Chuva de Estrelas – Perseidas 2011

O quê?: Chuva de Meteoros Perseidas
Quando?: Pico entre noie de dia 12 e madrugada de dia 13 de Agosto
Onde?: Em qualquer lugar com céu descoberto

Olá a todos, cá estamos nós de novo, mais um ano a vos relembrar para observarem a chuvas de meteoros Perseidas, a mais popular de todas. As chuvas de meteoros são popularmente mais conhecidas por chuvas de estrelas. Esta denominação aparece pelo desconhecimento da origem dos traços originados pela entrada que um meteoro pode provocar na atmosfera. A sua popularidade certamente acontece por ocorrer numa época do ano em que a sua observação é fácil.

Esta chuva tem o seu nome derivado à origem do seu o seu radiante, ou seja, o ponto de origem de onde parece provir, da constelação Perseu, mais concretamente das proximidades da estrela gamma persei. Esta chuva é formada por meteoros rápidos, com velocidades de entrada na atmosfera de cerca de 59km/s e é provocada pela intersecção da órbita da Terra com a órbita do cometa Swift-Tuttle, descoberto em 1862.

Este ano, ao contrário do ano passado, teremos a Lua praticamente em fase cheia (Lua Cheia a 13 de Agosto), a nascer a 12 por volta das 19:40 e dia 13 por volta das 20:10. E o que significa isto? Bem, pior só com nuvens a tapar. É que o brilho da Lua vai atrapalhar e muito a observação. Todos os meteoros mais ténues ficarão apagados pelo brilho que a Lua estará a debitar nessa noite (magnitude de quase -13) e só nos restarão os mais brilhantes… e provavelmente esses não serão muitos. Mas como a média zenital esperada é de cerca de 50~60 meteoros / hora, é esperado poder ver-se alguma coisa ainda assim. O radiante só aparece acima do horizonte perto da 01:00.

Como observar visualmente:

  • Não precisa de nenhum equipamento especial para observar as chuvas de estrelas. Apenas é necessário que as condições climatéricas permitam ver o espectáculo. A previsão é de céu limpo portanto é de aproveitar.
  • A Lua este ano só nos vai permitir ver os meteoros mais brilhantes, pelo que será necessária atenção redobrada.
  • É natural que os amadores que observem um evento destes pela primeira vez, achem muito desanimador por conseguir ver poucos meteoros ou mesmo quase nenhum, mas este tipo de eventos requer paciência e persistência. Será necessário esperar que o radiante suba no horizonte para ver o número de meteoros aumentar. Não basta vir à rua, olhar para o céu durante cinco minutos e esperar ver de imediato alguma coisa. As palavras chave para uma noite de sucesso são: paciência e persistência.
  • O lugar de observação deve ser o mais afastado possível da poluição luminosa. O mais longe possível das cidades, porque quanto mais escuro for o céu mais meteoros ténues se poderão observar. Se pretende observar de sua casa, apague todas as luzes possíveis e espere cerca de 15 minutos para os seus olhos se ambientarem totalmente ao escuro.
  • Para que a observação seja confortável leve para o local uma cadeira de praia (espreguiçadeira) em que o encosto possa ficar inclinado, ou então um saco cama para poder ficar deitado. Quanto mais confortável estiver melhor será a experiência. Se a noite estiver fresca, não esquecer da roupa adicional para proteger do frio e da humidade.
  • Se quiser registar as suas observações, não se esqueça de levar papel e lápis (o lápis é importante porque as esferográficas tendem a não escrever se estiver deitado), uma lanterna de luz vermelha e / ou um sistema de gravação de voz. Para os smartphones, poderão usar esta aplicação gratuita para Android
  • Não tente focar a sua observação num objecto concreto, porque em pouco tempo perde o seu campo de visão alargado para ficar fixo num único objecto. Tente observar em direcções diferentes (se bem que, pela lei de Murphy verificará que os melhores meteoros vão sempre aparecer no local para onde não está a olhar).

Fotografar as Perseidas

Fotografar esta chuva de estrelas é muito fácil porque não necessitamos de fazer seguimento. Para isso basta:

  • Preferencia para uma câmara digital reflex que disponha da posição de abertura manual. Se a sua camera não é reflex mas ainda assim possui a posição manual, configure-a para o máximo de exposição possível e o maior ISO disponível (50/100/200/400/800/1600)
  • A objectiva deve ser de 50 ou 28mm e a mais luminosa possível (f/1.2 – f/2) de forma a poder captar-se um grande campo de visão. É preferível usar uma objectiva de 50mm a f/1.2 do que uma de 28mm a f/2.4, porque a primeira é mais luminosa que a segunda, captando assim os meteoros mais débeis.
  • Um tripé é essencial para que a camera esteja estacionada durante a exposição. Não tente fazer exposições sem tripé, elas não lhe servirão absolutamente para nada.
  • Um cabo disparador com fecho para poder manter o obturador aberto ou comando disparador para que possa disparar a máquina sem lhe tocar. Opcionalmente poderá usar os temporizadores automáticos.

Uma vez estes equipamentos reunidos, deve-se proceder da seguinte forma:

  • Orienta-se a câmara para o zénite ou na direcção oposta ao radiante. Os melhores meteoros passarão nessas zonas, no radiante serão muito pontuais e curtos.
  • Deve-se ajustar a abertura do diafragma para o seu máximo, ou seja para o valor mínimo que a sua câmara possa dar, 1.2, 1.8, etc. sempre o valor oposto a 16 ou 32, que equivalem ao diafragma fechado ao seu máximo.
  • A focagem deve ser feita para o infinito. Durante a noite as máquinas com focagem automática não conseguirão focar quando viradas para o céu. Use a focagem em modo manual.
  • O tempo de exposição deve ser o máximo possível (máquinas digitais) ou o T, B ou M (nas máquinas reflex).
  • O tempo por cada fotografia deve variar entre 5 a 10 minutos dependendo o ISO a usar, da abertura do diafragma e da poluição luminosa existente no local. Uma exposição prolongada perto de uma cidade pode resultar numa foto muito esbranquiçada. Se usar ISO 3200 e estiver perto de uma cidade não passe de exposições de 5 minutos. A experimentação, experimentação, experimentação!
  • É também recomendado (salvo se o numero de meteoros for muito grande) cortar a exposição se tivermos a certeza que captamos algum meteoro na imagem. É preferível captar um meteoro do que dois se “queimarmos” demais a imagem em que depois o resultado é nulo.

Se as suas fotografias forem bem efectuadas, poderá observar uma série de rastos curvos deixados pelo movimento das estrelas ao redor do pólo norte e cruzado – se teve sorte – poderá ver os rastos rectilíneos dos meteoros.

Boas observações a todos! Fico à espera dos vossos comentários e das vossas fotografias!

5 comentários

2 pings

Passar directamente para o formulário dos comentários,

    • Ricardo Lourenço on 12/08/2011 at 23:34
    • Responder

    parabéns por toda esta informação,já sabia que hoje era o pico máximo, o que não conseguia apanhar era mais ou menos a hora,agora sei que se dará pelas 01hoo,infelizmente na zona de Lisboa o tempo não é o melhor,lua cheia ,luzes,e nuvens com algumas abertas,vou tentar ver alguma mais sorte teve a mulher que diz que viu uma das grandes :)) se não vou desta esperarei por novembro!abraço

  1. Um vídeo muito giro sobre as Perseidas:
    http://www.astropt.org/2011/08/12/perseidas-2011/

  2. Obrigada pelo artigo, gostei mesmo muito,bastante esclarecedor e, tenho a certeza, de que será bastante útil.
    Sei que não é o lugar apropriado para estas coisa, mas constelações com nomes de heróis gregos…

    ….

    …..

    e não digo isto porque o Harry Hamlin ficou muito giro de cuequinha e a cabeça da medusa numa das mãos.

    Juro.

  3. Boa tarde Ricardo.

    Também gostei da explicação do João Clérigo que irá ajudar bastante os leitores.

    Quanto às dúvidas…

    Zénite – É o ponto do céu mesmo acima das nossas cabeças 90º acima do horizonte.

    Radiante, a zona do céu de onde os meteoros aparentam vir, o radiante situa-se na região da constelação do Perseu daí o nome de Perseidas. O facto de apontar directamente para lá, é exactamente por estes aparentarem sair de lá mas como a esfera celeste é redonda os meteoros seguem os seus caminhos para a região mais ou menos oposta. Daí também resultar não apontar para o radiante mas para o ponto oposto. Por experiência própria digo que muitas das vezes rende muito mais não olhar para o radiante, mas para outras zonas mais laterais ou circundantes.

    Um conselho, faz download gratuito do Stellarium em http://www.stellarium.org e lá consegues simular e pesquisar tudo o que necessitas para saber onde estão as estrelas constelações….

    Espero ter ajudado

    Um abraço

    Miguel Claro
    http://miguelclaro.com

    • RicardoSantos on 07/08/2011 at 18:54
    • Responder

    Boa tarde, estive a ler a sua publicação sobre CHUVA DE ESTRELAS PERSEIDAS 2011, e achei bastante completa a explicação bem como bastante oportuna.
    Só fiquei na duvida em relação á posição para onde devo tentar visualizar, ou seja o que é
    “o zénite ou na direcção oposta ao radiante. Os melhores meteoros passarão nessas zonas, no radiante serão muito pontuais e curtos.” Nestes dias estarei no Algarve, e minha intenção será de ir a praia tentar ver, ou seja com o mar a sul, talvez me possa ajdar a perceber para onde devo olhar…

    obrigado

  1. […] Quem se quiser tentar fotografar o céu, pode seguir os conselhos do João Clérigo, no artigo relativo às Perseidas de 2011. […]

  2. […] – Chuvas de Meteoros: Quadrantidas. Líridas (2013, 2012). Eta Aquarids, Perseidas (2013, 2011 (aqui), 2010, 2009), Dracónidas (e aqui), Leónidas, Geminídeas. […]

Responder a Carlos Oliveira Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights