Neve em Lisboa? Vagas de frio? O que aconteceu ao Aquecimento Global?

Quando ocorrem vagas de frio em Portugal surge a pergunta quase obrigatória: “Vai nevar em Lisboa?”

Há seis anos os flocos de neve riscaram os céus da zona da Grande Lisboa, surpreendendo os seus habitantes pouco habituados a esta forma de precipitação. Apesar de a cidade estar relativamente quente e de não ter havido acumulação no solo, em algumas zonas dos arredores a tempestade foi suficiente para cobrir telhados, carros e algumas estradas.

Loures, Queluz, Odivelas, Alverca, Palmela e muitas outras zonas dos arredores ficaram pintadas de branco, para espanto e gáudio dos moradores. Monsanto, o “pulmão” da Lisboa, bem no centro da cidade, chegou a parecer o cenário de um postal de Natal.

Foi uma altura em que se perguntou, com alguma insistência, por onde andaria o aquecimento global. O insuspeito Anthímio de Azevedo fez algumas declarações sobre o fenómeno, e atestou que, apesar de tudo, não era um fenómeno assim tão contra-natura. Um anticiclone polar móvel tinha-se desviado um pouco do seu percurso habitual e ‘brindou’ cerca de 3 milhões de portugueses com um Domingo diferente.

Curiosamente, a zona norte do país, bem mais habituada aos cenários de invernia, foi poupada ao nevão. A meio da tarde estavam zero graus em Lisboa, em grande contraste com os oito positivos que se faziam sentir na cidade do Porto e abaixo dos três positivos de Bragança e Guarda, dois dos ‘pólos do frio’ do nosso país; são cidades chegam a registar mais de 20 dias de neve por ano.

Mas a memória meteorológica tende a ser curta. Muitos de nós já ouviram expressões do género “não me lembro de chover tanto” ou “nunca senti tanto calor como agora”, quando, na realidade, a certeza dos números demonstra que o passado recente foi tão ou mais rude que o que se sente agora na pele.

E os números e factos do passado dão uma conta certeira dos fenómenos meteorológicos. Nevou em Lisboa em 2006. Em 2007 voltou a nevar, mas apenas em partes localizadas dos arredores. Já tinha nevado em 1993, novamente nos arredores, e em 1987 várias zonas pouco distantes da capital portuguesa tinham ficado cobertas por um manto considerável de neve: Palmela, Leiria, Fátima e muitas outras.

Mas o passado ainda recente de Lisboa demonstra que a neve não é um fenómeno assim tão incomum. Os que já eram nascidos recordam o grande nevão de Fevereiro de 1954 e os mais velhos testemunharam ainda muito mais. Nas décadas de 1940 e 1950 os Invernos lisboetas costumavam presentear os habitantes da cidade com neve quase todos os anos, e em 1950 chegou a nevar em 4 dias. Os registos orais narram queda de neve anual nas décadas anteriores, pelo que o cenário de uma Lisboa coberta de neve nem terá sido suficiente para puxar o assunto para uma primeira página de alguns dos diários da época. Em alguns anos do século XIX, o fenómeno de uma Lisboa coberta de neve durante dias a fio terá sido frequente.

Recuando mais um pouco no tempo, recordemos um dos dias mais trágicos da história do nosso país e de todo o mundo civilizado: 1 de Novembro de 1755. A catástrofe fez inúmeras vítimas, destruiu cidades e monumentos e abalou as convicções de muitos filósofos e teólogos da época (a este propósito vale a pena ler, ou reler, Cândido, de Voltaire, ou alguns dos escritos de Kant sobre a tragédia). Se Deus existe e é eminentemente bom, para quê sujeitar uma das grandes metrópoles da humanidade a tamanho suplício?

Dia 1 de Novembro de 1755. Um dia santo para o cristianismo. Dia de todos os santos, feriado religioso desde o século XI. A população de Lisboa estava, na sua grande parte, albergada nas igrejas, onde, além de rezar, se podia abrigar do frio cortante que se fazia sentir na capital portuguesa. Segundo alguns historiadores, e de acordo com os testemunhos orais, a temperatura estaria próxima dos zero graus centígrados, visto alguns pequenos lagos e chafarizes da capital se encontrarem gelados. Nos nossos dias, é uma temperatura rara para o começo de Novembro na maior parte da Europa não montanhosa. No dia 1 de Novembro, as médias climatológicas dos últimos 40 ou 50 anos asseguram que em Paris tem uma média de 10 graus, Amesterdão 8, Berlim 7 e Varsóvia 5. Mesmo Moscovo escapa por pouco a uma média negativa para o dia: +1ºC. Uma manhã do dia 1 de Novembro com uma temperatura atmosférica próxima da da congelação da água não é, pelo que se depreende, muito frequente nas primeiras destas cidades, consideravelmente mais frias que Lisboa.

Por tudo isto, o que aconteceu ao tempo e ao clima nestes últimos anos e séculos? E o que aconteceu à atmosfera da Terra?

Comecemos pelo nosso país. Portugal não é só Lisboa e paisagem, e a nossa riqueza histórica e cultura diversa demonstram-no lindamente. Apesar de ser relativamente pequeno (110º posto no ranking mundial), alberga uma multitude espantosa de paisagens, tradições, flora e fauna.

Portugal, pela sua situação geográfica, fica na zona temperada do hemisfério norte, a uma latitude média de 40º N. Os extremos, Faro a 37º N e o topo do Minho, a um pouco mais de 42º N, asseguram este valor. O território português é mais ‘largo’ a norte que a sul, pelo que a latitude média de Portugal Continental não andará longe desse valor. Uma latitude média boreal aproximada à de Roma, Pequim, do norte do Japão, do norte da Turquia e de muitos estados americanos: Nova Iorque, Illinois, Colorado e outros.

Talvez valha a pena abrir aqui um parêntesis devido às diferenças climáticas entre a costa leste dos Estados Unidos e a Europa. Ou, de uma forma geral, das diferenças entre as costas ocidentais e orientais dos continentes. É fácil fazer uma pesquisa pela internet e perceber as enormes diferenças. Em termos de comparação, nas costas orientais da América e da Ásia é comum nevar nas praias até latitudes tão a sul como 32º N. Mesmo a própria New Orleans, localizada mais a sul que a Ilha da Madeira ou Casablanca, fica coberta de neve uma ou duas vezes por década, e na quente Florida a temperatura já desceu a -18ºC. As temperaturas de Inverno são muito superiores às que se verificam em Portugal – em pleno Janeiro ou Fevereiro podem estar 25 ou 30 graus, temperaturas impensáveis nos meses do Inverno português, mas não deixa de ser um facto digno de nota a neve a latitudes tão baixas.

Outro exercício engraçado é fazer a comparação dos Invernos de Seoul, Nova Iorque e Pequim com os de Lisboa, Porto ou Coimbra. Há vários sites de meteorologia com números, factos e estatísticas.

Em termos resumidos, a explicação está na circulação atmosférica: nas latitudes médias setentrionais é feita no sentido Oeste-Leste. O vento que predomina vem de Oeste. No caso da Europa, significa vento do Oceano. Mais quente e húmido, naturalmente.

Mas, como se dizia há pouco, Portugal é muito mais que Lisboa.

No já afamado início de Fevereiro de 1954, a neve chegou à costa algarvia. Tavira, Olhão, Faro, Lagoa e muitas outras localidades ficaram cobertas de branco, incluindo as praias douradas da nossa região turística por excelência. Imaginar a Falésia, a praia do Barril ou a Ria Formosa com os areais brancos quase põe em causa a nossa capacidade de fantasiar.

E o Instituto de Meteorologia dá conta de muitas situações que nos mostram que os nossos pais, avós e antepassados recentes viveram situações meteorológicas mais extremas que nós.

Desde que a existe a rede nacional de estações meteorológicas, já foram registados alguns extremos pouco agradáveis de sentir na pele: -16ºC nas Penhas da Saúde e em Miranda do Douro, -14ºC nas Penhas Douradas, -12ºC em Bragança e na Guarda e mais uma infinidade de exemplos. Mesmo no Alentejo e Algarve já foram registadas temperaturas tão baixas como -10ºC. Em algumas zonas do nosso país os termómetros teimam em não alcançar sequer os +15ºC durante meses a fio e o Inverno é realmente rude. Em estações que não pertencem à rede do Instituto de meteorologia já foram registadas temperaturas inferiores a -20ºC, nomeadamente em zonas de maior altitude. Mesmo em Bragança, a mínima ‘oficial’ de -12ºC já foi eclipsada por uma medição de -17,5ºC em pleno centro da cidade numa estação que respeita as condições padrão de recolha de dados.

E o frio em Portugal não está confinado às grandes altitudes. Mirandela ou Chaves, a 200 metros de altitude, registam com frequência temperaturas inferiores a -10ºC, chegando a ocorrer semanas consecutivas em que a temperatura não excede um ou dois graus positivos. Tomar, no centro do país e relativamente perto do oceano, está a uma altitude de apenas 50 metros e frequentemente alcança os -7ºC ou os -8ºC.

Mas o passado era muito mais duro, sem qualquer dúvida. Em Braga, uma cidade onde é observada queda de neve apenas uma ou duas vezes por década, chegava a nevar nos domingos de Páscoa do século XVIII (em Abril). Em Montalegre ou na Guarda, a queda de flocos de neve em pleno Verão não era uma raridade, e o Mondego chegava a ficar com placas de gelo na zona de uma Coimbra completamente coberta de branco. No século XX apenas nevou no Verão uma meia dúzia de vezes, e sempre em zonas de maior altitude, e os rios que gelam actualmente estão todos situados na zona nordeste do país. Corgo, Tua, Tâmega, Fervença ou outros cursos de água mais a norte a permitirem a passagem a pé de uma margem à outra não são novidade, mas uma situação impossível de conceber nos rios do sul de Portugal.

Na Europa, as condições dos séculos XVII, XVIII e XIX também eram muito mais rudes que as actuais. Em Londres costumava ser feita uma feira do gelo no Tamisa. Não ocorria anualmente, mas ver o Tamisa, um rio bastante largo, gelado de uma ponta à outra deve impressionar o esquimó mais empedernido. O Sena gelava com regularidade, o Reno, o Mosela, e outros rios da Europa Ocidental. Nos dias de hoje, apenas os rios da parte oriental do continente gelam com regularidade.

Na actualidade a diferença nota-se e neste Inverno foram batidos alguns recordes de calor. Em Fargo, imortalizada pelos irmãos Coen numa comédia negra irresistível, estiveram +13ºC em Janeiro de 2012. A temperatura média mensal naquela cidade é -12ºC, e a média das temperaturas máximas nesse mesmo mês é de -7ºC. Fazendo uma analogia grosseira, até porque a complexidade climática não permite este género de extrapolações, seria o mesmo que estarem 25 graus em Janeiro em Lisboa ou no Porto. Quem não estranharia tal calor tão fora de época?

O último dia de Natal marcou um novo máximo histórico: -12ºC no Pólo Sul. Nunca a temperatura tinha ‘subido’ tanto naquele ponto tão especial do nosso planeta!

Por tudo isto, o debate sobre o aquecimento global não é fácil. A actividade humana gera calor. A emissão de CO2 para a atmosfera é um facto mais que comprovado. Em algumas das maiores cidades, o efeito ‘ilha de calor’ chega a originar uma diferença superior a 10 graus entre o seu centro urbano e pontos a poucas dezenas de quilómetros de distância. Durante o século XX a temperatura média global aumentou, pelo menos nos locais onde se procede ao registo de dados.

O planeta é apenas um. Temos de o acarinhar, respeitar, tratar e fazer com que as gerações vindouras possam viver num mundo tão belo como o nosso. É preciso fazer auditorias ambientais, regular emissões de gases e acarinhar todos os recursos. Não podemos envenenar rios e mares nem pegar fogo ao paraíso. Até prova em contrário, é o único que temos.

13 comentários

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  1. gostei muito do que li ,de todos voces..kuando eu tinha 11anos eu ia para esola em outobro e ja os campos ficavam brancos da geada,.eu tenho uma paixao pela neve k ,kuando ha uma vaga de frio eu xego a por a pè durante a noite,para ver,se apanho neve nas montanhas aqui perto de onde vivo barrio ponte de lima,ja há muitos anos k a neve nao desce ao povado,o ultimo nevao a sèrio foì em janeiro 87 o tal nevao k caìu kuase por todo lado,no dia anterior a esse nevao,estava um vento norte cortante,lembro me de estar nas aulas na escola antonio feijo e eram umas 4da tarde e vir um aguaceiro k se transformou em flocos ,mas pouca coisa eu ja tinha um termometro na altura de mercurio,e kuando xeguei a casa foi ver estavam 1grau as 5da tarde,.no dia do nevao o dia seguinte depois do k relatei agora,,levamtei me as 7 da manha e o dia estava azul nao havia sinais de nuvens,foì ver a temperatura estavam 4negativos, andava a brincar nas poças com as placas de gelo,kuando òlho para norte começo a ver novens baixas aproximar muito rapidamente,k encobriram o sol k tinha nascido pouco antes das nuvens xegar, e foì todo muito rapido ,eu tinha k ir para a escola andava no 2ano do siculo preparatorio fugi a minha mae,e nao foi a esola os meus irmaos mais velhos foram eu fikei eram 9e10começaram a cair os primeiros flocos ,e foì assim o dia todo e a noite tambem……e nunca ais em ponte de lima nevou ,falo ca em baixo porque nas montanhas em redor kuase todos os anos nèva

  2. Moro no Brasil e aqui podemos sim ver o aquecimento global, ja que as temperaturas no inverno ficam durante o dia em 30 graus positivos e no verão passa dos 40 e vemos que as chuvas vem diminuindo com os anos.

  3. Bons dias, malta. O artigo foi escrito um pouco rapidamente e vou tentar editá-lo ainda hoje. Há ali uma zona “cinzenta” 😉 Abraços

  4. Mais discussão sobre isto, no nosso Facebook 🙂
    http://www.facebook.com/astropt/posts/173095249469820

  5. Excelente artigo e dados históricos de temperaturas nesse “país à beira-mar plantado” 🙂

    Duas pequenas correcções: 🙂
    – É já muito mais raro ver alguém falar em Aquecimento Global, mas sim em Alterações Climáticas.
    – Não estou em Houston, mas sim em Austin, a capital do Texas ;). É dia 15 de Fevereiro, e estão 25ºC :). Supostamente, devíamos estar a morrer de frio 😛

  6. Pois é Diana,porem sempre apareçe algum climatologista negando o aquecimento global,noBrasil um muito conhecido é o prof. Luis carlos molion
    http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/12/11/nao-existe-aquecimento-global-diz-representante-da-omm-na-america-do-sul.jhtm

    1. Edson,

      Tem que saber ler, e perceber a ciência.

      Consenso é diferente de unanimidade.

      A ciência é diferente da religião…

      Eu posso dizer que a gravidade é o resultado de unicórnios invisíveis voadores… e você até pode ler uma entrevista minha num jornal generalista a dizer isso.
      Mas não confunda isso com ciência.

    2. “Um” não é a maioria.
      Como o Carlos bem disse, ao contrário da religião e do que muitos desconhecedores afirmam, na ciência não há dogmas. Mas há consensos.
      Que as alterações climáticas têm origem antropogénica é um consenso da ciência atual.
      Se aparecerem provas contundentes que contrariem este consenso, então volta-se a avaliar as conclusões.
      Aliás, o trabalho que se faz nestas e todas as outras áreas é precisamente esse: avaliar e reavaliar com cada novo dado que surge.

  7. Olá João,

    Gostei muito do artigo até ao “twist” final…
    É certo que se exagera um poucoi sempre que há uma “vaga de frio” ou “vaga de calor” e que a imediacidade mediática faz logo mil e uma conjecturas, esquecendo-se que “tempo”(weather) não é o mesmo que clima.
    E é interessante o que relatas sobre os Invernos passados no nosso país.

    Mas voltando ao “twist”…o que não é certo e que discordo é que digas que haja falta de consenso na comunidade científica em relação às alterações climáticas (expressão bem mais adequada que ‘aquecimento global’) e à sua causa.
    Essa dúvida existe em grau mas não em género e o texto fica dúbio para os leitores, tal como está.

    É importante que se perceba que a polémica que existe no campo político não tem correspondência no campo científico.

  8. Excelente artigo!!!

  9. Sim, o efeito ‘ilha de calor’ causou alguns problemas na interpretação dos dados, mas desde 1979 a NOAA tem satélites em órbita a medir as temperaturas na troposfera, que confirmam o aumento da temperatura… mais lento do que se pensava, mas mesmo assim as temperaturas médias estão a subir.
    Mesmo assim creio que o argumento, que ‘quebrou a alma’ aos negacionistas, foi a clara e inequívoca redução dos Glaciares…
    Para nós, Europeus, cronologicamente, o maior perigo será a interrupção da Corrente do Golfo, a única razão para as temperaturas na Europa serem mais altas comparadas com outros locais, com as mesmas latitudes…

    Abraços

  10. A selecção de casos pontuais deste texto é interessante mas pouco importante se queremos fazer uma abordagem metodica da historia da temperatura terrestre. Este texto parece colocar a duvida acerca do aquecimento global ser antropogénico como estando ao mesmo nivel da negação desta contribuição humana, desprezando largamente o consenso cientifico e para onde converge a esmagadora maioria dos dados. Não é uma duvida razoavel. O tempo esta a aquecer a contraciclo do Sol, e exploradas outras fontes de calor não se encontra nenhuma extraordinária a não ser a humana. É como ter uma panela ao lume e dizer: “Está ao lume sim e esta a aquecer, mas é por outra razão qualquer que não conhcemos”.

    “Se o tempo aqueceu tanto, seria de esperar que os nossos antepassados mais longínquos tivessem enfrentado condições impossíveis. ”

    Mas quando? Na altura das glaciações? Na idade média? Onde? Nada na ciencia propoe que o passado tenha sido tão frio que a humanidade não pudesse ter aguentado. Esta alegação para mim é nova. Teria sido mais frio em média, durante a idade glaciar não teria sido possivel viver na europa excepto no sul, mas nada nos diz que os nossos antepassados tenham vivido em condições que não poderiam ter suportado em tempos e locais que sabemos que eles viveram de facto.

    “E muitos cientistas nem sequer acreditam que exista AG.”

    Não, não são muitos relativamente à massa. São mesmo muito poucos. A maioria acredita que existe aquecimento global e destes ainda outra marioria defende que o aquecimento não pode ser explicado sem contar com a contribuição humana.

    “Durante o século XX a temperatura média global aumentou, pelo menos nos locais onde se procede ao registo de dados. Mas será devido à actividade humana (efeito antropogénico)? Será o ciclo natural do clima da Terra?”

    Tudo o que podemos saber sobre a temperatura da terra sugere que em media e globalmente estamos a viver um dos periodos de aquecimento mais rápido. Quer por sondas de gelo, de analise dendrologica, dos registos historicos, etc, etc. Se é o ciclo natural, nós estamos a dar um empurrão muito forte. Ao ponto de o que se passa só fazer sentido se houver uma fonte de energia extra, como aquela que nós pusemos em marcha. Isto, que é um facto aceite pela esmagadora maioria da comunidade cientifica, é que devia ser um ponto importante deste texto.

    “uma chegada à América do norte pela zona verde da Gronelândia (Greenland)(!!!).”

    É só um nome! Há pessoas com o nome de Green e não são verdes. Aquilo estava coberto de gelo há 400000 anos e os Vivkings passaram por lá há mil. E para mais, debaixo do gelo é quase só pedra, não é terra aravel. Provavelmente os Vickings encontraram um pedaço verde que podia não estar coberto de gelo durante esse periodo mais quente e exageraram o facto. Ou então era treta de viajante.

    “São perguntas difíceis de responder, e ultimamente o debate tem estado muito inquinado pela política: a esquerda sustenta a tese do aquecimento antropogénico – redução da produção e controle da pegada ambiental. A direita defende a ideia da não-antropogenia do aquecimento global.”

    Dificeis sim, mas a ciencia tem uma resposta consensual e assente numa convergencia de linhas de investigação e de teorias. Existem sempre vozes dissidentes como o há para a mecanica quantica, a relatividade ou a parapsicologia. Mas esta afirmação substima claramente o avanço que a ciencia fez nesta area. O que temos é a esquerda e a ciencia a dizer uma coisa e alguma direita que quer continuar a queimar à grande a dizer outra. Pick and choose. Eu escolho a ciencia.

    • Rui Gonçalves on 14/02/2012 at 20:46
    • Responder

    Bom artigo. Excelente informação.

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