Um aniversário sinistro

Uma antevisão pouco risonha do futuro foi lançada há exactos 62 anos. “1984” tornou-se rapidamente num livro de culto onde a fragilidade humana chegava a níveis impensáveis. Conceitos como absolutismo, culto da personalidade, vigilância constante, censura total, repressão impiedosa, controle do pensamento, entre muitos outros, estavam descritos de forma notável e sinistra por George Orwell.

Passam agora 27 anos sobre essa data imortalizada pelo tempo e muitos dos temores relativos a “1984” parecem estar na ordem do dia. Basta abrir qualquer noticiário e observar a catadupa de notícias sobre o nosso mundo. Parece que o preço da liberdade é mesmo a vigilância constante e que apenas os que não cumprem a lei têm motivos para ficar preocupados, mas os motes seguintes arrepiam qualquer um.

WAR is PEACE
FREEDOM is SLAVERY
IGNORANCE is STRENGTH

O que nos reserva o futuro? Um big brother cada vez mais presente ou uma humanidade mais responsável e consciente na sua conduta? A melhor forma de compreender o nosso papel na Terra é o estudo do homem, do planeta e do universo. Fazemos parte de um enorme todo e de uma linhagem fabulosa. Temos tudo para construir um futuro deslumbrante: se não aproveitarmos a oportunidade maravilhosa da vida a culpa será apenas nossa. Será que vamos precisar de uma polícia que nos obrigue à felicidade?

3 comentários

  1. O difícil vai ser definir felicidade.
    Quando li o livro tempo atrás (não vou dizer quando, evidente), achei que nunca íamos chegar nesse ponto. Hoje, ele é mais presente que nunca.
    Dizer uma besteira impensada na internet vira crime inafiançável, com provas e tudo, e sua vida planejada, quase feliz, vira um verdadeiro inferno.
    Ter opinião, pode, desde que seja de acordo com a minoria da vez. Ser contra é ser preconceituoso e isso, Constitucionalmente, é crime. E se é crime contra uma minoria, também deve ser inafiançável. Ou seja, ninguém abre a boca para ter qualquer tipo de opinião.

    Isso também me lembra o inverno francês durante a Revolução Francesa… mais de 3000 pessoas mortas. E olha que, naquela época, era muita gente.

    • Ana Guerreiro Pereira on 08/06/2011 at 17:14
    • Responder

    E é daqui que vem a célebre expressão Big Brother is Watching You. E…who watch the watchers?…Quis custodiet ipsos custodes?…

    • Marina Frajuca on 08/06/2011 at 16:44
    • Responder

    olá Pedro,

    Por um lado penso que felizes dos “inocentes” por não terem com que se preocupar.
    Por outro ainda bem que a curiosidade é inata ao ser humano (pelo menos para a maioria), e o pensar a ela associada, logo a preocupação pelo futuro é uma constante. A avaliar pelo andamento das coisas, ainda nos havemos de esquecer de viver e ser felizes. Talvez venhamos a precisar da “autoridade para a felicidade” para nos lembrarmos de viver..

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