Chuva de Estrelas: Leónidas

O quê? Chuva de Meteoros Leónidas
Quando? Pico entre a noite do dia 16 e madrugada de dia 17 de Novembro
Onde? Em qualquer lugar com céu descoberto

As chuvas de meteoros são popularmente mais conhecidas por chuvas de estrelas. Esta denominação aparece pelo desconhecimento da origem dos traços originados pela entrada que um meteoro pode provocar na atmosfera.

A chuva de meteoros Leónidas é uma chuva de meteoros anual que é extremamente regular e pode, potencialmente, ser visível a meio do Outono, dependendo do tempo meteorológico e da localização do observador.

Esta chuva tem o seu nome derivado à origem do seu radiante, ou seja, o ponto de origem de onde parece provir, da constelação Leão. As Leónidas são famosas devido à espectacularidade do fenómeno que normalmente originam.

Podem ser observadas verdadeiras tempestades de estrelas cadentes em determinados anos, chegando a atingir os milhares de meteoritos por hora; com efeito, algumas datas assinaláveis para este fenómeno foram 1698, 1799, 1832, 1833, 1866, 1966, 1999, 2001 e 2002, sendo que a de 1999, vista eu Portugal, foi das mais belas que já observei.

Esta chuva é provocada pela intersecção da órbita da Terra com a órbita do cometa Tempel-Tuttle. O 55P/Tempel-Tuttle (comummente conhecido como o cometa Tempel-Tuttle) é um cometa periódico com um período orbital de 33 anos. Ele encaixa-se na definição clássica de um cometa tipo-Halley, descoberto independentemente por Ernst Tempel em 19 de Dezembro de 1865 e por Horace Parnell Tuttle em 6 de Janeiro de 1866.

Este ano, não teremos a luz da Lua para incomodar, pelo que podemos esperar um bom espectáculo (excepto se houver nuvens). A média zenital esperada é de cerca de 15 ~ 20 meteoros / hora. O radiante só aparece acima do horizonte perto da 04:00, portanto é preciso madrugar.

Como observar visualmente:

Não precisa de nenhum equipamento especial para observar as chuvas de estrelas. Apenas é necessário que as condições climatéricas permitam ver o espectáculo.

É natural que os amadores que observem um evento destes pela primeira vez, achem muito desanimador por conseguir ver poucos meteoros ou mesmo quase nenhum, mas este tipo de eventos requer paciência e persistência. Será necessário esperar que o radiante suba no horizonte para ver o número de meteoros aumentar. Não basta vir à rua, olhar para o céu durante cinco minutos e esperar ver de imediato alguma coisa.

As palavras-chave para uma noite de sucesso são: paciência e persistência.

O lugar de observação deve ser o mais afastado possível da poluição luminosa. O mais longe possível das cidades, porque quanto mais escuro for o céu mais meteoros ténues se poderão observar. Se pretende observar de sua casa, apague todas as luzes possíveis e espere cerca de 15 minutos para os seus olhos se ambientarem totalmente ao escuro.

Para que a observação seja confortável leve para o local uma cadeira de praia (espreguiçadeira) em que o encosto possa ficar inclinado, ou então um saco cama para poder ficar deitado. Quanto mais confortável estiver melhor será a experiência. Se a noite estiver fresca, não esquecer da roupa adicional para proteger
do frio e da humidade.

Se quiser registar as suas observações, não se esqueça de levar papel e lápis (o lápis é importante porque as esferográficas tendem a não escrever se estiver deitado), uma lanterna de luz vermelha e / ou um sistema de gravação de voz. Para os smartphones, poderão usar algumas aplicações gratuitas para Android/iPhone.

Tente não focar a sua observação num objecto concreto, porque em pouco tempo perde o seu campo de visão alargado para ficar fixo num único objecto. Tente observar em direcções diferentes (se bem que, pela lei de Murphy verificará que os melhores meteoros vão sempre aparecer no local para onde não está a olhar).

Como Fotografar as Leónidas

Fotografar uma chuva de estrelas é muito fácil porque não necessitamos de fazer seguimento celeste. Para isso basta:

  • Usar de preferência para uma máquina fotográfica digital reflex que disponha da posição de abertura manual. Se a sua máquina fotográfica não é reflex mas ainda assim possui a posição manual, configure-a para o máximo de exposição possível e o maior ISO disponível (50/100/200/400/800/1600)
  • A objectiva deve ser de 50 ou 28mm e a mais luminosa possível (f/1.2 – f/2) de forma a poder captar-se um grande campo de visão. É preferível usar uma objectiva de 50mm a f/1.2 do que uma de 28mm a f/2.4, porque a primeira é mais luminosa que a segunda, captando assim os meteoros mais débeis.
  • Um tripé é obrigatório para que a máquina fotográfica esteja estacionada durante a exposição. Não tente fazer exposições sem tripé, elas não lhe servirão absolutamente para nada.
  • Um cabo disparador com fecho para que posa manter o obturador aberto ou comando disparador para que possa disparar a máquina sem lhe tocar. Opcionalmente poderá usar os temporizadores automáticos da própria máquina.

Uma vez estes equipamentos reunidos, deve-se proceder da seguinte forma:

  • Orientar a câmara para o zénite ou na direcção oposta ao radiante. Os melhores meteoros passarão nessas zonas, no radiante serão muito pontuais e curtos.
  • Deve-se ajustar a abertura do diafragma para o seu máximo, ou seja para o valor mínimo que a sua câmara possa der, 1.2, 1.8, etc, sempre o valor oposto a 16 ou 32, que equivalem ao diafragma fechado no seu máximo.
  • A focagem deve ser feita para o infinito. Durante a noite as máquinas com focagem automática não conseguirão focar quando viradas para o céu. Use a focagem em modo manual. Se pretender usar a focagem automática, tente focar na estrela mais brilhante da noite. Se tiver sucesso, passe de imediato a focagem obtida para o modo manual.
  • O tempo de exposição deve ser o máximo possível (máquinas digitais) ou o T, B ou M (nas máquinas reflex).
  • O tempo por cada fotografia deve variar entre 5 a 10 minutos dependendo o ISO que usar, da abertura do diafragma e da poluição luminosa existente no local. Uma exposição prolongada perto de uma cidade pode resultar numa foto muito esbranquiçada. Se usar ISO 3200 e estiver perto de uma cidade não passe de exposições de 5 minutos. Não há nenhuma fórmula exacta para a configuração certa. Terá de experimentar até obter o melhor resultado possível.
  • É também recomendado (salvo se o numero de meteoros for muito grande) cortar a exposição se tivermos a certeza que captamos algum meteoro na imagem. É preferível captar um meteoro do que dois se “queimarmos” demais a imagem em que depois o resultado é nulo.

Experimentação, experimentação, experimentação!

Se as suas fotografias forem bem efectuadas, poderá observar uma série de rastos curvos deixados pelo movimento das estrelas ao redor do pólo norte e cruzado – se teve sorte – poderá ver os rastos rectilíneos dos meteoros.


Boas observações a todos! Fico à espera dos vossos comentários e das vossas fotografias!


2 pings

  1. […] Perseidas (2013, 2012, 2011 (aqui), 2010, 2009). Dracónidas (2012, 2011). Oriónidas. Leónidas (2012, 2009, pirâmide). Geminídeas (2013, 2012, 2008). […]

  2. […] Esta noite temos chuva de meteoros, sendo que a previsão é que se vejam cerca de 15 estrelas cadentes por hora. As Leónidas são assim chamadas, já que o seu radiante é a constelação do leão. […]

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