O que Torna Activo um Buraco Negro de Massa Extremamente Elevada?

Um novo estudo, que combina dados do Very Large Telescope do ESO e do observatório espacial de raios X XMM-Newton da ESA, revelou algo surpreendente.
A maior parte dos buracos negros gigantes que se encontram no centro das galáxias desde os últimos 11 mil milhões de anos não se tornaram activos devido a fusões de galáxias, como se pensava até agora.

No coração da maior parte, se não mesmo todas, as galáxias enormes existe um buraco negro de massa extremamente elevada, com uma massa de milhões de vezes, ou até mil milhões de vezes, a massa do Sol. Em muitas galáxias, incluindo a nossa própria Via Láctea, o buraco negro central não se encontra em actividade. Mas em algumas galáxias, particularmente no início da história do Universo, o monstro central alimenta-se de material que emite imensa radiação à medida que cai no buraco negro.

Um dos mistérios por resolver prende-se com o facto de sabermos donde virá o material que activa um buraco negro adormecido originando violentas explosões no centro da galáxia, tornando-o assim num núcleo activo de galáxia. Até agora, os astrónomos pensavam que a maioria destes núcleos activos se “acendiam” quando se dava a fusão de duas galáxias ou quando duas galáxias passavam muito perto uma da outra e o material perturbado se tornava o combustível do buraco negro central. No entanto, novos resultados indicam que esta ideia pode estar errada no caso de muitas galáxias activas.
(…)
A equipa descobriu que os núcleos activos são encontrados maioritariamente em galáxias de massa muito elevada, que contêm muita matéria escura. Este facto revelou-se surpreendente e nada consistente com as previsões feitas pela teoria – se a maior parte dos núcleos activos fossem uma consequência de fusões e colisões entre galáxias seria de esperar que fossem encontrados em galáxias com massa moderada (cerca de um bilião de vezes a massa do Sol). A equipa descobriu que a maior parte dos núcleos activos se encontra em galáxias com massas cerca de 20 vezes maiores do que o valor previsto pela teoria da fusão.

“Estes novos resultados abrem-nos uma nova janela sobre como é que os buracos negros de massa extremamente elevada iniciam as suas “refeições”. (…) Estes resultados indicam-nos que os buracos negros são normalmente alimentados por processos gerados no interior da própria galáxia, tais como instabilidades do disco e formação estelar violenta, em oposição a colisões de galáxias.” (…)

Leiam todo o artigo, na página do ESO.

1 comentário

  1. Muito interessante.

    A confirmar-se pode querer dizer que a formação de núcleos activos está (mais) intimamente relacionada com a evolução individual das galáxias e não necessariamente com interacções entre elas. É pena não descreverem a metodologia, e.g. como estimam a massa das galáxias, nomeadamente da componente de matéria negra.

    No entanto, uma outra equipa no início deste ano publicou resultados que parecem apontar noutro sentido…

    http://www.mpg.de/1055233/Dark_Matter_Growth_Factor

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