O anel da Terra

Um artigo publicado pela New Scientist, no dia 04 de Agosto, revela que a Terra tem um anel de antiprotões confinado pelo campo magnético terrestre. A antimatéria, que pode persistir por alguns minutos ou horas antes de se aniquilar e formar a matéria normal, poderia, em teoria, ser usado para abastecer foguetes ultra-eficientes do futuro (ler aqui e aqui).

Os satélites já tinham descoberto positrões – os parceiros de antimatéria dos elétrões – na cintura de radiação. Agora, uma sonda detectou antiprotões, que são cerca de 2000 vezes mais massivos. Para o efeito, Piergiorgio Picozza da Universidade de Roma Tor Vergata, na Itália, e seus colegas detectaram antiprotões usando o PAMELA, um detector de raios cósmicos ligado a um satélite de observação russo. A nave voa através do interior da cintura de radiação da Terra sobre o Atlântico sul.

Entre julho de 2006 e dezembro de 2008, o PAMELA detectou 28 antiprotões presos em órbitas espirais em torno das linhas do campo magnético que brotam do pólo sul da Terra. As amostras do PAMELA são apenas uma pequena parte da cintura de radiação interna, mas os antiprotões deverão, provavelmente, estar presos ao longo dessa cintura. “Estamos a falar de bilhões de partículas“, diz o membro da equipa Francesco Cafagna da Universidade de Bari, na Itália.

Alessandro Bruno, outro membro da equipe de Bari, diz que a antimatéria na cintura de radiação da Terra poderia um dia ser útil para abastecer naves espaciais. Os foguetes no futuro podem ser alimentados pela reação entre matéria e antimatéria, uma reação que produz energia mais eficiente do que a fusão nuclear no núcleo do Sol.

Fonte:  New Scientist

Artigo para publicação em arXiv.org

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