 graus de Inferno, e o Universo tem o formato de um homem em pé. Ou seja, ele não é imparcial nas experiências que faz – ele visa somente promover a sua religião, dando-lhe uma aura falsamente científica, como faz o Criacionismo.
– um sumário da sua pesquisa diz que faquires e sábios realizam fotossíntese através dos olhos (retinas) e através do “terceiro olho”. Isto é pura pseudociência!
– o “cientista” e os jornalistas dizem que a investigação dele está a ser estudada pela NASA e pela Universidade da Pensilvânia. Ambas negam este absurdo! Ou seja, inventa-se/mente-se sobre relações com instituições científicas para dar credibilidade à idiotice.
– tanto os praticantes como o “cientista”, acreditam no Breatharianism (Respiratorianismo), em que é possível, por influência divina, viver somente da luz solar. Todos os que afirmaram isto, e se sujeitaram a testes da ciência (de verdadeiros cientistas), foram todos provados como fraudes.
– já no passado, alegações feitas por este grupo foram provadas como sendo puras mentiras.
– no entanto, eles continuam a disseminar as suas mentiras. Um curso dado por eles, custa cerca de 250 euros! O “professor” desse curso diz que não come nada, até ter sido apanhado a comprar comida de uma loja… mas continua a vender os cursos! E também têm livros – a autora tem montes de livros do mesmo género e até fundou a Academia da Internet Cósmica. A autora não diz que não come (ela come e bebe!), mas diz nos livros que é possível não comer nem beber nada e sobreviver. A Australiana, Verity Lynn, acreditou nisso, e morreu por desidratação.
– eles até oferecem férias no Resort Hotel Oásis de Saúde, na Tailândia. Por 1600 euros, os crentes têm direito a tudo durante 10 dias. O que neste caso inclui todo o ar, e toda a luz solar que puderem comer! E eles asseguram que a pessoa vai conseguir perder peso! O Hotel é conhecido por isso – pelos programas de perda de peso! Ou seja, para explicar de outra forma: há pessoas que são levadas a pagar 1600 euros para viver de “ar e vento” e ainda se admiram por emagrecerem!
– Outros, como a Amém Paraíso (é o “nome artístico” dela) misturaram isto com o Cristianismo, e como Jesus disse: “Se você acreditar em mim, você nunca terá sede”, então ela e os seus seguidores bebem urina.

Então qual das hipóteses devemos escolher?
O que diz o senso comum? O que diz o pensamento crítico?

Parece-me que só uma pessoa que acredita no Pai Natal, pode-se deixar levar por estas mentiras.
Parece-me também que o grande problema aqui não são só as pessoas normais, mas sobretudo os jornalistas dos Media que empolam estas situações e disseminam mentiras sem terem o cuidado de pesquisar a verdade. Nem sequer têm o cuidado de utilizarem o pensamento crítico.

James Randi diz tudo:

Carl Sagan dizia: “Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias.

Como eu já coloquei neste post, Carl Sagan também disse:
“If we capitulate to superstition, or greed, or stupidity we can plunge our world into a darkness deeper than the time between the collapse of classical civilization and the Italian Renaissance.”
Se sucumbirmos à superstição e à estupidez, iremos caminhar para as Trevas.

E Sagan deu um kit para se apanhar os impostores e os burlões. Basta seguirmos essa fórmula, assente no pensamento crítico, que é fácil de perceber quem é uma fraude.
Porque o contrário, a crença nos pseudos, nos burlões, e deixar essas fraudes fazerem o que querem, dá sempre maus resultados.

A ciência e o pensamento crítico, funcionam!
Os pseudos sempre se provaram serem uma mentira.

57 comentários

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  1. (comentário editado)
    .
    Realmente cidadão, a sua sociedade é incrível meu amigo, só pode ser o auge da espécie humana. Ainda mais porque tudo sabem, né ?!

    1. Rogério,

      O seu comentário foi editado porque eu não tenho tempo para aturar pessoas parvas e hipócritas.

      O artigo é sobre um VIGARISTA à luz do conhecimento.
      Se acha que o que ele diz é correcto, faça a experiência, e quando você morrer percebe que foi enganado.
      Mas até lá, não me chateie!

      Quanto ao seu comentário totalmente HIPÓCRITA de ódio à ciência e a quem lhe dá conhecimento, NADA tem a ver com o texto, mas você demonstrou ser demasiado nabo.
      Deixe de ser hipócrita: deixe a internet (dada pela sociedade científica!), tire as roupas (dadas pela sociedade científica), deixe as casas (dadas pela sociedade científica) e vá viver para cavernas, não ande de carro (dado pela sociedade científica), não entenda nada de física, química, biologia, astronomia, matemática, etc (todo o conhecimento dado pela sociedade científica), NUNCA MAIS USE A ELECTRICIDADE, deixe TUDO o que você usa diariamente!!!
      http://www.astropt.org/2012/02/18/7-equacoes-que-governam-o-seu-mundo/

      Deixe de ser hipócrita e páre de cuspir no prato que TODOS OS DIAS lhe dá de comer.

  2. Mais uma mulher morreu devido a esta fraude:
    http://www.astropt.org/2012/04/30/mais-uma-mulher-morre-devido-a-dieta-solar/

  3. A maior estupidez de todos os tempos é estas pessoas aproveitarem-se da fraqueza de outros. E sinceramente, deveriam ser responsabilizados criminalmente: convencer alguém que não precisa de comer porque basta alimentar-se do sol, não só é fraude, como no meu ponto de vista, é homicidio!

    Com a saúde não se brinca seja a nossa ou de terceiros!!!!
    Só dá vontade de insultar… humpf

    1. Incrível.

      E ainda nos perguntam porque denunciamos os vigaristas… enfim…

  4. Ainda sobre concepções erradas da ciência, que referi neste post, podem ler mais um comentário aqui:
    http://www.astropt.org/2010/12/02/nasa-descobre/comment-page-1/#comment-10175

  5. No caso da conferência de imprensa da NASA sobre vida extraterrestre, tenho visto imprensa portuguesa, e obviamente também internacional, novamente a não ter qualquer tipo de pensamento crítico, mas a serem novamente levados pela especulação sem evidências.
    http://www.astropt.org/2010/11/30/incrivel-descoberta-na-astrobiologia/comment-page-1/#comment-10064

    Ou seja, novamente a existência de alguns “jornalistas” a prestarem um péssimo serviço à população… a desinformarem as pessoas, em vez de informarem.

  6. Cristiano,

    Não, não foi isso que eu lhe disse (“faz coisas sem crer em nada”).
    Está a tirar conclusões erradas daquilo que eu disse.
    Ou seja, essa é mais uma “conclusão pseudo”.

    É uma conclusão falaciosa, porque parte para a generalização sem sentido.
    E é uma conclusão falaciosa, porque parte para a área pessoal, quando em lado nenhum a conversa é sobre aquilo em que *eu* acredito. O que *eu* acredito é indiferente.

    Seria muito mais vantajoso, aproveitar esse tempo para reler o que eu disse, tentar compreender melhor, e tentar argumentar de forma mais correcta.

    O que eu lhe disse é que os argumentos e os exemplos que o Cristiano utilizou, estão errados.
    E expliquei-lhe direitinho, o porquê desses argumentos e exemplos estarem errados.

    E se duvida do que eu digo, faça as experiências como lhe recomendei.

    Se num seu próximo comentário, utilizar argumentos ou exemplos que estejam certos, então não terei qualquer problema em dar-lhe razão, obviamente.

    Por exemplo, e só para lhe dar um exemplo (mas há muitos mais), o Filipe Dias também comentou com uma ideia similar à sua, mas deu um exemplo correcto:
    http://www.astropt.org/2010/11/28/milagre/comment-page-1/#comment-10016

  7. Ok. Você vê átomos e faz coisas sem crer em nada. 🙂

  8. O De Rerum Natura fez menção a este nosso post, e também deixei lá alguns comentários:
    http://dererummundi.blogspot.com/2010/11/grandes-erros-o-homem-que-nao-bebe-nem.html

  9. http://dererummundi.blogspot.com/2010/12/desde-ha-algum-tempo-circula-pela.html
    No artigo do Noam Chomsky, parecem-me essenciais os pontos 5, 6, 7, e 8.

    Se bem que no ponto 5, parece-me que faz falta é um “meio termo”.
    Por vezes temos programas que parece que tratam o público como se fossem deficientes mentais (lembro-me de um programa de ciência na SIC há anos atrás, que eu não gostava nada, devido a isso), e outras vezes temos sobretudo comentadores que utilizam “linguagem cara” só para mostrarem que sabem as palavras e fazer o público acreditar neles, quando na realidade não são especialistas no assunto (e sabem tanto do assunto em causa quanto eu de agricultura).

    De resto, ele acerta na mouche, neste ponto:
    “Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.”
    Será necessário apontar programas como Big Brother, Quinta das Celebridades, ou Casa dos Segredos?

    Ou então, outros programas que fazem disseminação de puras mentiras, como ter astrólogos na TV a “fazer consultas”, ou ter programas como este:
    http://www.astropt.org/2010/07/09/depois-da-vida/

    Isto já para não falar da enxurrada de telenovelas, que só promovem a estagnação mental da audiência…

    Nem tudo é mal nos Media.
    Há programas excelentes e jornalistas excelentes.
    E esses jornalistas excelentes, deviam também ser contra estas barbaridades que se vêem nos Media. E provavelmente até são… o problema é que não têm grande poder.

    O problema é que os outros (os muito maus) parece que têm cada vez maior visibilidade… o que até se compreende em termos sociais, já que se as pessoas têm estagnação mental (devido aos programas que promovem esta paragem mental), então essas pessoas vão procurar escutar, não quem é credível, mas sim quem “faz circo”… e cada vez irá haver um maior número de pessoas que não pensa, e que dará mais audiência a esses programas que promovem a estagnação… levando a mais pessoas que não pensam… etc, etc, etc… num efeito de bola de neve.

    Enfim… 🙁

    • Conceição Monteiro on 30/11/2010 at 23:54
    • Responder

    Excelente artigo.
    De facto há imensos exemplos das aldrabices veiculadas por jornais e televisões. Basta estar atento e ter como dizes um bocadinho de espírito crítico.
    Parece-me, que todos aqueles que exercem jornalismo, tem uma responsabilidade acrescida. Primeiro quando tem uma notícia, deveriam verificar a sua veracidade.
    Actualmente muitos jornalistas, o único jornalismo que fazem é “tradução”, ou seja limitam-se a traduzir notícias e artigos de cadeias internacionais.
    Outros há, que se limitam a ir para a rua (às vezes em directo), fazer perguntas idiotas. Vejam esta situação descrita por Francisco José Viegas: “a jornalista aproxima-se de um táxi à hora do jogo Portugal-Brasil e quer saber por que razão está ele ali a ouvir o relato pela rádio, e não diante da televisão: «Porque está aqui e não foi ver o jogo? Está a trabalhar, é?”.
    http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/1198273.html
    Este é só um exemplo, há muitos mais. E todos nós, já ouvimos exemplos semelhantes.

    http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/11/noam-chomsky-10-estrategias-de.html
    Como diz Noam Chomsky, nas suas 10 estratégias da manipulação mediática, é manter o público na ignorância e na mediocridade, é a promoção da estupidificação pelos media.

    • tiago fragoso on 30/11/2010 at 19:46
    • Responder

    Olá,

    Só para constar gente, não falei que as “ciências sociais” são ou não são “ciencia”. Apenas meu comentário foi no sentido de esclarecer uma comparação que percebi no texto entre “criacionismo” e ciência social.

    Fiquei bem mais tranquilo pela resposta, porque percebi que não tinha intenção que pensei que tinha. Concordo com o fato de que a sociologia, antropologia são subjetivas e é isso que é legal nelas. Ciência social objetiva só mesmo a psico-história do Issac Asimov 😉

    Por fim, estamos do mesmo lado eu acho, sempre na crítica pública e esclarecedora dos interesses escusos desses vendedores de “pílulas da felicidade”, “pulseiras do equilibrio” e etc, que se utilizam de um discurso pseudo científico para enganar a população.

    agradecido…

  10. Cristiano,

    São tantas concepções erradas sobre ciência neste seu comentário, que eu nem sei muito bem o que dizer…
    Que “salada” de misconceptions…

    O que será mais valioso para o homem?
    Bem, para mim, e para o Cristiano, neste momento, é a ciência.
    Sem a ciência, não poderíamos estar a comentar num blog que existe num mundo virtual.
    Sem a arte e sem a religião, poderíamos na mesma estar a comentar aqui.

    Sim, já vi átomos.
    Como já disse aqui no blog em posts anteriores, um dos meus melhores amigos aqui é um dos líderes mundiais em termos de nanotecnologia. E por isso, já fui ver as máquinas com que ele trabalha, e os átomos com que ele lida.
    Penso é que o Cristiano talvez quisesse criticar os modelos… mas “atirou ao lado”.

    Da mesma forma, não me parece que saiba o que são buracos negros ou pulsares.
    Pura e simplesmente, são objectos normais, só que com muito mais massa. É só isso.
    A não ser que o Cristiano não acredite nos carros que vê na rua, nos edifícios, etc… é que tudo tem massa…

    Quanto à ciência ser “fé”, esse é um erro recorrente e completamente enganador.
    Ciência não é fé. E provamos isso todos os dias, como eu expliquei no post.
    Eu não “acredito” que o meu carro vai pegar se eu ligar a ignição. Eu SEI que ele o vai fazer.
    Eu não “acredito” que se me atirar de um prédio de 20 andares, venho parar cá em baixo. Eu SEI que a gravidade funciona.

    A grande vantagem da ciência é que funciona… como qualquer pessoa pode provar.
    Proponho que façamos uma experiência: tanto eu como o Cristiano, vamos apagar as luzes de casa.
    O Cristiano na sua casa, usa a fé…. por exemplo, no Pai Natal… e tem fé que o Pai Natal vai ligar as suas luzes. Não faça nada. Utilize somente a sua fé.
    Já eu sei que a ciência, neste caso a electricidade, funciona, por isso, naturalmente vou ligar a luz. Não uso a fé. Uso sim a experiência científica de ligar o interruptor.
    Como se vê, são 2 métodos completamente diferentes. A ciência é totalmente diferente da fé.
    No final, tenho a certeza que o resultado será: a ciência funciona.

    Não é fé, quando podemos testar as situações e provar que elas são verdadeiras.
    Não é fé se essas situações são provadas milhares de vezes por todo o mundo com o mesmo resultado.

    Eu posso ter fé na figura de Jesus. Não tenho provas, mas posso ter fé no que diz um livro sobre o que foi a vida dele.
    No entanto, se eu construir uma máquina do tempo, fôr ao tempo dele, conhecê-lo e ver tudo o que ele fez na realidade, então deixa de ser fé – passa a ser conhecimento.
    Daí que satiricamente o Douglas Adams, no livro HHGTTG, fez desaparecer Deus no momento em que ele foi provado. Sendo provado, deixa de existir fé. Como Deus só existe se existir fé, então ele desaparece. Isto no livro, claro.
    Mas na vida real é o mesmo tipo de pensamento. A partir do momento em que provo algo, deixa de ser uma questão de fé.
    E a ciência é testada e provada milhões de vezes todos os dias por todo o mundo… não só em laboratórios, mas sobretudo pelas pessoas na rua (exemplo: mantendo-se no chão, em vez de começarem a voar surpreendentemente).

    Se duvida da certeza da gravidade, se acha que é só uma questão de fé, então tenha fé no contrário. Tenha fé que consegue voar.
    E a seguir teste a sua fé. Suba ao topo de um edifício de 20 andares e atire-se dele.
    Se conseguir voar, dou-lhe razão: a sua fé no que pensa está certa.
    Se se espetar cá em baixo, então só prova que o saber científico é independente da sua fé.

    (este é o exemplo que Richard Dawkins dá para quem pensa que ciência é uma questão de fé)

  11. Ciência é crença.

    Duvida? Experimente pensar no seguinte problema:

    Você já viu um átomo? A resposta é, obviamente, não. É impossível ver um átomo diretamente. Eles estão muito além (ou aquém?) do alcance do sentido humano da visão. Vemos com dificuldade coisas abaixo de 0,01 mm. E os átomos estão muito, mas muito abaixo disso. Eu creio. E você também, porque você nunca viu nem vai ver um átomo, mas crê na existência dele. Corrigindo: crê naqueles que dizem que eles existem: os cientistas.

    O mesmo se dá com os buracos negros e pulsares. Mesmo sendo tão grandes, nenhum humano pode vê-los diretamente. Mas acreditamos que eles existem. Corrigindo: acreditamos naqueles que dizem que eles existem: os cientistas.

    Então, no final das contas, a ciência é mais um alvo da nossa necessidade de crer em alguma coisa. Uma necessidade que vem do nosso desejo de viver.

    Desculpem puxar o tapete daqueles que crêem na ciência como o melhor da civilização humana, mas foi a nossa FÉ nas coisas (e nela também, na ciência) que nos tirou das cavernas, e não a ciência, produto dessa fé.

    Ciência sem fé não existe. Seria, no máximo, um amontoado de dados (que para nós, pareceriam caóticos) sobre algo que, sem fé, desprezaríamos: o universo.

    Por que estou lembrando isso? Acho falho dizer que tudo o que temos é por causa, acima de tudo, da ciência. A arte, assim como a religião (e, sim, a ciência também!), são maneiras de nos expressarmos sobre essa coisa que CREMOS que nos cerca: o universo.

    Somente robôs podem fazer ciência sem crença. Mas aí, não teria graça nenhuma…

    O que será mais valioso para o homem? A ciência? A arte? A religião?

    Robõs podem fazer essas coisas, mas só humanos podem apreciá-las (claro, você pode CRER em I.A. e me dizer que eles podem sim apreciar isso).

    Acho que ciência, religião e arte têm seus lugares bem definidos no que CREMOS ser a nossa existência. Acho que discussões sobre o que é melhor para nós, ciência, religião ou arte, nos mostra como seres de visão limitada pela…

    … CRENÇA NA CIÊNCIA.

    Levando a uma espécie de…

    … Cientismo.

    • Miguel Seabra on 30/11/2010 at 00:25
    • Responder

    Excelente intervenção Carlos. Para mim a melhor que já vi aqui.
    Revejo-me totalmente na tua visão sobre as coisas…parabéns.

  12. Bem, estava aqui um comentário da Liliana para aprovar… mas quando eu ia para fazê-lo, ele desapareceu.
    Não sei o que se passou, porque o comentário não foi apagado (iria para o “trash”). Simplesmente “poof” – desapareceu.

    Peço à Liliana (penso que era esse o nome) que, se possível, envie de novo o comentário.
    Mas como eu o li, já agora dou-lhe feedback:

    – eu estou em astrobiologia: mais interdisciplinar não pode haver. Aliás, essa é uma das razões de eu estar nessa área. Por isso subscrevo e promovo a ideia de interdisciplinaridade.

    – é evidente que eu posso comparar e dizer o que é mais científico ou não. Existe uma definição de ciência e vejo o que se coaduna mais com ela. Argumentos falaciosos, por exemplo, não são científicos. E isso é o que se vê mais nos pseudos.
    Da mesma forma, posso olhar para uma biologia e comparar se ela é mais científica, objectiva, nas suas conclusões, que a sociologia, por exemplo. E é.
    Não percebo onde está o problema, e muito menos entendo quem opina que não se pode dizer que uma coisa é mais científica que outra.
    Note-se que não estou a fazer juízos de valor… não estou a dizer “melhor”… estou a dizer “mais científica”.

    Da mesma forma que posso dizer que a sociologia é mais social que a astronomia. E é. Não quer dizer que seja melhor ou pior, é simplesmente mais social.

    Da mesma forma que há quem saiba escrever excelentes poemas, e eu não sei. Não sou melhor ou pior que essa pessoa. Mas sou diferente. Não vou dizer que sou poeta, se não o sou.

    Daí que não percebo a sua opinião sobre não se poder comparar, como se eu não pudesse perceber que não sei escrever poemas. Nem sequer entendo porque querem fazer da sociologia ciência, quando ela não o é. Era como eu dizer que sou poeta, sem o ser.

    Não sou melhor ou pior por não escrever poemas. Mas gosto de promover a minha individualidade, e de celebrar aquilo que sei. As “ciências sociais” deveriam fazer o mesmo. Celebrarem aquilo em que são excelentes. Em vez de tentarem fazerem-se parecer com o que não são.

    – quanto à antropologia, parece-me que anda enganada…

    – quanto aos Neandertais, penso que há por aí confusões históricas…

  13. Já tinha lido sobre essa experiência.
    É novamente pseudociência a tentar mascarar-se de ciência.

    A experiência foi:
    “In one experiment, students were shown a list of words and then asked to recall words from it, after which they were told to type words that were randomly selected from the same list. Spookily, the students were better at recalling words that they would later type.”

    Ou seja, é-me mostrada uma lista de 10 palavras, por exemplo.
    Eu lembro-me de 7 delas.
    Seguidamente é-me dito para escrever 8 palavras da mesma lista e seleccionadas “à sorte”.

    Como as 7 palavras que eu me lembrei anteriormente estão na lista de 8 que acabei de escrever agora, então a conclusão deles é que eu quando me lembrei das 7 palavras estava na verdade a lembrar-se das 8 que escrevi a seguir.
    Ou seja, a conclusão é que previ o futuro.

    É um argumento falacioso, pseudo.
    É um non-sequitur.
    Não faz sentido.

    Na outra experiência:
    “In another study, Bem adapted research on “priming” – the effect of a subliminally presented word on a person’s response to an image. For instance, if someone is momentarily flashed the word “ugly”, it will take them longer to decide that a picture of a kitten is pleasant than if “beautiful” had been flashed. Running the experiment back-to-front, Bem found that the priming effect seemed to work backwards in time as well as forwards.”

    Ou seja, se me fôr dita a palavra FEIO, ou a palavra BONITO, a imagem de um gatinho vem-me mais facilmente à cabeça quando é-me mostrada inicialmente a palavra bonito.
    Eles dizem que o contrário também é verdade: se eu penso num gatinho, então é-me mais fácil ligar isso à palavra BONITO do que FEIO.
    Conclusão deles: é uma evidência que consigo prever o futuro (de que sei a palavra que vai aparecer).

    É mais um argumento falacioso, pseudo.
    É mais um non-sequitur.
    Não faz sentido.

    Curioso que já existem tentativas de replicar a experiência, e tem dado outras conclusões.
    Porque será?
    😛

    O que me deixa estupefacto é como a New Scientist divulga isto sem haver uma análise critica do que está a ser dito.
    Tal como digo no post em cima, o pensamento crítico é que é essencial, e parece que quem escreve este tipo de artigos, acha que não.

  14. newscientist.com…

    Eu sou eu.
    Se estiveres em Hogwarts, não esperes que o computador funcione, aquela área esta protegida contra tecnologia. Falando de magia, dada a evolução necessária um aparelho com neuro-interface e capacidade de manipulação de matéria a um nível sub-atómico em forma de varinha seria capaz de reproduzir a magia representada na historia (ou a maioria).

    Já repararam na quantidade de pessoas que tiveram sucesso depois de terem desistido da escola??
    E estas pessoas trazem inovação aos contrario de quem fica fiel à escola e ficam formatados ao que aprenderam e à maneira como aprenderam(incluindo professores). Isto é mau para o progresso…

    Já agora já viram isto: http://www.newscientist.com/article/dn19712-is-this-evidence-that-we-can-see-the-future.html

  15. Apesar destes (meus) comentários sobre um assunto um pouco tangente ao post, deixem-me reiterar que:

    O objectivo do post é alertar as pessoas para a importância do pensamento crítico no mundo actual, corrigir alguns lapsos jornalísticos, e sobretudo tentar que as pessoas não caiam nas fraudes praticadas pelos burlões.

    abraços!

    1. “Também quero, Prahlad… qual é o segredo? Podes dizer…”
      “Ah, comes e bebes às escondidas!” Está bem, vou fazer o mesmo e anunciar a todos que também tenho o poder de criar o “próprio” alimento. Não podem é ver como faço… MILAGRE!!! MILAGRE!!! oppss… ´
      (Até os da aldeia sabem que Prahlad é mais um impostor a juntar-se a tantos outros milhões.)

  16. Tiago,

    Deixe-me só acrescentar mais este pormenor para a “minha ciência social”.
    A educação tenta mascarar-se de objectiva. Sempre foi assim. Daí que assume que uma forma de ensinar é ideal para toda a gente. Para a educação tradicional, uma forma de ensinar deveria dar os mesmos resultados para todos (como no caso da ciência, quando fala da gravidade, por exemplo).

    Mas a verdade é que isto é mentira.
    E devido a isso, Einstein, por exemplo, saiu da escola.
    Bill Gates saiu da Universidade.
    E dezenas de milhares de americanos (talvez mais?) saem do ensino secundário para nunca mais voltarem.

    Por isso é que Duckworth, Robinson (temos posts dele aqui no blog), e muitos outros defendem uma “revolução de pensamento” nas áreas educativas.
    Porque esta forma de pensar só leva a que se “castre a criatividade” dos alunos.
    Só leva à exclusão, e não à inclusão.

    E tudo devido à educação imaginar-se como ciência social, como objectiva, em que uma forma de ensinar tem que resultar para todos.

  17. Sérgio,

    Quando digo: “Dessa sociedade chegamos à sociedade actual, devido à ciência, à educação dessa ciência, ao pensamento crítico, à curiosidade racional.” <--- obviamente que estou a falar da curiosidade do Homem, da educação feita por esse Homem. A pesquisa científica é feita pelo Homem. Da mesma forma, quando digo que deve haver um maior pensamento crítico, esse pensamento crítico deve ser feito pelo Homem (e não por ratos, por exemplo). Mas olhe que um prego pode estar cravado numa mesa por um martelo, e não ter sido o Homem. Até na TV já vi macacos a fazerem isso. Da mesma forma, que eu saber que existem mais elementos humanos na minha casa do que no meu vizinho, pode ser comprovado por todos que saibam olhar e perceber quantidades. Mesmo que não saibam contar. Os extraterrestres não precisam saber contar como nós, para perceberem que existem mais estrelas em Andrómeda do que na Via Láctea. Da mesma forma, as leis da gravidade existem, quer na Terra (cai-se) quer no espaço (a luz curva quando passa perto de objectos maciços) independentemente do Homem, dos macacos, das avestruzes, ou seja de quem fôr. Esse conhecimento, científico, existe por si só. É objectivo. Independentemente do Homem o conseguir decifrar ou não 😉

  18. Tiago,

    Obrigado por gostar do blog.
    Quanto à sua crítica, é “completamente ao lado”, tendo em conta uma má interpretação de leitura da sua parte
    😉

    Eu gosto bastante do tema da religião, e da espiritualidade, no entanto, vê no texto que faço uma clara distinção entre o que é a ciência e o que é religião.

    Eu gosto bastante de arte. Aliás, sempre que vou a NY visito normalmente 3 museus: 1 é de ciência, e 2 são de arte. No entanto, vê no texto que faço uma clara distinção entre arte e ciência (por alguns, no passado e actualmente, na ciência, não fazerem essa distinção é que se cai várias vezes no argumento falacioso – não objectivo – que se uma teoria é “bela” então deve ser verdade).

    Metade do ano sou pago pelo departamento de educação. O meu Doutoramento é em Educação Científica. Educação é considerada “ciência social”. Logo, seria um disparate eu dizer que não acredito naquilo que faço.

    O facto de comparar com a “ciência Criacionista” tem a ver com colocar-se um título, neste caso ciência, e pensar-se que só por causa disso, então é-se isso. Ora, isso é uma mentira.
    Da mesma forma que o Mestre de Reiki que é “Reconhecido Honorávelmente Pela Faternidade Branca e da Federação Galáctica”… isto é só palavreado para enganar parolos. O que raio faz desse homem um Mestre? Quem é a Federação Galáctica?
    Ou seja, só por se colocarem nomes e títulos, não faz da pessoa algo que não é.

    Da mesma forma, as auto-proclamadas ciências sociais, não são ciência.
    A ciência, como defini no meu post, é objectiva. Se eu hoje me atirar abaixo de um prédio de 20 andares aqui em Austin, e amanhã um amigo meu se atirar abaixo de um prédio de 20 andares no Porto, pode ter a certeza que iremos cair à mesma velocidade. Não depende onde estou, não depende das pessoas, etc, depende somente da gravidade. É independente das pessoas, é independente do sítio, etc. A gravidade pode ser comprovada em qualquer lado por qualquer pessoa.
    Como sabe, com a sua sociologia não se passa isso. Depende bastante das pessoas. Ponha-se tudo igual, mude-se as pessoas, e podemos ter resultados diferentes. Logo, sociologia não é uma ciência.

    O Tiago não devia ficar decepcionado por eu dizer a verdade: que a sociologia é subjectiva, e daí, segundo a minha definição, não é ciência.
    Pelo contrário, o Tiago deveria celebrar esse facto. O Tiago deveria celebrar o facto da sociologia ser subjectiva e depender tanto da subjectividade humana.
    Isso deveria ser motivo de orgulho, e é daí que advém as grandes contribuições e a diferença positiva que a sociologia tem.
    Não gaste as suas energias tentando defender algo que só subestima as qualidades da sociologia, e tenta colocá-la numa “gaveta” que não é a sua.

    (já que é sociólogo, deixe-me dizer-lhe que sinceramente, o seu comentário fez-me lembrar o das mulheres que tentam mostrar que “são como os homens”. As mulheres têm tantas excelentes qualidades, e muitas delas (a maioria?) melhores que os Homens, mas no entanto tentam ser como os homens, mais frias, mais “desligadas”, etc… ou seja, em vez de celebrarem o que são, e verem tudo de excelente que têm… não… provavelmente um sentimento de inferioridade que só existe na cabeça delas, fá-las tentar perder tempo a defender que “são” Homens. Em vez de celebrarem a diferença, e mostrarem que pela diferença podem ser melhores que os homens… não… tentam dizer que são o que não são)

    (o mesmo se passaria comigo se fosse, por exemplo, para engenharia. Tentaria defender o que não sou. Não tenho uma mente para a engenharia. Se sei isso, então para quê perder tempo a defender que sou engenheiro? Não sou. E prefiro gastar esse tempo a celebrar aquilo que sou)

    O mesmo se passa com a sociologia quando tenta dizer que é uma ciência, objectiva, quando não o é. Em vez de perder tempo com isso, em vez de tentar-se mascarar de ciência nos títulos, deveria celebrar as vantagens da diferença para a ciência.

  19. que eu saiba, a causa de um prego estar cravado na mesa, nao é do martelo, mas sim do homem. se o mundo pula e avança é porque o homem faz por isso. a criação de metodologias ajuda e organiza. mas é um meio, nao deverá nunca ser o fim… não chegámos à sociedade actual por causa de ciencia, mas por causa do homem (que não passa de uma simbiose relativamente funcional entre um ser racional e emocional)

    • tiago fragoso on 29/11/2010 at 17:44
    • Responder

    Quero deixar aqui minha crítica. Sempre gostei do blog e sou um leitor assíduo, mas não posso concordar com o que disse sobre as ciências sociais. Primeiro dizer que elas não são “ciência”, até aí tudo bem, acostumados estamos com esta crítica dos cientistas naturais, mas daí a estabelecer comparação com “ciência criacionista” é um absurdo!!

    As pesquisas feitas pelas ciências ditas sociais, antopologia, sociologia, etc, são tão baseadas em evidencias, controle metodológico e racionalidade quanto as ciências naturais, física, quimica e outras. A diferença está que a matematização das ciências sociais é escassa comparadas com as outras.

    Outra coisa, esse preconceito com as ciências sociais estaria baseado no fato de que elas não produzem “verdades”?? Mas o fato é que o objetivo da ciência não é produzir verdades, esta é a tarefa da religião e dos “pseudo” como você fala. O que a ciência produz são explicações baseadas em evidências empíricas e controle metodológico, as quais por sinal podem sempre ser falseadas como nos diz Karl Popper. As ciências sociais também fazem assim, ademais como não poderia deixar de ser.

    Fiquei um tanto decepcionado com esta parte do artigo, apesar de concordar com a idéia central. Comentário de um sociologo.

    agradecido.

    1. Sociologia é pseudociência. Sociologia é tão ciência quanto astrologia, quiromancia, homeopatia e outras bobagens que também são consideradas “ciência”.

  20. Se gostarem deste post/artigo, por favor partilhem no Facebook, façam Tweet, enviem e-mails, divulguem ao máximo.

    O objectivo do post é somente alertar as pessoas para a importância do pensamento crítico no mundo actual, corrigir alguns lapsos jornalísticos, e sobretudo tentar que as pessoas não caiam nas fraudes praticadas pelos burlões (e não faltam exemplos dessas charlatanices, com links, neste post).
    E isso, deve ser divulgado pelo maior número de pessoas.

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