Monte Sharp visto pelo Curiosity: primeiro panorama em alta resolução

O monte Sharp numa composição de três imagens obtidas a 18 de Agosto de 2012 por uma das NavCam do robot Curiosity.
Crédito: NASA / JPL / Emily Lakdawalla.

Eram 13:39 locais (12:56 em Portugal) quando o Curiosity apontou as suas NavCam em direcção ao Monte Sharp (ou Aeolis Mons, como é oficialmente conhecido) para obter as primeiras imagens em alta resolução de toda a sua extensão, desde o sopé até ao topo! Bem… Na verdade, aquele não é o verdadeiro topo desta enorme montanha. Infelizmente, o ponto mais alto do monte Sharp encontra-se mais a sul, além do horizonte visível no mosaico. Para o observar com as suas câmaras, o robot Curiosity terá de escalar toda a encosta norte, uma aventura que apenas poderá concretizar depois de concluídos os seus dois anos de missão. No entanto, não desesperem porque até lá haverá muita acção!
Ontem foram anunciados pela equipa da missão os planos para as próximas semanas. Depois de terminados todos os testes e calibrações aos sistemas e equipamentos do Curiosity (actividades que consumirão pelo menos mais três semanas), a equipa deslocará o robot até ao seu primeiro alvo científico: uma área localizada 400 metros a leste do local de amartagem, designada informalmente Glenelg.

O local de amartagem do Curiosity e Glenelg, o primeiro alvo científico da missão, numa imagem obtida pela Mars Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.

Os cientistas da missão seleccionaram Glenelg entre outros possíveis alvos porque é o ponto exacto onde se  intersectam três unidades geológicas distintas (para saberem mais pormenores sobre este local, leiam este excelente artigo da Emily Lakdawalla). Para chegar ao local, o Curiosity deverá levar cerca de 3 a 4 semanas. Depois de concluídas todas as observações em Glenelg, o robot rumará para sudoeste, em direcção a um ponto na base do monte Sharp onde uma quebra natural nas dunas permitirá o acesso à encosta íngreme.

2 comentários

  1. Escreveu “…13:39 locais”. O “dia” marciano tem duração diferente do nosso, não é?
    Como se determina a hora local? Marca-se 12:00 quando o Sol passa por cima do rover?

    1. Olá Jaculina,

      Cada sol marciano tem aproximadamente 24 horas e 40 minutos de duração (cerca de 40 minutos a mais que um dia solar terrestre). Normalmente, nas missões na superfície de Marte, a hora local é determinada a partir da média do tempo solar no local de amartagem.
      Existe,no entanto, uma forma alternativa de calcular a hora local que usa o meridiano principal de Marte (o meridiano que passa sobre a cratera Airy-0) como referência. Este procedimento funciona de forma semelhante ao UTC terrestre, e tem sido usado pela NASA para determinar a hora local dos robots Spirit e Opportunity nas suas deambulações longe do local de amartagem. Provavelmente, passar-se-á algo semelhante quando o Curiosity se afastar o suficiente do ponto onde se encontra neste momento.

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