Viajar para outras estrelas

alien travelling

Fico sempre surpreendido quando alguém diz que as distâncias entre as estrelas são demasiado grandes para alguma vez nós podermos viajar entre estrelas, ou os ETs poderem viajar até à Terra.
É certo que as distâncias entre estrelas são enormes: se formos à velocidade da luz, demora-se 4 anos para se chegar à estrela mais próxima do Sol; mas à velocidade actual de sondas não-tripuladas como a Voyager 1, que vai muito rápido, demoramos 73 mil anos para chegar à estrela mais próxima do Sol.
E há algumas razões para os ETs não viajarem até à Terra, sendo que a maior delas é que a Terra não é nada de especial – é um pequeno ponto no espaço, que nem se vê se sairmos do nosso quintal.

No entanto, também me parece certo que assumir que nunca conseguiremos conquistar essas distâncias parece-me uma tremenda falta de imaginação.
E parece-me isto por 3 razões:

1 – Evolução da Tecnologia:

Há 100 anos era impossível tecnologicamente (de carroça) chegarmos à Lua, mas o certo é que 6 décadas depois lá chegamos.
Assim como há 500 anos seria impossível compreender o núcleo do Sol, mas entretanto já o compreendemos.
E muitos outros exemplos…

Ou seja, parece-me não só possível, mas extremamente provável que daqui por 100 ou 200 anos tenhamos tecnologias que actualmente seriam consideradas “mágicas”, e que tenhamos “motores” que actualmente são considerados impossíveis.

2 – Tempo de Vida dos ETs:

Fico sempre estupefacto quando alguém imagina que os ETs têm um tempo de vida similar ao nosso.
Não existe qualquer razão para isso acontecer.

As moscas, por exemplo, vivem cerca de 20 dias. Para elas, nós somos imortais.
Nós vivemos cerca de 70 anos. Para nós, as tartarugas gigantes com 500 anos são quase imortais.

Não me admiraria que com uma biologia completamente diferente da nossa, os ETs pudessem viver, por exemplo, 1000 anos.
Ao viverem 1000 anos, parece-me óbvio que não se importariam de atravessar as distâncias estelares.
Com a tecnologia adequada, as distâncias até poderiam na mesma ser grandes, mas poderiam ser o equivalente às viagens pelo Atlântico no tempo de Colombo: demoravam, mas eram perfeitamente possíveis durante o tempo de vida.

3 – Tempo de Vida dos Humanos:

Há 10.000 anos atrás, quando o Homem desenvolveu a agricultura, a esperança de vida dos humanos era de cerca de 20 anos.
Actualmente é cerca de 70 anos.

No último século tivemos grandes avanços nesta área, devido a melhores condições de higiene social, avanços na medicina que nos permitem superar melhor as doenças, e grande avanço na sobrevivência nos primeiros anos de vida.
O século XXI poderá ser pródigo em avanços na genética que nos fará viver muito mais tempo.

Aliás, saiu recentemente uma investigação de uma equipa liderada pelo Dr. Ron DePinho, que conseguiu inverter a degeneração da idade nos ratos, permitindo que ratos na 3ª idade tivessem uma saúde de ratos na adolescência, como podem ler aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui.

The Colbert Report Mon – Thurs 11:30pm / 10:30c
Ronald DePinho
www.colbertnation.com
Colbert Report Full Episodes Political Humor & Satire Blog</a> March to Keep Fear Alive

Além disso, mesmo na natureza, por exemplo, temos a Turritopsis que consegue viver para sempre, rejuvenescendo continuamente.

Assim, não me difícil conceber que daqui por algumas décadas consigamos aplicar nos Humanos as técnicas que hoje testamos nos ratos, e quiçá até aplicar nos humanos a natureza existente na Turritopsis.

Dessa forma, os avanços genéticos poderão fazer com que a nossa esperança de vida suba em flecha, para valores, por exemplo, de 10.000 anos, com rejuvenescimento continuado.

Nessa altura, se nós pudermos viver 10.000 anos, e a nossa tecnologia avançar ao ponto de podermos fazer a viagem até Proxima Centauri em 85 anos (o teórico Projecto Orion contempla isso), então parece-me que viajar entre estrelas será tão casual como actualmente viajar entre continentes. Ou seja, demora um pouco, mas faz-se bem.

29 comentários

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  1. cienciahoje.pt…

    Outro artigo interessante sobre rejuvenescimento:
    http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=47857&op=all

  2. Esqueci-me de dizer que o facto de a velocidade da luz ser considerada um limite intransponível, não quer dizer que não possam haver partículas a viajar a velocidades superiores à da luz. A estas partículas foram dadas o nome de taquiões. Estas partículas seriam criadas com velocidades superiores à velocidade da luz c, e a sua velocidade nunca poderia descer até chegar ao limite da velocidade da luz. Há modelos teóricos que prevêem a existência dos taquiões, mas até à data eles nunca foram detectados. A exitência de taquiões traria uma série de problemas ao nível da causalidade e seriam possíveis fenómenos em que o tempo teria o sentido inverso.

    Há outro fenómeno interessante que não referi. É que é de facto possível ultrapassar a velocidade da luz num determinado meio. Chama-se a isto efeito Cherenkov. Assim é possível que uma partícula atravesse um meio como por exemplo a àgua a uma velocidade superior à velocidade da luz nesse mesmo meio, velocidade esta que é inferior à velocidade da luz c no vácuo. Assim a partícula terá na água uma velocidade superior à velocidade da luz na água (que é 0.75c), mas terá sempre uma velocidade inferior à velocidade da luz c no vácuo.

  3. A velocidade da luz é tanto quanto sabemos uma barreira física, intransponível. Para se atingir e ultrapassar a velocidade da luz seria necessário uma energia infinita. Esta lei é verificada com grande precisão no LHC onde os protões poderão viajar até 0.999999991 c.
    Os cientistas simplesmente não conseguem fazer o feixe ultrapassar a velocidade da luz c e quanto mais tentam aumentar a velocidade dos protões, mais difícil é aumentar essa velocidade, precisando de uma grande quantidade de energia para cada aumento mínimo de velocidade. A esta velocidade próxima da luz, a energia necessária para os manter a circular é já muito elevada. Recorde-se que um protão pesa 1.67 × 10^-27 kilogramas. Quando o LHC estiver a operar à energia máxima prevista, um protão pesará cerca de 7500 vezes mais. Por analogia se fosse um ser humano de 80 kg a esta velocidade, a massa dele seria de 600 toneladas.

    • Rogério Gonçalves on 06/12/2010 at 00:44
    • Responder

    Também desconhecia esse material, bem sugerido.
    Obrigado.
    Cumps.

  4. Rogério,

    Supondo que o “corpo irreconhecivel” será o da nave, então é fazê-la daquele material que se lembra da forma
    😉
    http://en.wikipedia.org/wiki/Shape_memory_alloy
    😀

    • Rogério Gonçalves on 05/12/2010 at 23:53
    • Responder

    O Contexto interessante do Post levou-me a um conjunto de pesquisas e estudo sobre a teoria da relatividade, e fiquei surpreendido com o que encontrei e mais ainda com a capacidade do génio que foi Albert Einstein e isto nos anos de 1905 e seguintes quando ainda não havia computadores para auxílio de trabalho.
    Sendo tão “conhecida” esta sua teoria, receio mesmo que poucos a compreendem como eu próprio tenho muitas dificuldades de a entender. Daí a afirmação que anteriormente fiz neste post, sobre a possibilidade de se vencer a barreira C, creio ter sido algo leviana, afinal há variáveis que nunca tinha estudado, mesmo gostando da física como sempre gostei.
    Massa e energia no mesmo computo, sendo que a 2ª se converte na primeira quando se acelera um corpo a velocidades elevadas, isto nunca o tinha imaginado.
    Bom um corpo que se desloque a mais de 80% de C ganhe sucessivamente massa e tenderá para o infinito no limite de C., leva-me a concluir que é uma barreira teórica intransponível à luz do conhecimento actual, dado que uma massa infinita seria maior que o próprio Universo.
    No contexto da dilatação do tempo também algumas variáveis só poderão ser teóricas: Isto é, um corpo que se desloque a 99% de C, chegaria a Centauri em 5 meses e teriam passados 10 anos na Terra, se tivermos em conta o aumento da massa em muitas toneladas devido à energia que se converteu, então esse corpo ficará irreconhecível. Ou estará algo errado neste raciocínio?
    Assim sendo o assunto ficará para novas etapas do conhecimento. Mas o tema abre as portas para muita imaginação.
    Cumps.

  5. Sinceramente, não sei 🙂

  6. “No limite, à velocidade da luz, precisaremos de energia infinita (impossível), teremos uma massa infinita (impossível), e basicamente estaremos parados… em todo o lado.”

    Não chegara a uma altura em que a massa da nave começa a causar efeitos substanciais no espaço?? Que efeitos são?? Podemos tirara partidos deles??

  7. Pois, essa ideia está muito disseminada na ciência e na ficção científica.

    Pessoalmente, não concordo com ela.

    A luz demora 4 anos a ir da Terra a Próxima Centauri.
    Se eu fosse numa nave e demorasse 2 anos a chegar lá, então eu iria mais rápido que a luz.
    No entanto, eu ficaria mais velho 2 anos na mesma. Não ficava mais novo.
    O tempo continuava para a frente, e não para trás.

    Eu penso é que essa ideia do “tempo voltar para trás” a velocidades superiores à da luz, será um entendimento incorrecto da Teoria da Relatividade.
    (parece mentira, eu, que não sou cosmólogo, dizer que o especialista Hawking está enganado)

    Penso que em vez de se tentar andar mais rápido que a velocidade da luz, é melhor olhar-se para a Teoria da Relatividade, nomeadamente o fenómeno da Dilatação do Tempo.
    http://www.astropt.org/2009/01/31/teoria-da-relatividade-dilatacao-do-tempo/
    A Galáxia de Andrómeda encontra-se a 2 milhões de anos-luz.
    É possível lá chegar em 60 anos, SEM ultrapassar a velocidade da luz. Basta ir a 99,99% de C.

  8. Lembro-me de que Stephen Hawking disse uma vez que, se fosse possível a uma nave ultrapassar a velocidade da luz, a mesma nave voltaria no tempo (como uma bola lançada na parede, ricocheteia e volta). E se moveria mais pro passado, quanto mais rápido fosse a nave.

    Não estou certo dos exemplos citados, nem se ele se referia só a partículas ou a naves inteiras, mas o conceito seria esse.

    Pra mim, faz muito sentido, já que com a senhora luz, alguma coisa sempre tem que ceder, menos ela (que seja o tempo então). E se for assim, ir mais rápido que a luz só nos faria chegar rápido ao destino se usássemos alguma estratégia envolvendo viagens no tempo.

  9. bigkax,

    Neste momento, não é o mesmo para a C.
    Não se diz que não se consegue atravessar essa barreira por motivos tecnológicos, mas sim por motivos de lei universal.
    Há ideias para contorná-la… ou seja, poder aparentemente ir a mais de C sem realmente ir a mais de C.
    Star Trek, Star Wars, Stargate, e muitos outros falaram de algumas dessas possibilidades.
    Mas isso são respostas que contornam C, e não como no Som em que simplesmente a nave atravessa como se não fosse uma barreira.
    😉

  10. “No passado, quando alguém dizia que não se podia ultrapassar a velocidade do som, foi sempre por motivos tecnológicos.”
    Não será o mesmo para a C?? Só por que ainda não sabemos não quer dizer que seja impossível, existem varias teorias que não envolvem FTL, nomeadamente diminuir a distancia ente origem e destino, aceder a outras dimensões(hiperespaço) e ate há quem fale na possibilidade de mover o espaço em vez da nave…
    Não temos conhecimento do universo suficientes para dizer se é possível ou não “darmos a volta” à barreira. Será que no futuro alguém vais estar na mesma situação com uma barreira diferente??

    Não serão o equilíbrio e perspectiva(consigo tocar na ponta do nariz com os olhos fechados) sentidos?

  11. theonion.com…

    esqueci-me de referir 2 outras coisas:

    – ETs quanticos: gostei do conceito! E dessa “acção fantasma”.

    – ETs Geeks?
    Fez-me lembrar os ETs Nerds do jornal satírico The Onion:
    http://www.theonion.com/articles/earth-contacted-by-extraterrestrial-nerds,1044/

  12. Ultrapassar a velocidade da luz, é diferente do som.

    No passado, quando alguém dizia que não se podia ultrapassar a velocidade do som, foi sempre por motivos tecnológicos. Achavam que nunca teríamos tecnologia suficiente para isso.
    Ou seja, não era um problema de se violar uma lei universal, mas somente falta de tecnologia.

    Tal como se um Neandertal chegasse a uma praia e olhasse para o Oceano Atlantico, ele não via qualquer barreira. Ou seja, em principio não haveria qualquer lei a dizer que ele não podia atravessar. O único problema é que ele não tinha tecnologia para o fazer.
    Esta era a mesma razão dada para o som.

    Claro que houve outras razões dadas na altura que se sabe são completamente erradas.
    Como quando diziam que o corpo humano iria se desfazer, as pessoas iriam sangrar pelas orelhas, etc….
    Mas nós conseguimos também criar tecnologias para minorar os problemas de viajar a essas velocidades em que apanhamos com vários G.

    Já a C parece ser uma lei universal.
    Irmos a essa velocidade levaria a que o tempo parásse e que a nossa massa fosse infinita.
    Não parece ser possível.
    Não é por uma questão tecnológica, mas sim por uma questão de lei universal.

    Tal como as máquinas de movimento perpétuo não serão possíveis.
    É um problema de lei, e não de tecnologia.

    Claro que sendo a C uma barreira, e não um limite… quiçá não haverá forma de “darmos a volta” à barreira…
    😉

  13. Notem quantas variáveis para trabalharmos a vida ET:

    Idade ou tempo de vida de cada indivíduo (como o Carlos mesmo disse).

    Velocidade de processamento (falo da rapidez do pensamento, que não tem que ser igual a nossa, e muito provavelmente, no caso de ETs inteligentes, não seria)

    Sentidos diversos, além dos que conhecemos,:

    Visão (percepção eletromagnética)
    Audição (percepção mecânica)
    Tato (percepção mecânica)
    Olfato (percepção química)
    Paladar (percepção química)

    Podem haver outros:

    Percepção quântica? (algo como saber o que se passa a milhares de quilômetros, instantâneamente)

    Compreensão do universo (podem ter pontos de vista incompreensíveis para nós, como ver o universo como um sonho, ou como um ser vivo, ou como algo que não existe)

    Interação (serão como Leões, pouco sociáveis, ou como formigas, valorizando mais a vida do grupo que a do indivíduo?)

    Cultura (será que comem os velhos depois que esses adquirem certa idade? Será que veneram alguma coisa como um Deus? Será que são loucos por tecnologia? ETs Geeks?)

    Sexo (serão assexuados? Homossexuais por natureza?)

    O que tudo isso tem a ver com as viagens espaciais? Acho que cada ponto conta.

    E quanto a tecnologia, eu penso: venceremos a barreira da luz, como vencemos a do som? O que uma civilização com mais de um bilhão de anos de idade tecnológica pode e não pode fazer? Elas não existem? É tempo demais para uma civilização existir? E por que seria?

    • Rogério Gonçalves on 04/12/2010 at 02:57
    • Responder

    Um post optimista, lógico e poderá ser uma realidade no futuro.
    Também partilho que não existem limites para a capacidade científica no caso concreto da ultrapassagem do limite da velocidade máxima, a da Luz. As leis da física, da química, da gravidade da atómica ou da electro-magnética sempre existiram, não são construidas em regra por nós.
    Construimos sim, as tecnologias depois de as conhecer. Se no Universo algo se moveu ou se move a velocidades superiores á da luz, nós também poderemos vir a saber como é, ou desenvolver essas condições.
    Em todo o caso, creio que a conquista do espaço passará préviamente e durante ainda muitas décadas por etapas no nosso sistema solar.
    Talvez se possam construir super-estações espaciais totalmente autónomas,
    tanto em energia como de apoios de vida que orbitarão a Terra, a Lua, Marte e outros planetas. As gerações de astronautas, farão esse modo de vida laboral com visitas e férias aos solos no mínimo para se pesarem, já que a bordo não o podem fazer.
    Enquanto não se pode ir ao espaço fácilmente, vamos usando o Google Earth,
    Um espectáculo de aplicação que era impensável à 30 anos atráz.
    Cumps.

  14. “Um viajante estelar terá sempre de perder a sua cultura.”
    Eu nasci num lar católico e não é por isso que deixo de usar roupa de vários materiais, tratar as mulheres como iguais e se tivesse filhas não as venderia para a escravatura, etc. Portanto perder cultura não tem de ser mau…

  15. Olá a todos,

    Notem que eu não considerei a hipótese de se “bater” a velocidade da luz.
    Para não ser muito controverso, deixei na mesma que essa velocidade fosse o limite.
    Optei foi por outras hipóteses que, mesmo com esse limite, permitem fazer essas viagens sem problemas.

    Aliás, o mais que considerei foi o projecto Orion, que permite chegar em 85 anos a Proxima Centauri.
    O que é “um segundo” se conseguirmos viver 1000 anos, por exemplo.

    Quanto à questão económica, não faltam motivos para se fazer viagens diárias a asteróides ou ao planeta Neptuno, como já expliquei em posts anteriores.
    Por isso, penso que uma empresa que faça isso, só irá ficar rica (se o fizer por motivos comerciais).

    “Um viajante estelar terá sempre de perder a sua cultura.”
    <--- não percebo porquê. Esta é uma frase que assume um tempo de vida semelhante ao que temos. Poderá existir equivalência entre: - uma mosca que vive 20 dias, e consegue voar entre ruas. - um humano que vive 70 anos, e consegue voar entre continentes. - um futuro astronauta que consegue viver 1000 anos e consegue viajar entre estrelas. Nenhum deles perde a sua cultura ou identidade. É tudo relativo à esperança de vida que se tem. Foi isso que explanei em cima. abraços!

  16. Convinha também conseguir estabelecer uma forma de comunicação muito mais rápida que a luz… porque demorar 4 anos a chegar à 2ª estrela mais próxima não me parece mal de todo, para uma fase inicial, mas demorar 8 anos para ter uma resposta a uma “está tudo bem?” parece-me pouco comportável.

  17. Os Asgard(Stargate) clonavam-se e transferiam a consciência de corpo para corpo sendo virtualmente imortais.
    http://stargate.wikia.com/wiki/Asgard#Physiology

    • Jorge Almeida on 03/12/2010 at 13:35
    • Responder

    Concordo plenamente com este post. Aliás, uma das afirmações que mais me merece perplexidade foi a que é atribuída a Einstein de que era impossível ultrapassar a velocidade da luz. Se esta afirmação foi de facto efectuada por Einstein, então revela alguma miopia que não era pensável num génio como ele. A história está repleta de factos que eram considerados inultrapassáveis e a ciência e persistência humanas têm vindo a ultrapassar limites atrás de limites. Sou muito optimista relativamente a que possamos vir a desenvolver tecnologias que nos permitam viajar a velocidades superiores à da luz para podermos “colonizar” outros mundos, dado que o nosso, ao ritmo de crescimento da população humana com as consequentes faltas de recursos para a sustentar, ir-se-á tornar num inferno e obrigará a procurar outros locais para nos expandirmos. Acho até que isso já deveria estar a ser feito a um ritmo acelerado porque o crescimento está a tornar-se exponencial e os tempo poderá ser muito mais escasso do que agora se pensa.

  18. O que é tremendamente lamentável, é que quando essas fabulosas descobertas forem feitas eu já não estarei mais aqui para desfrutá-las. 🙁

  19. Creio que este é um ponto de vista excessivamente optimista. Tem de haver alguma motivação económica para fazer avançar tecnologias tão complexas como estas. É aí que encalhma ideias mais simples como a colonização de Marte. Enquanto for milhões de vezes mais barato colonizar o deserto de Gobi ou o fundo do Oceano, a exploração espacial terá sempre um limite económico muito mais forte que o limite tecnológico.

    Em termos da Física, só se pode viajar até quase à velocidade da luz (se não mantivermos este pressuposto, mais vale pensar em viagens instantâneas e nem sequer há problema :-). Assim, demorar centenas ou milhares de anos entre viagens, se pensarmos nas pessoas que deixamos na Terra, nunca será como as viagens do passado ou presente. Um viajante estelar terá sempre de perder a sua cultura. E isso acarreta um peso social muito grande.

    Há uma possibilidade interessante (mas no reino da SciFi) que é a descrita em vários livros do Greg Egan: os humanos deixam de existir como tal e há apenas softwares conscientes. Como este software é eterno e apenas composto por informação, os tempos de viagem à velocidade da luz são irrelevantes. Cada mente torna-se um pacote na internet galáctica em constante sincronização. Mas enfim, isto seria muito à frente 🙂

    Cumprimentos,

    1. Uma questão que já foi levantada por alguns cientistas e astronômos é a seguinte: tudo bem, uma espécie inteligente tecnologicamente mais adiantada do que a nossa, consegue viajar entre as estrelas, pelo menos entre as estrelas mais próximas do seu sistema solar. Qual seria a intenção que teria ao se deparar com outra espécie inteligente habitando o planeta alcançado. Evidentemente não sera amistosa, pois aquela especie passaria a ser um impecilho para a ocupação desse planeta, de sua colonização, etc. Daí a pergunta: podemos confiar nos aliens?

      1. Sim, podemos.

        Esse argumento também já foi explicado aqui no blog 😉

        • Aldrin on 30/08/2013 at 13:39

        O slogan do Obama não é suficiente para responder a essa pergunta. Não li sua explicação mas até o Stephen Hawking já fez um alerta sobre isso. O fato é que a tendência é a de existir apenas uma espécie dominante em cada planeta. A existência de duas espécies inteligentes nesse planeta já é um prenúncio de conflito, quer queira ou não. Talvez não seja uma boa ideia ficar mostrando nossa localização para eventuais civilizações alienígenas. Veja o caso do ser humano alcançar um planeta habitável em outro sistema solar, capaz de abrigar uma população de colonos e nele já haver uma espécie inteligente dominante. Você acha que naõ irá acontecer choques de interesses? Basta lembrar a conquista da América pelos europeus.

      2. “O slogan do Obama não é suficiente para responder a essa pergunta.”

        De acordo. Mas também porque ainda não há tecnologia para isso.

        “Não li sua explicação”

        Tem que ler.

        “mas até o Stephen Hawking já fez um alerta sobre isso. (…)”

        Tudo o resto é o que foi dito por Hawking… para efeitos de marketing… e que está errado em termos de astrobiologia.
        Já explicado no blog. 😉

        abraços!

        • Aldrin on 31/08/2013 at 23:53

        Sabe, Carlos. A terra é uma jóia rara no universo. Para perceber isto basta examinar os exoplanetas que foram até agora descobertos. Você acha que uma espécie inteligente, tomando conhecimento desse nosso planeta, não irá lançar olhares cúpidos sobre ele? É claro que vai. Se por acaso conseguir chegar até aqui, depois de um esforço descomunal, evidentemente que também vai querer desfrutá-lo. Esta é uma situação que pode ser considerada até natural. Como também será a nossa reação para não permitir isso. Só que no choque de civilizações, por enquanto é certo que sairemos perdendo. Uma espécie capaz de fazer viagens interestelares está muito acima da humanidade em termos tecnológicos. Pode ser que em um embate pela supremacia das duas espécies pela terra as coisas não aconteçam como na conquista da América. O nível de dominação poderá ser diferente, menos trágico, mais indolor. Mais sempre existirão perdas. Então, a partir desse ponto de vista, considero a preocupação de Stephen Hawking perfeitamente válida.

      3. O Stephen Hawking não tem uma preocupação. Porque esse argumento é inválido, não tem qualquer nexo. Basta entender de astrobiologia. Já está perfeitamente explicado noutros artigos, basta lê-los.
        Hawking teve um argumento baseado no marketing, como também já foi explicado noutros artigos. Novamente, basta ler os artigos.

        Se quiser aprender, deve ler os outros artigos.
        Mas por favor não me faça perder mais tempo com esse tipo de argumentos baseados na ignorância da evolução temporal.

        abraços

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