ALMA vira os seus olhos para Centaurus A

Uma nova imagem do centro da original galáxia Centaurus A, obtida com o Atacama Large Millimeter/submillimiter Array (ALMA), mostra como este novo observatório permite aos astrónomos observar através das opacas camadas de poeira que obscurecem o centro da galáxia, com uma qualidade nunca antes alcançada.
O ALMA está atualmente em fase preliminar de observações científicas, já que se encontra ainda em construção. No entanto, é já o telescópio mais potente do seu género.
O observatório acaba de emitir uma Chamada de Propostas para o seu próximo ciclo de observações, durante o qual o telescópio, em crescimento, terá ainda mais capacidades.

Centaurus A é uma rádio galáxia elíptica de grande massa – uma galáxia que emite intensamente no rádio – e é a mais proeminente, assim como é de longe a mais próxima, rádio galáxia no céu. Por isso mesmo a Centaurus A foi já observada com muitos telescópios diferentes. O seu centro muito luminoso alberga um buraco negro com uma massa de cerca de 100 milhões a massa do Sol.

Na radiação visível, a característica mais importante desta galáxia é uma banda escura que obscurece o seu centro. Esta banda de poeira é composta por enormes quantidades de gás, poeira e estrelas jovens. Estas características, juntamente com a intensa emissão rádio, são evidências de que a Centaurus A resultou da colisão entre uma galáxia elíptica gigante e uma galáxia espiral mais pequena, cujos restos formam a banda de poeira.

Para se poder ver através da poeira obscurante da banda central, os astrónomos têm que observar utilizando radiação com maiores comprimentos de onda. Esta nova imagem da Centaurus A combina observações feitas a comprimentos de onda da ordem de um milímetro, obtidas com o ALMA, e observações feitas em radiação infravermelha próxima. Por isso mesmo, fornece-nos uma visão bastante clara que atravessa a poeira em direção ao centro luminoso da galáxia.

As novas observações ALMA, mostradas numa gama de cores verde, amarelo e laranja, revelam a posição e o movimento das nuvens de gás na galáxia. São as observações mais nítidas e sensíveis obtidas até hoje. O ALMA foi afinado de modo a detectar sinais com um comprimento de onda de cerca de 1.3 milímetros emitidos por moléculas de monóxido de carbono. O movimento do gás na galáxia provoca ligeiras variações neste comprimento de onda, devido ao efeito Doppler. O movimento é mostrado nesta imagem como variações na cor. As zonas mais verdes correspondem a gás que se aproxima de nós, enquanto as mais laranja mostram o gás que se afasta. Podemos assim observar que o gás que se encontra à esquerda do centro se desloca na nossa direção, enquanto que o gás à direita do centro se desloca no sentido contrário, indicando deste modo que o gás está a orbitar a galáxia.

(…)

Leiam todo o artigo na página do ESO.

1 comentário

  1. Carlos, fantástica esta imagem de Centaurus A.

    Osvaldo Kruk
    Ponta Grossa, Paraná, Brasil

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