Ai Jazus que descobriram um ET

Esperem, esperem, esperem. Estou tão excitado com esta revelação que os dedinhos até me tremem no teclado. É melhor respirar fundo e proceder de imediato à contextualização desta história.

Já ouviram falar do caso Roswell? No dia 7 de Julho de 1947, um disco voador despenhou-se numa zona desértica perto da pequena localidade de Roswell, no Novo México. Os destroços da nave e os corpos dos seus ocupantes extraterrestres foram recuperados por elementos da Força Aérea dos Estados Unidos, que os esconderam numa base situada na fatídica Área 51.

(Os livros policiais têm sempre um mordomo, as histórias de ET’s têm sempre uma Área 51.)

Nunca ouviram falar? Caramba, até se «descobriu» um filme da autópsia realizada aos extraterrestres, revelado ao mundo por um aldrabão de falinhas mansas chamado Ray Santilli.

Pronto. Agora que respirei fundo, regresso a esta foto. Está-se mesmo a ver que este ET todo tostadinho é um dos que se despenharam em Roswell. Os sítios da tretatologia estão a fervilhar de entusiasmo por causa desta imagem – os misteriosos números verde-matrix ainda a tornam mais plausível e os círculos vermelhos desenhados em redor fazem-na parecer um cacho de segredos.

Portanto aqui há gato – e não é o do Schrödinger.

Os tais sítios da tretalogia cósmica – especialistas na plantação de rabanetes nos canais de Marte e nas filosofias tântricas dos esquentadores a gás – dizem que um homem chamado Leonard Dobson descobriu que usando um processo designado como «Digital Pictogram Scan» é possível tornar visível o invisível em todas as fotografias – e assim se chegou à espantosa descoberta!

Nós também descobrimos que se usarmos um processo chamado «é humanamente impossível serem tão idiotas», em combinação com outro, «ao menos googlem essa treta e não escrevam disparates», é possível descobrir que a foto do ET queimado em Roswell…

… faz parte do portefólio de um cavalheiro chamado Norman J. Cabrera. O Norman é um artista de efeitos especiais especializado em criar monstrinhos e outras coisas tenebrosas para filmes de terror e de ficção científica, e até criou uma empresa, a Shadowmill Productions.

Digital Pictogram Scan? Uau.


P.S.1: se quiserem saber mais sobre o caso Roswell, recomendo este artigo e esta categoria.

P.S.2: este artigo foi também publicado, aqui.

9 comentários

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  1. O post é brilhante e os comentários completam-no de forma idêntica.
    Só quero fazer uma pergunta :
    “ Isso ”come-se ?
    É que, para mim, está um pouquinho esturricado ……
    Também quero chamar a atenção para o facto de a fotografia estar de pernas para o ar quando foi feita a “ decoração circular “. Observando com atenção e usando a minha experiência profissional, posso inferir e afirmar com segurança que tal decoração foi feita pelo filho mais novo, em idade escolar, do Sr. Cabrera.
    O anjinho ( como a maior parte deles ) adora desenhar e decidiu deixar um registo da sua criatividade, para o futuro.
    Se repararem com atenção todas “ gotas “ que parece pingarem do tecto, não são senão folhas de plantas, que ele observou no passeio escolar que fez ao Jardim Botânico lá do sítio. Sobre a cabeça do “ assado “ deixou, para memória futura, uma bem delineada, margarida: R15 é o “ olho “ da flor, R13, R14, R16, R17, R18 são as pétalas.
    O rapaz ( talvez se chame Roger, Reginald, ou qualquer coisa assim ), como ainda não sabe escrever bem o nome, decidiu assinar cada folhinha e numerá-las, porque está bem mais adiantado nesta área do saber.
    Não será um Picasso, mas promete, o artista…… O pai prometeu-lhe outra coisa…. se ele tornasse a fazer o mesmo nas fotos do seu livro de culinária em preparação…..

  2. “Esperem, esperem, esperem. Estou tão excitado com esta revelação que os dedinhos até me tremem no teclado (…)” (risos)

    “Agora que respirei fundo, regresso a esta foto. Está-se mesmo a ver que este ET todo tostadinho é um dos que se despenharam em Roswell. Os sítios da tretatologia estão a fervilhar de entusiasmo por causa desta imagem – os misteriosos números verde-matrix ainda a tornam mais plausível e os círculos vermelhos desenhados em redor fazem-na parecer um cacho de segredos.”

    Brilhante!!!

    É a típica falta de bom senso crítico-científico: qualquer informação passível de confirmações.

    😛

  3. O corpo do ET, se realmente parecido connosco (não sou um especialista) como parece mostrar a imagem. Não se deveria ter desintegrado na entrada da atmosfera?

  4. Digital Pictogram Scan: não será Digital Pictogram SCAM? 😛

  5. Lembrando desse portfólio muito bem explicado (e cá, já era esperado… 😉 ) pelo Marco, lembrei-me de um caso semelhante com relação às ossadas de supostos gigantes:

    http://www.ceticismoaberto.com/geral/364/esqueleto-humano-gigante-encontrado-na-arabia-saudita

    Todavia, com relação a outras supostas descobertas – que são mantidas em “segredo” à população no intuito de “não modificar a História tal como a conhecemos atualmente” (me refiro à “tal como a conhecemos atualmente”, como sendo esta a modificar continuamente em alguns contextos históricos) – é “mister” o convite à leitura do interessante livro “Arqueologia Proibida”, escrito por Michael Cremo e Richard Thompson.

    Desnecessário dizer que esta leitura dar-se-á sob espírito crítico (observar atentamente os seguintes trechos: “Biography e “Forbidden Archeology”) 😉 :

    http://en.wikipedia.org/wiki/Richard_L._Thompson
    http://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Cremo

    Se faz justo ressaltar que, pelo fato das pessoas seguirem qualquer tipo de credo, a princípio, não tira o mérito destas. Muito pelo contrário, quando a ciência e religião andam de mãos dadas e prosseguem no caminho verdadeiramente científico, produzem resultados maravilhosos tais como foram, ao meu ver, os trabalhos do padre jesuíta e astrofísico Lemaitre. Achei este livro deveras interessante porque me fez refletir sobre outras possibilidades (mesmo que tendendo a 0) de, remotamente, ter havido fatores excepcionais que “contribuíram” na evolução do hominídeo.

    Com relação a esta dúvida que muitos de nós temos com relação aos questionamentos se o homem pôde, por si só, ter “evoluído” à tal ponto, creio que o Carlos, na condição de exobiólogo, ser o mais qualificado para iniciar uma discussão amistosa e/ou acalorada entre nós, leitores do Astropt – e se nossos ancestrais são, provavelmente, oriundos não somente das cavernas da África como também do planeta Kepler 22-b.

    Sobre a possibilidade de haver vida inteligente em algum lugar da galáxia, me uno em coro à Fermi:

    “(…) Então onde eles estão?” (note que ele não descarta, mas quer saber apenas onde eles estão e porque não os descobrimos).

    1. Sobre os tais fósseis de humanos gigantes, era tudo para um concurso 😉
      http://www.astropt.org/2010/08/30/fosseis-de-humanos-gigantes/

      e depois… claro… foi a “normal” difusão da net, em que cada site pseudo aumentava mais um ponto 😛

      abraços

        • Cavalcanti on 13/12/2011 at 20:09

        Apenas um complemento ao seu comentário:

        Com relação aos “achados” de ossos gigantes por uma “empresa petrolífera” na Arábia Saudita, estes foram criados pela empresa de recursos computacionais Worth 1000.

        O original da foto está aqui:

        http://www.graphics.cornell.edu/outreach/mastodon/aerial-views.html

        E a montagem criada pela referida empresa está aqui (existem várias outras dos mais variados temas 😉 ):

        http://www.worth1000.com/entries/18533/giants

      1. Oi,

        Não quer colocar esses links também lá no post respectivo? 🙂

        abraços 🙂

  6. E, verdade seja dita, é um bom efeito especial! 😛

    Hmm… Digital Pictogram Scan… Tornar visível o invisível em todas as fotos?

    Bem, isso lembra-me de uma coisa fantástica que vi numa série ou filme de ficção cientifica em que acontecia uma coisa deste género.

    Tens uma foto do momento em que uma pessoa é assassinada. O assassino está na foto, mas não se vê a cara dele porque está tapada por um obstáculo. Havia um processo qualquer em que basicamente podias “contornar” o obstáculo e passar a ver a cara dele. Apanharam o tipo dessa maneira o que foi óptimo!

    Era um grande efeito especial também! 😀

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