Fim do Mundo, no Público

O jornal Público trouxe este excelente artigo sobre o fim-do-mundo.

Do artigo, realço estes excertos:

“(…)”O mundo é muitas vezes visto como um sítio terrível, cheio de opressões, injustiças e com a ameaça da morte”, disse Lorenzo DiTommaso, um investigador e especialista em catastrofismo. “A visão apocalíptica dá uma resposta poderosa: o mundo é tão mau que não pode ser restaurado. Por isso é varrido.”
DiTommaso, que pertence ao Departamento de Teologia da Universidade de Concordia, no Quebeque, Canadá, defende que religiões como o judaísmo, o cristianismo ou o islão profetizaram o apocalipse. Essa tradição escapista, de vingança contra o mal e de um bem redentor após o fim de tudo, continua bem viva.
“Mais e mais pessoas olham para o mundo através de uma visão apocalíptica. Uma das razões é que as coisas parecem irreparavelmente estragadas: o ambiente, a economia, o sistema político. No seu âmago, é uma resposta simples para problemas complexos. E é uma resposta adolescente, já que coloca no exterior de nós as responsabilidades da resolução dos problemas.”
(…)
A previsão apocalíptica começou a ganhar forma na década de 1960. Actualmente, tem recebido força com a ajuda de justificações pseudocientíficas: esta sexta-feira o fim do mundo será causado por tempestades solares fortíssimas, devido ao pico da actividade do Sol, apesar de os astrónomos dizerem que nada se passa de anormal; outros dizem que um asteróide ou um planeta-fantasma vai colidir com a Terra, mas que ninguém ainda observou no céu.
Outras hipóteses: inundações planetárias, megavulcanismo, sismos, alinhamento galáctico, uma alteração da energia do Universo.
(…)
“A apropriação dos termos da ciência é fundamental para dar credibilidade à ideia”, desmistifica Rui Agostinho. “Se alguém dissesse que a grande banana cósmica vai afectar o planeta, ninguém acreditaria.” Um dos grandes problemas é a falta de literacia científica para desconstruir estas ideias e questionar racionalmente estes argumentos pseudocientíficos. (…) Para José Augusto Matos, “estas ideias acabam por ter algum sucesso devido à ignorância das pessoas, há muita falta de cultura científica”. (…)”

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O meu único “senão” em relação ao artigo é que penso que se alguém lançasse o rumor que “a grande banana cósmica vai afectar o planeta”, haveria sempre alguém que iria acreditar, seguir esse “profeta” e preparar-se para esse “contacto abananado”…

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