Eclipses Antropocêntricos

Crédito: Daniel Fischer

Crédito: Daniel Fischer

Gostei bastante deste artigo do Kentaro Mori.
Nele fala-se de eclipses, e de serem antropocêntricos – além de serem exaltados por Humanos como se tivessem um significado especial, dependem de estarmos num certo sítio da Terra (existem biliões de eclipses no Universo que os Humanos não dão significados especiais porque não “apanham” a Terra).

Deixo estes excertos do artigo:

“(…) Nossos antepassados, de culturas das mais diversas em diferentes pontos do globo, viam eclipses como presságios e maus agouros cósmicos. Afinal, o Sol estava sendo tomado por escuridão. Que espécie de feitiçaria ou caprichos divinos responderiam por essa escuridão em pleno dia? (…)

Apenas registros astronômicos estendendo-se por gerações permitiriam descobrir que os eclipses não eram arbitrários. Muito pelo contrário, eles obedecem a uma regularidade tão previsível e confiável que através deles podemos estabelecer que na tarde de 28 de maio de 585 AC, Aliates, rei da Lídia, batalhava com Ciáxares, rei de Média. É o evento histórico mais antigo conhecido com tal precisão justamente porque esta “Batalha do Eclipse” foi interrompida pelo escurecer do céu, cuja data pode ser determinada com base na regularidade astronômica.

(…) Registrado por Heródoto, foi sorte de lídios e medas que a Turquia não se situasse em uma latitude alta como a Patagônia, pois então os reis talvez percebessem que o eclipse era um fenômeno local e passageiro.

(…) enquanto os reis guerreiros do passado pensaram que os deuses escureciam o Sol por causa de sua batalha, o Sol em verdade brilhava ininterruptamente há bilhões de anos.
(…)
Eclipses são fenômenos astronômicos, mas sua apreciação é inteiramente antropocêntrica. Humanos sobre o planeta se fascinam com os rápidos momentos de escuridão e por milênios pensaram que toda a ordem do Universo havia sido violada. Pensavam, como muitos ainda pensam, que todo o Universo e todos os fenômenos verdadeiramente fabulosos em todo o Cosmos giravam em torno de si mesmos. (…)”

Leiam o artigo completo, aqui.

1 comentário

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    • Dinis Ribeiro on 19/05/2015 at 07:18
    • Responder

    As percepções antropocêntricas… e também antropomórficas… é um tema que “dá pano para mangas”.

    E talvez até tenha um significado mais profundo do que possa parecer…

    Gostei do texto…

    “…através deles podemos estabelecer que na tarde de 28 de maio de 585 AC, Aliates, rei da Lídia, batalhava com Ciáxares, rei de Média. É o evento histórico mais antigo – conhecido com tal precisão – justamente porque esta “Batalha do Eclipse” foi interrompida pelo escurecer do céu…”

    …e lembrei-me da banda Desenhada intitulada “O Templo do Sol”.

    http://en.wikipedia.org/wiki/Prisoners_of_the_Sun / http://pt.wikipedia.org/wiki/Le_temple_du_soleil

    Uma sugestão:

    How we learned to love anthropomorphic space probes
    http://kernelmag.dailydot.com/issue-sections/features-issue-sections/12965/nasa-twitter-curiosity-esa-rosetta/#sthash.RJp2lpRA.dpuf

    “I think people really like to hear the conversations between the Rosetta and the Philae accounts.”

    While the demise of a manned spacecraft would be a horrifying tragedy, the anthropomorphized “death” of a robot probe is more like the end of a satisfying but melancholy TV show.

    It’s sad, but it’s the kind of sad that many people will follow avidly online.

    Social media provided a convenient way to take what is technically just a data-gathering tool and turn it into something with a soul.

    In Yutu’s case, the soul of a sleepy rabbit.

    As naves espaciais que deixam a terra nesta outra história de 1955 também são bastante antropomórficas…

    O Enigma da Atlântida de E. P. Jacobs desenhado em 1955 – http://en.wikipedia.org/wiki/Atlantis_Mystery

    Outros desenhos que ilustram (ainda melhor) este tema:

    http://www.bonestell.org/#prettyPhoto%5Bbonestell%5D/17/
    Dismantling ships in Sinus Roris, 1951

    Por último, até as reentradas das naves espaciais (antropomórficas?) no final das missões, em certos mass media, passaram a fazer parte duma espécie de ritual funerário semelhante ao dos Vikings:

    https://bonesdontlie.files.wordpress.com/2013/05/viking-funeral-799141.jpg <—————–

    https://bonesdontlie.wordpress.com/2013/09/17/slaves-as-grave-gifts-for-the-vikings/

    http://en.wikipedia.org/wiki/Ship_burial

    Alguns exemplos:

    http://www.astropt.org/2015/02/03/a-morte-silenciosa-da-venus-express/

    GOCE MISSION ENDS IN A FIERY BLAZE
    http://www.spaceflightinsider.com/space-flight-news/goce-mission-ends-in-a-fiery-blaze/

    Farewell, Georges Lemaître – ATV burns up during re-entry
    http://www.dlr.de/dlr/en/desktopdefault.aspx/tabid-10081/151_read-12796/year-all/#/gallery/18657

  1. […] (2014, 2013, 2012, 2011 com explicação e transmissão e fotos, 2010, 2008). Próximos. Lendas. Antropocêntricos. Luas Sangrentas: explicação, tétrade, […]

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