Urano: 27 anos de uma última visita

Imagem de Urano capturada pela Voyager 2 a 25 de Janeiro de 1986, a uma distância de 965,000 quilómetros. (NASA/JPL)

Imagem de Urano capturada pela Voyager 2 a 25 de Janeiro de 1986, a uma distância de 965,000 quilómetros. (NASA/JPL)

Ontem, dia 24 de janeiro de 2013, contaram-se 27 anos da passagem da sonda Voyager 2, da NASA, pelo planeta Urano. Melhor, contaram-se 27 anos desde que uma sonda construída pelo Homem visitou, pela primeira e última vez, o 7º planeta a contar do Sol.

Urano está sempre lá, longe. Com uma translação de cerca de 84 anos à volta da nossa estrela, Urano é um vizinho distante, separando-se do nosso planeta por uma distância mínima de 2.57 mil milhões de quilómetros. Serve de pouco estender a mão.

Sem tirar os pés do chão, o máximo que podemos fazer é utilizar um telescópio para o observar. Com um telescópio amador a visão é insuficiente: diante dos nossos olhos pouco mais se revela do que uma nebulosa mancha esverdeada que parece esconder-se na bruma da distância e desfazer-se na inconstante atmosfera. Apesar de ser 64 vezes maior que a Terra, a sua aflitiva observação resulta na melancólica consciência da sua distância.

Daí ser importante lembrar a primeira e última vez que uma sonda nos levou a observar este gigante gasoso um pouco mais de perto. Foi em 24 de janeiro de 1986 que a Voyager 2 esteve a apenas 81 mil quilómetros de distância de Urano. Tendo em conta a distância a que se encontra do nosso planeta, esta aproximação da Voyager 2 foi quase um abraço.

Nesta histórica aproximação, altura em que a Voyager 2 aproveitou para capturar imagens deste planeta, dos seus anéis e das suas luas, houve ainda a oportunidade de descobrir mais 10 pequenas luas e a presença de um campo magnético a envolver o 3º maior planeta do nosso Sistema Solar.

Mais três luas em Urano

Três luas de Urano descobertas pela Voyager 2, em 1986. (NASA/JPL)

Hoje, a Voyager 2 encontra-se a 15,184,370,900 quilómetros da Terra, prosseguindo a sua interminável viagem para além dos confins do Sistema Solar, a uma velocidade de 3.3 unidades astronómicas por ano. Está agora muito mais longe de Urano do que nós.

Mas, voltaremos a visitar Urano? Bem, em 2009 foi proposta a hipótese da Sonda Cassini, que estuda Saturno e as suas luas, visitar Urano. Mas esta mudança de planos significaria 20 anos de viagem para esta importante sonda. Em reacção, a publicação “Planetary Science Decadal Survey” propôs à NASA, em 2011, o envio de uma sonda para a exploração de Urano, entre 2020 e 2023, numa viagem que levaria cerca de “apenas” 12 anos. Entretanto, este projecto para uma sonda orbital de Urano foi considerado não prioritário, tendo em conta os seus avultados custos. Assim, Urano permanecerá, por enquanto, longe.

Até um futuro encontro, deixamos aqui um vídeo que mostra o lançamento da Voyager 2 e algumas imagens capturadas durante o seu passeio pelo Sistema Solar exterior, mostrando, entre outros planetas, Urano. Apesar de se notar a “idade” das imagens, a sua espectacularidade permanece.

2 comentários

2 pings

    • Carlos Renato Simões on 26/01/2013 at 05:55
    • Responder

    Confins gelados, descobertas incríveis.

    • Guilherme Zoa on 25/01/2013 at 16:06
    • Responder

    Nossa…… Que imagens lindas!!!

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