CAPA: Que Bicho é Este?

Fui incentivado pelo excelente post do Marco Filipe, que explica de forma clara sucinta e espectacular a fraude que deu origem ao movimento anti-vacinação (que pode ser visto aqui)

Desde 2009 que começou a formar-se um grupo anti-vacinação que de vacinas nada percebe. Tudo começou com confusão, medo e pânico gerado por algumas pessoas com ideias infantis e erradas. Na altura em que apareceu a mutação da gripe, A/H1N1/2009, logo surgiram hoaxes como esta, desconstruida muito bem pelo autor do blog.

João Vasconcelos Costa, criou um blog, que agora já não está acessível, exclusivamente dedicado às farsas sobre a gripe. Eu próprio lutei contra essa farsa em comentários em jornais e em blogs. Enquanto é só desinformação sobre uma teoria está tudo bem. O pior ocorre quando a desinformação promove actos errados das pessoas e afugenta-as da cura, e isso é um crime!

Parece que, mais de dois anos depois, continua essa desinformação. Com algum treino podemos verificar informações contraditórias de certos blogs, recorrência a artigos falsos, facciosos ou que nada têm a ver com a situação em questão.

Primeiro, quando a gripe A/H1N1/2009 começava a sua volta ao globo muitos cépticos diziam ser apenas uma gripe e que nada os atacava. Entretanto a gripe começou a matar e os portugueses, e não só, acharam que matava menos do que outras doenças ou do que um tsunami, típico de mentes inteligentes que apresentam analogias sem qualquer analogia.

Começaram a chover ideias de que o vírus fora criado para dizimar 1/3 da população mundial. Ora, se fosse para isso, não era um vírus da gripe que se usava. Ou seria uma ideia sem sentido ou os cientistas tinham tudo menos inteligência. De facto, não passou de mais uma teoria da conspiração.

Pouco tempo depois a ideia deixou de ser o vírus letal para passar a ser a vacina letal. Quando as vacinas chegaram diziam os entusiastas das teorias sem fundamentos que a vacina nos ia matar. (Incoerência pública – Universo Paralelo)

O Vírus chegou, a vacina chegou e as crenças supersticiosas infelizmente mantêm-se. Estamos cá quase todos. Não morreram quase 400 mil pessoas que tomaram a vacina, pois não?

“Todos os anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras instituições fazem previsões sobre qual será a mudança seguinte no revestimento do vírus.” (…) “O revestimento do vírus é coberto, maioritariamente, por duas proteínas: Hemaglutinina e a Neuramidase” (in Scientific American, Julho 2008). Assim a Gripe A (H1N1) é um vírus que apresenta proteínas de superfície Hemaglutinina e Neuramidase de tipo 1.

 

Que bicho é este?

O BI de um vírus tem como dados importantes o tipo de genoma, a simetria, o diâmetro, se tem invólucro, e que tipo de proteínas apresenta na sua superfície.

– O genoma do vírus da Gripe é de 7 ou 8 segmentos de RNA de cadeia simples (ssRNA), de polaridade negativa.

– A simetria, a nucleocápside é helicoidal. A nucleocápside é constituída por 8 segmentos, nos tipos A e B, e por 7 segmentos no tipo C.

– O diâmetro do vírus é de 100 a 120 nm.

– O invólucro é lipídico e apresenta algumas proteínas específicas deste vírus na sua superfície: a Neuraminidase (NA) e a Hemaglutinina (HA). Apresenta ainda uma proteína bastante importante – a M2.

Esta é a estrutura viral do Influenzaviridae, da família dos Orthomyxoviridae, que pertence à ordem dos Mononegavirales. O NA e o HA representam os serótipos dos virus, há 9 tipos de N e 16 tipos de H.  (BI de um Vírus – Universo Paralelo)

O tipo A do Influenza “infecta infecta uma grande variedade de mamíferos como o homem, cavalos, focas e porcos, e aves como galinhas e patos. O tipo B só é capaz de infectar humanos, não tendo por isso tantas implicações na epidemiologia.” O tipo C produz sintomas idênticos ao da gripe.

Os tipos (A, B e C) são ainda divididos em subtipos baseados nas diferenças de duas proteínas na superfície do Envelope lipídico, a hemaglutinina e a neurominidase – H e N. O vírus que está a causar algum pânico é o Influenza A(H1N1). (O que é a Gripe Suína – Universo Paralelo)

Imitar para Proteger

Uma forma excelente de abordar o problema dos vírus é o mimetismo em relação ao agente patogénico mas em pequena escala para que o nosso sistema imunitário o passe a reconhecer para um eventual ataque posterior.

Podem ler aqui sobre os adjuvantes e o mimetismo das proteinas de superfície.

E aqui temos um post excelente onde explica como é que vírus que causam cancro podem proteger do cancro.

45 comentários

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  1. Ana Guerreiro- no meu caso ” síndrome do pânico de Conspirações” tomei aqui mesmo as vacinas fabricadas pelo Dr.Carlos Oliveira e sua equipe,podendo assegurar que funcionaram perfeitamente,ficando eu entao,completamente curada dessa virose epidêmica que infeciona alguns sites da rede!Por via das duvidas,sempre dou uma passadinha por aqui para manter as consultas em dia…informação cientifica com bom humor:pode ser melhor?abs.

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 16:53
      • Responder

      deixe lá que até eu, q sou da área, tenho sido vacinada 😀

      O bom da equipa do Astro é que é multidisciplinar 😉 há pessoas de diversas áreas, por isso, quando um não sabe algo, há outro que sabe 😉 e assim temos aprendido todos uns com os outros 😉

      Abraço, Jeannette 😉

  2. Ah ah ah! Mandou bem-” DON’T PANIC”,valeu.Mas no meu caso foi pelo NIBIRU mesmo!Abracos

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 02:04
      • Responder

      Jeannette, o Nibiru tem uma coisa boa: faz-nos rir 😀 😀 😀 e rir é um dos melhores remédios para tudo 😀 😀

        • Cavalcanti on 05/11/2011 at 04:51

        “(…) o Nibiru tem uma coisa boa: faz-nos rir”

        (risos) Você pode até rir, mas o negócio é sério 😉

        http://evoluindo-sempre.blogspot.com/2011/11/nasa-desmente-sobre-nibiru.html#comments

        Veja o 1º comentário do Robledo Gonzales. O cara é um verdadeiro tesouro para a ciência. Cá que as órbitas dos planetas do sistema solar estão sendo pertubadas (perturbadas? Onde foi divulgado isso pela comunidade científica?) e o Sol está um tanto “inquieto” (faltou o José Gonçalves ensinar pra ele sobre os Ciclos Solares – ou será que no último Ciclo Solar o Nibiru passou por aqui e ninguém percebeu?) 😉

        • Ana GP on 05/11/2011 at 14:16

        Cavalcanti, ninguém melhor do que eu sabe que “o negócio é sério” 😉 eu lido com estas coisas todos os dias e em directo 😉

        Por isso mesmo temos de nos rir, ou passamos o dia frustrados, irritados, chateados, tristes… 😉

        • Cavalcanti on 05/11/2011 at 15:03

        Estava a brincar contigo, Ana.

        Veja a expressão “(risos)” acima 😉

        Abraços fraternos.

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 16:50

        Eu sei 😀 relax 😀 mas a questão levantada é pertinente e como há mais pessoas a ler-nos, quis explicar-me melhor. 🙂

        Nós por aqui, no Astro, costumamos dizer BAZINGA! qd estamos na brincadeira, ihihih 😀 😀

  3. Jonas,
    1 – Duas pessoas não formam uma amostra significativa da população. Foi sorte apanhares 2 pessoas com sintomas.
    A vacina para a gripe contém sub-unidades do virus para que o sistema imunitário as reconheça, por isso, é normal em algumas pessoas haver alguma reacção.
    Mesmo ao tomar a vacina pode-se ficar engripado porque, simplesmente, apanhou outro virus da gripe. A vacina de 2009 continha as estirpes H1N1 e H3N2. No entanto, quem apanhar uma população de virus que já se tenha mutado o suficiente ficará, obviamente, doente.

    2 – Um resfriado não é uma gripe.

    3 – As pessoas que tomavam vacinas e tinham sintomas leves, esses sintomas eram devidos à gripe. Se tiveram gripe é porque apanharam outra estirpe. Ao deixarem de tomar as vacinas deixam de ter os leves sintomas de uma vacina mas também ficam mais vulneráveis a um virus da gripe, qualquer que seja ele.

    4 – Parece que há algo errado até perceber como funcionam os vírus e as vacinas

    5 – A ansiedade referente às vacinas não é da ciência mas de quem quer criar medo e pânico.

    1. Prezado Dário

      Só esclarecendo…

      1- Estatisticamente posso inferir o contrário, posso dizer que 100% das pessoas conhecidas que vi com gripe passaram muito mal, mesmo duplamente vacinadas, não teve nenhuma vacinada que teve sintomas leves, essas tiveram febre muito alta e problemas pulmonares. E não foram duas, foram mais, foram 7. Uma delas teve sequela no pulmão, até hoje toma medicamento, meses depois do evento. As idades variavam de 40 a 80 anos e uma era uma criança de sete anos.

      Lógico que a dimensão das pessoas que conheço que foram vacinadas e não ficaram gripadas é muito maior, mas o que me chamou atenção foi o violento sintoma dessas 7 pessoas que foram duplamente vacinadas, Elas já tinham se vacinado fazia de duas semanas a um mês.

      Ficou perceptível que nesse último inverno no Brasil a vacinação contra H1N1 ajudou muito, foram poucos os casos notificados e as poucas mortes que aconteceram foram de pessoas de grupos de risco que não se vacinaram.

      Mas não estou desdizendo essa eficiência, ela existe, está provada, estou só jogando no ar algo que me chamou atenção, por que sintomas tão fortes ainda assim em pessoas que se vacinaram duplamente, contra a comum e a H1N1?

      2- Sim, resfriado não é gripe, e é isso que eu disse, não tomei as vacinas e não me gripei, só tive dois resfriados, um no inicio do inverno e outro no final.

      5- Eu vejo as tabelas de vacinação de hoje que são um exagero em relação a minha época, e as doenças são as mesmas, com exceção da H1N1. É claro que na minha época não tinha vacina contra Hepatite B, por exemplo, hoje tem. Mas penso que se uma pessoa não faz parte de algum grupo de risco para alguma doença, para que tomar? Não vejo só desconhecimento e medo das pessoas, vejo sites de médicos aqui orientando e induzindo a se vacinar contra qualquer coisa.

      Fica aqui só minha “curiosidade científica” para saber porque apareceram sintomas tão fortes da gripe, em várias pessoas de diferentes idades, que foram duplamente vacinadas. Será muita coincidência eu ser a “cola” que une tais casos? kkkk… ou há um número maior e ninguém está prestando atenção a isso?

      Estou levantando uma questão científica fruto de observação, alguma explicação há de se ter. Essas pessoas estão se questionando se vale a pena se vacinar ano que vem, duas delas me disseram que no ano passado aconteceu a mesma coisa. É interessante isso, não é?

        • Ana GP on 05/11/2011 at 14:19

        Jonas, sabe que devido a movimentos anti-vacinação o sarampo e a rubéola, que estavam quase erradicados, voltaram? Há uma razão para que determinadas vacinas sejam tomadas.

        • Ana GP on 05/11/2011 at 14:26

        As pessoas q num dado momento não fazem parte de um grupo de risco, por alguma razão posterior podem passar a fazer. Por outro lado, mesmo não fazendo parte do grupo de risco, pode tornar-se portador de um vírus e contaminar pessoas de grupos de risco – tornar-se-á responsável se elas ficarem doentes. A vacinação não implica somente a protecção individual, tb visa a protecção global de toda a população. Pode não estar doente e ser portador do virus e transmiti-lo a alguém que fica doente. É uma questão de saúde pública e de protecção de toda a gente e não só de uma pessoa só.

        Os seus conhecidos provavelmente já estavam a chocar alguma coisa. O facto de se ter manifestado depois da vacina pode não ter qq relação. Provavelmente o que aconteceu foi q a vacina desmascarou essa afecção q já tinham, na verdade colocou-a a nu e permitiu q fosse tratada. Outro caso a dar-se é que hajam pessoas que reajam menos bem à vacina – isso acontece com todas as vacinas. Mas é sempre uma percentagem pequena e é por isso q se pede q fiquem atentos. Mas não é o caso da anti-H1N1, não tem esses efeitos secundários. Os seus conhecidos já tinham essa infecção ou apanharam-na posteriormente.

      1. Todos pertencemos a um grupo de risco, daí termos um plano de vacinação obrigatório. Agora há doenças que são muito mais contagiosas pela forma de propagação do bicharoco, a gripe é uma delas, mas a tuberculose tb o é, o sarampo, etc, e as pessoas esquecem-se disso.
        Não vivemos isolados, e uma ida ao supermercado, aos correios, etc podem por-nos em contacto com pessoas com doença, se não tivermos imunizados estamos muito mais frágeis para contrair essa doença.

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 19:57

        Vivemos tempos em que as comunidades são muito maiores e em que já não há isolamento. Basta ver como o H1N1 se propagou tão rapidamente. Hoje em dia um vírus viaja muito rapidamente pelo simples facto de que as pessoas tb viajam rapidamente. Todos somos incubadoras…

  4. Penso que é preciso esclarecer a sociedade algumas coisas a mais, ou cientificamente procurar saber algumas coisas que acontecem que fogem da lógica.

    Tenho conhecidos que tomaram as duas vacinas, contra a gripe comum e contra a H1N1 e não só tiveram forte reação logo em seguida como ficaram gripados, algumas semanas depois, com forte reação. Parentes e conhecidos passaram duas semanas com forte tosse e mal, enquanto pessoas que não tomaram a vacina, como eu, tiveram apenas resfriados. Se as vacinas servem para proteger ou diminuir os riscos dos sintomas secundários, um casal de conhecidos teve problemas pulmonares mesmo com a dupla vacinação, então não funciona a contento.

    Há pessoas que a partir do início da tomada de vacinas têm-se gripado mais vezes que antes das vacinas, e ao perceberem isso pararam de tomar as vacinas e não se griparam tanto. É claro que a vacina não produz os sintomas da gripe, mas elas se griparam mesmo.

    Tem algo de errado aí ou nem tudo está muito claro, é preciso maiores esclarecimentos sobre essas coisas.

    Vejo também nos dias de hoje um excesso de ansiedade para se vacinar por qualquer coisa. Se uma doença sazonal não mata, por que se vacinar?

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 02:00
      • Responder

      Hum, sabe que há vários tipos de doenças respiratórias, de gripes, de constipações e etc? 😉 Esses conhecidos (o diz que disse nunca é muito fiável – as pessoas dizem aquilo que acham, nem sempre têm conhecimentos básicos para perceber aquilo que estão a sentir, efabulam ou trocam-se, como é normal quando não se conhecem as coisas, e depois a pessoa que ouve tb faz a sua própria interpretação…) podiam já ter um principio de um resfriado – resfriado não é gripe! Constipação não é gripe. A vacina de uma gripe não protege contra outra gripe nem contra resfriados, constipações e uma miriade de outros problemas respiratórios. Esses conhecidos podiam ter múltiplas outras coisas que não gripe. Eventualmente podiam ter alguma reacção secundária, q existe. E o q é melhor? Uma reacção secundária q passa rápido e parece uma constipaçãozita ou duas a tres semanas no hospital com uma gripalhada valente?… ou até a morte, como foi o caso de diversas pessoas que contrairam gripe A (eram grupos de risco)? Enfim, é uma questão de ponderar o que é melhor: acreditar nos que sabem e preferir as reacções secundárias que podem nem sequer existir e q são irrisórias, ou ficar um mês no hospital, sem poder trabalhar, a gastar rios de dinheiro em medicamentos ou, pior, morrer. Ou ficar com sequelas.

      Eu tomei a vacina do tétano há 2 dias. Dói-me o braço – é bom sinal, é sinal q o meu organismo está a reagir e a produzir anti-corpos para se proteger contra o tétano. Antes uma dor de braço do que o tétano, né?… 😉

        • Jonas on 05/11/2011 at 04:13

        Ana,

        Essas pessoas precisaram ir a médicos para saber como tratar-se. Uma delas está ainda em tratamento, depois de meses, com uma sequela no pulmão, e foi vacinada contra a H1N1 e a comum, a gripe estourou um mês depois da vacinação. È fato.

        Penso que há uma situação que cientificamente poderia haver uma explicação plausível, e é isso que coloco em discussão. Outro vírus? È possivel, claro, mas outro vírus com sintomas parecidos com a H1N1? Ou será que não foram as vacinas que potencializaram os sintomas de um vírus de outra cepa, mas que teria causado apenas uma gripe branda? Se o organismo está criando anticorpos contra dois agentes e recebe um terceiro (parente), alguém sabe dizer exatamente como funciona? Acho que são questões pertinentes.

        • Ana GP on 05/11/2011 at 14:09

        Jonas, há uma miriade de virus q produzem afecções respiratórias. Há diversas gripes – a gripe comum e a H1N1 não são as únicas gripes q existem, há mais estirpes. E uma constipação NÃO É uma gripe, por isso exclua essa ideia.

        Qto a fazer diagnósticos às pessoas, quem os faz são os médicos q estão na posse de toda a informação, não é um estranho que está do outro lado do atlântico e só tem informação “diz q disse” 😉

        As respostas já lhe foram dadas. Agora decida o JOnas se toma o comprimido azul ou vermelho.

        Abraços.

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 02:03
      • Responder

      Não há excesso de ansiedade para vacinar 🙂 há talvez é ansiedade por se ver que há muita informação falsa a veicular e por haver pessoas que manipulam quem não está dentro daquela área do conhecimento.

      Por exemplo, aqui: a Marina é profissional de saúde. O Dário é eng biológico e é dos q mais percebe da gripe a e vacina da gripe a porque a tem estudado bastante. E daí, vamos dar crédito a quem? A quem sabe ou a quem não sabe?… 😉 como disse atrás, no fundo é uma questão de escolhas: comprimido azul ou vermelho? E uma coisa são escolhas informadas. Outra diferente são escolhas baseadas em boatos, diz que disse e informação falsa. 😉

        • Jonas on 05/11/2011 at 04:15

        Ana, há médicos no Brasil indo à mídia e escrevendo nos sites deles induzindo a vacinações sem necessidade e sem critérios, induzindo pessoas que não fazem parte de grupo de risco, por exemplo.

        • Ana GP on 05/11/2011 at 14:10

        O Jonas é que as catalogou de “sem necessidade e sem critérios”?…

        • Jonas on 05/11/2011 at 18:46

        Ana

        Não foi o “Jonas”. Entre os próprios profissionais de medicina não há consenso.

        Fiquemos só no caso clássico recente, H1N1. Houve médicos especializados aqui no Brasil que quase imploraram nas mídias para que todos se vacinassem contra a H1N1, enquanto governo federal e outro segmento de médicos disseram o contrário, que só cabia aos grupos de risco. Como poderia a população leiga não ficar com medo frente a falta de consenso?

        • Jonas on 05/11/2011 at 18:56

        Ana,

        Só para deixar bem claro, passei informação oficial do médico que atendeu essa pessoa conhecida, foi gripe e das brabas, não foi só “constipação” e não foi “disse que disse” .

        Claro que pode ter sido outra cepa, claro que pode ter havido condições anteriores que o médico pode ter percebido e não falado à paciente porque achou que não precisava, mas os fatos são estes: ela foi vacinada contra duas cepas de gripes, teve gripe com forte sintomatologia, teve sequela no pulmão como causa primária a gripe, e não foi o primeiro ano que teve sintomatologia forte de gripe mesmo fazendo as vacinações. Contra fatos não dá para inventar. 😉

      1. Só uma achega, todas as gripes tem sintomas comuns, todas podem ter as mesmas complicações. Uma simples constipação tb pode tornar-se perigosa e desencadear sintomas respiratórios (como pneumonia), se as pessoas não se protegerem o mínimo durante a constipação. Se a pessoa em causa já tem historial anterior de problemas respiratórios, já deve pertencer ao grupo de risco para ser vacinado.
        Aqui em portugal os grupo de risco são, além das crianças, idosos, profissionais de saúde, lares, creches e escolas,etc, pelos motivos óbvios, estão tb incluídos pessoas portadores de doenças crónicas, como diabetes, asma, problemas cardíacos, insuficientes renais, enfim todos os indivíduos debilitados do ponto de vista de defesas do organismo.
        No entanto existem outras doenças que podem deixar os pulmões debilitados, fazendo com que mais facilmente tenham problemas respiratórios. Muitas vezes mesmo, o problema não é a constipação ou a gripe, mas sim outro e a gripe ou a constipação são sinais de que há algo que não está bem.

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 19:42

        Jonas, eu percebi. 🙂 no entanto, estamos a tentar explicar a quem nos leia (lembre-se q este site é visto por várias pessoas, por isso tentamos explicar-nos não só uns aos outros como tb a quem nos lê) que o facto de se protegerem contra a gripe A e a gripe sazonal não invalida que se contraia outra gripalhona. Há imensas estirpes. Umas mais activas q outras, umas mais espalhadas q outras.

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 19:46

        Jonas, como eu disse, há mais pessoas q nos lêm, por isso eu quis que explicasse que o que dizia não era somente opinião sua e q explicasse os fundamentos 😉 por isso é q perguntei se tinha sido o jonas a catalogar assim as coisas, para deixar isso claro. 😉

        Chame-me manipuladora, vá 😛 😀

        Aqui foi igual. Houve mta divisão e confusão. Mas a questão é que já passou e qual é o resultado?… a gripe foi controlada e evitou-se uma pandemia. Alguma coisa bem feita a OMS deve ter feito 😉 Não morreu ninguém devido à vacina, ms morreram mtas pessoas devido à gripe A. Qual a conclusão a retirar disso?…

  5. Uma entrevista engraçada ontem no Stephen Colbert sobre os vírus e doenças:

    http://www.colbertnation.com/the-colbert-report-videos/401500/november-03-2011/nathan-wolfe

    As pessoas nem se dão conta que há 100 anos atrás, toda a gente andava assustada com a poliomielite (com os miúdos até a chegaram atrasados à escola para terem menos probabilidades de serem contaminados)… e agora já ninguém anda assustada com isso.
    O mundo evolui, a medicina cura muitas mais pessoas, as vacinas previnem doenças que eram uma praga há 100 anos, a ciência ajuda as pessoas.

    É triste ver como há vigaristas que negam estas evidências e assustam as pessoas com mentiras.

    1. Tenho um pequeno texto sobre vacinação, com incidência na diminuição da taxa mortalidade infantil nos últimos anos, onde refiro os benefícios da vacinação com evidencias na diminuição do números de casos de doenças como a polio, tosse convulsa e por consequência a diminuição da taxa de mortalidade. O único senão é que os dados fidedignos a que tive acesso são unicamente para portugal.

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 01:53
      • Responder

      Eu proponho que a Marina se despache a entrar na lista de colaboradores 😀

  6. Eu acho que as pessoas se esquecem que a gripe pode ter “muitas cores”, aparecer com vários tipos, ligeiramente diferentes, e e até adaptados num novo ano.
    Logo, quando as pessoas se vacinam, ficam protegidas contra um tipo de gripe que já era conhecida nos anos anteriores.
    Não se estão a vacinar contra adaptações posteriores…

    Parece-me que as pessoas imaginam que uma vacina cura logo tudo… ou melhor, pensam que uma vacina abrange logo tudo o que existe e possa aparecer nesse ano… e se depois apanham gripe, dizem que a vacina não funciona… quando a verdade é que ela funcionou para o objectivo específico, não consegue é funcionar para tudo.

    1. As vezes nem apanham gripe, o que apanham é uma constipação, que é causada por outros vírus para os quais a vacina não confere qualquer protecção, depois confundem os sintomas e cometem um erro de post hoc culpando a vacina pela doença.

      http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 02:06

        olha, eu juro que li “o que apanham é uma conspiração” 😛 😀 😀

  7. Exacto, para uma arma biológica era mais eficiente uma forma alterada do vírus do sarampo, um dos vírus mais infecciosos, se não mesmo o mais infeccioso de todos.

    Abraço

    1. E que ainda dá muitas dores de cabeça a WHO….

      1. A WHO também me tem dado algumas: http://apps.who.int/medicinedocs/en/d/Js4926e/5.html

        Depois do choque inicial lá cheguei à parte do artigo de revisão que explica tal insólito: “Positive results from such trials, which revealed that genuine acupuncture is superior to sham acupuncture with statistical significance, provide evidence showing the effectiveness of acupuncture treatment. On the other hand, negative results from such trials, in which both the genuine and sham acupuncture showed considerable therapeutic effects with no significant difference between them, can hardly be taken as evidence negating the effectiveness of acupuncture. In the latter case, especially in treatment of pain, most authors could only draw the conclusion that additional control studies were needed. Therefore, these reports are generally not included in this review”. Basicamente excluíram os estudos que diziam que a acupunctura não fazia nada, assim é fácil chegar às conclusões que se quer…

      2. Pois, assim é fácil ter os resultados que se querem.
        Mas quanto a acupunctura ainda tenho algumas duvidas.Não acredito no uso dela como tratamento de base para qualquer patologia, mas como adjuvante a historia já é outra.
        No caso da dor, esta pode ser atenuada ou eliminada, bloqueando a transmissão nervosa com a colocação de agulhas no sítios certos (fibras nervosas). Isto não é tratamento, é claro, mas evita-se o uso de medicação até o tratamento ser efectuado. Em cirurgias, pode-se evitar a anestesia por químicos, com o mesmo método, evitando-se todos os efeitos secundários da anestesia.
        Quanto a outro uso não tenho bases para falar, mas nestes dois casos o uso é valido, não como tratamento mas um auxiliar por assim dizer.

      3. Sim, acho que já poucos se atrevem sequer a considerar que a acupunctura possa ser boa para algo mais do que o controlo da dor. Mas continua a existir um problema na minha visão, é que aparentemente, segundo alguns estudos, não importa o sítio onde se espeta as agulhas, ou se utilizamos sequer agulhas, o que por arrasto implica que o mecanismo de funcionamento tem pouco a ver com os pontos de acupunctura, seja com o Qi, seja com as fibras nervosas, não estou a ver como isso possa funcionar da forma que se diz que funciona. Mas eu entendo a tua perspectiva, desde que a dor do paciente se vá embora, é o que interessa ao fim do dia.

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 01:48

        Sou honesta: não vejo mais do que placebo na acupunctura. A própria dor pode ser atenuada mediante o placebo – é o q acontece, por ex, qd tomamos medicação (paracetamol, no meu caso) para enxaquecas. Como o placebo é em parte o levar-nos a acreditar q estamos melhores, porque acreditamos ir melhor, a nossa percepção é alterada. Se a percepção é alterada, a dor tb passa a ser percepcionada de outra forma, e é aliviada.

        • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 01:51

        ah, outra coisa totalmente diferente é usar esse placebo ou aquilo que induz esse efeito para ajudar as pessoas – mas ajudar, não intrujá-las e fazê-las pagar balúrdios por isso. Como complemento de tratamentos médicos. Em casos extremos de dor. Nos cuidados paliativos. Em tudo o q o bem estar da pessoa seja mais importante do que propriamente estar a pensar se estamos a usar algo que em termos farmacológicos e fisiológicos directos não tem efeito.

  8. Boas,
    Excelente artigo, a meu ver só falta mencionar um aspecto, que faz com que as pessoas ás vezes fiquem relutantes em tomar a vacina. A vacina da gripe não previne a gripe propriamente (devido a capacidade de mutação do próprio vírus), previne sim, as todas as complicações que possam advir de uma gripe, como pneumonia e infecções oportunistas que se desenvolvem devido ao corpo estar mais debilitado imunologicamente.
    A vacinação é pertinente, não só pela imunidade que se adquire, mas tb pelos benefícios para a população (imunidade de rebanho) e pelos benefícios económicos, uma população protegida é uma população produtiva (menos absentismo ao trabalho por doença).

    Um dos grandes problemas é a desinformação por parte dos media, conseguem empolar as coisas e deixar as pessoas mais confusas e com mais receios, do que informar , que devia ser a sua função. No caso da gripe A, foi uma escandaleira o papel dos media, até parecia que estavam a espera das mortes, primeiro pela gripe e depois pela vacina.

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 01:37
      • Responder

      Sim, foi uma escandeleira tal que estava toda a gente muito confusa. Eu estava, mea culpa. Andávamos todos a pesquisar tudo e mais alguma coisa e não conseguiamos chegar a consenso nenhum. Até porque nem muitos médicos chegaram, tb houve mta desconfiança no meio médico, o q não ajudou. Estava toda a gente confusa, incluindo profissionais de saúde – a enchente de informação conspiracionista não ajudou, a enchente de informação de empolamento mediático tb não, ninguém sabia mto bem o que fazer, confesso. Os pediatras diziam q a OMS aconselhava a vacinação mas q a decisão era dos pais e q eles pessoalmente não sabiam mto bem o q fazer. Q iam seguir as directivas da OMS e pronto.

      Pessoalmente, sou pragmática. Não havia necessidade para tanto pânico nem para tanta desconfiança. Foi mesmo demais e na altura eu tb fiquei contaminada com desconfiança e o meu cepticismo funcionou ao contrário. Qd dei por ela já estava paranóica e conspiranóica. Tudo pq não estava mesmo a ver a razão de tanto pânico e alarde – os grupos de risco vacinavam-se e pronto, qual é a espiga? 😛 problema resolvido 😛 😀

      pessoalmente não fazia parte dos grupos de risco – e as gripes nunca me assustaram ou travaram 😀 (de cada vez q digo isto apanho uma… ahahahahah – por acaso a última que tive foi mázinha 🙁 é bem feita! 😛 não sou propriamente exemplo a seguir, aviso já – sou desleixada com a saúde 🙁 vá, Marina, dá-me tau tau 😀 ainda ontem levei 😀 por causa disso mesmo :D).

      É engraçado, este poste…. estou com uma dor de braço q nem posso, parece que andei a levantar pesos, e afinal foi só a vacina do tétano :DDD ando a cumprimentar toda a gente com um ai; perdão, todos os que me cumprimentam com uma palmada no braço esquerdo…. ahahahaha parece que é um iman de palmadas 😀

      (pró mês que vem é a vacina anti-HPV – sim, eu vou investir nessa; com cancro não brinco.)

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 01:42
      • Responder

      Ps – Marina, vê-se logo q és profissional de saúde ihiihihihih :DDD

      Astros, qq dia temos a Marina atrás de nós com uma seringa em riste!!! :DDD

      (just kidding 🙂 )

      (quer dizer, ainda há 2 dias tive uma “Marina” de seringa em riste atrás de mim 😀 o meu problema são mesmo as agulhas 😛 😛 :DD antigamente escondia-me debaixo da cama e tudo 😀 – isto aqui é famelga de profissionais de saúde 😉 por isso se a gente não vai às vacinas, podes ter a certeza que elas vêm até nós :P)

  9. Sabe o título que coloquei nos meus preferidos para acessar seu excelente blog?respondo: ” NADA DE PÂNICO”Abraços para Dário e Carlos Oliveira.

    1. 😀

      Como no livro Hitchhiker’s Guide to the Galaxy 😀

      Obrigado pela preferência 😉

      • Ana Guerreiro Pereira on 05/11/2011 at 01:39
      • Responder

      Olhe, quem me dera já conhecer o astro nessa altura :DDDD esta malta tinha-me limpado as dúvidas todas q os conspiranóicos conseguiram enfiar-me aqui!!! lá está, ninguém está isento de se enganar ou ser enganado. Não tenho problemas em admiti-lo nem em corrigir-me 🙂

      Bastou encontrar as evidências correctas para dar com a cabeça na parede pela burrice.

      mas pânico, por acaso, não. 😀 nem com a vacina nem com a gripá. Achei tudo muito exagerado, honestamente… tanto a vacina como a gripá.

  1. […] ricos tinham a vacina e quando ela finalmente surgiu passaram a dizer que a vacina era um veneno (e já escrevi sobre o tema no AstroPT, obviamente que isto é um caso de crime público porque é uma contra-promoção de saúde […]

  2. […] B só é capaz de infectar humanos, não tendo por isso tantas implicações na epidemiologia.” (aqui) O tipo C produz sintomas idênticos ao da […]

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