Tunguska, a Dimensão do Impacto

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Data: 30 Junho de 1908; hora: 7 horas e 14 minutos; local: Sibéria Central, uma das zonas globais mais distante dos oceanos e onde a amplitude térmica bate recordes. Nesse momento ocorreu o maior impacto da história moderna da humanidade.

Para ter sido um asteróide ou cometa seria necessário a presença de uma cratera, embora haja algumas hipóteses fantásticas que teríam de confirmar muito mais elementos do que apenas uma cratera (lembremo-nos do post anterior sobre este assunto).

A frequência de colisões nesta área situa-se entre 1 em 200 anos a 1 em 1000 anos. Este post centra-se na dúvida de ter sido ou um asteróide, ou um cometa. Óbvio que não vamos pensar em OVNIs, duendes ou fadas (porque é um post de ciência!).

Um asteróide tem um período mais curto do que um cometa, o que faz com que o último corpo, mesmo sendo normalmente mais pequeno, atinja a Terra com a mesma energia cinética. Embora mais pequeno, um cometa viaja mais depressa. Não há conhecimento de impactos de cometas com o nosso planeta.

Como já foi referido noutros posts sobre o tema, a primeira expedição ocorreu quase 20 anos depois, em 1927,  liderada pelo especialista em meteoritos da Academia Russa de Ciências, Leonid Kulik. Mesmo 19 anos depois Kulik observou uma devastação com uma área de cerca de 2 mil km2. A análise da área devastada sugeriu que tivesse ocorrido o impacto de um meteorito ferroso. No entanto ninguém encontrou crateras.

Como não podia deixar de ser, apareceu em 1946 a primeira teoria fantástica. Alexander Kazantsev criou um cenário no qual uma nave alianígena tería explodido. Apesar deste rasgo de imaginação a ciência prosseguiu tal como nós iremos prosseguir nesta análise científica de um acontecimento.

A falta de uma cratera sugerem então, que o meteorito não poderia ser ferroso mas sim um rochoso ou ainda um cometa, composto por gelo.

Ari Bem-Menachem, em 1975, analisou ondas sísmicas e estimou que a intensidade do evento Tunguska se situou entre os 10 e 15 megatoneladas.

Modelos

Em 1993, Christopher F.Chyba, no Ames Research Center da NASA, indica que o asteróide tinha algumas dezenas de metros de diâmetro e que explodiu a alguns quilómetros do chão.

Simulações mais recentes efectuadas por N.A.Artemieva e por V.V.Shuvalov, no Instituto de Dinâmica de Geosferas, Moscovo, indicam que o corpo terá explodido entre 5 e 10 km do solo e ainda que um fragmento de cerca de 1 metro tenha sobrevivido à explosão e prosseguido viagem em direcção ao solo… produzindo uma cratera.

Já em 2007, Mark Boslough, do Sandia National Laboratories, reformulou a intensidade energética da explosão. Com a ajuda dum supercomputador calculou que a energia teria sido ente 3 e 5 megatoneladas.

E a cratera? Onde está? Veremos no próximo post se há cratera e qual a solução deste evento.

10 comentários

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  1. Então não viste o link para a notícia do astroPT, em que a bolha de metano vai acabar com o mundo???? 😛 ehehehhe

    • Ana Guerreiro Pereira on 06/05/2011 at 18:09
    • Responder

    Carlos, sorry, só vi estes comentários agora -e vinha à procura de um dado neste post do Dário LOL- e por esta altura já percebeste q não estou a receber as notificações 😀 assim demoro mais tempo, sorry, são tantos postes onde comento e que leio q às tantas já não sei onde ando 😀

    Nos teus links, presumi que os mandasses tb para mim, lol, sim, o evento de tunguska que vi na wiki foi exactamente esse, ainda bem que o colocaste, esqueci-me completamente de o adicionar :/

    O segundo link (narod taltal) leva-me pra uma página em russo??… não sei russo, pá… :D:D

    O terceiro link: saltou-me isto aos olhos “The explanation that a meteor exploded above ground is an attempt by the establishment to avoid the methane gas, and thus the pole shift and shifting crust issue. “. Obrigada pela gargalhada de hoje!!! 😛 😀 Uma pessoa a querer analisar uma hipótese e estes gaijos conspirativos deturpam tudo e cobrem a hipótese de ridículo… bah. 🙁 🙁 Agora ganhei-lhe pó… 😛 😀

    O quarto link ia relativamente bem até começar com as cenas do HAARP e do Tesla… ahahahahhahahahahaa, mas esta malta mete o Tesla e o HAARP em todo o lado?? chiça penico! 😀 (pardon my french)

    O ultimo link dá uma perspectiva interessante e, finalmente, mais lógico. Concordo especialmente esta parte: “”Lots of theories are going to pop up — it’s like a crime scene, and everyone wants to have a hand in solving the mystery,” he commented. “It’s fun to speculate.”” ahahahahah 😀

  2. Sobre o metano, lembrei-me deste post:
    http://www.astropt.org/2010/08/24/bolha-de-metano-vai-acabar-com-o-mundo/
    😀

  3. Olá Ana GP, de facto existe essa teoria tanto em Tunguska como na extinção de dinossauros ou ainda como desastre para o fim do mundo.

    De facto, o degelo do permafrost liberta metano e isso, segundo os especuladores, derá origem a uma mega explosão.

    Carlos, a frase já está actualizada. Tinha uma gralha. É a seguinte: “A frequência de colisões nesta área situa-se entre 1 em 200 anos a 1 em 1000 anos.”

  4. Os comentários e posts já apareceram nos FEEDs… por isso também devem ter sido enviados para ti. Foram? 🙂

    • Ana Guerreiro Pereira on 05/05/2011 at 00:56
    • Responder

    pelos vistos esss hipótese que refiro é chamada de Hipótese Geofísica 😛 e foi proposta por Wolfgang Kundt (astrofísico :D). Outros autores propuseram um fenómeno de vernshot (http://en.wikipedia.org/wiki/Verneshot), tb associado a extinções em massa.

    isto parece ser referido aqui:

    ^ Choi, Charles Q., Massive Tunguska Blast Still Unsolved 100 Years Later, Fox News, July 1, 2008
    ^ 100 years on, mystery shrouds massive ‘cosmic impact’ in Russia, Agence France-Presse, June 28, 2008
    ^ Morgan et al., “Contemporaneous mass extinctions, continental flood basalts, and ‘impact signals’: are mantle plume-induced lithospheric gas explosions the causal link?”, Earth and Planetary Science Letters 217, January 15, 2004

    (informação retirada da wikipedia, onde se pode ler: “Astrophysicist Wolfgang Kundt has suggested the Tunguska event was … by the sudden release and subsequent explosion of 10 million tons of natural gas from within the Earth’s crust. The similar verneshot hypothesis has also been suggested as a possible cause of the Tunguska event.”

    Mas, claro está, é uma hipótese que está no campo da especulação…

    oh pah, mas eu gostoooo delaaa 😀

    😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 05/05/2011 at 00:44
    • Responder

    ahahah, para todos os gostos há sempre :D, mas a hipótese do metano não me parece descabida, dado q naquela zona (de permanfrost, aliás) existe metano aprisionado sob o solo. Já não me recordo onde vi essa teoria, talvez num documentário… se me recordar coloco-a aqui. Nem foi assim há tanto tempo, bah (q eu dei com isso).

    (não estou a receber as notificações de novos comentários :((, mas tenho-as pedido sempre)

  5. Olá Dário,
    Não cheguei a perceber esta parte:
    “A frequência de colisões nesta área situa-se entre 1 em 200 anos a a em 1000 anos.” 😉

    Ana,
    Há hipóteses para todos os gostos. Temos é que olhar para a mais provável :).
    Para já, é a de asteróide que explodiu ao rasgar a atmosfera.

    O interesse de Tunguska é que é um evento que acontece de algumas centenas em centenas de anos… e se acontecer numa área populacional, toda a cidade desaparece.
    Nem é preciso o asteróide bater no solo…

    • Ana Guerreiro Pereira on 04/05/2011 at 16:55
    • Responder

    Acho que li algures que uma das hipóteses avançadas terá sido a de libertação de metano que se incendiou?…

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