Provocação Religiosa

Na religião, há várias expressões que me fazem alguma “confusão”.
A “confusão” advém do facto de que essas expressões me parecem extremamente bem intencionadas, mas ao mesmo tempo um pouco ofensivas de tão limitadas que são. Limitadas em sentido espacial, ou seja, são limitadas a uma pequena parte da Terra, mas as pessoas assumem que toda a gente na Terra pensa/crê da mesma forma.
O que me leva a pensar: o que pensariam extraterrestres inteligentes disto?

Uma das expressões religiosas mais comuns é: “fique com Deus”. É uma expressão muito interessante em termos sociais. É uma expressão de simpatia, totalmente bem-intencionada.
No entanto, se a pessoa que recebe essa expressão é ateu ou muçulmano ou budista, etc, será que tem obrigatoriamente que entender o contexto positivo da expressão?
Presumo que a maior parte dos nossos visitantes é Católico. Será que achariam ofensivo alguém passar-lhes o tempo a dizer: “Fique com Alá”, ou “Fique com Buda”, ou “Fique com o Monstro de Esparguete Voador”, ou “Fique com Spock”, ou “Fique com o xtwrbty”? Será que entenderiam uma dessas expressões (ex: “Fique com o Diabo”, dita por um inocente adorador de Satanás) como simpática ou provocatória?

Quer-me parecer que a expressão “Fique com o Diabo” (ou algumas das outras) para um Católico, seria ofensiva. Mas esse mesmo Católico nem sequer pensa nas crenças da outra pessoa quando diz a expressão “Fique com Deus”.
O que me leva a pensar que as pessoas não têm noção do espaço limitado em que uma crença é defendida por todos.
O que obviamente me leva a pensar que se nem neste pequeno pedaço de poeira que viaja pelo espaço, temos noção das outras pessoas, como poderemos alguma vez pensar em realmente comunicar com extraterrestres?
A expressão “Fique com o xtwrbty” dita por um extraterrestre de forma bem-intencionada ao referir-se ao seu Deus, terá para nós a conotação “Fique com o Diabo” dita por um herege extraterrestre.

Mas há muitas outras expressões que, tendo um contexto positivo, deixam-me a pensar que algumas delas podem ser totalmente ofensivas.

Por exemplo, quando um jogador agradece a Deus o golo que marcou. Quer isso dizer que foi Deus que fez com que o mesmo jogador falhasse outro golo 3 minutos antes? Quer isso dizer que foi Deus que passou uma rasteira a esse mesmo jogador e não o deixou marcar o golo, caindo o jogador sozinho? Quer isso dizer que foi Deus que fez com que 30 minutos antes um defesa da mesma equipa tivesse marcado um auto-golo? E, muito mais ofensivo para um potencial Deus, será que Deus agora é tão frívolo e parcial que passa o Seu tempo a ver futebol e a apoiar certas equipas contra outras equipas?

Outro exemplo é quando existe, por exemplo, um terramoto, e morrem centenas de pessoas (inclusivé crianças), mas diz-se que foi “Graças a Deus” que se salvou uma criança. Mais uma vez, isto é não só ofensivo para as outras pessoas que detém outras crenças, mas parece-me que é extremamente ofensivo para Deus: deixou morrer muitas outras crianças só porque quis ou porque é limitado e não consegue salvar mais.

Ainda outro exemplo, desta vez na medicina, é quando uma pessoa fica bem de saúde, apressa-se a agradecer a Deus, esquecendo-se dos médicos e demais cientistas que com todo o seu conhecimento permitiram que essa pessoa ficasse boa.
Ou seja, para mim, este tipo de expressões não são só ofensivas para os cientistas mas demonstram uma profunda ingratidão para com os médicos.
Mas considero que esta expressão também é altamente ofensiva para com Deus. É que outras pessoas entretanto morreram. Por isso, esta expressão assume que Deus falha, erra, para com aqueles com que não salva. Ou então, foi Deus que assim o decidiu, o que pode levar-nos a discussões sobre compaixão, mas a mim me deixa mais a pensar que neste caso então isto é somente geocentrismo psicológico da pessoa salva: acha-se mais importante que todas as outras que morreram, e que devido a isso imagina que Deus tem um plano especial para si na Terra (enquanto as outras pessoas morreram porque não eram especiais para Deus).
Posso estar enganado nesta minha análise, obviamente. Continuo é a tentar imaginar o que um extraterrestre diria destas crenças tipicamente humanas.
É um assunto interessante sem dúvida, que me levou a gostar bastante desta t’shirt:

Haverá certamente mais expressões ditas de forma positiva que podem ter conotações ofensivas fora do nosso sistema de crenças.
Mas vou acabar este post com somente mais uma expressão: “Vou rezar por ti”. É uma expressão totalmente benigna! Mas será que um Budista, um Ateu, ou um extraterrestre deverá assumi-la dessa forma? Será que se eu não quiser que rezem por mim, terei que “levar com essa reza” mesmo não querendo? Será que um Católico aceitaria de bom grado que um Satanista lhe dissesse que iria rezar a Satanás por ele?
Parece-me mais uma vez uma expressão limitada somente àqueles que partilham da mesma crença, mas que nem se dão conta que outros podem não partilhá-la. E a verdade é que neste caso, esta expressão normalmente é dita de forma condescendente, como se a pessoa que a diz se sentisse superior à pessoa a quem o diz. Novamente, o geocentrismo psicológico…
E, mais uma vez, parece-me uma expressão ofensiva para com Deus. Será Deus um ser com tantas dúvidas e que falha tanto, que é preciso rezar para ele se aperceber das coisas que deverá ter que fazer? Será que Deus é um ser contabilista que vai contando as rezas por certa pessoa e quando chega a um certo número então realiza esse pedido?
Devido a esta expressão, o “Pensador Ateu” fez esta t’shirt provocatória: “Tu rezas por mim. Eu penso por ti”

É certo que à primeira vista este post parece nada ter a ver com astronomia.
Mas para mim, tem. Pelo menos em termos de “big picture”, da filosofia do pensamento astronómico.
É que me parece (e posso estar enganado) que estas expressões só existem porque as pessoas não só não se dão conta que vivem num minúsculo pedaço de poeira no Universo, como também não se dão conta que a pessoa ao seu lado pode ter uma visão neste caso da religião completamente diferente da sua. Pelo contrário, temos tendência para assumir que os outros são como nós… em tudo, até nas crenças.
E se nem na Terra temos a noção dos outros, como é que poderemos sequer imaginar o que poderão pensar extraterrestres avançados? A verdade é que, ou eles são muito mais inteligentes que nós, ou então as más-interpretações, as provocações com expressões (verbais e corporais), etc, irão levar certamente a guerras interplanetárias (tal como as que acontecem na Terra devido à falta de compreensão pelo “outro”).

42 comentários

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  1. Há pouco tempo um artista brasileiro saiu do hospital depois de estar, por semanas, à beira da morte na UTI, com traumatismo craniano devido a um acidente de automóvel.

    Fizeram procedimentos médicos do mals alto nível de conhecimento para mantê-lo vivo. Um dia ele acorda do coma, vai-se recuperando e finalmente tem alta.

    A primeira frase que a família dele diz na imprensa, ao sair do hospital, é a famosa …. “Ele está vivo porque Deus quis”.

    Respeito, mas acho uma tremenda falta de consideração e falta de visão mais acertada do devido valor do atendimento médico e dos medicamentos. Por quê? Se o mesmo rapaz sofresse o mesmo acidente há uns 10 anos ou mais não teria ficado vivo nem por duas horas.

    Então o deus deles não teria “querido” que o rapaz sobrevivesse há poucos anos (devido a falta de conhecimento médico à altura naquelas épocas), e hoje “quis” porque tinha conhecimento médico mais especializado à altura do problema? As pessoas ainda não fazem esse questionamento.

    Hoje temos dentes sadios até a idade que durarmos, porque um deus quis? E morríamos desdentados no Neolítico aos 30 anos porque o mesmo deus não queria? O que tem feito um deus mudar tanto de ideia nessas questões a respeito da humanidade, nos últimos 100 anos? Estamos “pecando menos” e “merecemos” mais?

    Como já disse, respeito as pessoas que têm essas crenças, mas está na hora delas darem o devido valor ao conhecimento, ao trabalho abnegado de pessoas que estudam, que se especializam, e outras sem nome, invisíveis, que todos os dias colaboram mundialmente com conhecimento cada vez mais avançado, que resulta em remédios e procedimentos médicos que “operacionalmente” ajudam que casos como esse tenham cada vez mais sucesso de recuperação.

    Como alguém já disse, conhecimento salva. Os crentes poderiam se dar conta disso para serem mais justos e ao menos mudarem o tom percebendo isto.. “o conhecimento também salva, além do meu deus”.

    Se a regra moral religiosa da maioria das (boas) crenças diz que todos devem ser justos, os próprios crentes precisam se dar conta disso.

    • Renato Romão on 27/08/2012 at 21:08
    • Responder

    Boas,

    Na minha opinião, estas expressões apenas entendo como “desejos” pessoais. Por outras palavras, quando um cristão (pessoa A) deseja a outro que fique com Deus, ele apenas quer o melhor para (pessoa B) e assim deseja que fique com quem lhe “guarda” (pessoa A) Deus.
    Enquanto dar graças a Deus pelo golo que marcou, bem… Cada um sabe do que é capaz!
    O que interessa é que as pessoas desejem algo de bom aos outros. Nós é que temos de filtrar se nos é ofensivo, protectivo ou indeferente. Depende da nossa percepção ou do “nosso” senso comum.
    Atenção Carlos, os extraterrestres que aqui chegarem também podem até ser mais evoluidos tecnologicamente que os humanos, mas culturalmente mais atrasados. Digamos que é a “relatividade da subjectividade”. 🙂 🙂 🙂
    O importante será desejarmos o melhor a quem nos quer bem. Independente de religiões, culturas ou raças.
    Tudo depende da nossa interpretação e sensibilidade.
    Carlos, fique com Deus. Ter em atenção sou apenas cristão por educação e não por consciência. Aliás o paranormal é algo tão inatingivel quanto as abduções por extraterrestres, pelo menos para mim.

    1. 😀

        • Renato Romão on 31/08/2012 at 21:17

        Ontem ao ver o programa “5 Para a Meia-Noite”, dei gargalhadas ao ver um sketch do grande Raminhos, qual o tema? Exactamente o do post, obviamente lembrei-me logo de partilhar.
        Vê entre o minuto 30m15s e 31m50s.

        http://www.rtp.pt/programa/tv/p28520/e103

      1. 😛

  2. Primeiro ponto: criou o deus xtwrbty e depois deu-se ao trabalho de copiar e colar abaixo, ao fazer referência a esse deus? 🙂

    Segundo ponto: Eu penso que tem tudo a ver com astronomia, ou pelo menos, o nosso futuro como civilização astronómica. Ultrapassar estas diferenças religiosas (não sou contra a religião, muitas pessoas encontram esperança ao acreditar em seres que podem ao não existir, mas prefiro não abordar esse tema altamente sensível) é um dos passos para a unificação da humanidade.

    Outro ponto: De modo a não ferir sentimentos, nem favorecer religiões tento, ao máximo, não usar expressões deste tipo.

    1. “criou o deus xtwrbty e depois deu-se ao trabalho de copiar e colar abaixo, ao fazer referência a esse deus?”

      LOL 😀

  3. Gostei muito de lêr e refletir nestes 17 comentàrios. Pois é assim que se avança na vida; com tôdos estes conhecimentos.
    Abraços

    1. 🙂

  4. Em tempos vi um vídeo da TED Talks, em que o orador é nada menos que um vigário da “Church of England”, que coloca muitas das dúvidas aqui apresentadas e procura dar algumas respostas.

    Questiona se Deus realmente será “todo poderoso”;
    se Deus será indiferente e frio, assistindo aos acontecimentos, mas sem intervir;
    Será que Deus controla alguma coisa?
    Será Deus um ser bondoso que organiza pequenas coisas como encontrar um lugar de estacionamento, mas que não é capaz de parar ventos ciclónicos?
    E sobre parcialidade? podemos ser favorecidos por Deus se rezarmos ou por acreditarmos n’Ele?
    Será que Deus exige lealdade, como qualquer tirano medieval?
    Será que Deus cuida “dos seus”, de modo que os cristãos ficam bem enquanto todos os outros morrem? Um Deus culpado do pior dos favoritismos?

    Este seria um Deus moralmente inferior aos nossos ideais de humanidade. E a partir daqui levanta ainda mais dúvidas, mas também algumas possibilidades.

    Surpreendentemente, o próprio vigário no final, acaba por admitir, muito honestamente, que “a única coisa de que posso ter a certeza é que não sei”.

    Mas o melhor é assistir ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=2wdkxdiOFJA

    1. Excelente 🙂

  5. Assisti um filme, recentemente, por indicação de um amigo, que mostra uma conversa entre um ateu e um cristão (não sei se católico, protestante ou, simplesmente, cristão).

    Não sei se conhecem: o nome é The Sunset Limited, protagonizado por Samuel L. Jackson e Tommy Lee Jones. Não têm cenas de ação. Não tem a coreografia do Jackie Chan, tampouco as coisas que desafiam as leis da Física contidas nos filmes do James Bond. Não é um filme com tendência religiosa nem com tendência ateista. É um diálogo natural e, acredito eu, enriquecedor sobre a incredulidade (acredito que neste caso seja a questão do acaso) e crença.

    É um daqueles filmes que nos fazem pensar – seja sobre crer; seja sobre não crer. 🙂

    1. “Não têm cenas de ação.”

      Não se matam um ao outro? 😛

      1. Nope.

        😛

    2. Agora estou curioso sobre o filme 😉

      Vou tentar ver 🙂

      1. “Agora estou curioso sobre o filme”

        Acredito que possa gostar. Coloca sobre a mesa os dois lados da moeda. 😉

        Abraços. 🙂

  6. Esse matéria chama a atenção para algo muito importante e que já está ficando cada vez mais importante ainda a medida que o mundo se torna mais Globalizado: Consideração. O choque entre tantas culturas se tornará cada vez mais latente, e é preciso muito discernimento na comunicação, pois as boas intenções já não bastam para o diálogo intercultural: é preciso uma linguagem padrão, mais exata, e até expressões do dialeto que nem sejam de origem religiosa podem soar estranhos ou até ofensivos a um cidadão proveniente de outra cultura. Todos devem pensar nisso, não só os religiosos.
    Por outro lado, a cultura do cristianismo está tão impregnada aqui que não encontraríamos tantas vezes essa problemática.
    Não adianta eu ter escolhido ser um Budista: vou estar viajando em cidades chamadas “Santa Maria”, “São Vicente”, “São Paulo”… vendo monumentos como o “Cristo Redentor”, e no fim, até meu nome, “Jonatas”, tem origem bíblica. Como vivi neste meio, serei grato ao cristão que me disser “vá com Deus”, pela intenção, pelo cumprimento de despedida que significa. Por outro lado, se ele me mandar pro inferno eu meto um soco nele!
    hehehe, brincadeira.

    Um muçulmano em seu primeiro contato estranharia a expressão, por essa razão seria importante o discernimento que citei, mas em específico vindo do cristão, já que o islã ainda é uma tradição relativamente mais fechada.

    1. “a cultura do cristianismo está tão impregnada aqui”

      O problema é a subjectividade do “aqui” 😉
      Se “aqui” fosse na Turquia… essa cultura já não está tão impregnada 😉

      1. Acho que nos Estados Unidos os choques entre culturas pode ser observado em um bom “laboratório”: imigrantes de várias etnias. Lembra o filme Crash, no Limite?

      2. Lembra-me do filme… mas muito superficialmente 😉

  7. Penso que na maioria das vezes, as pessoas nem se apercebem que estão a utilizar expressões de origem religiosa… da mesma maneira que hoje a juventude, repete expressões captadas em Séries de TV, Filmes, Músicas, Stand-Up Comics, até anúncios de TV ou Rádio, que acabam por se tornarem comuns… no passado, quando poucos sabiam ler, não havia TV’s nem rádios, era nas Igrejas que se ficava informado, e as expressões usadas pelos ‘pivot’s’ (padres), acabavam por se tornar giria!!!

    Por exemplo em Portugal, ainda hoje, muita gente usa a expressão: Oxalá. Que tem a sua origem no árabe: Inshalá (Se Alá quiser). Nem a Inquisição conseguiu ‘apagar’ esta palavra do Português, e ninguém a usa com uma intenção religiosa…

    Abraços

    1. então as expressões religiosas são do género “morangos com açúcar”? 😛 ehehehehe 🙂

        • abidos on 26/08/2012 at 22:13

        Exactamente, os ‘Morangos com Açucar’, mas também os ‘takes’ dos Gatos Fedorentos, são as novas liturgias, para as gerações mais novas…!!!

        Abraços

      1. Eu gosto dos Gatos 🙂

    • Santo de Arruada Lara on 25/08/2012 at 19:48
    • Responder

    Concordo com os argumentos da provocação religiosa mas na verdade as pessoas que assim agem, na maioria das vezes, agem com boas intenções, um exemplo é minha esposa que muito amo, ela é religiosa, crê em um deus bom e que ajuda a todos! Sendo assim oque percebo em algumas pessoas é que independente de sua religião elas realmente querem que tudo de bom ocorra com as outras pessoas. E isso é bom. O problema, são os fanáticos que pensam que são os donos da verdade, com uma visão própria e restrita de seu mundinho idiota e particular. Lembram-me na bíblia os “cegos que guiam cegos”, para eles eu recomendaria lerem: “O MUNDO ASSOMBRADO PELOS DEMÔNIOS” , ‘A CIÊNCIA VISTA COMO UMA VELA NO ESCURO” de Carl Sagan. Sei que não o lerão, pois não conseguem ler outra coisa se não for relativa a “sagrada escritura”. Paciência, eles não sabem oque fazem… mas ainda nos levarão ao inferno terrestre e nuclear se assim continuarem a proceder.

    1. A esposa do Darwin era super-religiosa, e Darwin até sentiu receio na publicação do seu livro devido ao respeito que tinha por ela. 😉

  8. Correção no meu comentário, palavra correta ” Cristãos “

  9. Interessante tema, penso que algumas expressões com o passar do tempo vão deixar de se usar, nao que as religiões vão acabar, mas sim porque num futuro próximo as diferentes culturas/religiões estarão muito mais MISTURADAS, um simples exemplo, na aldeia onde nasci os meus avos só conheceram cristoes, naturalmente essas expressões catolicas eram usadas, agora vejamos a minha geração, no meu grupo de amigos tenho islâmicos, evangélicos, católicos, ateus, agnósticos, e 🙂 até satânicos. E a harmonia existe. Quando existe confronto entre religiões e’ porque se juntaram 2 ou mais pessoas com um baixo QI . Isto faz me pensar que pela mesma razão caso encontremos civilizações extraterrestres inteligentes, acho que nao vai ser pacifico, ainda e’ muito cedo… pela salvação da humanidade o ideal era encontrar uma civilização avançada só daqui a uns 5000 anos. 😉

    1. Eu também concordo que se vai tender só para uma religião (e um governo e um livro de leis, etc).

      E provavelmente vamos ser todos Chineses 😛

    • WESLLEY VIANA on 25/08/2012 at 18:30
    • Responder

    Olá Carlos…
    Quanto tempo não?
    Realmente faz muito sentido, eu acredito sim em DEUS, mais procuro usar essas expressões com pessoas que sei que professam a mesma crença.
    Afinal de contas somos diferentes, entendemos diferente, e a questão é que podemos sim ser livres para expressar o que cremos, mais sempre respeitando o outro.
    Mais, de fato, eu posso ter certeza de uma coisa, por mais que entendamos o universo, (e pouco, mais com muita ajuda da astronomia)
    Não conseguimos entender o ser humano por completo, como muitas coisas que existem não se entendem por completo.
    E uma expressão simples como essa pode mudar muita coisa na vida de alguém, e disso eu tenho certeza…
    Abraço.

    1. 🙂

  10. Cristóvão e Cavalcanti, fico à espera do vosso contributo para a “discussão”, o que neste caso passa por me ajudarem a entender isto 😉

    1. Pois não, Carlos. 😉

      Bom, primeiramente gostaria de esclarecer algo para evitar possíveis pensamentos tendenciosos – principalmente por parte de extremistas religiosos. Este artigo poderia ser escrito por outra pessoa que tivesse igual pensamento lúcido, ponderal e extremamente racional – que me parece faltar, nos dias de hoje, principalmente quando o assunto em questão é ciência x religião (o “versus” é tão somente força-de-expressão). Ou que tivesse sido escrito em outro sítio.

      Pois bem…

      Penso exatamente da mesma forma do Carlos. Expressarei a partir da seguinte premissa: acredito, particularmente, na existência de um Ser Superior, que “permite” que as coisas aconteçam, por exemplo; que julgo ter todo o poder do Universo; que é Onisciente, Onipresente e Onipotente; que reuniu as condições necessárias para que as coisas evoluíssem por si mesmas; que “respeita” a livre escolha de cada um – até porque existe de fato a liberdade (sem cair em conceitos jurídicos). Mas isso são crenças. Reconheço que não tenho como provar. Em contrapartida, não me preocupo com isso, pois trata-se de uma coisa por pessoal. E sei que minha “verdade pessoal” pode muito bem não ser uma “verdade universal” – ou seja, pode muito bem não se aplicar às outras pessoas tampouco refletir a realidade.

      De igual maneira, existem milhares de pessoas que têm seus motivos para serem ateus. Motivos estes que nada tem a ver com evidências: um Físico Teórico “A”, ao recriar as condições do Universo bilionésimos de segundo após a expansão, pode afirmar que “Algo” teve que reunir as condições necessárias para que ocorresse tal fato. Então, o cidadão chama esse “Algo” de Deus, um Ser dotado de Inteligência. Um Astrofísico “B”, por sua vez, ao fazer a mesma modelagem, chega à conclusão que não se faz necessário a existência de “Algo” – ou seja, um Ser Inteligente – para que a mesma expansão ocorra. Quem está com a razão? Sinceramente, reconheço que não sei. Acredito que estamos ainda longe de termos um ponto final.

      Quando eu converso com um ateu, tenho a devida cautela de não colocar justamente as expressões que estão já colocadas no artigo desta página. Isso não é “jogar em dois times” tal como um cidadão infeliz disse lá no blog do Rui Palmela. Acredito que isso é, pelo menos, demonstração de respeito para com a liberdade daquele que optou em não acreditar no que eu acredito. Se eu acredito que Deus é tudo isso que afirmei no parágrafo anterior, então não vejo como Deus possa ser diminuído quando eu não expresso: “Vai com Deus, cidadão”. Muito menos acreditar que Deus vai ser ofender por tal coisa. A não crença deste/desta em nada vai me ofender, pois, mais importante que acreditar é fazer as coisas acontecerem para o próprio bem e para o bem coletivo. Eu creio em um Deus: eu estou certo? Não sei. Suponho que “Antônio” não crê em um Deus – ou diferente do que acredito. Ele está correto? Não sei. Só sei que cada pessoa neste mundo é dotada de inteligência, livre e motivos pessoais para acreditar no que quer. E podemos coexistir em paz, com base no respeito-mútuo. Mais do que isso é egocentrismo e desejo de foro íntimo em ser sempre o melhor.

      Bom, é o que penso.

      Abraços.

      1. Obrigado pela resposta 😉

      2. De nada Carlos. Há centenas de exemplos que podem ser dados. O Jónatas notou que a linguagem deve ser uma linguagem padrão. A linguagem, no entanto é feita para comunicar, e não conseguimos comunicar sem um back-ground cultural.
        Por exemplo, sou católico, mas há não católicos e não crentes que se chamam Cristóvão. E cristóvão significa aquele que transporta Cristo. (do grego Cristós+ verbo forô). Jónatas vem do hebraico e significa Dado por Deus (Yaweh). A tradução Grega é Teodoro (Teos + doron = dom de Deus). O feminino é Doroteia. E há muitas centenas de nomes com origem judaica e outros tantos, senão mais ainda, de origem greco-latina e ainda nomes Cristãos.
        Alguém que se chame Cristóvão, porque foi esse o nome que os progenitores escolheram, não pode sentir-se ofendido por ser chamado “portador de Cristo”.
        Posto isto, falar de linguagens padrão é bonito. Mas se sairmos da matemática (linguagem perfeita) ou da música (língua “oficial” da beleza), teremos sérias limitações porque não existem mais linguagens, que eu conheça, que possam falar, sem se dizerem culturalmente.
        Carlos, falaste na Turquia. Não está tão impregnada a cultura cristã? De que maneira? Estão no epicentro. Não foi longe dali que saiu o evangelho, e foi dos primeiros lugares a ser evangelizados. E foi tão importante ou tão pouco que o credo, rezado todas os domingos e todas as solenidades, foi redigido lá, em duas cidades, Niceia e Constantinopla, em 325 e 381.
        A cultura Cristã está muito para além do tangível. Das igrejas e monumentos. Está na raíz das culturas. Por isso é tão natural o uso de expressões de índole cristã mas que de religioso pouco ou nada tem. Abraço

      3. Concordo com tudo 😉

        Só falei na Turquia devido a isto:
        “Islam is the largest religion of Turkey. Around 99.8% percent of the population is registered as Muslim.” 😉

    2. Em tempo (falha 🙁 ): excelente artigo! 😉

      Abraços. 🙂

      1. Obrigado 🙂

    3. Já agora, gostaria de pedir desculpas nesse trecho, em especial:

      ” Motivos estes que nada tem a ver com evidências (…)”

      Deveria ter escrito de um modo mais racional e correto…

      “Motivos estes, acredito eu, que podem não ter associações com evidências (…)”

      … para não soar ofensivo ás pessoas de minha parte.

      Abraços.

    4. Caro Carlos. Cá vai a minha resposta à “provocação” 🙂
      Começas por dizer: “Na religião”. E o “problema” é esse. As expressões de que falas nada têem a ver com a religião. Estão relacionadas com a cultura popular. Por exemplo, a palavra Oxalá vem do árabe, “inshalá” e significa Deus queira, e entrou no nosso vocabulário com um sentido que pouco tem a ver com os mosárabes de quem a herdamos lhe davam.
      O mesmo com tantas outras expressões. Por exemplo, um presidente da republica portuguesa, dos recentes, notamente agnóstico, quando lhe perguntaram pelo futuro, disse “A Deus pertence”.
      Mas repito, o que se diz nada tem a ver com o que se sente. Com o que se acredita ou deixa de acreditar. Entraram no nosso vocabulário. O mesmo se diga da palavra Adeus.
      Diz o dicionário da Porto Editora:
      adeus
      nome masculino
      1. gesto ou sinal de despedida
      2. despedida, separação;
      adeus! exclamação usada como cumprimento de despedida
      (Redução da expressãoencomendo-te a Deus)

      E que melhor palavra para dizer quanto sentimos, numa despedida?
      E por aí vamos. E poderia muito dizer-se ainda sobre estas expressões que passaram para o nosso vocabulário. Mas seria demasiado forçado dizer-se que tem a ver com a religião. De facto, creio que nada tem a ver com a religião, as religiões ou a teologia.
      Entraram na cultura popular, e por lá vão continuar. Como cultura. Até que se esqueçam delas.
      Um abraço.

      1. Sinceramente, tive certo receio de entrar nesse meandro que o Cristóvão bem expôs para que não pensem que estou sempre a defender ou justificar a religião. 😉

        Ademais, acredito que tudo é uma questão de nos colocarmos uns-nos-outros. Penso que objetivo do artigo possa ser este.

        Da mesma forma que muitos de “nós”, religiosos, não admitimos as verdades científicas por acharmos que a Ciência é ateia – sendo ateias, na verdade, vários cientistas que a faz.

      2. Obrigado Cristóvão 😉

        Então são expressões culturais e não religiosas… 😉

        sobre o Oxalá… não sabia… fiquei a saber com os vossos comentários 😉

        abraços!

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