Ameaça Pseudo

bleep

What the Bleep do We Know?” (o que sabemos?) é um documentário que teve tremendo sucesso (em termos de publicidade e críticas) quer a nível da comunicação social, quer na net (está no YouTube), recebendo até vários prémios para melhor documentário.
A maior parte das pessoas adorou o documentário, porque finalmente lhes explicava o que era a quântica, dava-lhes conforto, e ainda lhes explicava o que a ciência não sabe.
De uma forma popular, e utilizando expressões da ciência (sobretudo quântica), o documentário explicava as ideias New Age de como o Universo está interligado através de “energias invisíveis”.
O que o documentário diz que faz é ligar a ciência (quântica) ao misticismo das “sabedorias ancestrais” (do “conhecimento milenar”).

Para quem ignora o que é a ciência, este documentário prova as suas dúvidas. Daí que não é de estranhar que este documentário tenha sido fortemente apoiado e aplaudido pela comunidade pseudo, sobretudo New Age.

Na verdade, este é um dos piores documentários de sempre.
Mente abertamente em algumas situações, usa expressões científicas indevidamente, põe não-especialistas a falar de ciência, e quando falam cientistas as suas palavras são indecentemente deturpadas para fazer avançar uma ideologia religiosa.
Ou seja, é o típico documentário-pseudo feito por mentirosos e charlatães que deturpa o conhecimento.
Daí que não é de estranhar que a comunidade científica tenha dito precisamente isso: este é um documentário cheio de disparates!

Aliás, é muito pior que disparates.
A produção é de uma seita religiosa fortemente influenciada por uma mulher no filme que tem seguidores que acreditam que ela consegue falar com um espírito chamado Ramtha que supostamente tem 35.000 anos!

Tudo isto não passa de um culto religioso imbecil, que através de um documentário em que põe palavras como “quântica” promove a imbecilização da população e ganha marketing com isso!

Mas muita gente é levada por estes esquemas de marketing mentirosos.
Os idiotas aceitam tudo que lhes é dito, mesmo vindo de não-especialistas que não sabem o que dizem!
É fácil enganar as pessoas desta forma, quando as pessoas não apresentam qualquer pensamento crítico e demonstram uma literacia funcional deplorável!

A personagem Deep Throat, dos Ficheiros Secretos, dizia: “And a lie, Mr. Mulder, is most convincingly hidden between two truths.”. A mentira é melhor escondida entre 2 verdades.
É o que este documentário faz. Promove a mentira, metendo algumas palavras verdadeiras da quântica pelo meio. E as pessoas são levadas!
Aliás, todos os pseudos usam esta técnica! E há pessoas que caem que nem patos nessas mentiras!

Afinal, a mesma técnica é usada nas pulseiras quânticas, no Reiki, etc.
Representam de forma completamente ignorante algumas expressões científicas, e ficam à espera que as pessoas que não sabem sobre o assunto acreditem no que eles dizem.
O objectivo é sempre o mesmo: fazer dinheiro com a estupidificação da população. Com isso promovem a imbecilidade das pessoas, o que leva essas pessoas a acreditarem mais no que lhes é dito!

Podem ler críticas detalhadas a este documentário: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.

CUIDADO COM ESTES VENDEDORES DE BANHA DE COBRA!!!

132 comentários

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  1. Eu que agradeço muito a atenção de vocês. Penso que se algum dia alguém realmente consiga a resolução de todos os problemas, como por exemplo, uma “fórmula mágica quântica” de ganhar dinheiro quase que instantaneamente, não necessitará cobrar por consultas, livros ou palestras, o fará totalmente de forma gratuita pois é de se supor que ele aplicou antes a “fórmula mágica quântica” para si próprio.

    • Manel Rosa Martins on 04/06/2013 at 13:37
    • Responder

    Olá a ressonância é um fenómeno registado também na Física do muito grande, é tem extremo interesse para quem o estudou.

    Tem ressonância mecânica, acústica, electromagnética, ressonância nuclear magnética (usada nas TV’s normais em nossas casas e na imagiologia médica) , e tem a ressonância do spin magnético do electrão (descoberta na estrutura fina dos elementos, nas barras que os identificam, foi assim que se decobriu o spin, ou momento angular intrínseco do electrão) que stá por sua vez relacionada com a função onda de Schroedinger e com a ressonância do comportamento, por exemplo da luz do sol, obervada como uma onda).

    Em resumo este fenómeno há muito conhecido e estudado todos os dias em todas as exepriências (pois faz parte da natureza de toda a Energia dsob a forma de matéria e de toda a Energia sob a forma de radiação, em suma de tudo o que observamos) é muito simplesmente a tendência que um dado sistema (um átomo aqui é um sistema) tem de oscilar com maior amplitude a determindas e específicas frequências.

    Exactamente como se observa, se tivermos um pouco de atenção, nas ondas do mar.

    Como o sisttema acumula o que se designa como energia vibracional aqui há terreno fértil apara muitas vigarices, dado que as pessoas não conhecem muito estes factos e não se dão ao trabalho de perguntar, como o fez, com notável bom senso, o Rafeel.

    Na Física Clássica distinguem-se a Energia Cinética ( a que estmoa s ver a actuar, por exemplo a luz ligadsa) e a energia potencial, por exemplo a que está armazenada numa mola sob pressão ou numa bateria dum carro.

    Na mecânica quântica juntam-se estas 2 energias numa só, num operador (chamado Hamiltoniano) que é uma expressão geométrica em 3 dimensões da evolução dum sistema ao longo do tempo.

    E assim se verifica o comportamento das partícula que surgem nas cristas das ondas.

    reparem, como serve para observarmos a energia sob a forma de matéria e sob a forma de radiação a equação de schroedinger de facto exprime tdoso os elementos do Universo e todas as radiações desses campos-força (a força gravítica está ainda sob debate científico ser uma força ou ser uma interacção com o teciso do espaço-tempo).

    Assim, as ligações que esse pseudo conhecedor da mecânica quântica afiram são todas uma mentira pegada de quem não sabe nem tem conhecimento doq ue está a dizer.

    É a linguagem típica dos vigaristas que andam a enganar as pessoas com base na seita religiosa new age, uma máfia que pulula na Internet ( e na prisão por roubo e falsificação, na Califórnia)l

    Caso resultasse sempre que ligávamos a TV, víamos as ondas do mar ou , quem sabe, pagássemos dinheiro a estes vigaristas teríamos todos o problemas amorosos financeiros e laborais resolvidos.

    É iguial à vigarice da Astrologia, talvez pior porque o alovo preferido destes criminosos são as pessoas fragilizadas por doenças e tantas vezes desesperadas por dificuldades muito sérias.

    Esse tla inefável personagem Hélio Couto não é assim um caso de cI~encia, é um criminoso que devrá ser lidado pela Polícia, mas como não sou especialista em criminologia é então um caso para as Autoridades com competência nessas áreas.

    O facto de o Rafael ter perguntado é a defesa dos cidadão, então o Rafael, para grande alegria de quem o lê, teve um comportamento de cidadão inteligente e exemplar.

    Muito Obrigado Rafael 🙂

      • Jonathan Hamelin Malavolta on 15/06/2017 at 02:20
      • Responder

      Agradeço muitíssimo sua farta explicação, gostaria apenas que me tirasse uma dúvida:

      Minha mãe anda ouvindo muito os vídeos do tal Hélio Couto, que eu sempre considerei um charlatão e sempre o disse abertamente. Hélio Couto é brasileiro (também somos) e estou pensando seriamente em denunciá-lo ao Ministério Público Federal por crime de charlatanismo (por aqui, é previsto em lei e punido com pena de detenção). Minha insiste em esparramar para meio mundo que está estudando Mecânica Quântica com tal charlatão e só gastei meus argumentos à tôa, não tem nada que a faça enxergar o charlatanismo do sujeito (na boa, até meus cães entendem mais que ele de Física Quântica, se me permite a brincadeira). Em um de seus vídeos, ele mistura (da forma que não se deve) Mecânica Quântica com Eletrônica. Mostrei inclusive que esse cara estava equivocado na ocasião pois até meu curso de Eletrônica Básica (que nem de nível técnico é de tão básico) mas nem isso adiantou, minha mãe apenas me respondeu “ele não é Físico, é Psicólogo”. Em outro de seus vídeos, Hélio Couto descreve (sem saber) um caso de suicídio por depressão e debocha da moça (a vítima suicida). De novo, corrigi e alertei minha mãe. A resposta veio rápida: “Ele não é Psicólogo, é Neurocientista.” Puta merda, e de que um neurocientista entende afina? Achei que fosse da mente humana, e a depressão é uma doença que afeta – de certa forma – a mente. Aliás, ao menos no Brasil, não existe a profissão “neurocientista”, a Academia por aqui reconhece o termo no plural, já que diversas ciências estudam a mente (Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, entre outras). Ou seja, se depressão é algo básico, que todo neurocientista deveria obrigatoriamente conhecer, me é inimaginável a figura de um neurocientista que ri, debocha de um portador de depressão e pior, demonstrando que nem sabe identificar uma depressão (quanto mais um suicídio derivado de uma crise depressiva). Caramba, eu já daria de ene a 0 nesse tal Hélio Couto há 35 anos atrás, e olha que só tenho 40 de vida! Entre outras coisas que quem conhece a notória figura charlatã já imagina o que não passo por aqui. No Brasil, existem pelo menos 200 instituições de ensino superior e centros de pesquisas que estudam especificamente a Física Quântica. Também temos por aqui o Currículo Lattes, plataforma web do CNPQ responsável por reconhecer a formação acadêmica de diversas áreas do conhecimento, nos 3 grandes campos, Humanas, Exatas e Biológicas. Hélio Couto, além de NÃO TER seu currículo (se é que ele realmente estudou algo; vejo que apenas trata seu sincretismo religioso como Ciência e a Ciência como sistema de crenças, num claro agigantamento do próprio ego) reconhecido por tal plataforma, NÃO FIGURA em nenhuma das instituições de pesquisa do referido campo por aqui (nem como aluno, nem como ex-aluno, nem como professor, nem como ex-professor). Diante do exposto, minha dúvida se resume nisso: Como faço para uma senhora que supõe-se não analfabeta científica (visto que é enfermeira de formação e a Enfermagem é uma Ciência) reconheça o charlatanismo desse indivíduo que não fala coisa com coisa e apenas camufla seu sincretismo religioso? Estaria prejudicando minha própria mãe, caso leve adiante minha denúncia ao Ministério Público Federal e peça uma pesada investigação ao senhor em questão?

      Em tempo: Não se trata aqui de brigar contra a religião, mas sim de uma defesa à honestidade intelectual. Alguém ensinar sincretismo religioso não é crime (ao menos no Brasil), estudá-lo também não. O problema que torna Hélio Couto um charlatão (como eu vejo essa delicada questão) é que ele quer porque quer que a Ciência seja vista como sistema de crenças e seu sistema de crenças seja visto como Ciência (isso sim, segundo a legislação brasileira atualmente em vigor, é crime de charlatanismo).

      1. O que eu sugiro é que procure afirmações vigaristas desse Hélio Couto sobre enfermagem ou sobre áreas da medicina que sua mãe conheça bem.

        As pessoas não têm literacia científica.
        Mesmo os cientistas não têm literacia científica em áreas de ciência que não as suas.
        No Brasil, só 6% das pessoas são literadas cientificamente.
        Assim, é normal que em áreas científicas fora da medicina/enfermagem, a sua mãe se deixe levar por afirmações vigaristas.

        Por isso, eu digo para procurar afirmações dele na área da sua mãe. Nessa altura, a sua mãe terá tendência para fazer valer o seu próprio conhecimento na área, e perceber que a outra personagem está a mentir.

        Quanto a levar isso ao Ministério Público, infelizmente o Brasil tem tido criminalmente casos muito mais importantes que isto… por isso não acho que eles dessem muita relevância a isto… mesmo sendo de lei 🙁

        abraços!

    1. Olá, Manel,

      Como vai?

      Estive olhando o site do Sr. Hélio Couto e ele parece estar ligado a pessoas influentes do nefasto partido político brasileiro PT.
      O que mais chama a atenção nele é a agressividade, típico de charlatães, pois deve receber muitas criticas e defende-se de antemão.
      Obrigada por sua resposta detalhada de Mecânica Quântica.
      Abracos,

  2. Carlos, você já ouviu falar em Hélio Couto? Ele diz ter desenvolvido baseado em anos de pesquisa sobre mecânica quântica o que chama de ressonância harmônica. Diz que de acordo com a necessidade de quem o procura por exemplo precisando de dinheiro,emprego,resolução de problemas emocionais e etc… grava em um cd que deve ser colocado para tocar, porém sem som, frequências que são enviadas diretamente para o inconsciente do indivíduo proporcionando grandes mudanças em sua vida. Diz que pode fazer o “download” para quem o procura de qualquer personalidade que se queira, como Lincoln, Einsten, Gandhi, também se você quiser aprender a tocar qualquer instrumento, aprender idiomas, ou seja tudo o que se imaginar baseado que tudo o que existe no universo é onda, que é informação e portanto pode ser enviado para a consciência de qualquer um que o deseje , também diz que é cientificamente comprovado. Eu como ainda não entendo nada de física ou mecânica quântica, gostaria que você desse uma olhada no site dele (heliocouto.com), e diga se realmente o que ele diz é possível que seja verdade ou ele é apenas mais um adepto do movimento new age tentando ganhar uma grana.

    1. Aquilo não tem ponta por onde se lhe pegue… 😉
      Não tem nada a ver com mecânica quantica 🙂

      Mas Rafael, eu prometo que se você enviar o $$$ pra mim, eu faço tudo o que ele faz, e faço por metade do preço 😛 LOL 😛

      abraços! 😀

        • Cristina on 03/08/2017 at 11:39

        Carlos,

        Vi parte de um vídeo do Hélio e ele me pareceu um trambiqueiro, alegando ser físico e psicólogo.
        Achei muito estranho alguém formado em Física falar que o ser humano pode dar saltos quânticos,
        pois as energias em MQ são muito altas, destruíriam um corpo humano, animal ou vegetal
        O Edir Macedo parece ser mais sensato que ele.
        Fico feliz de não ter sido a única a ver que o homem é uma fraude.
        Abraços. 😉

    2. Mas ainda bem que perguntou 😉
      Isso demonstra Literacia Funcional 😀

      Se todos os comentadores fossem assim, seria fantástico 🙂

      P.S.: entretanto, chamei o nosso especialista em mecânica quantica para lhe responder com mais pormenores 😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 23/02/2011 at 22:58
    • Responder

    LOOOL, tb me acontecem dessas! 😀

    Numa certa vez em que me chamaram senhora doutora, eu respondi com ar grave – senhora mestre, por favor… se é uma questão de títulos… 😛 (pois, não, infelizmente não me enfiei num doutoramento, por razões várias e diversas, desde a falta de financiamento à questão de, vale a pena em Portugal?… 🙁 )

    ok, fica o Carlos – Tu! ;D

  3. Também não trato ninguém por “doutor”… por professor sim, porque é uma profissão.
    🙂
    Ou seja, faço essa diferenciação por vezes para as pessoas… se forem mais velhas.
    Da mesma forma, se são mais velhas, trato por você, se não conheço as pessoas, e por uma questão de respeito (têm mais experiencia que eu a nivel geral).

    Mas se não… é por tu mesmo 😛

    Não conheço a Ana, nem sei se é mais velha, daí que o trato por “você” veio automático, não por subserviência mas por respeito
    😉

    Quanto ao meu caso, eu sou como a Ana… aliás, vê-se pelos meus comentários… por mim, podem-me tratar por Carlos e por tu
    😛

    O que noto por vezes é que as pessoas confundem o trato por “tu”, por “esta pessoa não sabe do que fala”, devido ao trato casual.
    E isso é notório em Portugal, porque normalmente assume-se:
    – se usa fato e se trata por sr. dr., então será uma sumidade.
    – se usa t’shirt e se trata por tu, é porque não tem cultura nenhuma.
    Ora, essas assumptions, que são comuns em Portugal, não fazem qualquer sentido…
    E sempre que vou a Portugal faço por “chocar” os presentes…
    😛
    Deixei uma dessas minhas histórias aqui:
    http://www.astropt.org/2010/05/25/nos-contra-eles-a-diversidade-humana/
    😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 23/02/2011 at 22:11
    • Responder

    (Carlos, se quiser pode-me tratar por tu, à vontadex…confesso que a subserviência que é típica em Portugal e o trato por senhor Professor e senhor Doutor me passa um bocado ao lado; mas isso não significa que não seja educada 😀 e não peça ou dê luz verde para contornar essa barreira – por falar em barreira, eheheh)

    Certo, a minha noção é exactamente essa também. 🙂 no fundo, procuro confirmação dessas noções e informação mais aprofundada, pois não é a minha área de formação. Obrigada pela paciência! 😉

  4. Segui atentamente o artigo no post, todo o diálogo posterior o documentário e suas valiosas críticas indicadas nos links, cativou-me o entusiasmo de conhecer os vários temas em debate e os “alertas” quanto ás ameaças que o são verdadeiramente.
    E só por isso fiquei com mais conhecimento e melhor avisado.
    Aplaudo a ideia de o professor Carlos Oliveira trazer a público e no seu espaço em particular estes temas que seriam ainda mais endémicos se não houvesse quem com alguma voluntariedade responsável afirmasse com autoridade de quem conhece melhor que o público em geral e nos diga: Cuidado aí pode estar perigo grave! Seria expectável das próprias autoridades públicas. Vá lá saber-se porquê.
    Quanto ao conteúdo protagonizado na “discussão” com alguma vivacidade, na forma e estilo como se escreve e se aborda estes assuntos tendo em vista a eficácia dos objectivos do autor do post, o professor Carlos Oliveira, compreendo a lógica dos argumentos em debate e não ouso opinar qual o método mais eficaz ou assertivo, embora do pouco que conheço das técnicas de comunicação prefiro não seguir o mesmo estilo directo em qualquer espaço.
    Tenho por hábito tentar conhecer previamente as pessoas com quem entro em diálogo moldando os discursos e os temas de forma a não violentar quer nos conceitos ou nas ideias os meus interlocutores quando não vejo necessário.
    Sendo o público muito heterogéneo torna-se muito mais difícil este processo, assim há que aplicar regras e estilos que a própria experiência nos prova mais resultados.
    Certo é que ora aceitando o que a experiências e saberes dos outros nos oferecem, vamos aprendendo muito mais sem que se tenha despendido do esforço que já foi feito. “Discordando” é um dos sinais de interesse no tema ou no produto, como aprendemos em técnicas de vendas.
    Um dos motivos que me atrai para o conhecimento máximo possível do Universo é a formação de uma consciência intelectual bem balizada e alicerçada sem a qual a meu ver não é possível conseguir separar o que nos convém como bom ou desejável e guiar as nossas próprias opções.
    Cumps.

  5. Precisamente por ser diferente é que a sua pergunta de cima poderá ter como resposta que poderá ser impossível “ultrapassar” a barreira.

    Ou seja, para ultrapassar a barreira do som, não havia uma impossibilidade física.
    Simplesmente pensava-se que era impossível em termos de tecnologia e para o corpo humano. Mas não havia nada físico que impedisse.

    Com a C é diferente.
    A Relatividade diz-nos que para chegar a C precisaremos de energia infinita, ficaremos com massa infinita, e para o viajante o tempo “parará” (os outros vão vê-lo “parado no tempo”, apesar de que na verdade é relativo como disse no post sobre a Dilatação de Tempo).
    Ou seja, é perfeitamente possível chegar a 99,999999999999999999999999999999999% de C. Mas chegar a 100% de C, parece ser fisicamente impossível.

    Daí os filmes e séries de TV “contornarem” o problema, fazendo com que as naves cheguem a um destino mais rápido que a luz, sem as naves viajarem mais rápido que a luz.
    😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 23:51
    • Responder

    E a ideia de que o Universo tende a não deixar que nada ultrapasse a velocidade da luz? Ou seja, que tende a que não se consiga passar facilmente essa barreira (exceptuando no caso dos taquiões, mas esses por enquanto são teóricos…)?

    Certo, 😉

    No entanto, enquanto que o som é uma onda mecânica, a luz é uma onda electromagnética. Apesar de serem ondas, a sua natureza é distinta, pelo que enquanto que com o som lidamos com partículas materiais vibrando, que são matéria como nós, no caso da luz lidamos com fotões e com a sua natureza dual…de modo que não sei se podemos usar a barreira de som como exemplo. 🙂

  6. Essa é uma concepção errada (misconception), muito comum sobre a C.

    Deixe-me dar-lhe um exemplo:
    Se eu viajar para uma estrela a 4 anos-luz de distância, Proxima Centauri por exemplo, e se eu conseguir chegar lá em 3 anos, isso quer dizer que viajei mais rápido que a luz, mas mesmo assim passou tempo para mim (demorou para mim 3 anos a lá chegar… com o “tempo a continuar a andar prá frente”).

    Claro que o problema não é assim tão directo, porque existe a Dilatação do Tempo.
    http://www.astropt.org/2009/01/31/teoria-da-relatividade-dilatacao-do-tempo/

    Mas a verdade é que vai passar sempre tempo para mim: o tempo continuará a andar para a frente.
    Simplesmente andamos mais rápido que a luz – chegamos lá mais rápido do que chega a luz.

    Tal como antes de passar a barreira do som, dizia-se que não se conseguia, porque haveria imensos efeitos, incluindo no nosso corpo, o que tornava impossível ultrapassar essa barreira.
    Agora já a conseguimos ultrapassar.
    Não quer dizer que quando a ultrapassamos, o tempo volta para trás. Quer simplesmente dizer que viajamos mais rápido do que viaja o som.

    O mesmo neste caso, para a luz 😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 22:08
    • Responder

    😀

    por mais que tente não consigo imaginar o tempo “parado” e a massa infinita. A não ser q o Universo (se for infinito…) seja uma “partícula” que ultrapassou a barreira 😀 e dentro dessa particula se tenham desenvolvido novas propriedades. 😀

    (já estou a estroinar…)

    brigada. 🙂

    tinha a ideia de que ao se ultrapassar essa barreira o tempo voltava para trás, e q os taquiões, a existirem, são particulas que o fazem.

  7. Supostamente, pela Relatividade, quanto mais se chegue para velocidades de C, mais, por exemplo, a massa do objecto aumenta, e mais existe a Dilatação do Tempo.
    Por isso, em C, o tempo estaria “parado”, e a massa seria infinita, o que obviamente não parece possível. (além de outros problemas que existem, mas estes parecem-me os mais prementes)

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 13:14
    • Responder

    😀 claro que respondeu, já tinha lido essa parte da entrevista e agora li ainda mais atentamente (e com outra cabeça) 🙂 eu queria era mais qq coisa, mais concreta, no sentido de mais aprofundada. ;D

    Não tinha essa noção no que respeita aos multiversos; sempre achei que essa teoria era uma consequência do comportamento das particulas subatómicas. Isto é, que é uma forma de explicar o seu comportamento completamente amazing :D.

    Mas em teoria, o q aconteceria a uma partícula, onda ou objecto que ultrapassasse C?

    (desculpe azucriná-lo! 😀 gosto mais deste mundo e desta visão do que aquela que a bioquimica me deu 😀 – voltasse eu atrás e, quem sabe – o problema é que eu e a matemática não nos entendemos bem, e isso sempre me afastou da física… :D)

  8. Remetendo-me somente áquilo que está na entrevista, que penso que responde às suas perguntas:
    http://www.astropt.org/2011/01/30/carlos-oliveira-o-emigrante-cosmico/

    “Multiverso: a ideia do Multiverso nasceu da falsa noção de que se só existe este Universo, então ele está feito para nós: as suas propriedades físicas estão feitas para a nossa existência. Ou seja, sofre do mesmo problema dos exemplos acima.
    Se o Universo fosse diferente, poderia haver vida totalmente diferente da nossa, e se calhar essa vida estaria a pensar que o Universo foi feito para ela, e que o seu mundo estava no centro do Universo. No entanto, isto é algo que nem sequer é imaginado por quem pensa que o Universo está feito para nós. Ora, para contrabalançar esta ideia inicial de que o Universo está feito para nós, então imaginou-se que este seria só um de muitos universos, e daí que não havia nada de especial nele. O que eu penso é que a ideia inicial está errada, logo não é preciso contrabalançar nada.”

    “Taquiões. Pensa-se que poderão existir partículas que viajam mais rápido que a luz. Ou seja, é possível viajar abaixo de C, mas não ultrapassar essa barreira. E poderá ser possível viajar acima de C, mas não abrandar ao ponto de passar «para baixo» dessa barreira. C não será um limite, mas sim uma barreira.”

    Penso que respondi, certo? 😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 04:04
    • Responder

    Ok, darei uma olhada 🙂 referia-me mais a livros de divulgação sobre o tema (tenho a pancada dos livros de divulgação…e tempo nenhum para eles…mas como o tempo parece q está a abrandar… :DDD).

    Li parte da entrevista 😀 e afinal as minhas noções não estavam incorrectas (já me estava a assustar! ;p :D) . Concordo que somos insignificantes, sem dúvida; mas não concordo que a teoria dos multiversos nos coloque a nós numa posição especial (pelo menos sempre interpretei a teoria e como interpretei a parte da entrevista agora a esta hora :D) como pelo menos neste universo, nesta zona, um planeta tem as condições ideais para que floresça vida. E noutros universos, provavelmente, existirão probabilidades semelhantes. Se são infinitos, as probabilidades não o serão tb?
    Interessante a noção do Big bang na perspectiva de um padre que procura um momento de um acto de criação 😀 No meu ponto de vista, o big bang terá sido uma singularidade que não implica necessariamente um acto de criação espontânea. E, à luz da teoria dos multiversos, poderá ser uma consequência da existencia de multiversos (recordo-me de ler uma comparação com bolhas de água a escaparem-se da superficie da água em ebulição – aparecendo e desaparecendo).

    😀 engraçado, que costumo explicar a gravidade com a imagem mental de uma rede com bolas de basquet e de tenis pelo meio 😀 (o meu papel é de divulgação e abrir de pestana, não de aprofundamento, atenção).

    No entanto, isto é uma análise q acaba por ser romantica e talvez filosófica, porque não conheço concretamente o campo nem os dados. Basicamente que me fio em Hawking e no Michio Kaku. E ainda tenho muito a absorver (ó tempo, encurta! ó taquião, volta pra trás! ;p).

    O que queria dizer com C ser uma barreira? barreira de? tempo? aquilo que ultrapassa C viaja para o passado? segundo hawking os retornos ao passado são um paradoxo dificil de resolver. Pode ser comparável às barreiras de energia potencial ou energias de activação de fenómenos fisico-químicos?

    É correcta a noção de que o universo tende a impedir que se ultrapasse C? (dito de outra forma, para a ultrapassar são necessárias condições que só se reunem de uma forma aiunda desconhecida ou nos taquiões?)

    Ui, desculpe o bombardeamento… e espero não ter dado muitas calinadas na astronomia 😀

    E agora sim, vou-me retirar e parar de o azucrinar 🙂

    obrigada pela atenção, pela paciência 🙂 e pela informação.

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 03:28
    • Responder

    😉 Ficarei atenta então 🙂 e, quem sabe, esse Nobel… 😀

    mas agora fiquei curiosa 😀 onde é que poderei ler mais sobre q evidencias se explicam como? 😀 (está na entrevista, não fui lê-la ainda porque estou com muita gente a bater-me à porta virtual lol :D)

    😉

    bem, tenho de ir dormir, mesmo. 🙂

  9. Ana,
    Não. O que eu acho é que algumas evidências podem ser explicadas de outra forma. Aliás, não só eu acho, mas cada vez mais cientistas também acham.
    É o normal progresso da ciência.
    Mas aceito que o Big Bang, neste momento, é a única teoria que explica todas as evidências numa única teoria.
    E não tenho teoria alternativa. Se tivesse, concorria a um Prémio Nobel
    😀

    Pedro,
    Sempre julguei a capa pela capa. Aliás, julguei o título da capa… pelo título da capa
    😉

  10. Não há que agradecer; fico contente que a leitura do artigo lhe fez ver que não se pode julgar um livro pela capa… literalmente! 🙂

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 03:00
    • Responder

    Deduzo que por crenças refira outras evidencias e outra teoria? Como eu disse, eu confio na opinião cientifica geral e nas chamadas “teorias mais aceites”; não é uma questão de acreditar porque não sou astrónoma ou astrofísica, nem sequer fisica 🙂

    -mas tudo é possível, inclusive daqui por, sei lá, dez anos?, virmos a ver que todas essas teorias são inválidas.

  11. Ana,
    Eu não acredito na teoria do Big Bang. Mas percebo as evidências científicas para a teoria. Daí que as minhas crenças não são importantes.
    É isso que tento dizer na entrevista.

    Pedro,
    Perfeito! Obrigado!!
    Sorry por todo o trabalho que teve!!!
    Cheers!
    😀

      • Petronio Oliveira on 01/10/2015 at 15:17
      • Responder

      Carlos, gostaria do seu contraditório através de um texto com referências científicas. Mas, também relatos de pessoas do senso comum, bem como da filosofia. Para podermos dar mais validade ao que falamos. Abrcos!!

      1. Como deve saber, para assuntos de ciência, o que conta são as evidências científicas.

        • carolina on 18/08/2017 at 13:48

        é lindo quando as pessoas dizem isso “o que vale são evidências científicas”. Ficam num apego sem fim a isso. Quantas teorias eram totalmente rechaçadas por tais pessoas e agora é uma verdade aos olhos de todos, inclusive estas que rechaçaram? (…comentário editado…)

      2. O seu comentário foi editado por motivos óbvios: este é um local de conhecimento, e não um local para vir vomitar ignorância sobre os temas.

        Sobre literacia científica (que lhe falta), nomeadamente sobre as “teorias totalmente rechaçadas”, sugiro que leia o que é uma teoria (claramente não sabe o que é):
        http://www.astropt.org/2012/09/15/teoria/
        http://www.astropt.org/2013/07/14/lei-vs-teoria/

        Sobre os supostos erros da ciência:
        http://www.astropt.org/2011/08/23/ciencia-nao-erra/

        Quanto às evidências científicas, lembro que está na internet, só possível devido às evidências científicas. Ou seja, hipocritamente não confia nas evidências científicas que lhe permitem escrever comentários a destilar ignorância.

        • Jonathan 'Hamelin' Malavolta on 22/08/2017 at 23:45

        Carlos Oliveira, não ligue, é mero analfabetismo funcional. É aquela história, a pessoa cresce ouvindo “na teoria é uma coisa, na prática é outra” e logo automaticamente liga “teoria” a “hipótese” (esse tipo de frase ficaria mais justa se trocássemos o “teoria” dela pelo “hipótese”). Grosso modo, o vulgo tende a achar que a Ciência não dispõe de uma linguagem própria e usa a mesma que ele, de senso comum.

      3. Entendo perfeitamente o que diz.

        O que me chateou mais, para dizer a verdade, foram as críticas infundadas às “evidências científicas”, como se elas fossem “palha”. Daí a edição do comentário. Isso é hipocrisia, porque além da internet, a Carolina tem certamente um celular/telemóvel, viaja em carros, utiliza a eletricidade, etc… tudo só possível devido às evidências científicas concretas que existem sobre os diversos domínios da ciência e da tecnologia.
        Usar as coisas e depois dizer mal delas é cuspir no prato onde se come… e isso chateia-me 😉

        Mas passa rápido… 😉

        abraços!

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 02:45
    • Responder

    ah, e adoro tb o Sheldon e o TBBT 😛 BAZINGA! 😀

    • Ana Guerreiro Pereira on 22/02/2011 at 02:42
    • Responder

    ahahaha, mas não sei se estou a perceber a resposta só a partir dos excertos da entrevista; o carlos quer dizer que não é adepto do big bang ou que não é adepto de teorias q nunca mais acabam porque, afinal, só uma delas pode ter acontecido?

    -naquele caso falava-se da teoria do big bang e a pessoa em causa chegou a perguntar se isso tinha acontecido antes de o primeiro homem aparecer na terra… portanto… 😀 pedi-lhe que conhecesse os factos e as teorias e depois decidisse qual a mais racional.

    qto a mim, não sou astrónoma, parto do principio que o método cientifico funciona e jogo com o que a divulgação me traz… 🙂 e gosto de Hawking :p

  1. […] livro, ou no próprio documentário sobre o livro, ou até noutros documentários, como o What Bleep do We Know, Down the Rabbit Hole, pode ver-se gente a defender “teorias” de tal modo que parece […]

  2. […] crime, o qual vocês irão negar e virar a vosso favor jogando a carta de perseguição.Usem e abusem da estranheza da física quântica para dar credibilidade à vossa “ciência”. Digam que a física quântica prova que tudo é […]

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