Evidências de Outros Universos?

A ideia do Multiverso diz-nos que o nosso Universo pode não ser o único, mas haverá outros Universos.
Detectar outros Universos parece ser impossível, mas uma equipa de investigadores assumiu que, de vez em quando, os universos entram em contato uns com os outros.
Esses contactos poderão provocar “arranhões” no espaço-tempo do nosso Universo.
O grupo de cientistas assumiu que uma forma de identificar esses “arranhões” é olhando para a radiação cósmica de fundo.
Criaram um algoritmo para detectar minúsculas variações gravitacionais nessa radiação, e descobriram 4 marcas. Segundo a equipa de investigadores, essas 4 marcas indicam que em algum momento no passado, o nosso Universo foi tocado por outros.

O estudo parece-me demasiado especulativo, com diversas suposições, e com conclusões que dependem em grande parte das interpretações subjectivas dos investigadores.
De qualquer maneira, é uma ideia interessante.

Leiam mais sobre isto, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui.

12 comentários

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      • Luis Gonzaga Parente Ribeiro Moreira on 20/08/2013 at 11:08
      • Responder

      Olá meus caros amigos Manel, Carlos e todos os colaboradores e opinadores deste espaço.
      Sou conhecido dos dois primeiros, que recentemente, precisamente no dia 12 de Abril do corrente ano, que nunca mais vou esquecer, me honraram com a sua presença, em minha casa a almoçar com a minha mulher, Julieta, excelente cozinheira e os meus filhos Sara e Cesário, na companhia, ainda do padrinho do Carlos.
      Sabem bem da minha paixão pelo estudo do Cosmos, da astrofísica, cosmologia, física de partículas, etc, ciências e disciplinas que perseguia desde criança e que me debrucei e mergulhei, como autodidata, nestes últimos 18 anos depois da minha aposentação, como inspetor tributário, com a aquisição de mais de 120 livros da especialidade.
      Li algures, decorrido este período, muitas teorias, sobre a existência de multiversos, particularmente uma, sustentada pelo astrofísico Russo Andrei Linde, a viver nos Estados Unidos, creio que ainda vivo, na qual defende há mais de 30 anos a existência de multiversos.
      Mais recentemente no livro ” O Grande Desígnio”, escrito em parceria por Stephen W. Hawking e Leonard Mlodinow, é defendida a tese da existência de 10 elevado a 500 de Universos todos diferentes, presumindo no seu imaginário a existência de universos com eletrões a orbitar os respetivos núcleos atómicos, com o tamanho de bolas de ténis.
      O nosso imaginário não tem limites, mas cabe perfeitamente na minha cabeça estarmos na presença de muitos universos para além do do nosso, que nos tem revelado imensa sabedoria e conhecimentos praticamente sem limites.
      Duma coisa tenho a certeza. Se o nosso se está a expandir, como está comprovado e, a ocupar com a mesma matéria um espaço cada vez maior é porque não tem fronteiras, o que quer dizer que para além dele, no meu entendimento, o vazio ou vácuo é infinito. Então se assim é, no meu imaginário, haverá de certeza, universos infinitos ou infinitos universos, cuja comprovação ou demonstração ocorrerá quando o nosso colidir com o vizinho ou vizinhos, igualmente em expansão, acontecimento ou acontecimentos, de que não terei a certeza que venha a ocorrer em observação, durante a minha ou nossa existência.
      Um abraço a todos.

  1. Um novo estudo põe em causa este estudo:
    http://www.universetoday.com/89702/abuse-from-other-universes-a-second-opinion/

    “Hajian concludes that the features Gurzadyan and Penrose reported were not statistically anomalous. Hajian does not comment directly on Feeney et al.’s detection, but given theirs were constructed in a similar manner, it should be expected that they are similarly statistically insignificant.”

    http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/1012/1012.1656v1.pdf
    O estudo indica que “there is not sufficient data to show that Gurzadyan and Penrose model is supported.”

  2. Filosóficamente falando:
    Superbock e Sagres; toca a rever o par!

  3. claro que eles sujeitam-se à revisão dos pares.
    Mas parece-me que as suposições iniciais estão erradas, e as interpretações são subjectivas.

    Vou-te dar um exemplo:
    – Eu acredito no Pai Natal.
    – Oiço muitos barulhos à noite, e pode ser o trenó do Pai Natal. Crio um algoritmo que me faça separar os barulhos que mais se pareçam com o trenó.
    – No fim, chego à conclusão que 4 desses sons poderão ser o barulho do trenó do Pai Natal.
    A seguir sujeito-me à revisão dos pares.
    Prova-me que esses barulhos não são o Pai Natal 😛

    Imagina que eu assumo a existência do Pai Natal no início do Universo. A seguir assumo que o Pai Natal estava bêbado (a comemorar a passagem de ano). Vai daí, andou com o seu trenó a “embater” no tecido do espaço-tempo do Universo.
    Para provar este meu cenário (não é uma teoria), então crio um algoritmo, e dou com 4 locais no CMB onde me parece que o Pai Natal lá bateu.

    O que achas que está mal neste meu estudo? 😉 Será o algoritmo? Claro que não é isso… 😉
    O problema é a suposição inicial e a interpretação final, assumindo as coisas.

    A única coisa que digo é que a experiência em causa é circular e nada diz sobre a causa dos resultados do algoritmo.

    Toda a discussão que estamos a ter, está no Facebook, aqui:
    http://www.facebook.com/astropt/posts/234340026601936
    🙂

    “O Bosão de Higgs. O edifício matemático de Wise tinha um buraco, que quando foi preenchido com o Bosão de Higgs fez o resultado final passar com distinção a eddifico matemático. Resta é tb descobrir o bosão de Higgs.
    Estás com essa do Pai Natal a fazer um argumento circular. Penso já o ter pulverizado, passe a expressão, na minha argumentação. Proponho antes que apresentes uma contestação de carácter científico. O Pai Natal era baril mas chumbou a Matemática, a Brames passou.
    É isso mesmo o interessante, para contestares a Teoria Branes vais ter que contestar por revisão uma experimentação. Entendes que acabou a deslealdade da Teoria Branes. Pode estar errada mas passou a ser leal, a poder ser revista.

    “Não percebo como o pulverizaste…
    Eles assumem a existência de algo (tal como do Pai Natal), fazem diversas suposições (contactos entre universos, etc… como se faz com o Pai Natal e o seu trenó, etc), criam um algoritmo (como podes criar para os barulhos), e a seguir tinham conclusões baseadas no que suposeram (ou seja, é uma experiência circular, que se auto-conclui… como o Pai Natal). :P”

    “Os algoritmos são todos criados. é essa sua natureza. Não se auto conclui, como assim, então est experiência vai ser sujeita a revisão dos pares. Ainda vai é o processo científico nesta fase, isso é certo, daí eu “acompanhar a tua sobriedade.” De facto antes havia apenas um suposição matemática, agora tens uma experimentação e o pedido da experimentação pelo Planck. Onde está o Pai Natal nisto tudo? Pulverizado, fora do cenário. A menos que o queiras colocar a galopar o telescópio Planck.
    Trata-se ali do método científico.

    “Para mim o problema não está no algoritmo… isso são os “barulhos”. O problema está na suposição inicial, e nas conclusões finais 😉
    Eles supõem a existência de X (chame-se o que quiser a esse X), supõem várias características desse X (antes mesmo de saber se ele existe), e interpretam cenas no final assumindo que ele existe… quando nunca o provaram 😉
    Antes de haver “contactos” têm que provar a existência. É a diferença para os OVNIs :P”

    “O Pai Natal passou a última temporada no WMAP? Foi ele então que pôs lá os enfeites nas cores da radiação de fundo o micro-ondas?
    Então sujeita-se uma Teoria ao métiodo científico e tu vens com o Pai Natal?
    Agora quem está a ser menos leal é o teu campo. Sobriedade sim, argumentos de misticismo nunca tiveram, e muito menos agora, lugar”

    “Não sei se passou. Esse é que é o problema.
    Imagina que eu assumo a existência do Pai Natal no início do Universo. A seguir assumo que o Pai Natal estava bêbado (a comemorar a passagem de ano). Vai daí, andou com o seu trenó a “embater” no tecido do espaço-tempo do Universo.
    Para provar este meu cenário (não é uma teoria), então crio um algortimo, e dou com 4 locais no CMB onde me parece que o Pai Natal lá bateu.
    O que achas que está mal neste meu estudo? 😉 Será o algoritmo? Claro que não é isso… ;-)”

    “Os resultados duma experiência vão ser sujeitos a revisão. Tudo vai ser sujeito a revisão. Pressupostos, algoritmo, parâmetros, tudo, Pelos vistos vai ser uma revisão aturada e implacável Ainda bem, fazes lembrar a revisão a que sujeitaram em tempos a Física Quântica. Mas assim mesmo é que é o método científico. Estar a solidificar sobremaneira a minha “tese”, já viste.
    O teu tipo de contestação é que não é a científica, neste caso em particular.
    Pausa
    Estou a adorar, é muito bom discutir contigo.
    Fim de Pausa.”

    “Sim, eu também gosto de discutir contigo. Até porque penso melhor naquilo que eu penso. Por exemplo, inicialmente pensei que o algoritmo também tivesse problemas… mas ao discutir contigo, já percebi que o maior problema não é o algoritmo 😉
    É o assumir que algo é verdade, a seguir fazer suposições sobre esse X (sem saber se ele é real), e depois tirar conclusões como se esse X fosse real.
    Se não queres pensar no Pai Natal, pensa nos OVNIs. Vai dar ao mesmo 😉

    Lê novamente a minha história:

    Imagina que eu assumo a existência do Pai Natal no início do Universo. A seguir assumo que o Pai Natal estava bêbado (a comemorar a passagem de ano). Vai daí, andou com o seu trenó a “embater” no tecido do espaço-tempo do Universo.
    Para provar este meu cenário (não é uma teoria), então crio um algortimo, e dou com 4 locais no CMB onde me parece que o Pai Natal lá bateu.

    Eu não questiono que pode haver esses 4 locais “anormais”. Pode haver. Questiono sim se são devido ao contacto de algo… e caso seja, questiono de qual será a causa.
    O logaritmo e a experiência no seu todo nada diz sobre isso.”

    “um resumo muito sintetizado da Teoria-M
    http://en.wikipedia.org/wiki/M-theory
    Estamos em Física Teórica.
    A M teoria pode estar certa ou estar errada, mas já conseguiu que se revisitasse a Física clássica e de Partículas, e logo as 2 duma só penada.”

    “eu não sou cosmólogo nem físico, logo não posso nem sei discutir os detalhes. 😉
    A única coisa que digo é que a experiência em causa é circular e nada diz sobre a causa dos resultados do algoritmo.
    As pessoas (cientistas neste caso) por vezes assumem demasiadas coisas para retiar conclusões que não estão nos dados. Neste caso, nada na experiência diz que é um Multiverso. Assim como a experiência do Hubble, por exemplo, não permitia concluir por uma expansão do Universo (como muito bem Hubble disse na altura e por isso ser contra essa ideia da expansão). Há muitos outros exemplos do mesmo. De saltos no pensamento nas conclusões, para ficarem de acordo com as suposições. ;-)”

    “É uma possibilidade bem realista, essa. Tem exactamente a mesma probabilidade do Modelo-Padrão estar todo errado caso se encontre uma entidade totalmente diferente do Bosão de Higgs.

    Fascinante é também o facto de não faltar nem coragem nem ousadia aos 2 campos oponentes. Sejam quais forem os resultados só temos por certo uma coisa, e essa tem algo de muito belo, É que nestes processos descobrem-se sempre muitos outros objectos, ou novas e melhores explicações para objectos já referenciados.

    Vamos lá ao conteúdo da tua argumentação, vou passar ao lado da analogia que considero desajustada. Adiante.

    “É o assumir que algo é verdade, a seguir fazer suposições sobre esse X (sem saber se ele é real), e depois tirar conclusões como se esse X fosse real.”

    E=mc^2 também passou essa fase.

    Although Einstein’s argument in this paper is nearly universally accepted by physicists as correct, even self-evident, many authors over the years have suggested that it is wrong. Other authors suggest that the argument was merely inconclusive because it relied on some implicit assumptions

    E a experiência efectuada, uma das base teóricas que a induziu, e as suas conclusões

    “Interestingly, however, the Bayesian evidence ratios obtained for four of the features in the WMAP data are systematically larger than expected from false detections, as calibrated using a collision-free end-to-end simulation of the WMAP experiment. Data from the Planck satellite [16], which has a resolution three times
    better than that of WMAP, with an order of magnitude greater sensitivity, will greatly improve the pipeline’s diagnostic power. As we have shown, the non-detection of
    a bubble collision can be used to place constraints on theories giving rise to eternal in
    ation; however, if a bubble collision is veri ed by future data, then we will gain an insight not only into our own universe but a multiverse
    beyond. ”

    Foi uma primeira experiência que os autores afirmam, com base nos seus pressupostos, na teoria verificada e numa experiência consagrada, terem obtido 4 resultados verificáveis. São totalmente abertos a verificação futura indicando com toda a transparência como o fazer.

    Aguardemos então a replicabilidade e a verificação dos dados.

    Estão numa fase bastante mais avançada do que Einstein esteve em 1905, ou mesmo em 1907 quando fez uma revisão em que reconheceu a controvérsia de se ter baseado nas equações de Maxwell para o argumento heurístico da relação massa-energia.

    Podias aplicar a tua tese Pai Natal perfeitamente a Einstein, ou a Galileu, que coligiu em primeira mão o conceito de Relatividade.

    É uma contra-argumentação desajustada, senõ vejamos:

    É o assumir que algo é verdade. Sim, claro, se assumissem que era mentira não tinham feito a experiência, por isso quiseram saber.

    “a seguir fazer suposições sobre esse X (sem saber se ele é real).”

    nada disso, foi o contrário, a abordagem, foi fazer um modelo sem lo sem colisões e verificar se este resistia. Não resistiu em 4 instâncias.

    “e depois tirar conclusões como se esse X fosse real.”

    Ninguém fez fez aqui o que fosse de semelhante a isso.
    Obtiveram-se 4 resultados bem reais cuja veracidade irá ser, ou não, reconhecida pelos pares e pela replicabilidade. Nesse processo, como sabes, são verificados os parâmetros, os seus critérios e a sua credibilidade.

    Bolas, não consigo ver o Pai Natal.

    Um abraço, que noitada :))

    “Os 4 resultados em nada mostram a veracidade das suposições. Como eu disse, supõe que realmente esses 4 pontos são diferentes. Pode ser culpa do Pai Natal, do monstro de Esparguete Voador, ou de 1 milhão de outras coisas. Nada diz que é do Multiverso 😉

    Quanto a Einstein, até a Wikipedia diz que no início a sua Relatividade Geral não tinha uma fundação sólida:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Tests_of_general_relativity
    😉
    E a Relatividade Restrita em 1905 também não 😉
    Eu seria um dos questionaria os “sonhos” de Einstein e as suas 2 suposições iniciais ;)”


    “Os 4 resultados em nada mostram a veracidade das suposições. Como eu disse, supõe que realmente esses 4 pontos são diferentes. ”

    Totalmente de acordo, diria mesmo 4 em 4.
    Então vamos (outros melhores que nós) ao processo de revisão.
    Embora aí fazer Ciência. :))”

    “a céptica em mim não consegue deixar de compara a teoria M a deus: uma entidade, algo, criado para explicar o que não se consegue explicar. Acho q é daquelas coisas q de tão extraordinarias vai precisar de evidencias tb extraordinarias, e um simples algoritmo, por mais complexo q seja, não chega. É um algoritmo feito de premissas que não se sabe se são verdadeiras. é especulativo.

    Sobre a M, continuo a dizer que sigo a ideia do Magueijo, que estuda estes assuntos 😉
    A M é uma auto-fulfilling prophecy… mascarada de experiências científicas 😛
    E digo isto, para não usar a palavra que o Magueijo usou para a M 😛
    http://books.google.com/books?id=pcJA3i0xKAUC&printsec=frontcover&hl=pt-PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false
    (página 190 no final)
    :P”

    “O algoritmo. Chama-e técnica de Cellular Automatom e funciona muito bem. A margem de incerteza foi calculada e está robustamente dentro dum SIGMA-5. É mesmo uma chatice, vão ter que a rever e rever e rever.
    Este Universo é muito grande e está em expansão, e se esta é mensurável o nosso Universo é finito. Tem são duas energias de alcance infinito em acção dentro de si.
    1) Gravidade
    2) Electro-magnética (electrofaca nalgumas condições)

    Isto que disse são uma técnica, um critério e o que propõe a Física moderna consagrada actual.

    Tem já exotismo e loucura suficientes, concordo. Agora a Teoria-M explica melhor a gravidade e explica melhor o EM (unifica com a fraca e com a forte) é o ou tempo volta para trás. Mas é apenas, por enquanto, Filosofia, não é Ciência.

    Sim, as marcações não são nítidas, de todo, isso é verdade. Na verdade não sabemos.

    Procuramos.”

    “Mas os algoritmos podem sair-se robustos mesmo perante premissas q à partida não estão correctas. Ou não podem? Se se fizesse um algoritmo para mostrar qtas vezes o Nibiru acabou com a Terra, de certeza q se arranjava um com sigmas robustos, ou não? 😀
    (não me parece lógico é q o multiverso tenha sido criado para justificar a nossa existencia)
    Essa premissa inicial que deu origem à ideia de Multiversos é ke não concordo. Tudo o resto, incluindo logaritmos, só vem tentar provar algo que não existe.
    Quando eu falei nos barulhos feitos pelo Pai Natal, quiz explicar mesmo isso. É possível criar um logaritmo para contextualizar esses barulhos. No entanto, a premissa inicial (Pai Natal) é que está errada.”

    • Manel Rosa Martins on 15/08/2011 at 06:06
    • Responder

    É esta a proposta que induziu esta experiência prática.

    http://www.youtube.com/watch?v=F-yEu-b_YD0

    • Manel Rosa Martins on 15/08/2011 at 06:04
    • Responder

    Discordo frontal e jovialmente da tua interpretação e a da tua análise do trabalho, que li com interesse na íntegra.
    Vamos então por partes.
    Dizes que os autores especulam e de forma exagerada. Antes pelo contrário, tiveram extremo cuidado em construir uma proposta com parâmetros meticulosamente explicados para se sujeitarem à revisão dos seus pares.
    Há um passagem de suma importância que, no entanto, será por natureza uma “régua” que pode estar errada: o algoritmo. Pode é também estar sujeito a revisão e a eventual re-calibragem. Isso é muito mais do que especulação. E também pode estar certo, dou o benefício da dúvida que se tenham esforçado por isso. Mas é um proposta concreta para ser sujeita à experimentação dos autores.

    Com estes parâmetros deu 5 resultados positivos que pulverizam o mais conservador dos padrões de incerteza. Este foi enunciado e também pode, e deve, ser sujeito a revisão.
    Vou deixar de fora as comparações místicas porque, essas sim, é que são mera especulação.
    Vejamos então a questão da definição do que é um Universo.
    Lucrécio usou a palavra com o sentido “tudo em um só, tudo combinado em um”.
    Então tomo por certo que o conceito de Multiversos é precisamente o contrário de imaginar deuses à sua imagem. Contraponho esta antítese à tua tese.
    Numa coisa concordo, com idêntica frontalidade e jovialidade empregue na discordância.
    Na síntese: os resultados falarão sempre mais alto do que nós, mais alto do que a tua sobriedade e mais alto do que a minha ousadia.
    Mas é a primeira vez, que eu saiba, que o objecto, ou neste caso muito particular o multi-objecto, é sujeito a experimentação.
    Resulta ainda que os autores quase que gritam por revisão, e sobretudo por alocação de tempo no telescópio Planck, que tem uma resolução resolutamente superior ao do WMAP.
    Isso foi sério, foi ético e foi corajoso.
    Acontece também que há o pequeno detalhe da matemática da Teoria-Brane (ou Teoria-M, de membrana, abreviada para Brane) ter sido revista pelos pares e estar certa, tanto quanto lhe entendo o chamado resto zero, ou a expressão 1=1.
    Ao ser um edifício matemático de invulgar elegância (junta as várias facetas da Teoria das Cordas) a Teoria Brane é mais que mera especulação. Mas claro, estou de acordo com a bitola, também não é ainda Ciência. Nem a experimentação efectuada é ainda Ciência nisso acompanho firmemente a tua sobriedade.
    Mas não é nem misticismo nem especulação, tem outro nome.
    Chama-se Filosofia.

    Citando um autor que aprecio, mas com uma pequena e admissível alteração de carácter numérico*.

    “Finalizo dizendo algo que me parece que é bastante importante para aqui: isto são somente opiniões minhas. É somente a minha filosofia para a vida e para o universo.

    E uma das coisas que já aprendi nestes 49* anos, é que o Universo não quer saber do que eu penso e das minhas filosofias. Os resultados científicos nem sempre são aqueles que eu gosto. E são esses resultados que contam, e não o que eu penso.”

  4. Eu não serei a melhor pessoa para perguntar isso, porque acho totalmente errada a ideia de Multiversos 😉
    http://bitaites.org/livros/carlos-oliveira-o-emigrante-cosmico
    😉

    Reproduzindo essa parte da entrevista:

    “Multiverso: a ideia do Multiverso nasceu da falsa noção de que se só existe este Universo, então ele está feito para nós: as suas propriedades físicas estão feitas para a nossa existência. Ou seja, sofre do mesmo problema dos exemplos acima.

    Se o Universo fosse diferente, poderia haver vida totalmente diferente da nossa, e se calhar essa vida estaria a pensar que o Universo foi feito para ela, e que o seu mundo estava no centro do Universo. No entanto, isto é algo que nem sequer é imaginado por quem pensa que o Universo está feito para nós. Ora, para contrabalançar esta ideia inicial de que o Universo está feito para nós, então imaginou-se que este seria só um de muitos universos, e daí que não havia nada de especial nele. O que eu penso é que a ideia inicial está errada, logo não é preciso contrabalançar nada.

    Sempre que penso nestas coisas lembro-me das palavras de Xenophanes. Este filósofo grego, que viveu cerca de 100 anos, dizia há mais de 2500 anos que se as vacas e os cavalos conseguissem desenhar, imaginariam deuses à sua imagem. Hoje, ele diria o mesmo dos extraterrestres da ficção científica, por exemplo. Ou seja, temos sempre a incrível mania de imaginar que os outros são como nós. E porquê? Porque nos achamos o que de mais importante existe, por isso os outros têm que ser como nós. O mesmo se passa nestes exemplos que coloquei em cima, incluindo na ideia inicial para o Multiverso.

    Finalizo dizendo algo que me parece que é bastante importante para aqui: isto são somente opiniões minhas. É somente a minha filosofia para a vida e para o universo.

    E uma das coisas que já aprendi nestes 37 anos, é que o Universo não quer saber do que eu penso e das minhas filosofias. Os resultados científicos nem sempre são aqueles que eu gosto. E são esses resultados que contam, e não o que eu penso.”

    1. Desconhecia a entrevista, mas adorei-a…
      Retrata na sua plenitude o Ser Humano… Espelha essa coisa que possuimos e que se chama cerebro, que serve para “ver”, mas que nos cega tanto….

      1. Obrigado, Pedro. O mérito foi do entrevistador, que levou a entrevista para um lado… diferente do normal 😉

  5. Se de fato existem outros Universos e eles são capazes de colidir com o nosso, isso indicaria que existe espaço fora do Universo? Algo como um espaço com outra “textura”? õ,o

  6. De fato, bem interessante. 🙂

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