EchO

EChO, um acrónimo para Exoplanet Characterization Observatory, é uma missão de tipo M (classe média em termos de recursos necessários aos seu planeamento, desenvolvimento e funcionamento) proposta em 2010 no âmbito do programa Cosmic Vision 2015-2025 da ESA. Em Fevereiro de 2011 a missão foi uma de 5 seleccionadas para o prosseguimento dos estudos sobre a sua viabilidade e implementação. A ideia da missão é simples: tirar proveito das condições de observação únicas no espaço para detectar no infravermelho as assinaturas espectrais das atmosferas de planetas que realizam trânsitos em frente das respectivas estrelas hospedeiras quando vistos a partir da Terra. Durante o trânsito, parte da luz da estrela passa através da atmosfera do planeta antes de continuar a sua viagem na nossa direcção. Essa travessia introduz no espectro infravermelho da estrela novas linhas espectrais devidas a átomos e moléculas que ocorrem na atmosfera planetária.


(A assinatura espectral dos átomos e moléculas na atmosfera de um exoplaneta fica gravada no espectro da estrela hospedeira durante um trânsito. O EChO quer tirar partido deste facto. Crédito: ESA / David Sing)

Os espectros obtidos com o EChO permitirão determinar a composição e estrutura atmosférica de vários exoplanetas permitindo o seu estudo comparativo. A observação dos exoplanetas em diferentes comprimentos de onda no infravermelho permite também calcular com mais precisão a sua real dimensão e densidade fornecendo pistas importantes sobre os seus interiores e processos de formação. Estas observações já foram feitas para alguns, poucos, exoplanetas pelos telescópios Hubble e Spitzer. O EchO, no entanto, seria um telescópio optimizado especificamente para este tipo de observação e não faria outra coisa.


(Infografia descrevendo a missão EChO. Crédito: ESA)

O instrumento central da missão é um telescópio de 1.5 metros de abertura que será colocado em órbita do Sol no ponto L2 de Lagrange, um ponto no espaço em que a gravidade da Terra e do Sol têm igual intensidade. Esta localização garante estabilidade à órbita do telescópio, proximidade à Terra para transferência de dados e recepção de comandos e uma visão desobstruída do espaço (algo que, por exemplo, o Hubble não tem). Se tudo correr bem, o EChO será lançado entre 2020 e 2022 e observará trânsitos durante pelo menos 5 anos.

Podem ver mais informação aqui.

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