Ouro choveu do céu

Não penso que seja necessário usar uma máquina do tempo… 🙂

Porque é que a administração Obama quer ir “visitar” os asteroides?

Concordo plenamente com esta ideia:

“Já defendi aqui no blog, que o plano espacial deveria passar por uma nova corrida ao ouro. Não faltam metais preciosos na Cintura de Asteróides, entre Marte e Júpiter…”

Sugiro que vejam bem este link: http://en.wikipedia.org/wiki/Asteroid_mining

Saliento esta parte:

The power of self-replication is compelling. For example, a 1 kg solar powered self-replicating machine that takes one month to make a copy of itself would, after two and a half years (30 doublings), refine over one billion kilograms of asteroidal material without any human intervention.

Ten months later you would have one trillion kg of whatever metal(s) are used to make the devices, which could then be “harvested” at any time.

No large mass of equipment need be delivered to the asteroid; in effect, only the information that went into designing the device plus the 1 kg device itself.

Sugiro também este: http://en.wikipedia.org/wiki/Gold_rush

O turismo espacial é importante para viabilizar as actividades “verdadeiramente” privadas no espaço… que poderão vir a ser o autêntico motor da expansão humana para fora da terra.

Para isso é necessário obter lucro, e felizmente, tanto quanto sabemos, não há “nativos” nesses asteroides como acontece neste filme: http://pt.wikipedia.org/wiki/Avatar_(filme)

Se existirem nos asteroides uma espécie de santolas http://es.wikipedia.org/wiki/Lithodidae ou algo semelhante a decapodes http://pt.wikipedia.org/wiki/Decapoda que se alimentem de metais, é possivel que não sejam lá muito inteligentes, e então, simplesmente, (se calhar) alguns asteroides passarão a ser “reservas naturais” para preservar os simpáticos “animaizinhos” espaciais.

Qual será que o perfil psicológico das pessoas que vão “colonizar” o espaço?

Uma possibilidade: http://en.wikipedia.org/wiki/Far_and_Away

http://en.wikipedia.org/wiki/Land_Run_of_1893 (Uma futura corrida espacial?)

http://en.wikipedia.org/wiki/Cherokee_Outlet (em princípio, não há vida nos asteroides)

Quem talvez consiga obter o dinheiro para pagar pelos projectos com que sonham as pessoas do “Mars Underground” e do “Moon Underground” são as pessoas duma outra subcultura que seria uma espécie grupo caracterizável por “Mining underground”, ou então para evitar um certo pleonasmo http://pt.wikipedia.org/wiki/Pleonasmo seriam os “Space Mining Underground”…

Uma parte significativa deste grupo não gosta (mesmo) “nada de nada” do Tratado da Lua:
http://en.wikipedia.org/wiki/Moon_treaty

Citação 0 – The treaty would apply to the Moon and to other celestial bodies within the Solar system, other than the Earth, including orbits around or other trajectories to or around them.

The treaty makes a declaration that the Moon should be used for the benefit of all states and all peoples of the international community.

It also expresses a desire to prevent the Moon from becoming a source of international conflict.

Citação 1 – Bans any ownership of any extraterrestrial property by any organization or person, unless that organization is international and governmental.

Mas uma outra parte desse “grupo de interesses” pensa que “tudo se pode negociar” e que poderão ser encontradas boas soluções “construtivas”:

Citação 2 – Requires all resource extraction and allocation be made by an international regime.

Uma certa parte da comunidade científica está contra as minas na lua, e contra as minas nos asteroides, pela mesma razão que está contras as minas na antáctida http://en.wikipedia.org/wiki/Antarctic_Treaty_System / e ver também: http://en.wikipedia.org/wiki/Protocol_on_Environmental_Protection_to_the_Antarctic_Treaty

Article 25(5) states that the Article 7 ban on mining may not be repealed unless a future treaty establishes a binding regulatory framework for such activity.

É uma expressão bonita: “Binding Regulatory Framework”….

Já em 1981 se pensava nestes “pitfalls” e até se fez este filme: http://www.imdb.com/title/tt0082869/
No you tube: http://www.youtube.com/watch?v=Ez2XfvN8XSc

Também existe este filme: http://en.wikipedia.org/wiki/Moon_(film)
No Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=Cb3exxD2nGo

Esta musica captura bem as emoções que uma pessoa pode sentir ao trabalhar numa mina lunar: http://www.youtube.com/watch?v=bf1g-6lyzMw

Aliás, gosto mesmo muito deste tipo de música: http://en.wikipedia.org/wiki/Filk

A personagem “Rockhound” http://www.imdb.com/character/ch0004193/quotes já foi um “afloramento visível” deste grupo de interesses neste filme http://en.wikipedia.org/wiki/Armageddon_(1998_film)

Uma outra manifestação destas ideias (até para se ir “esculpindo” a opinião pública) é o recente filme http://en.wikipedia.org/wiki/Cowboys_and_Aliens_(film)

Li algumas das criticas por aqui e por ali e até aqui neste blog: http://www.astropt.org/2011/01/10/cowboys-vs-aliens/

Eu gostei do filme e também das críticas, pois fizeram-me pensar um pouco mais…

Num primeiro nível de análise até concordo parcialmente com várias das opiniões, contudo tenho alguns “Inputs” como contribuição para um debate:

1) “Os ETs são basicamente os índios do Far West, só que com melhor tecnologia.”

INPUT 1 – Não necessáriamente, a mim lembram-me muito mais a dualidade e ambiguidade dois dois cowboys principais. Eles são herois ou vilões? Estes ET’s parecem-me mais uma “caricatura” do lado “mau” dos cowboys. Eles tratam os humanos “como se fossem gado”, o que é “justamente” o que os cowboys fazem com o gado. Para eles todos os humanos são iguais…

2) “A forma dos ETs é demasiado antropocentrica, misturada com insect-like… ou seja, terrestre.”

INPUT 2 – Gostei bastante do design destes ET’s e há vários aspectos ligados a extrapolações em biologia que até me fizeram ir ver melhor as “patinhas mais pequenas” na parte da frente dos caranguejos, que embora sejam anfíbios, já não são verdadeiramente “terrestres” a 100%.

3) “Socialmente os ETs são sub-desenvolvidos, atacando cada qual ao seu ritmo, sem qualquer organização.”

INPUT 3 – Sim, é uma boa crítica. Mas também poderiam ser clones de “má qualidade” (a nivel mental) desenvolvidos por uma tecnologia que já aparecia em 1977 nesta história: http://en.wikipedia.org/wiki/On_the_False_Earths

Quando se vê o interior da nave, há uma parte que parece quase uma colmeia, e penso que poderia ser uma zona de produção de clones. Para mim, só há um alien que faz várias cópias para servirem para o trabalho físico. Por isso não se vê qual deles é o lider.
O que tem a cicatriz e é mais “vingativo” pode fazer parte duma “hive mind”.

Esta boa objecção, levou-me a ter a ideia de que se calhar o ET que “comanda” o grupo de mineiros-clones(possivelmente) “fora da lei” é a versão espacial equivalente ao cowboy que tem a pulseira e que também tem o seu gang que rouba ouro.

Até surgir a tal rapariga, os humanos também estão “basto desorganizados” e lutam continuamente entre si. Nas acções dum gang pode muita incoerência devido a variadas tensões internas.

4) “A nave é demasiado mecanizada e parece tirada do século passado.”

INPUT 4 – Não concordo totalmente. Do ponto de vista artístico, o facto de se parecer com uma locomotiva pode ser simbólico. Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Transcontinental_Railroad
Também ajuda a manter a “atmosfera estética” reduzindo o risco de uma espécie de efeito semelhante ao http://en.wikipedia.org/wiki/Uncanny_valley ou então ao ridículo que surge com os anacronismos http://en.wikipedia.org/wiki/Anachronism

Gostei dos “Verniers” http://en.wikipedia.org/wiki/Vernier_rocket semelhantes aos usados neste sistema de 1957 http://en.wikipedia.org/wiki/SM-65_Atlas

5) “Os ETs viajam entre planetas, mas têm tecnologia do século XX (até para apanhar pessoas).”

INPUT 5 – As ferramentas mais simples também costumam ser as mais fiáveis.
Uma vez inventada, a ferramenta não é nunca completamente abandonada, como é referido (julgo) nesta palestra: http://www.kk.org/thetechnium/archives/2009/12/what_technology_2.php

A tecnologia é interessante: http://en.wikipedia.org/wiki/Lasso e tem inumeras aplicacões no espaço: http://en.wikipedia.org/wiki/Tether_propulsion

E as “naves” que voam e atiram os lassos são uma extrapolação (exagerada?) de tecnologia que já existe: http://www.digitaltrends.com/green-technology/the-electric-puffin-nasas-one-man-stealth-plane/ Para mim, uns cowboys usam os cavalos e os outros usam essas “coisas que voam” com várias asas, com um design que também é baseado em estudos tecnológicos actualmente em curso.

6) “Os ETs têm as mesmas atitudes e desejos dos Humanos.
Neste caso é simplesmente uma corrida ao ouro.”

INPUT 6 – Até gosto da ideia. Porque é que hão de ter sempre motivações estranhas e incompreensíveis? Se as leis da física que geram a vida e o comportamento são as mesmas, porque é que “eles” seriam assim tão diferentes? E talvez não seja “simplesmente” uma corrida ao ouro…

7) “Eles podiam ir buscá-lo ao cinturão de asteróides, por exemplo… mas vêm à Terra porque a Terra é o “centro do universo”.

INPUT 7 – Justamente por a terra “não ser o centro” do sistema solar é que eles poderiam ter vindo “esgravatar” numa zona (proibida?) fora do local onde estaria a “nave mãe” e que com toda a lógica (concordo) seria algures no cinturão de asteroides.

Isto leva-me a imaginar que eles (ele, no caso de “clones”) poderão ser como piratas, ou mineiros ilegais http://en.wikipedia.org/wiki/Illegal_mining_in_India (caçadores ilegais?) que vão para uma reserva natural sem autorização “oficial” para extrair minério.

8) “Por outro lado, a rapariga afinal é ET e disfarça-se de humana para viver entre nós.
Para chegar cá, precisou de naves. Mas parece que ela não tem qualquer tecnologia.
Se ela pode mudar de forma como lhe apetece, porque escolheu ser humana? E porque a sua civilização não se salvou? (se afinal podiam mudar de forma, sendo assim biologicamente mais evoluídos que os ETs invasores)”

INPUT 8 – A rapariga pode ser uma espécie de activista da Greenpeace, ou dos direitos dos animais, a agir também no limiar da legalidade. Ou então até pode ser como uma vigilante de parque natural. http://en.wikipedia.org/wiki/Park_ranger
Pode ter vindo como clandestina a bordo da nave que veio até á terra. Quem deu cabo da civilização dela poderia ser muito mais avançado.
Os ET’s que são vistos no filme, podem ser usados como nós usamos um grupo de escravos ou de prisioneiros para andar a “partir pedra”.

Se pensarmos nos ET’s como um ecossitema que viaja e não apenas uma simples espécie, o que vemos pode ser o equivalente a uma matinha de cães treinados para farejar caça. As naves principais e os tripulantes que controlam a missão podem ser muito diferentes.

Ela parece tão fascinada com os humanos como muitos cientistas estão fscinados pelos gorilas que tentam proteger dos caçadores ilegais.

O facto destes ETs estarem a agir dum modo ilegal, explicaria porque é que eles não são capazes de fazer o super-óbvio e desactivar a pulseira roubada. Se o que estão a usar foi roubado, podem não ter os códigos para desactivar a pulseira.

Até há um ditado: Ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão.

Isso também poderia explicar porque é que não pedem reforços (seriam presos?) e porque é que não mandam uma mensagem a pedir para a “nave mãe” (ou o resto da expedição ao sistema solar) dar cabo dos terrestres que os atacaram.

Se a tal nave voltasse (vamos supôr) para a zona principlal de extracção de minério, poderia fáclmente desviar um asteroide para eliminar toda a vida na terra e assim encobrir algum crime relacionado com a integridade da reserva natural que seria a terra e onde não se poderia ir, sob pena de uma espécie de multa.

Quantos criminosos causam incêndios para emcobrir o crime? A ideia de que alguma forma de vida pudesse dar cabo da humanidade, só para não ter de pagar uma multa, pode parecer totalmente absurda.

Contudo, se formos ver o que nós próprios já fazemos a tantas plantas e animais á nossa volta, já não sei se uma situação dessas é assim tão impossível.

Claro que seria profundamente “deshumano”, mas uma entidade “ET qualquer” pode estar-se completamente “nas tintas” para a humanidade inteira.

Há megulhadores que tiram fotografias da vida submarina, mas há sempre alguns outros mergulhadores “turísticos” que pegam na faca de mergulho e torturam “a brincar” alguns dos animais que encontram debaixo de água, apenas por “curiosidade” ou então por puro prazer sádico.

9) “As mensagens do filme parecem ser:
– natureza vs. máquinas.
– ritual de passagem para se ser homem é pegar em armas e matar.”

INPUT 9 – Para mim, as máquinas fazem parte da natureza, por isso não partilho essa visão.

Quanto ao ritual de passagem até concordo em parte com essa crítica.

Mas penso que o filme é mais sobre uma questão de sacrifício (a vários níveis) e do triunfo da lei sobre o lado “selvagem” do velho oeste.

O que é que faz a “rapariga” no final do filme?

Há toda a questão da prisão, da carruagem que os vai levar até um local onde se possa fazer justiça, do perdão para os criminosos,etc, etc.

10) “Parece um pouco como o ID4, em que os humanos se unem (sheriff, foras-da-lei, etc) para derrotar os ETs invasores. É sempre nós vs. eles.”

INPUT 10 – Sim quanto á mensagem de união entre os humanos, que me parece positiva.

Mas, para mim, a relação não é apenas “nós vs. eles”. É muito mais complexa. Como se diz no filme, “Já vi pessoas boas fazerm coisas más e pessoas más fazerem coisas boas”.

Para mim, há 6 partes que estão em conflito.

1 – Os habitantes da aldeia
2 – A familia do Vaqueiro (com dois conflitos internos)
3 – O gang que rouba ouro (com um conflito interno)
4 – Os indios (com lealdades divididas)
5 – Os ET’s que andam a sacar ouro e a (divertir-se?)
6 – A ET que tenta manter a ordem

É mesmo o “oeste selvagem”, e isso é (em parte) a essência dum Western. A colonização do velho oeste foi uma coisa boa ou uma coisa má?

Sugiro estes 2 filmes:

1) http://en.wikipedia.org/wiki/The_Man_Who_Shot_Liberty_Valance Como repôr a lei?
2) http://en.wikipedia.org/wiki/Assault_on_Precinct_13_(1976_film) Ver o “Napoleon Wilson”

11) E, por fim, claro, humanos a cavalo com armas e setas conseguem vencer ETs com capacidade para viajar entre estrelas.

INPPUT 11 – Não será assim tão impossível quanto isso. Ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Asymetric_warfare

E para mim, se existirem ET’s, nem todos serão do mesmo nível perante as leis que seão respeitadas pelas partes mais civilizadas dessa eventual civilização.

Um bando de condenados semi-analfabetos e também alcoólicos que trabalhem a limpar os canos de esgoto num porto onde esteja ancorado um porta aviões nuclear, podem conseguir roubar um barco de borracha dum dos navios de apoio á esquadra, e (dando a embarcação como perdida) fugir até uma ilha deserta e andar a esgravatar minerais e a maltratar os animais que lá vivem.

Aliás o que eles fazem ao barco http://en.wikipedia.org/wiki/Delta_Queen que se vê nesse fime sugere que se estão a divertir através de puro e simples vandalismo.

Tudo isto levou-me a pensar que um tipo possível de mensagem vinda de extraterrestres poderia muito bem ser uma lista tipo western dos “ten most wanted” http://en.wikipedia.org/wiki/Ten_Most_Wanted_List ou posters do género “Wanted: dead or alive” http://en.wikipedia.org/wiki/Wanted_poster

Bem, já chega de Cowboys e Aliens…

Voltando a todo o ouro e vários outros depósitos de metais que andam em órbita do sol…

Em trabalhos que efectuei como consultor de 1988 a 1993 recomendei sistemáticamente que se desenvolvessem recursos humanos em Portugal nas áreas da ciência espacial que fossem úteis para a exploração dos asteroides…

A vinda do Prof. V.A. Sarychev no início dos anos 90 para Portugal e o excelente trabalho a nível científico e didático da prof Anna Guerman em mecânica orbital, contribuem também (potencialmente) para o desenvolvimento destas capacidades.

Pela minha parte, neste momento, estou particularmente interessado nas novas tecnologias para extrair depósitos de cobalto http://www.ionline.pt/conteudo/51800-o-mar-salgado-quanto-do-teu-sal-sao-euros-portugal (e de várias outras coisas) que estão no “nosso” fundo do mar, nas planícies abissais http://en.wikipedia.org/wiki/Abyssal_plain e que têm sido estudados no âmbito do projecto de extensão da ZEE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_Econ%C3%B3mica_Exclusiva_de_Portugal