O Mito do Einstein Religioso

Em meados de 2004, surgiu na internet, na forma de corrente de e-mail, um texto que mostra um Albert Einstein “religioso” – sob as óticas religiosas vigentes.

Em 2009, o Ministério da Educação e Ciência da Macedônia, cujo atual ministro é Pance Kralevcriou um vídeo de caráter educativo (porém, desinformativo, pois é baseado na falsa história), onde mostra um debate entre um jovem Einstein (supostamente religioso) e seu mestre (supostamente ateu) durante uma aula.

O excelente sítio E-farsas, que aborda, majoritariamente, tretas que circulam na internet, trouxe um ótimo artigo mostrando o mito criado em torno da pessoa do Einstein acerca de suas possíveis convicções religiosas. Destaco alguns trechos deste:

(…)

Perceba que no texto postado em 1999 não há nenhuma menção a Albert Einstein. O nome do físico foi acrescentado em versões posteriores. Esse é um recurso utilizado em 99,9% das correntes que empesteiam a web: Usar nomes de pessoas importantes para dar mais crédito ao que está tentando ser enviado”;

(…)

“Não existe nenhuma prova de que Einstein tenha realmente dito isso.”;

(…)

“(…) nunca se declarou religioso e tampouco era ateu. Em inúmeros documentos a seu respeito, o físico alemão radicado nos Estados Unidos se definia como agnóstico. Como ele mesmo dizia em suas notas autobiográficas, perdeu a fé na religião aos 12 anos. Porém ele nunca perdeu o seu sentimento religioso sobre a aparente ordem do universo.”;

(…)

“Foi, é claro, uma mentira o que você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal e nunca neguei isso […]. Se há algo em mim que pode ser chamado de religioso então é a admiração ilimitada pela estrutura do mundo tanto quanto a nossa ciência pode revelar”.

(…) 

Para ler o artigo completo, clique aqui.

 

– A Física na falsa história

Apesar de a história em si ser falsa, alguns trechos desta tem embasamentos científicos:

1) Na Física, mais precisamente na Termologia, estudamos o que é Calor – que nada mais é a energia térmica em trânsito quando dois corpos estão com temperaturas diferentes. Na verdade, a sensação de frio dar-se-á quando o grau de agitação térmica das moléculas do ambiente for menor que o grau de agitação térmica do nosso corpo. No entanto, ainda ocorre transferência de calor; e

2) Ainda no campo da Física, estudamos, no Ensino Médio, os fenômenos relativos à luz e seus princípios, através da Óptica Geométrica. Sombra e penumbra, por exemplo, só podem ser definidas se houver luz de uma fonte e se uma determinada região estiver parcialmente iluminada, respectivamente. 

 

– Ciência x Religião

Religião não é ciência e tampouco ciência é religião. É necessário colocar as duas em ordem das coisas e jamais mesclar seus respectivos conceitos. A religião, creio eu, é o conjunto de dogmas, princípios e conceitos baseados em testemunhos, opiniões e, principalmente, crenças. A ciência, por sua vez, tem como base o empirismo, observações e estudo dos fenômenos. É necessário percebermos que a religião deve ser permeada, inicialmente, pela questão da individualidade afim de, posteriormente, aplicar seus dogmas para o bem da coletividade. Quando colocamos nossas crenças religiosas de modo respeitoso, lúcido e perspicaz, como foi colocado neste excelente artigo do Cristóvão Cunha, jovem estudante de Teologia, nasce um debate bastante saudável que pode ajudar-nos a compreender algumas coisas que fogem à ciência e, quem sabe, engrandecermos enquanto seres humanos.

Particularmente, é triste ver quando existem histórias fictícias ou até mesmo reais utilizando-se dos Grandes da ciência como “prova” da existência de um Ser Superior. A existência de um Deus independe se Einstein ou qualquer outro acredita nisso ou não. Não está nas atribuições da ciência provar ou refutar a existência de um Ser Superior. E mesmo que fosse provado a existência de um Ser a que tudo foi originado, de modo evolutivo, posteriormente, implicaria que Este fosse maior que o próprio universo, pois a obra nunca é maior que aquele que a concebe, que a origina. Sendo assim, Deus seria maior que o(s) próprio(s) universo(s). Dessa forma, do mais alto grau de nosso desenvolvimento e avanço tecnológico, assim como do mais alto grau da nossa insignificância e raciocínio egocêntrico, jamais compreenderíamos o que seria “Deus” e sua, por assim dizer, essência. É ímpar ressaltar que a busca por um “Deus” é, antes de tudo, pessoal. E jamais estendermos essa “verdade particular” a todas as pessoas – como se nosso conceito de fé fosse uma “verdade universal”. Sei que as Leis de Newton são verdades universais. Sei que as Leis da Termodinâmica são verdades universais. Assim como sei que a Lei da Gravitação de Newton é uma verdade universal. A nossa fé, contudo, é pessoal demais para ser colocada como sendo universal. Minha opinião é que tanto fé quanto crenças são iniciadas somente quando a ciência não mais consegue explicar.

(…)

Ao seu modo, acredito que o Einstein foi um verdadeiro cristão – pois a humildade e a benevolência eram constantes em sua vida; ao seu modo, acredito que o Einstein foi um verdadeiro budista – pois valorizava e compreendia o valor do silêncio, já que, segundo o mesmo, era uma condição necessária para “ouvir” sua intuição; em outras palavras, ao seu modo, acredito que o Einstein foi uma das pouquíssimas pessoas que compreendia a espiritualidade quase à perfeição – pois sabia que, ao morrermos, nossos átomos voltariam para o lugar donde vieram: nosso grande, misterioso e fantástico Universo. 

52 comentários

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    • Gilberto Pinto on 25/08/2020 at 18:28
    • Responder

    A palavra chave é: Equilíbrio!
    Em qualquer atividade, seja científica, religiosa ou em qualquer um outro seguimento!
    No Universo, do nano, ao macro, tudo tende ao equilíbrio, e a ausência dele é suportada, para mais ou para menos, até um determinado ponto.
    Assim é a beleza da vida, se desenvolvida dentro destes limites. Toda vez que os limites são extrapolados, o sistema particular, que foi estressado, tenta retomar este equilíbrio, com ônus de diversos tipos, conforme a característica deste sistema particular.
    Assim, tal qual a inteligência da Natureza, toda as ações individuais e coletivas de comportamento do ser humano, nas relações humanas ou nas descobertas científicas com o uso da sua inteligência, devem respeitar este equilíbrio!
    Tudo isto portanto, é válido também para os pensamentos e crenças religiosas. A liberdade de escolha faz parte deste equilíbrio.
    Eu, a cada dia que leio e estudo artigos científicos e percebo as descobertas e o avanço da ciência, tenho a certeza da existência de uma força e inteligência universal, a qual chamo de Deus, e que me faz sentir, magneticamente e espiritualmente ligado. Neste ponto, vejo a ciência e a religião, através da espiritualidade, se encontrarem.
    Portanto, o acreditar ou não em Deus, é demonstrado pelas atitudes que temos na vida, sem necessariamente manifestalas através de alguma religião.

    • Emanuel Cerca Serrano on 26/09/2014 at 00:18
    • Responder

    Bem carissimos,admiro mt vosso trabalho,considero-o de respeito e busca pela verdade
    Creio que essas eram algumas das qualidades que Einstein,Sagan entre outros exerciam e estimulavam a exercer.
    Eu nasci no meio cristão,sai quando adolescente(18) e voltei anos mais tarde,trabahando voluntariamente para tal
    Sou um homem ligeiramente viajado e contactei com pessoas em suas culturas em 4 continentes.
    Mas descobri que ” Deus ” não poderia ser como as religiões o pregam
    Tem alturas k tornam algo que devera ser tão intenso tão pequeno assim como nós
    Na verdade ,Deus deveria ser a verdade e a verdade não poderá ser maior que Deus
    então o que é verdade?
    vejo religiosos contra a ciência e NÃO A RESPEITAM…..POR QUÊ?
    A fé Cristão exige respeito pelo próximo não? então por que tentar ” Converter ” as pessoas quase à força?
    Por que agir sempre pelo medo? Se não fizeres isso Deus vai fazer não sei o que,etc…etc…
    Será que Deus é assim tão pequeno que teria que agir da maneira que nós agimos???
    Se o mundo fosse governado por qualquer denominação religiosa nós ainda estariamos a acreditar que eramos o centro do universo,o que o sol andava à nossa volta,etc…
    A busca pela VERDADE levou homens e mulheres a provarem o contrário
    A verdadeira Ciência não quer provar se Deus existe ou não existe….ela apenas tenta analisar os factos
    A VERDADE das coisas…..e não simplesmente o que o fulano disse,ou que o outro que disse ao outro,etc…
    Um ser tridemensional teria muita dificuldade que um ser bidemensional o visse ou entendesse no seu explendor
    pois sempre viveu num mundo bidemensional
    Nós somos feitos da mesma matéria do Universo e ele tem mistérios insondáveis,existe algo sim
    Mas ninguém é detentor da verdade,mas todos querem ser…..Nós somos 7 bilhões de pessoas,pk a verdade seria exclusiva apenas de uns 1000,ou 1 milhão…..
    Deus existindo ele gostaria que pensassemos que fizessemos perguntas e não agissemos por medo
    qual é o pai que quer que o filho goste dele apenas por medo? nah…isso é coisa nossa,do nosso ego
    A ciência em nenhum momento quer que nos afestemos dos nossos valores
    Darwin nunca disse que seu estudo era p acabar com o cristianismo…a evolução foi usado pelas duas bandeiras crsitãos e pro-ateus p se auto-flagelarem mutuamente…no entanto hoje em dia eu acredito na evolução pois é fato PROVADO…….olhem os ursos castanhos e brancos,os gatos e os leões ou tigres,os lobos e os cães
    tb vão dizer que adn nao existe?….infelizmente eu já não tenho medo…..Se dus é composto por atomos e eu tb então posso dizer que eu fui feito à sua semelhança,assim como o universo inteiro
    quando eu morrer volto para a minha essência….já não tenho medo nenhum
    prefiro pensar e viver assim do que querer introduzir a ” minha verdade ” quase à força e acreditar em um Deus que vai me compensar se eu fizer o que ele quer…e que me vai rejeitar pois eu não segui o que aquele dogma ou religião disse.me….então o inferno está cheio d indios e outros povos …só porque seguiram suas tradições ensinados pela familia
    Muitos cientistas só não se viram mais para o tema Deus até pelo exemplo que os ” detentores da verdade ” dão
    Na verdade a própria religião é suficiente para afastar qualquer um da sua busca espiritual
    Eu não acredito no deus defendido como se fosse de um clube/time ….acredito em algo….e penso que existe algo em nós que lá no fundo…acredita também…apenas não conseguimos definir ou explicar.
    Mas citando Paulo (Apostolo e Filosofo) ” Agora vejo em parte ,mas em breve verei face a face ”
    Sim em breve me tornarei parte dessa materia,dessa dimensão a qual só posso ver em parte
    Tudo de Bom …para TODOS

  1. § Se Deus for onipotente e onisciente, então tem conhecimento de todo o Mal e poder para acabar com ele, ainda assim não o faz. Então Ele não é Bom.
    § Se Deus for onipotente e benevolente, então tem poder para extinguir o Mal e quer fazê-lo, pois é Bom. Mas não o faz, pois não sabe o quanto Mal existe e onde o Mal está. Então Ele não é onisciente.
    § Se Deus for onisciente e benevolente, então sabe de todo o Mal que existe e quer mudá-lo. Mas isso elimina a possibilidade de ser onipotente, pois se o fosse erradicava o Mal. E se Ele não pode erradicar o Mal, então por que chamá-lo de Deus?

    1. Paradoxo de Epicuro.

      Este é o Deus expresso pelas tradicionais religiões monoteístas, incluído nomeadamente o Cristianismo, do qual observo seus rituais.

      Porém, quem poderá afirmar, de fato – tornando plausível a hipótese da existência de um “Deus” -, que as religiões estão corretas acerca do que seria a essência deste “Ser Superior”? 😉

  2. Esse é realmente o melhor local de ciência.

    • André Corrêa on 06/04/2013 at 07:21
    • Responder

    Bem, eu em minha tamanha insignificância, venho parabenizar a forma com a qual o Sr. Colaborador mediou um tema tão complexo, tanto que ainda não consegui lhe definir como um católico ou cientista. Kkkkkkkk (isso importa?)

    Eu, porém, Sou cristão e acredito em um Deus onipresente, onisciente e onipotente. Criador e mantenedor de todas as coisas e prestes a retornar. Nem por isso deixo de dar e reconhecer os créditos à ciência e suas descobertas em favor do bem comum.

    O maior problema é quando seus “gladiadores” lançam mão de suas “espadas” e tentam ferir de morte umas as outras quando, ao meu pensar, todas se baseiam no mesmo conceito no que tange suas “provas” de verdades universais, Fé.

    Para que tudo exista temos 2 formas mais difundidas.:

    Gênesis, “…Criou Deus os céus (universo) e a terra…” e a TEORIA do Big Bang.

    De ambas as partes é fé que não acaba mais não é verdade?

    A minha eu deposito eu Deus.

    1. Caro André Corrêa,

      Agradeço suas palavras. 🙂

      … que ainda não consegui lhe definir como um católico ou cientista. Kkkkkkkk (isso importa?)

      Não, não importa. 😉

      Não sou cientista. É totalmente irrelevante alguns dos meus dogmas oriundos do catolicismo perante os assuntos ou não já trazidos à luz pela Ciência. 😉

      … Gênesis, “…Criou Deus os céus (universo) e a terra…” e a TEORIA do Big Bang.

      Minha interpretação pessoal acerva da narrativa do(s) autor(es) do Gênesis era, acima de tudo, expor um ponto-de-vista de como teria originado todas as coisas. Mas esse ponto-de-vista não seria originado de uma “inspiração divina”. Apesar de ser um homem com tradições e costumes católicos, não vejo o Antigo Testamento como sendo a “Palavra de Deus”. A Bíblia foi escrita originalmente em hebraico, aramaico e grego antigo. Muito pouco ou nada sobrou dos textos originais – que, certamente, foram mal traduzidos ou modificados com intenções sociais, religiosas e principalmente políticas no decorrer das eras.

      A Teoria do Big Bang (o André Corrêa deve lembrar-se que o conceito de “teoria” é bem mais abrangente que “hipótese”: esta última encontra-se num patamar muito inferior à teoria) foi proposta pelo astrônomo, catedrático e padre jesuíta belga Georges Lemaître – do qual sou um grande entusiasta dos seus trabalhos e contributos à Física Moderna, sobretudo na Astronomia. Infelizmente, exemplos como o do Lemaître ainda são raros – apesar de vários cientistas com dogmas religiosos terem contribuído substancialmente para a Ciência durante o percurso da História.

      Eu, porém, Sou cristão e acredito em um Deus onipresente, onisciente e onipotente. Criador…

      Bom, também sou um homem cristão. Entretanto, na religião, busco conforto “espiritual” diante da dificuldade cada vez maior de se viver nos dias atuais, com esta total inversão de valores morais e sociais.

      Não creio que encontrarei Deus ou qualquer evidência de sua existência na ciência. Mas, certamente, não será na religião. 😉

      Para mim, é impossível não questionar se Algo Superior (ou um Ser Onisciente, Onipotente e Onipresente) deu o “pontapé inicial” para que as coisas evoluíssem por si só, tal como as coisas são, sabe-se lá por qual motivo (ou mesmo a ausência deste), quando vejo a imensidão da noite, entre um cigarro e outro, em meus pequenos devaneios.

      Abraços.

  3. Cavalcanti,

    Apenas algumas informações complementares:

    1) Einstein não pode ter sido um “bom” (nem poderia ter sido um “mau”) cristão pq Einstein não era religioso, era AGNÓSTICO (e não ATEU como alguns pensam).

    2) Einstein apesar de assumir uma posição agnóstica, também NÃO ACREDITAVA em um Deus PESSOAL.

    3) A origem de Einstein era judaica, ou seja, ele era JUDEU de nascimento. No entanto considerava a bíblia/torah como um conto infantil.

    Abraços e parabéns pelo artigo.

    1. Sergio,

      Agradeço suas palavras. Mas farei uma ressalva:

      1) Coloquei nesses termos: “(…) acredito que o Einstein foi um verdadeiro cristão (…)sob ponto de vista pessoal, associado com minhas perspectivas sobre os dogmas cristãos. 😉

      Nos outros pontos, sim, tens toda razão e, mais uma vez, agradeço as informações complementares. 🙂

      Abraços cordiais.

      • Eliezer Guedes de Oliveira Junior on 19/06/2021 at 17:21
      • Responder

      Sou cristão. E confesso que acho ridículo essas apelações para tentar infundir fé em alguém. Se a pessoa realmente crê que Deus é o ser incrível que a Bíblia descreve, a verdade deveria ser suficiente para convencer alguém. A mentira não pode conduzir a algo bom e real.

      De qualquer forma, o mais irônico é que a própria Bíblia relata que Deus criou o mal. “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas”. Isaias 45:7.

    • Rafael Ligeiro on 20/06/2012 at 16:40
    • Responder

    Grande texto! E com números à altura de um grande texto!
    Parabéns!
    Do colega Astropt Rafael!

    1. Agradeço suas palavras bastante amistosas, Rafael. 😉

      Os números são somente reflexos do assunto em si, altamente polêmico – onde centenas de pessoas se identificam por n-motivos.

      Abraços do colega Cavalcanti. 🙂

  4. Vamos ver algumas das frases de Einstein:

    Na primeiras páginas das suas Notas Autobiográficas, Einstein escreve:

    “Thus I came–despite the fact I was the son of entirely irreligious (Jewish) parents–to a deep religiosity, which, however, found an abrupt ending at the age of 12. Through the reading of popular scientific books I soon reached the conviction that much in the stories of the Bible could not be true. The consequence was a positively fanatic [orgy of] freethinking coupled with the impression that youth is intentionally being deceived…Suspicion against every kind of authority grew out of this experience, a skeptical attitude… has never left me…”
    (Autobiographical Notes (1949, pp. 3-5) )

    Ele escreve claramente que NÃO acredita na Bíblia.
    Ele diz claramente que tem uma atitude céptica na vida.

    Algumas expressões que ele escreveu:

    “God is cunning but He is not malicious.”
    “God is subtle but he is not bloody-minded.”
    “God is slick, but he ain’t mean.”
    “God does not play dice.”
    “I want to know how God created the world. I am not interested in this or that phenomenon, in the spectrum of this or that element. I want to know His thoughts, the rest are details.”

    “I believe in Spinoza’s God who reveals himself in the orderly harmony of what exists, not in a God who concerns himself with fates and actions of human beings”.

    Recomendo não só as Autobiographical Notes (1949), escritas por Einstein, mas também os seus escritos sobre religião e ciência, que constam do seu trabalho Ideas and Opinions (1954).

    Em 1945, após andarem a discutir a sua posição religiosa, para ideologias pessoais, Einstein escreveu:

    “From the viewpoint of a Jesuit priest I am, of course, and have always been an atheist…. I have repeatedly said that in my opinion the idea of a personal God is a childlike one. You may call me an agnostic, but I do not share the crusading spirit of the professional atheist whose fervor is mostly due to a painful act of liberation from the fetters of religious indoctrination received in youth. I prefer an attitude of humility corresponding to the weakness of our intellectual understanding of nature and of our being.”

    Assim, é perfeitamente claro que, de um ponto de vista das religiões institucionais, Einstein era Ateu ou Agnóstico.

    A verdade é que Einstein não acreditava em qualquer livro religioso (Bíblia incluída) e considerava que as religiões tinham histórias para crianças. Nada mais.

    O que Einstein acreditava sim era que existia uma Ordem, uma Harmonia, no Universo.
    Isso, para ele era o seu “Deus”, e só através da ciência se poderia descobrir essa Ordem.

    Daí a famosa frase de Einstein “Deus não joga aos dados”.
    Porque a Quântica supostamente acabaria com essa ordem.
    Mas Einstein achava que haveria um nível abaixo da Quântica, que iríamos descobrir, que era novamente um mundo determinístico, com ordem, onde se poderia prever tudo.

    Notem que Einstein não dizia que “alguém” criou essa ordem no Universo. Nada disso.
    Ele criticava essa posição como sendo uma fantasia para crianças.

    Concluindo:
    – Einstein era contra as religiões institucionalizadas, dizendo que só contavam histórias para crianças. Para Einstein, o Deus das religiões era demasiado pequenino, era uma história como o Pai Natal, para crianças.
    – Einstein não acreditava num Deus pessoal, num Deus que estivesse preocupado com cada um de nós.
    – Einstein era contra o geocentrismo psicológico de se acreditar num Deus preocupado com os seres humanos.
    – para Einstein, este assunto deveria ser pessoal, e nada mais do que pessoal.
    – publicamente Einstein dizia que a palavra Deus deveria ser igualada à Ordem no Universo, às Leis Universais descobertas pela Ciência.
    – Einstein nunca se referiu a quem poderia ter criado essa Ordem, porque (1) não seria um “quem”; (2) de um ponto de vista humano, a Ordem não “precisaria” de ser criada.
    – segundo os escritos de Einstein, para descobrir essa Ordem, 4 coisas seriam precisas: cepticismo, observações/experiências, matemática, e imaginação. E, para Einstein, estas 4 ferramentas são dadas pela Ciência, e nenhuma delas é dada pela religião (institucionalizada).
    – se Einstein detinha espiritualidade? Parece-me claro que sim. Mas parece-me óbvio que é uma espiritualidade dada pela ciência. Partilhou esse sentimento com Sagan, Tyson, e muitos outros.

    abraços! 😉

    1. “se Einstein detinha espiritualidade? Parece-me claro que sim. Mas parece-me óbvio que é uma espiritualidade dada pela ciência. Partilhou esse sentimento com Sagan, Tyson, e muitos outros.”

      Sim. Concordo contigo em gênero, número e grau. 😉

      Desculpas pelo lapso. Também pude-me incorrer ao erro.

      Abraços.

      1. Qual lapso??? 🙂

        Eu achei o seu post muito bom 🙂

        Não vi lapso…

        P.S.: já agora, quando escrevi “muitos outros”, dentro desses está o coordenador-geral do astroPT 😛 LOL 😛

      2. 😉

        Penso que quase todos nós, de alguma maneira, mais intensa ou menos intensamente, temos algum traço de espiritualidade.

        Abraços.

      3. Não sei quem o disse, mas lembro-me da frase que o Homem é um animal espiritual. 😉

      • Renato Romão on 19/06/2012 at 21:26
      • Responder

      Nem mais, se Einstein a dada altura refere “From the viewpoint of a Jesuit priest I am, of course, and have always been an atheist….”, como vem alguem afirmar o contrário?
      Ainda por cima deturpando as palavras deste. Palavras, frases e sentenças pessoais proferidas por uma ilustre figura de toda a humanidade. E estudado por muitos, ao mais infeme pormenor.
      Enfim…

        • Marcelo Lima de Almeida Santos on 16/04/2020 at 05:43

        Venho nessas humildes palavras que agora escrevo relatar meu pensamento.
        Depois de lido todos esses comentários bem embasados do ponto de vista científico, me ponho a imaginar, imaginação essa descrita nas palavras acima. O que é a imaginação? Criar imagens é um termo simples e poderoso. Com isso me pergunto: E os pensamentos o que são? Por hora tenho “bons” pensamentos, por outra tenho “maus”. Daí me pego a imaginar novamente, o que é o mau e o bom? Bem, toda sociedade ou sistema existente baseiam-se nessas duas vertentes. Leis foram criadas por homens e aprovadas por outros, ditando o que seria “bom e o que seria” mau”. Pelo ao menos em quase toda sociedade, tirar a vida de um ser humano é considerado” mau”, por isso existem julgamentos e sentenças baseadas nas leis criadas e aprovadas por homens que à imaginaram. Com tudo isso, com esse simples exemplo continuo a imaginar existe o mal? Existe o Bem? Quem alimenta essa imaginação? Esses pensamentos? Com tudo, no silêncio onde busco essas respostas, obtenho a certeza de que existe duas forças que regem o Universo, uma má, e uma boa. Então se existe as duas porque então a boa não destrói a má, pelo simples fato de que o “mal” pelo próprio mal se destrói. Diante do exposto me ponho a perguntar: E a origem de tudo isso? Mal? Bem? Matéria? Espírito? Só sei que Big bang, Criacionismo (religioso), Teoria da Evolução Humana de Darwin, nada disso me respondem. Então voltamos a estaca zero. Pois tudo nasce da imaginação humana…

      1. Têm que existir as duas coisas? Bem e mal?

        Uma delas não poderá ser simplesmente a ausência da outra? 😉

        Por exemplo: a luz existe. A escuridão não existe. A escuridão é simplesmente a palavra que utilizamos quando queremos caracterizar a total ausência de luz 😉

        abraço!

      2. Seu comentário é deveras confuso.

    2. Já agora, com um pouco mais de tempo, esse trecho do comentário do Carlos…

      “(…) e considerava que as religiões tinham histórias para crianças. Nada mais.”

      … fez-me lembrar do meu professor de Língua Inglesa dos tempos de Colégio. Em algumas festas colegiais que fazíamos, ao longo do ano letivo, um dos assuntos que mais conversávamos era justamente sobre religião. Segundo ele, a Bíblia “é tão somente um belo conto de fábulas. E somente isso.” Mesmo discordando – e, na época, (eu) mais parecia uma cópia do Huxley quando o assunto era catolicismo e sua história 😉 – não deixava de obter sabedoria sobre as questões da vida com aquele que, até hoje, mesmo após tantos anos, tenho o grande prazer e o orgulho de chamá-lo de Mestre – mesmo nas raríssimas vezes que nos encontramos.

      Não me referindo às minhas crenças religiosas, mas nas “andanças” da minha fé, aprendi que, se eu acredito na existência de um Ser Superior, preciso acreditar também que Ele não necessita de um ser absolutamente insignificante, como eu, por exemplo, para “defendê-lo” – quando na verdade penso exatamente o contrário; aprendi, também, a respeitar o espaço das pessoas, já que “minhas verdades” não são verdades que possam ser estendidas a todos ao meu redor; sobremaneira, aprendi também que tanto religiosos quanto àqueles que se referem a si mesmos como sendo ateus, podem coexistir em paz. Discussões acaloradas, que não levam à lugar algum; egos inflados, sobre quem realmente está com a razão, em nada engrandece nosso “espírito”. Penso que o mais importante seja, além do respeito mútuo, sabermos que o mundo pode (e deve) crescer a partir justamente da diferença amigável entre as pessoas – onde, no fim, todos somente tendem a ganhar -, a partir de um dos exemplos de simplicidade, humildade e sabedoria que foi, a própria vida e o trabalho do Einstein…

      1. Essa minha frase, veio das palavras de Einstein: “I have repeatedly said that in my opinion the idea of a personal God is a childlike one.”

        😉

        abraços! 🙂

      2. 😉

        Abraços. 😛

      3. “Já agora, com um pouco mais de tempo, esse trecho do posicionamento do Einstein…”

        Acho que ficou um tanto “ambíguo” meu comentário. 🙁

        Na verdade, trata-se de lembranças de uma juventude onde teimava em querer convencer as pessoas acercas de minhas crenças. O último parágrafo é auto-reflexivo. 😉

    • Renato Romão on 19/06/2012 at 18:36
    • Responder

    Viva Cavalcanti,

    Apesar de não estar à vontade para abordar este tema (religião), não por desconhecimento (muito pelo contrário) mas sim pela minha posição perante as religiões.
    Gostei imenso de post. Quem conhece a história de vida deste magnifico “exemplar” humano, sabe que é sem dúvida, um exemplo a seguir. Bem… Era um génio, não só no conhecimento mas também nos seus ideais.
    O mais importante, que se dava ao respeito e respeitava o próximo.
    É inaceitável este tipo de noticias. Enfim…

    O ultimo paragrafo do post está divinal (minha opinião). 😉

    Abraço! 🙂

    1. Olá, meu caro amigo Renato. 😛

      O artigo pertence ao AstroPT. Foi somente escrito por minha pessoa. 😉 Então, um viva ao AstroPT e ao sítio E-Farsas – que expôs um trabalho brilhante. 😉

      Sim, muitos religiosos acreditam que a sabedoria “nata” vem somente daqueles que são “religiosos”. Vendo o que foi Einstein, e sua inigualável importância para o mundo contemporâneo, penso que, na verdade, a “espiritualidade” é transcendente à religiosidade.

      Concordo plenamente: Einstein não era somente um gênio no conhecimento científico. Era igualmente brilhante em seus ideais. Faz-me ter a impressão de uma pessoa que viveu a humildade quase à perfeição.

      Grazie.

    2. Já agora, Renato, 😉 quanto ao último parágrafo, este teve a valorosa contribuição do Carlos – tanto do link que leva-nos a um artigo ainda melhor (Acima de Deus?), muito bem escrito pela pessoa do Carlos Oliveira, quanto da maximização da última imagem deste artigo – contendo uma frase do Albert Einstein.

      😉

        • Renato Romão on 19/06/2012 at 20:30

        Pois, eu vi logo. Mas não foi pelo link (post), foi pela frase do Carlos na palestra nos Açores. Lembrei-me obviamente das palavras dele. Que costumo parafraseá-lo em conversas com amigos.

        Neste caso, é de enaltecer a humildade do meu amigo. Como na ciência, as evidências devem ser realçadas e destacadas.

        “Então, um viva ao AstroPT e ao sítio E-Farsas – que expôs um trabalho brilhante.”
        Concordo plenamente. 😉 🙂

  5. Lamentável usar historias falsas para fazer as pessoas crer em deus, em alguns casos a religião é até uma coisa boa para educar a população mais em outros não,não gosto de como é a religião atual principalmente aqui no brasil onde pastores donos de igrejas usam o dinheiro do dizimo para enriquecimento próprio, cada vez mais casos de padres e bispos envolvidos em casos de pedofilia etc…

    vivemos em uma democracia e cada um tem o direito de escolher se quer seguir uma religião ou não,no meu caso em meio a que vi até hoje em minha vida preferi não seguir nenhuma religião e ser ateu, einstein foi um grande gênio da humanidade e se ele era cristão ou agnóstico não importa acho que o que ele era não deveria interferir na escolha dos outros.

    1. Uma coisa interessante, Henrique, é como relação algumas pessoas terem suas percepções acerca da religião tendo somente como ótica maus padres, maus pastores e fiéis que não sabem reconhecer as verdades científicas – vendo até a própria ciência como uma “afronta” à suas crenças religiosas. Quem faz a ciência são os cientistas e a ciência em si (os átomos, os quarks, os sistemas planetários, a máquina de Carnot, a gravidade, os buracos negros, a velocidade da luz, as operações unitárias, os lipídeos, etc.) é “neutra” neste tema.

      Penso que, quando não são colocadas de maneira extremista por parte daqueles que as fazem, as religiões ajudam, sobremaneira, a formar o (bom) caráter – não de todas as pessoas, pois nem todas precisam -, porém de muitas.

      Parabéns pelo seu posicionamento 😉 e agradeço vosso comentário – muito bem-vindo. 😉

      Abraços.

        • Henrique on 30/06/2012 at 19:02

        Só agora eu vi sua resposta 😛

        Eu olho para nos e vejo que somos formados por bilhões de celulas em que a quimica e a biologia explica, olhamos para o céu azul e vejamos que a fisica e a astronomia realmente batem, olhamos a natureza, e ficamos abismados com a certeza, de que a matematica, a fisica, a quimica e a biologia realmente são concretas, sentimos a noite vir, o tempo passar, e vemos como a fisica está correta, como as ciencias exatas são corretas, como a razão existe! e como deus é uma coisa em vão, a bíblia é uma perdição e a religião é preconceituosa, eu vejo a religião como uma mafia, que só presta para arrecadar dinheiro e condenar os seres humanos contrários a ela e aliados a verdade, ao absolutismo e a razão das coisas com exatidão.

        Não tenho tanto conhecimento assim mais sei que a razão está na ciência, e ela não é neutra quando o assunto é religião.

      1. Infelizmente, só agora vi sua resposta.

        (…) e como deus é uma coisa em vão, a bíblia é uma perdição e a religião é preconceituosa (…)

        1) Da mesma forma que “pode” soar ofensivo para um ateu quando um religioso diz: “fique com Deus”, de modo ímpar pode soar ofensivo à um religioso quando um ateu afirma: “deus é uma coisa em vão”. Tolerância religiosa para com aqueles que respeitam as crenças ou não crenças das pessoas é demonstração de nobreza e respeito e tenho certeza absoluta que respeito todos nós gostamos de receber. 😉

        2) Penso que quem é católico, enquadra seu modo de viver de acordo com o Novo Testamento – e não o Antigo Testamento. O propósito do Novo Testamento foi substituir o que está escrito no Antigo Testamento. Não se faz necessário colocar aqui o contexto histórico. O Novo Testamento não trata a questão da escravidão – isso sem falar nas contradições oriundas das modificações do “esperto” Imperador Constantino – todavia quantos trechos belíssimos podemos tirar deste (Novo Testamento): lições-de-vida, amor e respeito para com o próximo; lições de humildade e, principalmente, não julgamento de caráter. Coisas que o Cristóvão Cunha poderia até falar melhor que eu. Portanto, quando um cidadão afirma que “a biblia é uma perdição“, vejo, a princípio, “raiva” e não compreensão em vários de seus trechos. Contudo, evidentemente, respeito seu ponto-de-vista nesta parte;

        (…) eu vejo a religião como uma mafia, que só presta para arrecadar dinheiro (…)

        3) As igrejas, pelo que pregam e defendem, deveriam ser referências das bem-aventuranças. Infelizmente, não são. E tal termo, máfia, não sei do que está a falar. Uma pergunta que gostaria de lhe fazer: O Henrique contribui, mensalmente, pra alguma obra de caridade? Ou possui alguma entidade filantrópica? Ou tem casas de abrigo para menores abandonados? Ou mantém lar para tirar jovens das drogas? Muitos empresários (que são ateus) fazem isso. 😉 Diversas pessoas comuns também fazem. 😉 Maçons também fazem inúmeros atos de caridade. 😉 Igrejas Evangélicas igualmente. 😉 A Igreja Católica também. 😉

        Abraço.

    • Enio Chaves dos Reis on 19/06/2012 at 15:29
    • Responder

    É mentira que “não está nas atribuições da ciência provar ou refutar a existência de um Ser Superior”.

    – Ora, ciência não é instituição que tenha tal ou qual atribuição. Ciência é método partilhável de busca e análise com base em evidências e possibilidade de partilhamento. E quando todo e qualquer fenômeno ao qual se atribuía causas divinas, até hoje, foi analisado, sua causa física, química ou biológica foi desvendada o suficiente para provar que as alegações de causas divinas eram insubsistentes!

    Outra balela é o raciocínio: “E mesmo que fosse provado a existência de um Ser a que tudo foi originado, de modo evolutivo, posteriormente, implicaria que Este fosse maior que o próprio universo, pois a obra nunca é maior que aquele que a concebe, que a origina. Sendo assim, Deus seria maior que o(s) próprio(s) universo(s). Dessa forma, do mais alto grau de nosso desenvolvimento e avanço tecnológico, assim como do mais alto grau da nossa insignificância e raciocínio egocêntrico, jamais compreenderíamos o que seria “Deus” e sua, por assim dizer, essência.”

    – Mesmo se fosse argumento válido, a presunção de que nossa mente jamais compreenderia uma entidade tão misteriosa não passa de uma ilação sobre a possibilidade, e essa ilação não é evidência, não apresenta evidência, não busca evidência e não se justifica por si. E enquanto sua única e sempre cogitação sequer é conceituada de forma partilhável, consiste em fantasia. E só fantasia.

    “Minha opinião é que tanto fé quanto crenças são iniciadas somente quando a ciência não mais consegue explicar.”

    – Daí, pode-se concluir, sem hesitação: fé e crenças habitam o campo da ignorância, com o efeito pernicioso de substituir, inibir e induzir à inibição da curiosidade cientifica alheia, pois as pessoas não vivem isoladas e suas “crenças” sempre repercutem em suas “engrenagens” de relações, da curiosidade de saber além do que se sabe. Que absurda a idéia de um deus que encolhe à medida em que desvendamos os fenômenos. Tá, ele não falou “deus”, mas usou as idéias indissociáveis, “fe” e “crença” num âmbito “divino”.

    1. Caro Enio,

      Seu comentário faz-nos um convite completo à ignorância do tema abordado, pois percebe-se claramente que você não percebeu vários pontos deste, afirmando coisas que sequer foram afirmadas no artigo em questão – tampouco nas entrelinhas; e pontos de arrogância presumidos.

      Pois bem…

      ____________________

      – Ora, ciência não é instituição que tenha tal ou qual atribuição. Ciência é método partilhável de busca e análise com base em evidências e possibilidade de partilhamento. E quando todo e qualquer fenômeno ao qual se atribuía causas divinas, até hoje, foi analisado, sua causa física, química ou biológica foi desvendada o suficiente para provar que as alegações de causas divinas eram insubsistentes!

      ____________________

      Passo 1) De fato, sabemos que ciência não é instituição, porém, apesar de englobar as coisas como um todo, a ciência possui funções (atribuições) afim de formalizações. E o que seriam essas atribuições? Ora, as atribuições indexadas a todos os profissionais das áreas que constituem esta: Engenharias, Física, Química, Biologia, Psicologia, etc. Quando ainda não se tem ponto final, num determinado assunto, your guess is as good as mine. Nos assuntos já desvendados, nem é necessárìo tecer qualquer tipo de comentário, pois a ciência já trouxe luz em fatos antes “sobrenaturais” – quando na verdade não existia nada de sobrenatural.

      ____________________

      Outra balela é o raciocínio: “E mesmo que fosse provado a existência de um Ser a que tudo foi originado, de modo evolutivo, posteriormente, implicaria que Este fosse maior que o próprio universo, pois a obra nunca é maior que aquele que a concebe, que a origina. Sendo assim, Deus seria maior que o(s) próprio(s) universo(s). Dessa forma, do mais alto grau de nosso desenvolvimento e avanço tecnológico, assim como do mais alto grau da nossa insignificância e raciocínio egocêntrico, jamais compreenderíamos o que seria “Deus” e sua, por assim dizer, essência.”

      – Mesmo se fosse argumento válido, a presunção de que nossa mente jamais compreenderia uma entidade tão misteriosa não passa de uma ilação sobre a possibilidade, e essa ilação não é evidência, não apresenta evidência, não busca evidência e não se justifica por si. E enquanto sua única e sempre cogitação sequer é conceituada de forma partilhável, consiste em fantasia. E só fantasia.

      ____________________

      Passo 2) Primeiramente, se tem convicção que é “balela”, guarde as suas para si. 😉 Segundo: se o Universo ainda não está completamente entendido (a ciência ainda está a evoluir nesse processo) e se considerarmos que um Ser Superior reuniu as “condições necessárias” para a existência deste, subentende-se que o Criador é “maior” que sua Obra. Se você, Enio, tem a resposta verdadeiramente definitiva para o Tempo Pré-Planck, por favor, sou todo ouvidos. Do contrário, qualquer argumento vindo de sua pessoa tem o mesmo argumento da minha (pessoa):

      Validade 0.

      ____________________

      – Daí, pode-se concluir, sem hesitação: fé e crenças habitam o campo da ignorância, com o efeito pernicioso de substituir, inibir e induzir à inibição da curiosidade cientifica alheia (…);

      Que absurda a idéia de um deus que encolhe à medida em que desvendamos os fenômenos. Tá, ele não falou “deus”, mas usou as idéias indissociáveis, “fe” e “crença” num âmbito “divino”.

      ___________________

      Passo 3) Pura balela de sua parte, meu rapaz: 😉 à medida que a ciência avança, vejo, de modo particular, e uns tantos outros, 😉 um “Deus” muito maior que as minhas (nossas) crenças religiosas. Ao contrário que o senhor disse, não vejo um “Deus” encolhendo à medida que a ciência avança. O que vejo é o encolhimento dos extremistas religiosos que desprezam os fatos científicos, dando caráter sobrenatural à coisas nada sobrenaturais.

      As suas convicções, Enio, mesmo você acreditando serem de base científica (que nesse ponto eu acredito que estais equivocado) não são as verdades absolutas. Nesse ponto, você está no mesmo patamar daqueles que você tanto está a refutar. Ciência e religião não se misturam, porém podem coexistir, sem extremismos das pessoas que as fazem.

      Um abraço.

    2. Caro Enio,

      Do fundo do meu coração, só desejo que Deus te abençoe e afague seu rancor 🙏

  6. Very good!

    Além do conhecimento adquirido, serviu de sustentação a uma resposta minha sobre um ‘sharer’ de uma amiga sobre esse mito.

    Abraços!

    1. Obrigado, Claudio.

      Abraços. 😉

    • Manel Rosa Martins on 19/06/2012 at 12:24
    • Responder

    Excelente post, a denunciar mais uma fabricação típica dos políticos dessa região da Europa.

    De facto existem textos com sensibilidades diferentes escritos pelo punho de Einstein e relatos das suas conversas feitos por pessoas com a maior credibilidade.

    É natural, pois Einstein não viveu só até aos 12 anos nem só até aderir à sociedade de quarks ingleses, depois disso ainda viveu muitos anos.

    A sua Fé era um assunto privado, pelos documentos verificamos que não foi um assunto paralisado ao longo da vida de Albert Einstein.

    As suas últimas palavras foram “Deus não é malicioso, apenas quer que nós tentemos com mais força.”

    Daí a concluir que este Homem era desta ou daquela religião ou agnóstico ou ateu ou o que muito bem lhe desse na real gana é apenas especulação ou opinião pessoal.

    É no fundo tentar colar a Autoridade do seu nome às nossas próprias convicções.

    É um expediente de marketing para impingir aos outros o que nós achamos que sabemos.

    1. “(…) existem textos com sensibilidades diferentes escritos pelo punho de Einstein e relatos das suas conversas feitos por pessoas com a maior credibilidade.”

      “A sua Fé era um assunto privado (…)”

      “Daí a concluir que este Homem era desta ou daquela religião ou agnóstico ou ateu ou o que muito bem lhe desse na real gana é apenas especulação ou opinião pessoal.”

      “É um expediente de marketing para impingir aos outros o que nós achamos que sabemos.”

      Excelente comentário, Manel.

      😉

  7. Muito bom post.
    Nos últimos só se vê pessoas a publicar no facebook um texto sobre o anúncio de televisão que aqui puseram, que ao que parece foi criado pelo governo da Macedónia. Eu comentava sempre que era mentira, mas as pessoas por alguma razão acreditam sempre em tudo o que veêm ou ouvem e nunca se questionam a si próprias sobre a veracidade das coisas. Dizia também que provavelmente teria sido criado por pessoas ligadas à religião e que só tinham incluido o Einstein por ele hoje em dia ser quase sinónimo de “génio”. Também eram muitos os que diziam que Einstein era religioso mas já tinha visto a sua biografia no canal História, e agora vejo aqui textos que mostram que afinal agnóstico.
    Muito bom.

    1. Bernardo,

      De fato, o “comercial” foi criado pelo Ministério da Educação e Ciência do governo da Macedônia. Seus membros querem reintroduzir o ensino da religião em suas escolas – o que é louvável, em face de um mundo atual que deseduca nossos filhos, enquanto nós, pais, tentamos educá-los (ou reeducá-los). Porém, deve-se fazer a correta separação, nas escolas, entre ciência e religião.

      Não sei se foi uma pessoa ou grupo de pessoas que inseriu (inseriram) o nome de Einstein no texto. Porém, como está muito bem salientado no artigo do E-Farsas:

      “Esse é um recurso utilizado em 99,9% das correntes que empesteiam a web: Usar nomes de pessoas importantes para dar mais crédito ao que está tentando ser enviado.”

      E nesse trecho do comentário do Bernardo:

      “(…) e agora vejo aqui textos que mostram que afinal agnóstico.”

      Exatamente. 😉

      Por isso que escrevi no artigo: “(…) que mostra um Albert Einstein “religioso” – sob as óticas religiosas vigentes.”

      Obrigado pelas palavras.

      Abraços. 😉

        • Bernardo on 20/06/2012 at 08:44

        Concordo. Deve-se fazer uma separação correcta na escola entre ciência e religião, pois a primeira é um facto e a segunda depende das escolhas de cada e do que cada um acredita. Julgo que hoje em dia o maior problema ao nível do ensino (em relação à ciência) é a falta de econrajamento dos professores em realação aos alunos. Relembro-me agora de um video de Carl Sagan em que um aluno do ensino primário ou básico pergunta-lhe

        “Porque é que os Planetas teêm a forma de um circulo e não de um quadrado?”

        e Sagan responde que é um pergunta muito boa e interessante, enquanto que se fosse um professor provavelmente responderia

        “Que pergunta mais idiota! Porque é haveria de ter a forma de um quadrado?”.

        Isto acaba por desencorajar os alunos de uma certa maneira. Mas com isto não quero dizer que todos os professores sejam assim.

        Também julgo que há que dar-se a conhecer às pessoas a importância da ciência hoje em dia. Não fosse a ciência, eu não estaria aqui neste computador a escrever neste mesmo momento.

  8. Excelente post. Parabéns por esclarecer o mito 😉
    Abraço

    1. Obrigado pelas palavras, Cristóvão.

      Nesse trecho do artigo:

      “(…) do mais alto grau de nosso desenvolvimento e avanço tecnológico, assim como do mais alto grau da nossa insignificância e raciocínio egocêntrico, jamais compreenderíamos o que seria “Deus” e sua, por assim dizer, essência.”

      Lembrei-me do evento que ocorreu com Aurelius Augustinus durante sua meditação (alguns afirmam que foi durante um sonho – não sei se existe versão oficial da Santa Sé), numa manhã-de-praia, acerca do mistério da Santíssima Trindade (mistério este para nós, católicos). Creio eu que o evento foi bem menos “sobrenatural” (que muitos fazem questão de apregoar): simplesmente, Santo Agostinho viu a criança querendo colocar toda a água do mar em um pequeno recipiente. Diante disso, o Confessor e Doutor da Igreja concluiu que o mar seria a Trindade Santa e que o pequeno recipiente seria nosso conhecimento – surgindo a impossibilidade de compreender a Natureza Divina.

      Abraços cordiais.

  9. Carlos,

    De alguma forma, não foi possível inserir o vídeo no artigo. Não gostarias de arrumar isso? 😉

    Abraços.

    1. Pensei que tivesse sido por opção sua 🙂

      Já incorporei 🙂

      abraço 😉

      1. “Já incorporei”

        Ainda não consegui visualizar o vídeo aqui do astroPT. 🙂

        Abraços.

        🙂

      2. Porque o Cavalcanti mexeu novamente no post 😉 eeheheh 🙂 Ao actualizar por cima, perdeu-se o vídeo novamente,.. 😉

        Já incorporei de novo 🙂

        abraços! 🙂

      3. Ah, sim, peço desculpas. 😛

        Estava a fazer correções ortográficas.

        Abraços e desde já, agradeço. 😛

    • Joab Santanna on 19/06/2012 at 05:41
    • Responder

    Ótimo post! Apesar de não acrescentar muito a muitos que preferem a versão ilusória sem respaldo algum na veracidade dos fatos, a verdade seja dita.

    1. Obrigado, Santanna. 😉

      Mesmo que algumas correntes religiosas abstenham-se desse fato, dar-se a César o que é César e a Deus o que é de Deus.

      Abraços.

  1. […] – Religião: Deus e ETs. Jesus extraterrestre. Papa. Sagan e Espiritualidade. Einstein (mito, verdade). Halo Solar em Fátima. Ignorantes. Richard Dawkins. Super-Humanos. Ciência vs. […]

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