Espelho de Einstein

Reli este livro, que é uma excelente introdução à Relatividade de Einstein, tanto a Relatividade Geral como a Especial.
A Relatividade é explicada, juntamente com as suas consequências e aplicações. Há secções tão distintas como física de partículas, sistema de navegação por satélite, anti-matéria, buracos negros, química quântica, e ficção científica.

O livro é acessível e não tem matemática (tem as explicações das fórmulas somente no apêndice).
A ilustração do livro é muito boa, e as imensas estórias – quer relatos históricos da vida de Einstein quer a progressão científica das suas ideias – dão um sabor especial ao livro.

Um livro que recomendo para alunos universitários que não tenham seguido astrofísica e/ou para todos aqueles que queiram clarificar as noções referentes às ideias de Einstein.
Para quem tem interesse na história da ciência, este livro também é bastante interessante.

Eu podia retirar pequenos resumos por todo o livro, porque ele é mesmo excelente, mas vou-me limitar a algumas coisas daqui e dali que fogem à Relatividade propriamente dita.

Na página 43, os autores colocaram uma citação de John Bell no livro Speakable and Unspeakable in Quantum Mechanics: “I have for long thought that if I had the opportunity to teach this subject, I would emphasize the continuity with earlier ideas. Usually it is the discontinuity which is stressed, the radical break with more primitive notions of space and time. Often the resul is to destroy the confidence of the student in perfectly sound and useful concepts already acquired!”
Esta parece-me uma verdade indesmentível. Raramente damos relevância à continuidade. O Bell estava a referir-se à Relatividade de Einstein, que não foi radical no sentido de cortar com noções do passado, mas que foi um seguimento natural após as ideias e desenvolvimentos promovidos por Lorentz e Maxwell. Mas podemos generalizar isto para toda a ciência. Ninguém cria blogs para dizer que saltaram 3 vezes durante o dia, e em todas as vezes a Gravidade funcionou. Mas se qualquer coisa der diferente, então os blogs passam só a falar disso. Esta persistência só naquilo que é diferente (erro tipo I em Estatística), leva a um erro de percepção do processo da ciência. Se calhar é por isso que não só tanta gente nos EUA nega a evolução, mas também porque em geral tanta gente nega o conhecimento científico, preferindo a pseudo-ciência – porque se esquecem que todos os dias há evidências para o conhecimento do assunto e só dão relevância ao que raramente põe em causa o assunto.

Na página 210, eles colocam uma citação de Einstein, em que ele diz que os cépticos têm razão em não acreditar na inegável lógica matemática. Diz Einstein que só a experiência pode decidir aquilo que é verdade (algo que expliquei neste post e neste comentário sobre Einstein).

Na página 253 descrevem a forma como apareceu a ideia de Buracos de Verme na ciência, e que foi com o artigo “Wormholes, time machines, and the weak energy condition“, de Michael Morris, Kip Thorne, e Ulvi Yurtsever. Esta ideia foi usada, por exemplo, no livro e filme de ficção científica Contacto, de Carl Sagan, após contactar Kip Thorne. A ideia também foi usada por Robert Forward no seu conto Timemaster, em que matéria exótica permite estabilizar buracos de verme para os humanos viajarem por eles se houver permissão por parte dos seres (plantas/animais) feitos de matéria negativa que vivem dentro (nas extremidades) dos buracos de verme.

O último capítulo é dedicado à ficção científica.

Nas páginas 248 e 249, explicam como o conto Planeta dos Macacos, no original, mostra o fenómeno da Dilatação do Tempo (Paradoxo dos Gémeos): astronautas humanos viajam pelo espaço a velocidades próximas da luz e chegam a Betelgeuse em poucos anos. No entanto, centenas de anos passaram na Terra. Num planeta a orbitar essa estrela encontram um planeta com macacos inteligentes e humanos sem inteligência. Um dos astronautas (jornalista) consegue escapar e regressar à Terra, onde já passaram centenas de anos, e onde a espécie mais inteligente é agora a dos macacos.

Na página 251, referem a história Neutron Star, de Larry Niven, em que a força gravitacional de uma estrela de neutrões destrói uma nave espacial pilotada por extraterrestres.

Na página 177, falam no livro de ficção científica Dragon’s Egg, sobre uma civilização extraterrestre que vive na superfície de uma massiva estrela de neutrões, em que os seres são praticamente bi-dimensionais, e em que os trabalhadores nos edifícios altos vivem menos tempo do que aqueles que trabalham ao nível do solo (Dilatação do Tempo onde existe uma maior gravidade).

20 comentários

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    • duarte josé seabra on 01/11/2011 at 17:04
    • Responder

    Olá,Carlos,de novo.Obrigado pelos seus excelentes comentários sobre a BSG I I ;como é habitual,levantam mais dúvidas e dão vontade a quem o lê de aprender e investigar mais sobre os assuntos sobre os quais o Carlos se debruça.

    A Série BSG dá no canal MOV das 20.30hGMT às 21.20 h ,de segunda a sexta(cinco episódios por semana),isto na ZON(passe a publicidade).Repete noutros horários,habitualmente,num dia o episódio do dia anterior.

    iniciou-se há duas semanas

    • duarte josé seabra on 01/11/2011 at 12:10
    • Responder

    1.
    Em relação ao livro mencionado, penso que “O Cosmos de Einstein”, de Michio Kaku, creio que da Editorial Gradiva (Portugal), certamente com edição brasileira (o Brasil traduz para português tudo o que é bom e importante em ciência e livro técnico), trata dos assuntos mencionados.
    Igualmente biografias de Einstein recentes (Abraham Pais; Gradiva, Portugal) falarão desses temas.

    Agradeço ao Carlos suas sugestões de leitura e filmes.

    2.
    Outro assunto:
    Se for oportuno, o Carlos pode dar a sua opinião sobre a série “battlestar gallactica(II)”, que está agora a passar na tv por cabo em portugal, um episódio por dia, o que dá pra seguir bem o enredo?
    Eu tinha visto (uma parte) da primeira, que achei muito kitsch e deixei de ver, quando deu cá nos anos 70 ou 80…
    Parece-me ter qualidade, a nível de argumento, actores e realização, claro que os efeitos especiais são primitivos, em relação aos dias de hoje, mas estou a gostar dos episódios, e, comparando com esta, entendo melhor a opinião do Carlos sobre a “Stargate Universe”, esta será “melhor”.
    Serão os “Cylons” um pouco a história da criatura que se revolta contra o criador – frankeinstein, o Golem…?

    Obrigado pelo AstroPt, e cumprimentos a toda a gente.

    1. Eu já tinha adorado nos anos 80 🙂

      E adorei esta nova série. Adorei mesmo.
      Acho que tem demasiado religião… mas fora isso, achei fenomenal.
      Um Deus vs. Muitos Deuses, Criação revoltar-se contra o seu criador (Lucifer, Humanos no Paraíso, etc), alguns personagens no final percebe-se que são anjos, questões de moralidade (onde está o Bem e o Mal), … etc….

      Mas a verdade é que a religião está presente em grande quantidade em muita ficção científica, e na Battlestar Galactica deu-lhe um toque especial.

      Como em toda a ficção científica, os episódios também tinham muito do que era a sociedade da altura. Tem muitas críticas sociais.
      Exemplo: o episódio em que os Cylons invadem o planeta onde os humanos se tinham escondido, apareceu após os EUA terem invadido o Iraque. Aliás, no episódio a discussão em volta dos ataques suicidas dá-nos a outra perspectiva… porque estamos do lado dos Humanos.

      Aliás, a série foi tão excelente a nível social, que os actores e produtores da série foram chamados à ONU.

      Eu fiz este post sobre a série, onde pode ler mais informações 😉
      http://www.astropt.org/2008/07/15/battlestar-galactica/
      http://www.youtube.com/watch?v=-EZqhEOBrZo

      Continuo a dizer que foi a melhor série de ficção científica do século XXI… até ver 🙂

      A seguir veio uma série, Caprica, que é a prequel da Battlestar Galactica… como foram desenvolvidos os Cylons:
      http://www.astropt.org/2010/01/29/caprica/

      E agora virá uma nova série que vai retratar a 1ª guerra com os Cylons, antes deles serem semelhantes aos humanos, e que foi uma guerra que eles perderam e foram remetidos ao exílio:
      http://www.astropt.org/2010/10/24/battlestar-galactica-blood-chrome/

      abraços

  1. Esse trecho do artigo

    “(…) mas também porque em geral tanta gente nega o conhecimento científico, preferindo a pseudo-ciência – porque se esquecem que todos os dias há evidências para o conhecimento do assunto e só dão relevância ao que raramente põe em causa o assunto.”

    … nos fazem (mais uma vez) refletirmos sobre a imensa diferença entre ciência e pseudociência – a começar pelos substantivos. Ainda mais que isso: vê-se que é praticamente impossível mesclar as duas e dizer que é realidade. De acordo com as assertativas do Raciocínio Lógico, uma frase “meia verdade” é uma afirmativa falsa. Ou seja, o elemento-conjunto (neste caso, ciência-pseudociência) torna-se, como um todo, uma afirmativa falsa.

    O grande problema que vejo, por exemplo, em milhares de blog’s que promovem disparates científicos é que eles afirmam que a grande maioria das coisas que os mesmos divulgam acerca de seus estudos pessoais são realidade tanto quanto a gravidade, a força, os elementos químicos, etc. Quando a ciência (feita por pessoas sérias) não sabe de algo, ela apenas publica: “Não sabemos” ou “Pode ser isso, todavia carece de mais estudos”. Outro exemplo é sobre a Via Láctea. A tal forma “popular”, como a conhecemos, foi fotografada e divulgada porque a comunidade científica (em especial, a NASA) quando apontou seus aparelhos, a viu exatamente dessa forma. Isto não é especulação científica. Isto é descoberta científica – curiosamente, até hoje, nenhum pseudocientista descobriu nada sobre o Universo. Particularmente, não vi nenhum físico ou astrônomo renomado vir a público afirmar, por exemplo, que a Via Láctea é exatamente dessa forma e dizer: “Ponto final. Não se fala mais nisso”. Ou seja, os Cientistas jamais afirmaram que a nossa galáxia tem esta forma e ASSUNTO ENCERRADO. Outra coisa: é totalmente equivocado afirmarem que tudo que nos foi ensinado como sendo absoluto e real é, de fato, ilusão criada pelos cientistas e donos da verdade. 1º) Ilusão é algo que sequer existe a não ser nas nossas mentes; 2º) A verdade existe e não escolhe pessoas. Ela está acima de tudo e de todos e está lá pra quem quiser ver. Qual a diferença? Existem pessoas que a vê; outras não 😉 De alguma maneira, as pessoas que não a vê sentem-se incomodadas pelas as que a vê. A gravidade é uma LEI. Neste Universo, a gravidade, em seu conceito puro, é ilusão? Ou será que quando damos um pulinho pra cima e rapidamente somos puxados para baixo, devido à sua força, na verdade todos nós estamos a voar para o alto e infinito para sempre? Vemos nos noticiários pessoas sendo lançadas para fora da Terra todos os dias, devido seu movimento de rotação? Pois era exatamente isso que ocorreria se ela não existisse, ou se fosse ilusão criada pelos cientistas. Sabemos o que é a gravidade; o que não é ainda bem compreendido é como ela atua em outras dimensões matemáticas (e algumas de suas nuances). Quem tiver curiosidade em estudar Metodologia Científica (área muito interessante da ciência para imigrantes de outras áreas), procure ver as diferenças entre Hipótese (Postulados), Teoria e Leis.

    1. “procure ver as diferenças entre Hipótese (Postulados), Teoria e Leis.”

      Um dos grandes problemas que vejo nas escolas, é só darem relevâncias às teorias e leis… em vez de fazerem o que se faz diariamente em ciência que é gerar hipóteses e testar essas hipóteses em face de algumas previsões que se fazem.

      Normalmente nas escolas ensina-se como se já estivesse tudo descoberto… promovendo essa ideia errada de que “os cientistas já sabem tudo” e que os cientistas afirmam isso precisamente.

      Quanto à forma da Via Láctea é curioso que fale nisso, porque a nossa “amiga” Ravena, colocou ontem um post sobre isso onde diz:

      “Encontrado o braço perdido da Via Láctea, entretanto, cientistas dizem que não é um local próprio para vida. Como todos sabemos, quando se trata de um bom lugar para viver, tudo depende de localização. Infelizmente, parece que o recém descoberto braço exterior da Via Láctea pode não ser o melhor local para encontrar vida alienígena.
      (…)
      A descoberta representa um enorme salto positivo em nossa compreensão do formato da Via Láctea. Pode surpreendê-los, mas a forma espiral simétrica bela que vemos nas imagens é na verdade pura especulação.
      (…)
      Eles descobriram uma nova seção cheia de gás molecular condensada medindo cerca de 60 mil anos-luz de comprimento. Ela representa um enorme pedaço do quebra-cabeças galáctico, no entanto, pode não ser o melhor lugar para a vida ter evoluído.
      (…)
      A Universidade Virginia Trimble na Califórnia, que estuda a evolução de galáxias, acredita que os planetas ricos em matéria diversas, como a Terra, e que são ideais para a vida, são mais propensos a serem encontrados perto do centro da Via Láctea. Se a vida evoluiu nos confins ou extremos, no entanto, poderiam muito bem existir a bilhões de anos antes de nossa civilização, como as estrelas que existem com cerca de duas vezes a idade do Sol.”

      A verdade é que esta notícia nada tem a ver com vida extraterrestre.
      A verdade é que esta notícia não é de agora mas já tem 5 meses (desde que saiu o artigo científico).
      A verdade é que sabemos de forma generalizada a forma da Via Láctea (o centro é menos compreendido até), devido sobretudo a vermos outras galáxias (é o mesmo que olharmos para outras pessoas na rua, e percebermos que somos todos humanos com a mesma forma… mesmo que haja pequenos detalhes que nos fazem a todos ter uma cara ligeiramente diferente) – para a Ravena, os biólogos não sabem a forma humana… porque há pequenas diferenças nos narizes e olhos das pessoas.
      A verdade é que o que foi descoberto foi uma extensão exterior do braço Scutum-Centaurus da Via Láctea.
      http://www.astropt.org/2011/05/29/via-lactea-tem-um-novo-braco/

      Como se percebe, a crítica do Bell no post aplica-se na perfeição à Ravena. Ela vê em tudo uma revolução… um corte no que os cientistas (ela nem nota que está sempre a dar valor aos cientistas) do passado diziam. No entanto, a verdade é que é uma continuidade no conhecimento científico, em que se vai sabendo mais e mais… que é a natureza própria da ciência.

      😉

      abraço

        • Cavalcanti on 31/10/2011 at 15:16

        “(…) Quanto à forma da Via Láctea é curioso que fale nisso, porque a nossa “amiga” Ravena, colocou ontem um post sobre isso onde diz:”

        Exatamente. Eu também vi. Por isso o comentário 😉

        Reafirmando: ao contrário do que ela diz, a forma que vemos da Via Láctea não é especulação. Simplesmente porque, até então, foi visível dessa forma. Foi vista através de observações e mais ainda, foi visto o que foi visto. O que estava lá. Se tivesse ocorrido dessa forma: “Não temos nenhum aparelho, sondas espaciais, entretanto, achamos isto ou aquilo…” aí sim, nesse caso, seria especulação 😉 Note que nem refiro “especulação científica” pois o verdadeiro cientista não especula nada. E formula hipóteses com base em conhecimentos pré-adquiridos 😉

        O que venho observando também é a mania em quererem tirar a simplicidade da ciência. Por mais que tenhamos bizarrices (teóricas ou não) na ciência, ao meu ver, ela não passa disso: simplicidade. E por isso que é tão bela – porque é simples 😉

        Abraços.

        • Cavalcanti on 31/10/2011 at 15:18

        Vi também, recentemente, um outro blog que utilizou alguns conceitos de Mecânica Quântica em coisas nada científicas… 🙁

      1. “Vi também, recentemente, um outro blog que utilizou alguns conceitos de Mecânica Quântica em coisas nada científicas… ”

        Isso, infelizmente é diariamente…

        Até já há documentários sobre isso… documentários pseudo que trocam tudo e enganam montes de gente. Este é famoso:
        http://www.astropt.org/2011/02/21/ameaca-pseudo/

        abraços

        • Cavalcanti on 31/10/2011 at 16:43

        Aprofundando no assunto das teorias conspiracionistas, vou me unir em coro à uma dúzia de amigos que tenho (a maioria deles são fantásticos, colegas de cerveja, “peladas = jogos de futebol”, piadas, etc., claro que com defeitos como qualquer pessoa, por isso que falei noutro comentário em querer separar pensamento-pessoas) que acreditam cegamente na grande maioria das teorias da consipração…

        Tomarei como exemplo o hipotético Nibiru (ou Planeta-Chupão, para os esotéricos). Começo escrevendo que vejo de modo muito negativo o ponto que a humanidade chegou. Em todos os aspectos. Por quê? Porque percebo que no campo da ciência (principalmente tecnologia) evoluímos. Entretanto, involuímos em todo o restante. E, principalmente, nas relações uns-com-os-outros. Acredito que toda essa revolução tecnológica tornou-nos menos humanos, incapazes, cada vez mais, de se colocar no lugar das pessoas. Se colocar nos lugar das pessoas não significa apenas mostrar seus próprios erros (sim, os verdadeiros amigos fazem isso 🙂 ). Significa não fazer o mal físico; ajudar; se pôr a serviço; e, principalmente, amar uns aos outros (tal como Cristo nos ensinou – crença religiosa pessoal 😉 ). Principalmente, com relação a este último, sei que é bastante difícil a realização de tal. Uma pessoa somente querendo isso não se concretiza. Contudo, já pensou se cada um de nós, de modo igual, não somente pensasse, mas começasse a fazer sua parte? ;). Infelizmente, ficamos (inclusive eu, confesso 🙁 ) eternamente esperando, esperando…

        Partindo-se desse pressuposto, cheguei, num primeiro momento, desejar que um asteróide ou um planeta errante se chocasse concosco ou provocar coisas jamais vistas na história humana, não para extinguir a vida na Terra, mas para ver se “freava” essa humanidade decadente que vivemos. Entretanto, parei pra pensar e percebi que não precisamos isso (não quero dizer que quem acredita no Nibiru pensa exatamente dessa forma). O que precisamos é que, todos nós, sem exceção, precisamos tomar atitudes para o verdadeiro bem coletivo e não pessoal ou o que achamos, de modo pessoal, ser o bem. Nos dias atuais, chega a ser inocente acreditar em um mundo sem nenhum tipo de guerra, doença, praga, maldade, e outras coisas que existem porque os seres humanos existem. Guerras sempre existiram na história das civilizações, mas quem não se lembra dos anos fantásticos no mundo cultural (que, acredito eu, influencia bastante na formação e no caráter das pessoas) que foi vivido nos anos 40, 50, 60, 70 e, por fim, em 80 em quase todo o globo? Em plena guerra do Vietnã, por exemplo, quem teve a sorte de ter nascido nessa época ou na década anterior a esta, escutou ou assistiu, em primeira-mão, a maravilhosa canção What a Wonderful World, do “great” Neil Armstrong, que uniu brancos e negros em pleno EUA daquela época (se não me falha a memória, no Wikipédia, o artigo se refere a esta canção com o objetivo de promover o fim das diferenças raciais, mas não sei). No Brasil, em plena Ditadura Militar, tivemos artistas e canções maravilhosas que marcaram gerações (Geraldo Vandré, Roberto Carlos, The Fevers, Os Pholhas, Renato e Seus Blue Caps, Wanderlei Cardoso, dentre outros); durante a transição entre entre a ditaura e democracia, tivemos verdadeiros poetas tais como Renato Russo (que possuía um biblioteca pessoal) e Cazuza (hoje, um grupo que faz muito sucesso aqui mal sabe qual a capital de certo estado brasileiro). Nos EUA, os americanos tiveram a sorte de ouvir naquelas épocas “douradas” (essa frase não é somente minha, mas de outras muitas pessoas que também viveram essa época ou algumas mais à frente) artistas e grupos tais como o próprio Neil Armstrong, Lou Rawls, Bee Gees, Pink Floyd, Dean Martin, Frank Sinatra, entre tantos outros que não me recordo no momento (quem, nos dias de hoje, pode ser chamado de “A Voz”, tal como o Sinatra era chamado?).

        O Brasil dos anos passados era tido por muitos que são mais velhos do que eu como sendo de intenso relacionamento humano. As pessoas se respeitavam mais, se valorizavam mais ou, até mesmo, se amavam mais. Se via até mesmo respeito entre inimigos (muito mais que hoje). Não o que estamos vivenciando atualmente. Não sei o que está ocorrendo em outros países mas aqui, de modo particular, o conceito de família (pra mim, se bem estruturada, é o maior alicerce) está sendo destruído aos poucos, tanto pela mídia quanto pela cultura. E o resultado disso, se vê nos noticiários todos os dias.

        Em tempo: essa degradação “promovida” pela mídia é mais um plano Illuminatti ou da elite global? Acredito que sim, porque não? 😉

        Se os músicos ou artistas do passado conseguiram, através de suas músicas e seus programas, diminuirem os problemas ou nos fazerem refletir sobre isso, então é possível todos nós chegarmos ao proximo de um mundo ideal.

        Por isso, prefiro acreditar que a solução dos problemas que estão fora do nosso alcance não esteja em meteoros, catástrofes em escala global, Nibiru, etc. mas somente e tão somente nas boas ações humanas… 😉

        Abraço, Carlos.

      2. Neil Armstrong foi o 1º homem na Lua 🙂
        Louis Armstrong foi o cantor 🙂
        Lance Armstrong é o ciclista 😛 ehehehe 🙂

        Como diz o burro no filme Shrek, as pessoas e na verdade tudo são como cebolas… vários “layers” 🙂

        Por exemplo, as guerras não são só negativas.
        Grandes amizades se formam no espírito de grupo das guerras.
        Grandes inovações tecnológicas foram conseguidas com o objectivo de guerra (internet, por exemplo, que foi pensada para se existisse uma guerra mundial que cortasse as comunicações convencionais).
        Através da guerra, o Império Romano uniu diferentes povos.
        O próprio Galileu publicitou o seu telescópio como sendo para a guerra (para ver navios ao longe, com dias de avanço, em caso de tentativa de invasão).

        Quanto à música… sou intransigente: só existe um grupo no mundo: U2 😀 ehehehehe 😛

        🙂

        • Cavalcanti on 31/10/2011 at 17:00

        “Neil Armstrong foi o 1º homem na Lua ”

        LOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

        “Ai que burro, dá zero pra ele” 😀

        Obrigado pela correção 😉

        Com sua “licença”, vou tomar uma ducha pra trabalhar 😉

        Abraços. 😉

        • Cavalcanti on 31/10/2011 at 17:03

        “(…) Quanto à música… sou intransigente: só existe um grupo no mundo: U2 😀 ehehehehe”

        Vou discordar: o U2 já foi melhor. 😉

        Abraços. 🙂

    2. Concordo 🙂
      http://www.astropt.org/2009/10/27/u2/

      With or Without You – melhor música no Universo, assim considerada pelo júri em Alpha Centauri 😛
      http://www.youtube.com/watch?v=_Ye8GLPUVsM

        • Cavalcanti on 01/11/2011 at 01:19

        De acordo com a Conferência InterGaláctica, a música-hino do Universo é esta:

        We Are The World (Michael Jackson e Lionel Richie)

        Principalmente, por causa do seu refrão 😀

        “We are the world, we are the “children”
        We are the ones who make a brighter day
        So let’s start giving…
        Oh, there’s a choice we’re making
        We’re saving our own lives.
        It’s true we’ll make a better day
        Just you and me…”

        Abraços 🙂

        Obs. 1: tirando toda a polêmica acerca de Michael Jackson, o cara, junto o Lionel Ritchie criou uma música simplesmente brilhante – que atravessará muitas gerações. Dispensa comentários a atitude do Michael Jackson, Lionel Richie, Harry Belafonte e Kenny Rogers quando criaram o projeto USA for Africa, em 1985. O video da música-tema nem se fala: é brilhante e comovente. Me atento a uma coisa: não o brilho, mas a comoção acaba quando o Springsteen começa a cantar 🙂 Ficou muito engraçado. Me pareceu que tava com diarréia 😀 Ademais, o cara canta “pacas” 😉

        Obs. 2: À luz da religião cristã, a letra desta música possui um erro 😉

    • Renato Romão on 31/10/2011 at 14:21
    • Responder

    Como está Carlos?

    Excelente post,

    Era para ir beber um café a beira-mar e já me “perdi” em links atrás de links por causa deste post. Hahaha

    Tenho pesquisado imenso sobre a Teoria das Cordas, Entrelaçamento Quântico e universos paralelos (influências de Mitchio Kaku).

    Digamos que… no espaço/tempo e no entrelaçamento cerebral entre Costa de Caparica-Texas [(aplicada à pseudo-telepatia)hahaha], este post “caío que nem ginjas”!!!

    Tudo por causa dos tais neutrinos, quando dou por mim já vou “noutro universo”. Hahaha

    Abraço

    1. Viu/leu este livro?
      http://www.astropt.org/2011/10/21/hiperespaco/

      😉

      abraços

        • Renato Romão on 31/10/2011 at 16:55

        Ainda não, só hoje (através do AstroPt) já fiquei com referência para 3 livros.

        Ainda existe muita especulação sobre estas matérias, o próprio Kaku menciona sempre que não é conhecimento cientifico mas apenas uma “visão” sua, sobre as observações e estudos de algumas experiências. (Ex: Teoria das Cordas).

        A desordem da quântica actualmente só demonstra resultados concretos aos pseudos. É a minha opinião.

      1. “A desordem da quântica actualmente só demonstra resultados concretos aos pseudos.”

        http://www.astropt.org/2011/11/01/o-universo-quantico/
        😉

        abraços

  2. Olá, Carlos. Existe algum livro, em português (Brasil ou Portugal) que mais se assemelha a este do post?

    Abraço.

    1. Não sei 🙁

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