Os cavalos que encolheram ou Os equívocos sobre a evolução biológica

Acham que “A Selecção Natural  faz com que os indivíduos se modifiquem para se adaptarem ao seu meio”?

Numa primeira leitura, esta frase até pode parecer fazer sentido…Não é certo que nós vamos tentando adaptar-nos às circunstâncias cambiantes conforme necessário? Sim. Mas, por mais que esta visão algo antropocêntrica nos agrade, ela não é a evolução por selecção natural.

Esta é uma visão que vem ainda da teoria de evolução proposta pelo naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck, que implicava a hereditariedade de características adquiridas. O que quer isto dizer? Bem, quer dizer que os seres vivos, ao tentarem adaptar-se ao seu meio ambiente, sofriam alterações anatómicas, por exemplo, e que essas alterações (ou novas características) eram passadas às sua descendência. Esta explicação há muito foi abandonada pelos biólogos evolutivos e só ocorre em casos muito raros (por exemplo, quando a radiação afecta as células das linhas germinais, os gâmetas, causando mutações).

Como funciona então a Selecção Natural, o mecanismo proposto pelo grande naturalista inglês Charles Darwin e que é hoje aceite como um dos processos responsáveis pela evolução biológica?
Sejamos um pouco antropocêntricos, só por um momento, e pensemos na nossa espécie, Homo sapiens. São todos os indivíduos da nossa espécie iguais? Não: há pessoas de diferente altura, com diferente cor de cabelo, de olhos, de pele, etc. Estas diferenças que nos parecem tão evidentes na nossa espécie existem em todos os seres vivos! Desde a mais diminuta bactéria até ao gigante elefante africano. E, pequenas diferenças na anatomia ou no comportamento levam a que diferentes indivíduos tenham diferente capacidade para sobreviver e se reproduzir. Num determinado momento e num determinado local, certos indivíduos têm uma pequena vantagem de sobrevivência, reproduzem-se mais facilmente e deixam mais descendentes. Os seus descendentes vão naturalmente herdar as características dos progenitores e, deste modo, aumentar a frequência dessas características na população. Ao longo do tempo, temos a “ilusão” de que a espécie se foi modificando. Na verdade, assim nascem novas espécies! Mas não é pela transformação individual, mas sim pela sobrevivência diferencial de indivíduos com certas características que lhes trazem vantagens.

 

Equus vs. Sifrhippus, de Danielle Byerley (Florida Museum of Natural History). A foto pode ser algo enganadora porque dá a ideia de que os cavalos actuais se transformaram nessa espécie anã, o que não é certo..

 

E que tem isto a ver com os cavalos que “encolheram”?

Pois esse é um exemplo recente de como uma interessante notícia acerca da mudança observada numa espécie devida a alterações climáticas (semelhantes às que tudo indica estarem a ocorrer actualmente) foi algo erroneamente transmitida pela comunicação social e blogosfera em geral.
Há excepções, claro. E aqui podem ler, em inglês, uma boa descrição do que é que os cientistas descobriram.

Leu-se então nos últimos dias, no jornal Público, por exemplo, a notícia de que os cavalos teriam diminuído de tamanho devido às alterações nas condições ambientais de há 56 milhões de anos atrás, nomeadamente o aumento da temperatura que se verificou no período do Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno.

Primeiro, há que perceber que esses cavalos nem sequer eram do mesmo género que existe atualmente, o género Equus, mas sim de um outro género primitivo chamado Sifrhippus (sim, a notícia do Público não tem o género bem escrito!). Os primeiros fósseis destes pequenos cavalos indicam que pesavam cerca de 6 kg. No entanto, verificou-se que, com o passar do tempo e o aumento da temperatura do planeta, os fósseis encontrados são de animais cada vez mais pequenos, até atingirem cerca de 4 kg (uma redução de 30%). Com a diminuição da temperatura, voltam depois a aumentar de tamanho para cerca de 7 kg (em média). Isto ocorreu ao longo de quase 200  mil anos.

Neste vídeo, podem ver um resumo dos resultados e como foram obtidos (link para o vídeo).

E como se explica isto correctamente, dentro da Teoria da Evolução?

Na população inicial de cavalos Sifrhippus, havia indivíduos de diferentes tamanhos, mas com uma média de 6Kg. Com o aumento gradual da temperatura, os cavalos que eram ligeiramente mais pequenos tinham algumas vantagens de sobrevivência (se calhar, por exemplo, porque comiam menos vegetação ou eram menos propensos a doenças – especulação minha!). Sobreviviam portanto durante mais tempo, reproduziam-se melhor e tinham mais descendentes. Esses descendentes herdavam as características dos progenitores e eram, portanto, também pequenos. Ao longo de milhares de anos, o resultado que hoje observamos é que o tamanho médio da espécie diminuiu. Não porque os indivíduos diminuíram de tamanho, mas porque a proporção de indivíduos de tamanho mais pequeno na população foi aumentando significativamente, mudando o tamanho médio observado. Com as mudanças ambientais posteriores em sentido contrário, o tamanho voltou a aumentar.

Mas não foram os indivíduos acalorados que encolheram!

 

NOTA: Para melhor perceber a evoluçao biológica, podem recorrer a este site de referência: Understanding evolution

27 comentários

Passar directamente para o formulário dos comentários,

  1. Desde o princípio, a evolução acontece ao ser inteligente e consequentemente aos mais fortes, e não aos pequenos frágeis, não entendo porque essa miniatura de espécie durou tantos anos.

  2. Oi, gostei muito do seu texto, ótimo, sou um estudante de biologia, e apaixonado pela evolução. Criei um blog, ele é novo, se der entre, comente e siga, preciso de apoio. Obrigado.

    http://www.coelhocambriano.blogspot.com

    1. Olá Victor!
      Obrigada pelas suas palavras e muita sorte com o seu blog!

  3. Diana, quero te fazer uma pergunta séria:

    Se a “tua teoria” é que indivíduos não se modificam num curto espaço de tempo, como é que então explicas os meus enormes olhos verdes?

    É que só eu modifiquei… não o resto da espécie 😛

    Vês? A tua teoria cai por terra. Não consegues explicar.
    Os pseudos têm razão 😛

    1. Os teus enormes olhos verdes devem-se ao teu extraordinário poder de grande imperador universal!
      Ora! Fazes cada pergunta mais simples! 😀 😀

  4. Ola Diana,boa noite,ainda bem que acabou o horario de verão aqui no Brasil aff.
    Apesar de não ter muito haver com o post em questão,quero que me ajude a tirar uma duvida pois ja percebi que você tem prazer em difundir a ciência mesmo para leigos como eu,então vamos lá
    Aqui no Brasil tem uma planta popurlamente chamada avelos.que a cultura popular diz que é eficaz no tratamento do cancer
    Bem, um enpresário brasileiro viu melhoras em um parente no uso dessa planta e resolveu financiar uma pesquisa cientifica com o avelos.
    Uma das instituiçoes que começou a pesquisa foi o respeitadissimo hospital israelita albert einsten,como pode ver aqui
    http://www.einstein.br/espaco-saude/tecnologia-e-inovacao/Paginas/avelos-um-aliado-contra-o-cancer.aspx
    Aconteçe que segundo o albert einsten a pesquiza foi suspença pelos organizadores da mesma e não pelo hospital
    Não seria o caso de esses organizadores da pesquiza vir a publico dizer o porque das pesquisas pararem,faltou dinheiro ou as pesquiza não esta tendo o resultado esperado,etc.
    Ou é assim mesmo que funciona,pois as pessoas leigas e principalmente as que sofrem com esse terrevel mal ficam anciosos com os resultados finais

    1. Olá Edson,

      Eu não conhecia a pesquisa.

      Mas na wikipedia li isto sobre essa pesquisa:
      http://en.wikipedia.org/wiki/Euphorbia_tirucalli
      “There is some interest in milk bush as a cancer treatment. However Euphorbia Tirucalli has been associated with Burkitt’s lymphoma and thought to be a cofactor of the disease rather than a treatment.”

      O artigo científico sobre as pesquisas:
      van den Bosch C; Griffin BB, Gazembe B, Dziweni C, Kadzamira L, 1993, Br J Cancer, 68, 1232-1235

      Ou seja, pelo que percebo, após se pesquisar, percebeu-se que usar isso provoca mais mal que bem.

      abraços

    2. Oĺá Edson,

      Também nao conhecia essa pesquisa, mas pelo que pude apurar o Carlos tem razao.
      Embora inicialmente se pensasse que podia ajudar, devido à cultura popular associada à planta, parece que na verdade causa mais problemas do que ajuda!

      Em vários sites encontrei referencias a essa problemática e também este artigo no British Journal of Cancer:

      http://www.nature.com/bjc/journal/v88/n10/full/6600929a.html

      Os autores confirmam que os extractos (latex) desta planta reactivam o vírus Epstein-Barr, que é responsável por um tipo de linfoma.

      These data suggest that environmental exposure to the latex of E. tirucalli could directly activate the EBV lytic cycle and provide further evidence of a role for E. tirucalli in the aetiology of eBL.

      Abraço

      1. Isso não é o vírus do beijo?

      2. Sim, é, Carlos!
        É um vírus herpes associado a várias doenças, incluindo a mononucleose e vários tipos de cancro.

      3. Pois… já o tive no passado… 😛

        • Edson soares on 27/02/2012 at 00:10

        Obrigado Carlos e Diana pelas respostas
        Notase como nasse a pseudociencia pois quem não tem acesso a artigos cientificos como eu,vai direto ao google e so encontra sites pouco conhecido a falar mil maravilhas dessa planta. o unico confiavel é o do albert einsten, por isso acho que eles deveriam colocar essa conclusão ate porque eles que conduzem a pesquiza

      4. É verdade Edson. Deveriam tê-lo feito.
        Mas às vezes as instituições não têm fundos para ter pessoas a manter as páginas web correctamente e depois as informações não são actualizadas. É uma pena.

        Se ler facilmente em inglês, para este tipo de questões relacionadas com medicina, procure no site “Science Based Medicine”. É uma fonte muito fiável!
        Aqui fica o link:

        http://www.sciencebasedmedicine.org/

        Em português ainda não conheço nada semelhante, mas pode ser que surja, no futuro 😉

  5. Excelente, Diana 🙂

    Mas olha… o vídeo não dá 🙁

    Queria ver os cavalos a encolherem ao Sol… e aumentarem na neve 😛

    Eu tantas vezes vou aqui para o parque à minha beira, apanhar Sol… deve ter sido por isso que minguei. Eu nasci com 3 metros e 30 centímetros 😛 ehehehe 😛

    1. Ohhh…pois é 🙁
      Nao consegues com os teus mágicos poderes soberanos reparar?

      Este é o link:

      http://www.nsf.gov/news/news_images.jsp?cntn_id=123252&org=NSF

      E tem cuidado com o Sol! 😉

    2. Obrigado 🙂 Já coloquei o video a dar… pelo menos, ke eu visse 😛

      1. Obrigada!!
        Sim, já está operacional!
        Não há meio de eu atinar com os vídeos 🙁
        No Blogspot é menos problemático, é só adicionar o código de “embed” :p

  6. Adorei este texto.
    Diana, uma questão:
    Devido á tecnologia que temos acesso, na saude, etc. A vida tornou-se mais facil para os humanos, a selecao natural já nao se coloca?
    como encara a evolucao humana? será feita em consideracao do maior numero de filhos que cada casal terá? E podemos considerar que no futuro seremos mais fracos fisicamente que hoje? ou seremos iguais por (nao) haver selecao natural?
    Cumprimentos ao pessoal do AstroPT pelo optimo trabalho.

    1. Muito obrigada, Bruno! 🙂

      A questão que coloca é bem interessante!
      O ser humano, em certos aspectos parece estar a fugir à selecção natural, é certo!
      Basta pensar que, ao contrário dos outros mamíferos, não temos o máximo de descendentes biologicamente possível.
      E esta é uma boa resposta para quem acha que a biologia evolutiva é determinística em relação ao comportamento humano 🙂
      Mas também é certo que, tal como todos os outros seres vivos, estamos sob o seu efeito.

      Quanto ao nosso futuro, é muito difícil fazer previsões.
      Outro equívoco em relação à selecção natural é achar que ele é direccional, que segue um caminho em direcção à perfeição ou à complexidade. Na verdade, a selecção natural tem resultados bastante “trapalhões”, já que a evolução “trabalha” sobre o que já existe (para pô-lo de uma forma simplista).

      Iguais, com certeza não seremos 🙂

    2. Bruno,

      A nossa evolução parece estar destinada a ser assim… infelizmente.
      http://www.astropt.org/2009/11/15/idiotas/

      abraços

        • Cavalcanti on 27/02/2012 at 16:07

        “A nossa evolução parece estar destinada a ser assim… infelizmente.”

        LOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

        😛

        Carlos, quanto à esse trecho do seu post…

        “Actualmente, as pessoas mais inteligentes casam cada vez mais tarde e têm cada vez menos filhos.”

        … seria pelo fato de termos, nos dias atuais, um elevado custo nas coisas? Explico: na minha época, por exemplo, a mensalidade tanto do ensino básico quanto do secundário eram bem menores que hoje. 😉 Antes, podíamos ter mais filhos que a reprodução dos coelhos de Fibonacci e era bem menos custoso colocá-los todos na escola, do que ter 3 filhos nesses tempos.

        Abraços.

        A propósito, Diana. Ótimo artigo. Parabéns.

        😉

      1. Obrigada Cavalcanti! 😉

        Acrescento que, noutros tempos, para além de ser “mais barato” educar, também se valorizava muito menos a educação.
        Era muito comum as crianças ou não estudarem ou estudarem só por breves anos (o que aqui se chamava a 4ª classe) e irem trabalhar com 10/12 anos!
        Algo que hoje em dia é (e muito bem) inaceitável! (embora ainda ocorra por esse mundo fora)

        Parece-me que o problema é bem mais profundo e complexo.
        …e, no entanto, estamos num planeta sobrepovoado!

      2. Sim, Diana.

        Note que a questão da parte financeira que retratei seria apenas um dos pontos iniciais dessa mudança de comportamento da sociedade contemporânea. Evidentemente, existem vários outros fatores, a notar: evolução tecnológica; mais acesso à informação; cultura; geração; individualidade; acirramento da competição profissional, etc.

        Abraço.

        😉

      • Pedro Mendonça on 28/02/2012 at 13:02
      • Responder

      “O ser humano, em certos aspectos parece estar a fugir à selecção natural, é certo!
      Basta pensar que, ao contrário dos outros mamíferos, não temos o máximo de descendentes biologicamente possível.”

      Tenho uma visão ligeiramente diferente. Acho que a seleção natural atua independentemente de qualquer comportamento natural ou artificial (e neste caso estou a chamar artificial ao comportamento do homem e a tudo o que englobe os seus atos e avanços na ciência, como no campo da medicina, exceptuando unicamente o caso específico da manipulação genética (já lá vou mais à frente)… chamar artificial tlvz seja errado, pq o comportamento do homem n deixa de ser natural e leva a criar este tipo de dúvidas, mas julgo que é esse ponto q está aqui a ser debatido e por isso aqui refiro). Na minha forma de compreender a seleção natural, e principalmente do ponto de vista genético, esta atua sobre comportamentos de qualquer natureza, pressões de sobrevivência, economico-sociais, geografia, clima, etc.

      E neste caso, é precisamente pelo facto de não estarmos a procriar com “o máximo de descendentes biologicamente possível” que vai levar a uma seleção pelos indivíduos que, dentro das condições impostas hoje em dia, e que se vêm verificando há já algumas décadas dependendo dos países, estejam mais predispostos a procriar e tenham mais “vontade” de o fazer. Os indivíduos que, apesar de todas as pressões para cada vez termos menos filhos e que são conhecidas, tiverem genes que levem a ter mais descentes são os que irão ter mais sucesso dentro do pull de genes que se encontra hoje em dia na nossa civ, e dessa forma esses genes que fazem ter mais “vontade” de deixar descendência são os que vão aparecer em maior número, e portanto aqui se dá o processo de seleção natural.

      Em relação à pergunta do Bruno A. Na minha opinião estamos realmente a ficar mais fracos a nível de doenças e resistência a vírus, ou seja ao nível do nosso sistema imunitário, isto dado que a pressão de sobrevivência feita pelos vírus e bactérias sobre nós tenderá a ficar cada vez mais fraca dado o avanço da medicina. De vez em quando na nossa história, surgiram ataques muito fortes, a nível mundial, de certos vírus como por ex. o caso conhecido da peste negra. Isso faz com que (infelizmente para os que não sobreviveram) haja uma seleção para os indivíduos resistentes, que numa análise mais cuidada tinham um sistema imunitário diferente e que se adaptou ao ataque, e dado que os sistema imunitário é desenhado pela nossa genética (tal como tudo), houve uma seleção ao nível dos genes que comportavam um sistema imunitário que permitiu a sobrevivência e por conseguinte a procriação e multiplicação desses genes.

      Para mim a única forma de “fugir” à seleção natural será através da alteração genética artificial, feita pelo homem, tal como acontece com os trangenicos, que hoje em dia são usados na agricultura.

      Aconselho vivamente a ler o Gene Egoísta da Gradiva, de Richard Dawkins, uma visão/interpretação da seleção natural ao nível dos genes, para mim uma das melhores obras sobre descobertas e avanço científico.

      cumps

      1. Olá Pedro!

        Obrigada pela sugestão.
        Está lido, relido e aqui reflectido! 😉
        Só não falo directamente em selecção génica porque é menos intuitiva de transmitir e o post não era, na verdade, sobre essa parte da questão. Mas sim, a selecção dá-se a nível genético e, que eu conheça, ainda não houve argumento que contrariasse essa explicação, que é a mais simples.

        Quiçá não me tenha expressado bem.
        Nós estamos e sempre estaremos sujeitos à selecção natural, mas fugimos da norma geral do mundo vivo no sentido em que, como disse, não procuramos os descendentes a todo o custo (ou não todos o fazemos na dita sociedade ocidental).

        Quanto à selecção por via de doenças, embora tenhamos formidáveis ferramentas médicas de combate, talvez inimagináveis há 200 anos atrás, a verdade é que continuamos sob pressão de doenças emergentes e daquelas que surgem (e vão surgir ainda mais) devido à multi-resistência bacteriana.

  7. Texto muito interessante e educativo!
    Parabéns à Diana Barbosa, que já nos habituou a este tipo de textos lúcidos e esclarecidos.
    Cumprimentos:)

    1. Muito e muito obrigada, João Pedro! 😀 😀 😀 😀

Responder a Carlos Oliveira Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights