Estrelas com exoplanetas dão novas pistas à formação planetária

Uma equipa liderada pelo astrónomo do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) Vardan Zh. Adibekyan, sugere que metais, como o magnésio, desempenham um papel importante na formação de planetas de pequena massa.

A equipa analisou espectros de alta resolução de 1111 estrelas semelhantes ao Sol, obtidos pelo espectrógrafo HARPS (ESO). Em 109 destas estrelas são conhecidos planetas de grande massa (semelhantes a Júpiter), e em 26 são conhecidos planetas semelhantes a Neptuno.

A investigação focou especialmente o estudo da abundância dos elementos alfa dessas estrelas, como o magnésio (Mg), Silício (Si) ou Titânio (Ti). Os resultados mostram que a proporção destes elementos, em relação à quantidade de Ferro, é consistentemente superior nas estrelas com planetas, com a maior discrepância a ser observada para o Magnésio.

O investigador do CAUP Vardan Zh. Adibekyan comentou que “Estas descoberta indicia que alguns metais, sem ser o Ferro, estão envolvidos no processo de formação de planetas, em especial quando a quantidade de Ferro é menor que no caso do Sol. Estes resultados restringem fortemente as teorias de formação planetária, em especial no caso de planetas de pequena massa”.

A principal teoria para a formação de planetas sugere que estes se formam pelo “amontoar” de pequenas partículas de elementos pesados (metais), originando corpos cada vez maiores. Os resultados deste estudo sugerem que os planetas necessitam de uma quantidade mínima destes metais para se formarem. Assim, a formação de planetas, mesmo os de pequena massa, depende do tipo de poeira presente na nuvem que deu origem à estrela e ao sistema planetário.

Mais informações disponíveis no comunicado de imprensa do CAUP

2 comentários

  1. Penso que o universo só sabe produzir estrelas. Os planetas não são mais do que estrelas falhadas em volta de uma que se adiantou às outras na sua formação,saindo vencedora por lhes ter retirado o gás todo ou quase todo. No nosso sistema solar, se retirarmos o Sol da equação, talvez Júpiter tivesse ganho, e hoje rodaria tudo em volta dele. Mais uma vez somos apenas resíduos.

  2. Primeiramente meus cumprimentos ao Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. 🙂
    Interessante isso.
    Eu sou analista de sistemas e estou estudando formas e tecnologias para futuras implementações de softwares capazes de simular formações no espaço usando variáveis como as que pesquisas desse tipo levantam, é um desejo antigo desde que comecei a ler sobre astronomia.
    Sei que já existem alguns simuladores em uso; recentemente li uma reportagem de que um simulador levantou a questão de que um quinto gigante gasoso existiu no passado da formação do Sistema Solar, tendo este se perdido no espaço, ficando só os quatro gigantes que temos. Vamos ver mais adiante, o que os simuladores mostrarão quando entrarmos com variáveis como essas que a pesquisa levantou. 🙂

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