Europeus querem provocar colisão lunar

Neste artigo EUA queriam fazer explodir a Lua? falou-se num plano Americano para lançar uma bomba nuclear contra a Lua, com o objectivo principal de amedrontar os Russos em plena Guerra Fria e com um objectivo secundário de carácter científico em que se pretendia analisar a composição da Lua, observando o material ejectado pela explosão.

Essa missão nunca passou do papel, mas algo parecido pode estar prestes a acontecer e, desta vez, por parte dos Europeus!

O Observatório Espacial Herschel (Fig.1) está em fim de vida e há quem se mostre a favor de o fazer colidir com a Lua.

Figura 1 – Observatório Espacial Herschel (ESA)

O que é o Hershel e porque está em fim de vida?

O Hershel (ESA – Herschel) é uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA), com participação da NASA, foi lançado em 2004, tem o maior espelho único enviado para o Espaço, com 3,5m e é sensível a infravermelhos e microondas (55-672 micrómetros). Estas radiações têm comprimentos de onda mais longos do que a visível e são, na sua maioria, absorvidas pela nossa atmosfera. Como tal, para se ter completo acesso à informação que ela nos pode dar é necessário utilizar telescópios espaciais. O Herschel situa-se, neste momento, a orbitar o ponto L2 (Fig. 2).

Figura 2 – Ponto L2 do sistema Sol – Terra (NASA)

Porquê este ponto em especial e tão longe da Terra? A radiação a que o Hershel é sensível provém de emissões térmicas e ele está em particular em busca dos objectos mais frios ou distantes que há no Universo. Como tal, todos os seus instrumentos têm que estar a muito baixas temperaturas, sendo fundamental ter o telescópio longe das emissões térmicas da Terra. Para além disso, o telescópio conta ainda com um escudo de protecão das radiações solares e arrefecimento com hélio líquido. Ora é este hélio que se vai esgotar na primeira metade de 2013. A partir daí os instrumentos científicos do telescópio ficarão inoperacionais e os astrónomos têm que decidir o que fazer com ele. Como o ponto L2 não é completamente estável (o telescópio necessita de correcções mensais para se manter nessa posição), finalizando o seu período de actividade há o perigo de ele vir colidir com a Terra. Por isso uma opção pensada durante o planeamento da missão era de o colocar em órbita solar. Mais recentemente, o astrónomo Neil Bowles, da Universidade de Oxford, Reino Unido,  propôs que o Herschel fosse enviado em rota de colisão com a Lua, mais precisamente um dos seus pólos, para se procurarem evidências da existência de água nos detritos ejectados aquando da colisão. Não seria a primeira vez que um instrumento em final de vida era adaptado para outra missão, mas esta é, sem dúvida, mais extrema. A fundamentação científica existe e esta opção está a ser analisada.

E vocês, em que votariam?

2 comentários

  1. não sei os danos que causaria, mas existe opção de partes da lua, com o embate, vir parar aqui á terra?

    1. Não deve libertar rochas tão grandes que na eventualidade de serem projectados em direcção à Terra não fossem destruídas pela atmosfera. Não sei a que velocidade pretendem fazer o telescópio colidir com a Lua, mas para que algo escape a atracção gravitacional da Lua tem que ser projectado com velocidades acima dos 2,38 Km/s. E há meteoritos recolhidos na Terra, de rochas lunares.

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