Abaixo de 0… kelvin

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No século 19 Lord Kelvin definiu uma escala de temperatura absoluta de forma a que nada poderia ser mais frio que -273,15ºC, o zero absoluto. Esta temperatura corresponde ao estado mínimo de energia que uma partícula pode ter – nenhuma energia. Assim, num gás a temperatura está associada à média da energia das partículas que o compõem.

A verdade é que a temperatura de um sistema é lida “a partir de um gráfico que mostra as probabilidades de suas partículas serem encontradas em certas energias.”. A energia da maioria das partículas aproxima-se da média de energias e apenas algumas se encontram em energias mais altas. Mas “se a situação for revertida, com mais partículas tendo energias mais altas, em vez de mais baixas, o gráfico viraria de cabeça para baixo e o sinal de temperatura mudaria de uma temperatura positiva absoluta para uma negativa”, explica Ulrich Schneider. (SCIAM)

“Schneider e seus colegas atingiram temperaturas abaixo do zero absoluto com um gás quântico ultrafrio composto por átomos de potássio” através de campos magnéticos que promovem a atracção em vez da repulsão das partículas. Esta experiência provocou uma alteração súbita de energia em que os átomos passaram do estado mais estável, de baixa energia, para um estado de alta energia antes de colapsar.

“Para evitar o colapso, a equipe também ajustou o campo de captura laser para torná-lo mais favorável do ponto de vista energético para que os átomos ficassem em suas posições.” (SCIAM)

A temperatura absoluta negativa torna o nosso mundo esquisito. Nuvens de átomos são atraídas pela gravidade enquanto nuvens com temperatura absoluta negativa seriam repelidas pela gravidade. Parece, assim, que um gás abaixo de zero kelvin se comporta como a energia escura.

O artigo foi publicado pela primeira vez em 3 de janeiro de 2013 na revista Nature.

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8 comentários

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  1. Já tinha lido isto em inglês, mas não tinha percebido bem. Ainda pensei em pedir ao astropt para resumir e explicar, mas esqueci-me. Ainda bem que, sempre atentos, trouxeram a notícia até nós.

  2. “Schneider e seus colegas atingiram temperaturas abaixo do zero absoluto com um gás quântico ultrafrio composto por átomos de potássio…”
    Não acredito!
    Como diria o Sr. Spock: “É ilógico”.Nem aos reais 0º Kelvin eu acredito que se chegue. Pode implicar parar efectivamente no tempo e o universo/matéria/natureza não vai nessa!
    Se eu estiver errado que me saia o1º prémio do Euromilhões!

  3. Parece que em fim se descobriu a “anti-gravidade”.

    Apesar de até hoje não compreendermos de verdade a gravidade.

  4. Algo semelhante ao aqui descrito torna possível o funcionamento dos lasers: a chamada “inversão de populações”.

    • Hélio Martins on 11/01/2013 at 23:19
    • Responder

    gravidade invertida, calor onde devia estar frio, partículas que se atraem em vez de se repelirem. é muito estranho.

  5. Sim Carlos, achei interessante essa frase e coloquei-a. Está na notícia da SCIAM. Caso alguém que perceba muito queira comentar :o)

      • Manel Rosa Martins on 12/01/2013 at 01:31
      • Responder

      Ninguém percebe muito de energia escura. Ou perguntamos a esse tal senhor Ninguém ou ficamos por aquilo que ela é, um nome para se dar ao fenómeno observável da expansão aceleradora do Universo. De qualquer forma a noção de temperatura pode, mesmo desta forma bizarra, ser aplicada à matéria mas não ao espaço, pois no espaço não temos onde colocar um termómetro. Não faz qualquer sentido a noção ou a medida da temperatura no espaço sem matéria.

      Na proporção do Universo definimos aproximações para a matéria-normal, para a matéria escura e para a energia escura. Mas não definimos proporções para o espaço vazio, onde nem projectamos partículas virtuias, por isso muito mais vazio do que o vácuo, vazio mesmo.

      E essa é, de longe , a maior parte do Universo.

  6. “Parece, assim, que um gás abaixo de zero Kelvin se comporta como a energia escura.”

    Hello? 😛

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