Evidências de Água a fluir em Marte

Há poucas horas atrás, a NASA fez uma conferência de imprensa onde mostrou imagens que parecem mostrar evidências de água que fluiu recentemente (este ano!).
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter que se encontra em órbita de Marte notou mudanças sazonais na superfície do planeta.
As “ranhuras nas encostas” (gullies) são provavelmente devido a água líquida fluir durante períodos mais quentes (Verão Marciano).
A água deverá ser bastante salgada.

Faço notar que não se viu água líquida na superfície Marciana. Não se detectou qualquer água líquida.
Se existir água, ela evapora-se rapidamente.
O que se viu sim foi o que se interpretou como evidências para água líquida a ter fluído rapidamente nalguns sítios durante alturas mais quentes.
Vejam esta imagem, composta por diferentes imagens.
Leiam o artigo científico, aqui.

Vejam a explicação em vídeo:

Vejam a conferência de imprensa que acabou há 2 horas atrás (sim, nós somos rápidos! 🙂 ) :


Video streaming by Ustream

14 comentários

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  1. Água em Marte, pra muitos, é um sinal de que pode ter vida em Marte, pois a água é essencial para os seres vivos (que conhecemos).

    Porém, se for provado que tem água perto da superfície de Marte, isso só aumenta a estranheza sobre essa possível vida marciana.

    Afinal, por que se pensa que pode ter vida em Marte, se em nenhum lugar da sua superfície se vê um sinal sequer dessa possível vida?

    Seria de se esperar vermos algum lugar coberto por manchas de fungos resistentes à radiação, ou cactos feitos pra resistir às tempestades de areia marcianas…

    … Mas não se vê nada. Absolutamente nada – o que seria de se esperar de um planeta estéril, sem nenhuma possibilidade de suportar vida (como a nossa).

    Alguém aí pode dizer “é porque essa vida pode estar abaixo da superfície!” – Mas aí temos que considerar que essa vida é mesmo extraterrena (no sentido da estranheza), pois é muito, muito frágil!

    O único exemplo de vida que conhecemos não poderia existir em Marte nesse momento, e se manter, ao mesmo tempo, absolutamente secreta.

    A vida (da Terra) não age assim. Ela não é assim. Ela é forte e persistente. Ela nunca se detém por nada.

    Ela sempre dá um jeito de avançar pra terrenos pouco agradáveis para seres vivos, como lagos super saturados de sal, reatores nucleares, áreas secas e geladas demais ou fontes ferventes e sulfúricas.

    Então a vida de Marte (se tiver alguma lá), deve ter chegado por lá agora há pouco (alguns milhões de anos), ou ser do tipo bem frágil (e não ter sofrido nenhuma evolução em todos esses [talvez?] mil milhões de anos) para se manter totalmente escondida.

    Daí alguém dirá “Lógico! Deve ser mesmo mais frágil, e totalmente diferente da nossa, pois é vida EXTRATERRESTRE, seu bobo!”

    Vida extraterrestre? Talvez (pode ser vida terrestre enviada pra lá a bordo de alguma rocha da Terra, há muito tempo)…

    Mas vida que só pode viver abaixo da superfície?…

    xííí….

    Acho melhor nos prepararmos pra não acharmos nada por lá. 🙁

  2. Pondo as coisas em perspectiva: não é propriamente nada de novo. Já há uma série de anos o Malin publicou evidências de actividade recente em gullies, que poderiam ser atribuídas à passagem de um fluido. Claro que a HiRISE tem muito melhor resolução espacial que a MOC, e que estas novas imagens são de detalhes de algumas ravinas. Mas toda a gente sabe há muito tempo que sim, é possível a um líquido aquoso com grande concentração salina resistir por algum tempo na superfície de Marte. O chato é que estas manchas são mesmo muito parecidas aos slope streaks, que ocorrem frequentemente em regiões arenosas. E que ninguém viu ainda, de facto, água líquida… mas bom, vou ler o artigo (e já agora o material suplementar, que é bastante mais extenso e tem outras imagens).

  3. Eu só quero que me digas onde é que desencantaste aquele ET no teu avatar. Quero um igual! 🙂

    1. Aquele comprei-o aqui… num museu de ciência 🙂

      Mas tenho outro, cinzento, que me foi dado… e que foi comprado em Londres… o que é mais perto para ti 🙂

      Penso que lojas online de centros de ciência poderão ter esses bonecos insufláveis 😉
      ahhh e são baratos… tipo 3 euros 🙂

      abraço 🙂

  4. Um texto sobre isto do Marco Santos:
    http://bitaites.org/no-mundo-da-lua/agua-em-marte-ou-caldinho-de-galinha/
    😉

    e o meu comentário lá… sobre Pirâmides 😛
    http://bitaites.org/no-mundo-da-lua/agua-em-marte-ou-caldinho-de-galinha/#comment-35909

    • Manel Rosa Martins on 05/08/2011 at 11:36
    • Responder

    Marte tem água gelada logo abaixo da superfície que sublima sem passar pela fase líquida.

    E agora sabemos que Marte tem, pelo menos 2 sistemas de afloramentos geológicos,

    Os Gullies: Ravinas descobertas há ~10 anos, contêm essencialmente dióxido de carbono congelado. Ocorrem no Inverno e na Primavera, são fenómenos globais, de larga escala, frequentes, e verificam-se em latitude mais junto aos pólos, tipo “Norte do Canadá.”

    Os Brines: Salmouras – Confirmada ontem a sua descoberta, contém água liquida muito salgada, ocorrem no Inverno, em latitudes mais meridionais (mais junto ao Equador), são fenómenos locais, em pequena escala, e mais raros.

    O ambiente mais parecido com o das Brines aqui na Terra é o do Permafrost, que apresenta um grande biodiversidade. Não foi encontrada vida ontem em Marte, mas desde ontem que sabemos que não é por falta de condições ideias edafo-climáticas (solo e clima) que a vida não existe em Marte.

    No final da conferência de Imprensa da NASA pôs-se a questão das radiações cósmicas não dever permitir o desenvolvimento da vida (tal como a conhecemos). Mas no caso específico, e raro, das Salmouras o òxido de Ferro da superfície pode actuar como escudo protector, como o Oxigénio o é para nós no “formato”, O3, de Ozono.

    A Missão da MRO tem mais de 10 anos e este levantamento tem 2 anos e meio de Marte. São 4 anos e meio da Terra, 4,5 Sóis.

  5. É capaz de existirem fotografias mais interessantes sobre este tipo de fenónemo do “Entroncamento”, com mais “aspecto” de liquido corrente.
    Se o orçamento fôr mais apertado ainda, o céu marciano passa a ser mais azulado e se não chegar a concentração de O2 na atmoesfera sobe exponencialmente e depois descobrem uns artefactos e uns “trócos” enterrados!
    Ai sim, é garantido o financiamento internacional de uma missão tripulada a Marte!
    Eh, Eh, Eh, que curtição…

    • Ana Guerreiro Pereira on 05/08/2011 at 00:35
    • Responder

    O The New York Times tb falou no caso:

    http://www.nytimes.com/2011/08/05/science/space/05mars.html?_r=1

    • Ana Guerreiro Pereira on 05/08/2011 at 00:31
    • Responder

    Na 1a foto, juro que aquelas incrustrações me parecem mexilhões… 😛 😀

    Agora a sério, acham mesmo que é água corrente?

  6. Creio que já vimos, para mim é a receita clássica:
    Orçamento NASA 2012 + cortes = água em marte

    1. Bem visto, Filipe! 🙂

      Não serão gullies secos como no passado?
      http://www.astropt.org/2008/03/01/gullies-secos/
      http://www.astropt.org/2010/10/31/gullies-de-dioxido-de-carbono/

        • Manel Rosa Martins on 04/08/2011 at 23:52

        Serão Salmouras, estes fluxos, Brines.

        http://pt.wikipedia.org/wiki/Salmoura

        http://en.wikipedia.org/wiki/Brine

        “Brine also refers to naturally occurring salt water.”

        E uma coincidência que não deixa de ser curiosa.

        0 °F was set as the zero point in the Fahrenheit temperature scale, as it was the coldest temperature that Daniel Gabriel Fahrenheit could reliably reproduce — by freezing brine.

  7. Têm que parar o video do UStream, puxá-lo atrás, e pô-lo a andar novamente, para verem a conferência de imprensa gravada há poucas horas atrás 😉

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