Par de buraco negro e estrela dança a uma velocidade recorde!

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O telescópio espacial XMM-Newton descobriu uma estrela e um buraco negro que se orbitam mutuamente na nossa Via Láctea, mas fora do disco principal da nossa galáxia (o que é raro).
A estrela é uma anã vermelha, uma pequena estrela mais fria que o Sol e com menos massa que o Sol (tem somente cerca de 20% da massa do Sol).
O buraco negro tem 3 vezes mais massa que o nosso Sol e chama-se MAXI J1659-152.
Sabemos também que no futuro, gradualmente, a estrela irá perder a sua massa e ser “comida” pelo buraco negro.
Até aqui, é uma notícia “normal” (se é que pensam que estas coisas fantásticas no Universo são “normais”).

O mais interessante nesta descoberta é a velocidade de uma órbita: 2,4 horas!
Este é o sistema binário com o período orbital mais curto que se conhece!
(comparem com a “tartaruga” Terra, que orbita o Sol a cada 365,25 dias)

Atentem também na velocidade de cada um dos objectos:
– a estrela desloca-se a 2 milhões de quilómetros por hora (556 km por segundo),
– o buraco negro desloca-se a 150 mil quilómetros por hora (42 km por segundo).

Crédito da imagem: David Hardy

Crédito da imagem: David Hardy

Leiam em inglês, e o artigo científico.

8 comentários

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  1. Olá, boa noite! Desculpe-me, o comentário ficou duplicado, meu computador não mostrou a resposta. Só mostrou quando digitei outro comentário, não sei se é o sistema.
    Então, como vários artigos não mostram a explicação, não dão abertura para participação dos leitores, falam várias coisas, muitas vezes errôneas, é que escrevo aqui as dúvidas que tenho, que também, como foi dito, podem ser de outras pessoas, não dar abertura á especulações, mas sim dar abertura á análise científica, ao conhecimento que faz parte de nós.
    Obrigado pelos esclarecimentos dos colaboradores Rui Costa e Carlos Oliveira.
    Abraços

  2. Olá, boa noite!
    Isso pode influenciar a Terra de alguma forma, agora ou no futuro?
    A que se deve essa raridade, algo novo? Fenômenos como este no universo não são comuns?
    Abraços

    • Matheus Brant on 05/04/2013 at 03:05
    • Responder

    Gostaria de agradecer pelo compartilhamento de alto conhecimento, é incrível como você doa seu tempo nos colocando a par de tanta coisa interessante, se a Tv aberta tivesse 1% da sua vontade, viveríamos num país 200% menos ignorante.
    Obrigado novamente !

  3. Olá, boa tarde!
    Isso pode influenciar a Terra de alguma forma, agora ou no futuro?
    “Fora do disco principal da nossa galáxia (o que é raro).” Essa raridade é algo preocupante?
    Abraços

    1. Não. Nada tem a ver com a Terra, passado, presente ou futuro.

      Não, nada preocupante, só uma curiosidade 😉

      abraços!

    2. Olá RobertAC
      Ainda bem que coloca essas dúvidas pois outras pessoas podem também questionar-se acerca disso e assim há a oportunidade de esclarecê-las.

      Tal como diz o Carlos Oliveira, isto não tem qualquer influência na Terra.

      Se ler o artigo científico, verificará que este buraco negro se situa a 8,6 +/- 3,7 kpc. Isto quer dizer, em linguagem mais comum, que se encontram a uma distância de 28.000 anos-luz (a.l.), com uma margem de erro de 12.000 a.l.
      Na verdade, está tão longe que nem o buraco negro nem a estrela são visíveis a partir da Terra. O que chega até nós é apenas uma fraca radiação X que pode ser estudada e medida. É o estudo dessa radiação que permite, aos cientistas, deduzir que eventos estarão a ocorrer para provocar uma emissão daquela radiação, com aquelas características e propriedades.

      Também convém salientar que, quando eu digo que os raios-X chegam até nós, não quero que pense que essa radiação nos atinge. Nada disso. A atmosfera protege-nos de todos os raios-x provenientes do espaço cósmico. São satélites/observatórios em órbita (como por exemplo o XMM-Newton, da ESA – Agência Espacial Europeia) terrestre, e portanto fora da atmosfera, que detectam essa radiação.

      Quanto à velocidade recorde da estrela em torno do buraco negro, tem que ver apenas com a distância entre os dois corpos. Como um buraco negro tem um tamanho muito reduzido (da ordem das poucas dezenas de kms), mas mantém a massa do corpo que lhe deu origem, é possível que um outro corpo se aproxime bastante, ficando assim sujeito a um campo gravítico muito intenso, o que leva a essas velocidades tão altas.

      Abraços

      1. Excelente resposta/explicação 😉

  4. Fabuloso.

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