“Deus não joga aos dados com o Universo”

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Aquando da formulação da Mecânica Quântica, foram muitos os físicos que se lhe opuseram por ser intrinsecamente probabilística. Einstein e Schrödinger tiveram dificuldades em aceitá-la, debatendo exaustivamente o assunto.

Em 1905, Einstein baseou-se na teoria de Planck – a radiação é absorvida/irradiada de forma discreta, em “pacotes” de energia – para explicar o efeito fotoelétrico, e haveria mais tarde de vencer o Prémio Nobel da Física por isso, num dos artigos que dariam origem à Mecânica Quântica.

No entanto, o físico alemão passou grande parte da sua carreira a tentar refutá-la e a discordar da sua interpretação mais frequente (interpretação de Copenhaga). Esta diz que uma experiência à escala microscópica é intrinsecamente probabilística; não porque não se conhecem todas as caraterísticas do sistema, mas porque as partículas se podem efetivamente encontrar em mais do que um estado em simultâneo. Por outras palavras, quando se diz em mecânica quântica que uma partícula tem uma probabilidade de 30% de estar numa posição e 70% noutra, o que se quer dizer é que a partícula está 30% na primeira e 70% na segunda, só assumindo uma única no momento em que a posição é medida, com as respectivas probabilidades de obter cada valor.
Esta interpretação divide ainda hoje muitos físicos, pelo que muitos paradoxos foram formulados nos anos seguintes.
Para a perceber melhor, vale a pena analisar um dos clássicos debates sobre este assunto, o Paradoxo EPR (Einstein, Podolsky, Rosen), que expõe as aparentes contradições entre a mecânica quântica e a relatividade restrita.

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Concretamente, considere-se a criação de um par electrão-positrão por um fotão.
Devido à conservação do momento, na direção transversal à propagação do fotão original o momento total deve ser nulo. Por outras palavras, se for medido o de uma partícula, automaticamente sabe-se qual é o da segunda. Mas segundo o princípio de incerteza de Heisenberg, da Mecânica Quântica como esta medição do momento da primeira levaria a que a segunda o soubesse instantaneamente, não seria possível medir a posição da segunda com toda a certeza pretendida.

Isto, em primeira análise, parece contrariar a teoria da relatividade, que diz que não é possível transmitir informação a uma velocidade superior à da luz (e, neste caso, parece propagar-se a velocidade infinita) mas este efeito verifica-se experimentalmente.
O que acontece é que não é possível para um observador transmitir informação deste modo. O sistema tem probabilidades de ter diferentes momentos, mas o observador não tem a capacidade de o controlar, e portanto não está a propagar informação.

Na minha opinião, a questão essencial localiza-se na esfera da metafísica. Einstein nunca acreditou na Mecânica Quântica, especialmente no Princípio da Incerteza de Heisenberg, porque tinha a ideia de que as leis do Universo não poderiam ser intrinsecamente probabilísticas, tendo famosamente dito que “Deus não joga aos dados” (Einstein chamava Deus àquilo que habitualmente designamos por Natureza).

O alemão, apesar de ter ascendência judaica, não acreditava no típico “Deus das Lamentações” que julgava o Homem e o salvava. Acima de tudo, Einstein acreditava que o Universo se revelava através de uma linguagem – os números –, a partir da qual era possível prever as futuras acções; porém, isso não passa de uma possibilidade/probabilidade.

Esta questão remete para o debate do livre-arbítrio.
Podemos argumentar que somos livres, que fazemos o que queremos e quando queremos, mas também podemos ver as coisas de uma perspetiva biológica e chegar à possível conclusão de que de facto somos controlados pelos nossos instintos e impulsos animais, algo que nos é inerente.
Segundo Einstein, o Universo já está determinado (ele não é indeterminado, mas sim indeterminável) e o ser humano simplesmente tenta “alargar” cada vez mais essa esfera e tentar encontrar uma espécie de fórmula geral do Universo; a Mecânica Quântica não é, segundo ele, essa Teoria do Tudo pelo simples facto de que é probabilística num Universo determinado.

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Conforme disse a sua última enfermeira, no leito da morte Einstein resignou-se e deixou a seguinte frase: “… talvez Deus não queira ser observado. Acho que Ele não gosta de curiosos.”

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Artigo de Pedro Mendes para a revista Horizon, referida neste post, e que nos deu autorização para reproduzirmos no AstroPT.

47 comentários

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  1. Einstein resignou-se e deixou a seguinte frase: “… talvez Deus não queira ser observado. Acho que Ele não gosta de curiosos.”

    1. ONDE Einstein disse isso?

      Não me parece qualquer citação de Einstein…

  2. Rezar (orar) é a melhor forma de não fazer nada e ainda achar que está ajudando.
    Vamos deixar a religião para aquiles que se interessam por ela.
    Carlos, parabéns pelo blog. Achei assuntos interessantes aqui.

    Abraço.

  3. …bem-aventurados os que não viram e creram.
    E eu orei pelo Carlos.

  4. Quando começa a tocar na crença do fulano não demora a vir as discussões nada enriquecedoras. Engraçado que em todo caso que não converge com a opinião do que se diz credor (se dizer não significa ser, nem mesmo acreditar que algo é não significa que seja) remate a clichê “Oh irmão, irei orar por você; Oh irmão, pedirei para que Deus lhe perdoe; Oh irmão, que Jesus tenha misericórdia de você”.
    Sempre o mesmo papo … mas eu aposto minhas fichas que nenhum deles oram por essas pessoas que dizem que vão orar.
    Se eu estiver sendo arrogante com um “irmão” e no dia de meu juízo final Deus e Jesus, ou um ou outro, vier me dizer “João, você não acreditou em meus caminhos quando estava vivo, vai ter que pagar!” eu direi “Desculpa senhor, mas é que eu não sabia. E você já deveria saber que eu não sabia! Por que não fez saber? Por que não me abençoou para acreditar, Oh Soberano!”.
    Por isso vejo religião como uma forma divertida de se fazer histórias e viajar por onde nossa razão não permite. Fantasiar é legal, mas tem hora, tem lugar. Fazer de sua vida pura fantasia e pior, culpar sua existência simplesmente por existir é deixar de viver, é morrer para você mesmo.

    Sejam mais lights! UHASHUAHUSHAS

  5. Estive lendo os comentários, percebi que não tem muita ligação com o post, assim com este:
    De fato Deus existe, discutir ou provar a sua existência não é o foco da bíblia. Sabemos e temos provas da existência de Jesus Cristo, se não fosse assim essa mensagem não estaria sendo escrita em 2014, que significado tem essa contagem de tempo? O melhor meio de se provar a existência desse Deus é e sempre será através da fé…é pessoal e intransferível…
    “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos… ” Romanos 1:20-22

    1. As “provas” são as mesmas que as do Monstro de Esparguete Voador, de Unicórnios Invisíveis, e de sereias.

      A contagem do tempo é feita tendo um evento qualquer… seja ele real ou imaginário.
      Tem que estudar melhor a história das centenas de calendários que já existiram ao longo da humanidade.

        • Allan on 04/12/2014 at 01:31

        Então Carlos, na verdade existem sim muitas provas empíricas da existência de Jesus Cristo (tanto na bíblia quanto em muitos outros relatos históricos e descobertas arqueológicas). Duvidar da existência de Deus é uma escolha difícil, mas duvidar da existência de Jesus Cristo é estupidez, no entanto quando não se quer acreditar em nada se torna simples assim.

      1. Se a pessoa tiver um mínimo de inteligencia, é óbvio que duvida das coisas.
        É essa dúvida que está na base de qualquer progresso.

        Claro que se a pessoa se quiser mostrar como um crente fundamentalista, então obviamente é extremista ao ponto de acreditar cegamente naquilo que quer.

        Eu conheço as evidências e a falta delas, para Jesus Cristo.
        Assim como qualquer sacerdote (que frequentou um seminário) conhece.
        E o que você diz sobre relatos históricos (é o “diz que disse” que não valem nada) e sobre descobertas arqueológicas (que não são claras) mostra que você nem andou em seminários nem percebe muito sobre o tema. Deve ver televisão e ler alguns textos jornalísticos na web e depois acredita cegamente nas coisas.

        • Allan on 04/12/2014 at 02:43

        Ok Carlos, talvez eu não tenha muita inteligência mesmo, eu até me considero burro e ignorante em muitos assuntos, eu não tenho nenhum argumento filosófico ou científico para provar a existência de Deus, muito embora eu tenha a certeza da sua existência, mas devo admitir eu ainda tenho muitas dúvidas acerca de várias coisas no que concerne no agir dEle o no seu relacionamento para com a humanidade (talvez nunca vá entender aqui nesse sopro de vida)… visto que admitir a existência desse Deus admiti-se também que seria impossível compreender todos os seus desígnios…De fato nunca haverá um argumento com o qual se possa afirmar com certeza a existência ou inexistência de um Deus, pois por melhor que fosse esse argumento/prova/evidência sempre haverá pessoas refutando a afirmação… porque no meu pequeno entendimento das coisas percebi que Deus é que planejou tudo isso… talvez para você eu seja só mais um crente acreditando cegamente em mais uma das infinitas crenças existentes….sei que não tenho nenhum argumento capaz de convencer você, porém não significa que eu não tenha um bom motivo para acreditar em Deus… afinal, o que posso dizer é que minha fé possibilitou vivenciar coisas, coisas que vão muito além da compreensão humana, que simplesmente não há explicações naturais ou científicas, essas experiências serviram pra mim como evidências mais que suficientes pra que eu acreditasse e repensasse meus conceitos e idéias acerca de tudo… acreditar ou não acreditar é apenas uma em meio a um turbilhão de escolhas, que nos está concedido a fazer, talvez jamais entenderemos o potencial significado do livre arbítrio bem como seus resultados…

      2. Acreditar em algo tem efeitos benéficos, por exemplo em termos de placebo.

        Sabe-se (oposto de acreditar) que esses efeitos são psicológicos.

        O que isto quer dizer?
        Que as crenças dizem muito sobre nós e sobre os nossos medos (por exemplo, da chuva, quando se inventou deuses nas nuvens), mas nada dizem sobre a realidade do objeto de crença.

        Chamar Deus, sereias, unicórnios voadores ou Pai Natal / Papai Noel, é a mesma coisa.
        É uma crença. Ou seja, falta-lhe evidências objetivas. Não é conhecimento.

        Já eu prefiro o conhecimento às crenças.
        É assim que se constroi a internet que está a usar neste momento… com conhecimento.

        Caso exista Deus e esteja muito interessado em mim, eu diria para ele parar de ser voyeur e deixar-me em paz.
        E, neste caso, eu diria para você que eu sou assim porque o seu Deus assim o quis. Logo, não argumente comigo. Diga a Deus que o erro é dele de me fazer assim.

        “seria impossível compreender” <--- totalmente correto. abraços

        • Allan on 04/12/2014 at 03:05

        Abraços então, vou orar por você Carlos.

  6. Caro Carlos Oliveira

    Desculpe responder abaixo da prosa inicial, mas não consegui responder-lhe no local indicado.

    Não sei onde essas experiências científicas “provam” o contrário do que está relatado no livro.

    Já leu o livro?
    Conhece o passado do autor do livro?
    Conhece a fundamentação científica que ele elabora no seu diálogo?
    Como é possível um Ser Humano ter uma leitura do seu neocortex cerebral desligada e ter “consciência”? – isto é crença???????

    Poderemos dizer que é mais um a “querer” vender livros e enriquecer, mas se assim é, também podemos dizer que o Richard Dawkins é outro.

    Achei muito interessante o livro, se é “banha da cobra” ou não, não sei. Achei interessante o facto de ele relatar “Universos paralelos” – pelo que sei, é uma teoria que ainda subsiste na comunidade, não? Achei também interessante porque ele, enquanto cientista, coloca em causa a sua “ultra-realidade” baseada em possíveis causas médicas que o levaram a ver/sentir o descrito no seu relato. Curiosamente nenhuma delas, segundo ele, poderiam servir de explicação para o que ele descreve.

    Não tenho conhecimento de uma refutação válida que explique a sua descrição.

    Leia o livro, pelo menos, será com certeza diferente do que era antes de o ler 🙂 (quanto mais não seja, para uma análise crítica sobre o livro).

    Quanto à resposta que me deu da falácia:

    “O João acredita em Deus; A Joana não acredita em Deus.”

    Qual dos dois terá que provar a sua hipótese?

    Abraço e continuação de bom trabalho 😉

    PS: Não conhecia este blog, estão de parabéns pelos trabalhos que vão fazendo!

    1. Colocar “Heaven” no título diz-nos que ou é um livro religioso ou é um livro que se aproveita de marketing religioso para vender. Como sabe, isto nada tem de científico, e é pseudo.

      Fazer do seu testemunho pessoal como se fosse uma experiência científica é pseudo em todo o seu esplendor.
      É igual aos livros, não do Dawkins, mas sim do Strieber (sobre supostos raptos ETs). É religião mascarada.

      Universos Paralelos não são teoria. São ficção científica. São especulação. E são truques matemáticos (se estiver a falar de dimensões).

      Tem que provar a sua hipótese sempre a pessoa que afirma algo extraordinário. É sempre assim. Na ciência, na vida, e na realidade.
      O ónus da prova não muda à-vontade do freguês.

      abraços!

      P.S.: obrigado pelas palavras 😉

    2. Já agora, sobre o autor ver anjos, nuvens, borboletas e até a irmã… enfim… religião em todo o se esplendor.
      Ciência ? 0.
      Realidade? 0.

      http://en.wikipedia.org/wiki/Eben_Alexander_%28author%29#Criticism

      http://www.esquire.com/features/the-prophet
      http://www.dailymail.co.uk/news/article-2354351/Proof-Heaven-author-multiple-claims-book-debunked-doctor-treated-seven-day-coma.html
      http://www.forbes.com/sites/jeffbercovici/2013/07/02/esquire-unearths-proof-of-heaven-authors-credibility-problems/

      Vou escrever um livro a dizer que enquanto dormia, vi anjos, o paraíso, e um periquito que eu tinha e que morreu.
      O facto de ter sido um sonho e de não ter qualquer piriquito, não interessa para nada.
      Basta vender para os milhões de crentes que sim, que eles caem sempre que nem patos.
      Venha o $$$$ deles…

  7. Não quero ferir crenças, cada um acredita no que quer, mas aqui esta um link interessante para um post: http://www.ionline.pt/artigos/mundo-iciencia/ateus-mais-inteligentes-religiosos-afirma-estudo
    Abraços

  8. Eu concordo em grande parte contigo Antônio.

    Só acho que a religião não tem que aceitar ou não que Deus seja estudado pela ciência. E inclusive isto não ocorre.
    Nem há algum estudo científico sobre Deus, apenas talvez estudos históricos ou etimológicos. Mas nunca algo técnico. E também não há necessidade.

    Os crentes podem ficar com suas crenças e os descrentes com as suas também, porque não?

    Claro, quando algum ‘crente’ cria teorias que entram no âmbito da ciência, aí sim, cabe ser analisada e contestada caso seja o caso.

    Carlos:
    A ‘teoria’ de Newton não obteve o aval da ciência da sua época.
    Na época já se sabiam os cálculos que podem ser derivados da ação da gravidade, mas existiam uma centena de teorias que foram formuladas para explicar o fenômeno.
    Destas, grande parte compatíveis com os cálculos.

    Como uma teoria de que os planetas boiavam num oceano e uma maré deste oceano é que causava os movimentos, utilizando as fórmulas já conhecidas.

    Utilizei este exemplo, de como que um conceito ‘pseudo’ para a época, acabou sendo posteriormente adotado por todos.

    Afinal não me lembro de algum experimento, comprovando que a massa dos corpos causa a ação gravitacional ..
    Somos bons em fazer cálculos sobre a gravidade, mas “esta” ação em si nunca foi reproduzida.

    Teríamos que colocar no espaço objetos com grandes massas e observar a atração deles. Pois hoje em dia só ‘acreditamos’ na gravidade, já que não a compreendemos, não da pra ter certeza e se tivermos, somos então crentes numa certeza que não pode ser compreendida..

    Ok, todos sentimos a gravidade.. incontestavelmente, apesar de já a sentirmos antes de sabermos que ela existia..
    Já se sabiam muitos cálculos derivados dela, como os do pêndulo, deslocamento de volumes líquidos, etc, já a pelo menos mil anos da conclusão da existência da gravidade..

    Já ‘Deus’ não o sentimos.. certo?
    Certo para alguns.. já para outros o ‘sentem’ constantemente a sua presença..
    tanto que não importa quantas fórmulas joguemos em cima deles e nada lhes esmorecera a fé..

    Eu acho que cientistas falarem sobre a existência de Deus tão estranho quanto padres falando sobre conflitos de casamentos.. Pô eles nunca foram casados, como podem ser válidos seus conselhos não é?

    Assim como a ‘hipótese’ da existência de Deus.
    Não adianta ser contra ou a favor, isto não mudará os fatos.

    A única coisa boa deste assunto, é que pode gerar boas discussões 🙂

    1. “Os crentes podem ficar com suas crenças e os descrentes com as suas também, porque não?”

      Porque ignorância não faz bem a ninguém.

    • António Castanheira on 12/08/2013 at 13:26
    • Responder

    Dentro do espírito do artigo (o qual me parece bastante bom, por sinal) eu diria que Deus pode existir ou não, ou que pode existir e não existir ao mesmo tempo…

    Isto considerando naturalmente que Deus (caso exista) faz parte do universo, portanto, estará sujeito às mesmas regras da mecânica quântica.

    Se Deus existir e estiver fora deste universo do qual foi apenas o criador, então não faz parte de objeto de estudo cientifico DESTE universo. Poderá fazer parte do estudo cientifico desse outro universo, onde eventualmente as regras são outras, ou poderá fazer parte de um outro qualquer estudo não cientifico, teológico, por ex.

    Se, por outro lado, existir fora deste universo mas “enviar ordens” para cá, interage com este universo, portanto, no fundo, faz parte dele.

    Para mim, não tem que existir qualquer conflito cientifico-religioso:

    A ciência comporta Deus na medida em que este possa ser entendido com as regras que regulam este universo. Caso Deus exista numa outra dimensão ou realidade, a ciência não fará dele objeto de estudo ou estuda-lo-á com outras regras diferentes.

    A religião tem de admitir que Deus pode ser estudado e entendido pela ciência, se aceitar que Deus faz parte deste universo. Caso não aceite esse pressuposto, por entender que Deus está num plano diferente, pode reivindicar que a sua compreensão está para além da lógica científica mas, nesse caso, deverá também admitir que a sua influência neste universo terminou no momento da sua criação.

    1. Claro que o conflito cientifico-religioso é natural que aconteça, porque as religiões defendem dogmas ignorantes tão arcaicos que são absolutamente contraditórios aos olhos do conhecimento real que se desvela todo o dia.

      Onde há contradição há conflito, é natural que isso aconteça, e esse conflito vai ficar mais evidente quando a ignorância usa de “poder de verdade” para impor suas sandices a grupos sociais ou sociedades inteiras.

      O mundo árabe está precisando de uma revolução feminista para acabar com aquela vergonhosa misoginia, que tem grande peso de influência religiosa. O conflito aparecerá mais dia menos dia, e será bom porque fará justiça às mulheres de lá.

  9. Enquanto isso, num certo país considerado por muitos como o mais avançado cientificamente…o criacionismo se expande…

    http://scaredmonkeys.com/2013/08/11/tennessee-judge-lu-ann-ballew-orders-babys-name-be-changed-from-messiah-to-martin-deshawn-mccullough/

    1. “Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.”

      Carl Sagan

  10. Eu já costumo dizer.

    Deus só joga dados..

    Ou melhor ele fornece os resultados..

    1. Antes você precisa provar que ele existe.

        • Betinho on 12/08/2013 at 13:02

        Não defendo. atualmente, a existência ou não de um deus criador….mas devemos ter a mente aberta a tudo que nos é apresentado….

        http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL32567-5603,00-CHEFE+DO+PROJETO+GENOMA+DEFENDE+RELIGIAO.html

        • Nuno on 12/08/2013 at 17:57

        Eu diria

        Antes você precisa provar que conhece tudo. Até la, vamos ficar pela opinião de cada um.

      1. Está a cometer a falácia da inversão do ónus da prova… 😉

        • Antonio on 12/08/2013 at 23:04

        Betinho,

        O fato de o chefe do projeto do Genoma Humano ser crente não quer dizer nada, ele não prova o que diz, quando ele fala de religião é só um rente como qualquer crente, que começou lá na infãncia dele, por influência familiar.

        Quando ele faz ciência ele sabe que precisa provar o que descobriu, terá pares que avaliarão o trabalho e cobrarão resultados factíveis, já como crente ele fala qualquer coisa e não prova nada, ele se blinda dessa cobrança. Como crente a opinião dele não tem valor algum.

      2. Outro dia estive olhando a história de Newton, ele era bastante místico.
        E na época foi só ele que falou que a gravidade, que era chamado por ele de “força”, é que age sob os planetas e como resultado eles orbitam.

        Os cientistas da época não acreditavam Primeiro porque não acreditavam que alguma força poderia ser tão poderosa a ponto de atravessar distancias enormes sem nenhuma ajuda.

        E depois, porque não havia como Newton repetir alguma experiência que fornecesse uma certeza sobre isto.
        Ou seja, era impossível provar utilizando o método científico.

        Mas azar, a Gravidade esta aí e é incontestável.
        É algo que sabemos que existe já a um bocado de tempo e ninguém chegou a alguma conclusão que prove oq ela é.

        Poderíamos então despreza-la porque ela não pode se provada?
        Não adianta né..

      3. Vamos lá a ver… há aqui concepções erradas…

        Newton era místico. Mas sempre que fez ciência, colocou o misticismo de lado. E provou as coisas matematicamente.
        Não era nada como os pseudos.

        A Gravidade está provada. O seu funcionamento é provado diariamente por nós. O seu funcionamento foi descrito matematicamente por Newton e a sua natureza explicada por Einstein.

        “Os cientistas da época não acreditavam ” ?????????? A ciência não é uma questão de acreditar…

        O seu exemplo da Gravidade é completamente errado…

        • Cavalcanti on 13/08/2013 at 07:12

        Poderíamos então despreza-la porque ela não pode se provada?

        Não só pode ser provada como também quantificamos a aceleração dos corpos (em queda livre) os quais são submetidos.

        • Betinho on 15/08/2013 at 12:20

        Antônio

        Relacionado ao tema, penso eu, existem 3 tipos de pessoas:
        Os crentes em um ser ou seres divinos e não estão nem aí para a opinião dos outros.
        Os céticos que não creem em ser ou seres divinos e não estão nem aí para a opinião dos outros.
        Os intolerantes, que querem que todas as pessoas acreditem ou que não acreditem em ser ou seres divinos.
        A minha sugestão que sejamos um dos dois primeiros tipos.
        Cuidemos do que acreditamos e deixemos os outros em paz com suas próprias convicções.
        O exemplo do cientista crente foi para ilustrar que uma mente baseada em conceitos científicos pode sim pensar em um deus. Einstein, Newton, entre outros grandes nomes da ciência figaram nessa categoria. porém, como afirmei antes, eu particularmente não defendo a existência ou não, mesmo porque não fará diferença alguma em minha vida.
        Abraços
        🙂

        • Antonio on 16/08/2013 at 05:58

        Crença e descrença não têm o mesmo valor, aliás, só a descrença tem valor, porque a base do movimento de consciência do descrente é usar a razão para a compreensão da realidade de como ela é.

        E esse movimento racional que leva a desvelar conhecimento comprovado de como as coisas funcionam no universo traz frutos e benefícios enormes para TODAS as pessoas, inclusive para os crentes, que lotam hospitais e salas de médicos, mesmo com fé e crença.

        O conhecimento real é usado nos crentes para que eles melhorem de saúde, mas isso eles não enxergam, foi o deus imaginário deles que os “curou”, mas se o mundo fosse todo de crentes, estaríamos ainda vivendo no mundo das palafitas e dores de dentes.

        Acreditar em fadas não tem o mesmo valor que saber que elas não existem. Da mesma forma qualquer manifestação religiosa.

        Ter uma crença é tão inútil quanto usar um guarda-chuva num dia de furacão Katrina.

        • Betinho on 16/08/2013 at 12:35

        Vou usar uma linguagem mais simples…

        http://www.amigosdoforum.com.br/a-diferenca-entre-ateus-cristaos-e-idiotas/

  11. “Esta questão remete para o debate do livre-arbítrio.
    Podemos argumentar que somos livres, que fazemos o que queremos e quando queremos, mas também podemos ver as coisas de uma perspetiva biológica e chegar à possível conclusão de que de facto somos controlados pelos nossos instintos e impulsos animais, algo que nos é inerente.”

    Não será tudo isto passível de ser considerado “livre Arbítrio”?

    1. A questão do livre-arbítrio perdeu toda importância com as descobertas comprovadas da neurociência.

      Há 20 anos se sabe que nosso cérebro toma decisões segundos antes de termos conscência delas. Achamos que decidimos, mas nosso cérebro já decidiu antes.

      O livre-arbítro não existe, dizem neurocientistas.
      http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/o-livre-arbitrio-nao-existe-dizem-neurocientistas

      O livre-arbítrio não existe – A ciência comprova: você é escravo do seu cérebro
      http://super.abril.com.br/saude/livre-arbitrio-nao-existe-447694.shtml

        • Nuno on 12/08/2013 at 11:13

        A atividade elétrica é suficiente para concluir isto? O tempo que leva a uma decisão também será? Saberem a resposta sete segundos antes é qualquer coisa…..o que me leva a questionar se o cérebro está no futuro antes de nós mesmos (ou lá o que isso seja)??

        Parece que afinal existem bruxos….

        Esta conclusão, parece-me muito à frente, para quem ainda não sabe muito bem como funciona o cérebro.

        • Antonio on 12/08/2013 at 23:15

        Pois é, mas a neurociência sabe há décadas o que faz cada parte do cérebro e como acontece o processamento da tomada de decisão.

        Os aparelhos de ressonância magnética e as análises de imagens PETs dão total certeza das conclusões desse assunto. Em alguns casos a decisão no cérebro é tomada 10 segundos antes de a pessoa tomar consciência da decisão.

        Espera-se, inclusive, com mais conhecimento desvelado sobre os problemas cerebrais num futuro próximo, que se alivie a pena de muitos criminosos, dando a eles tratamento médico especializado e eficientes no lugar da pena. As leis penais vão mudar e fazer real justiça para muitos criminosos.

        ——————————–

        • Nuno on 19/08/2013 at 12:24

        Caro António

        A neurociência sabe muita coisa, mas também há neurocientistas que “pensam” de outra forma.

        http://www.lifebeyonddeath.net/

        Aconselho o livro, é interessante. Trata-se de um neurocientista de renome, que por acaso era Ateu…fala também no livre-arbítrio e nas suas implicações.

  12. Por uma questão de cortesia e humildade, devemos ser tolerantes com os “criacionistas” enquanto se admitir que se “criam” partículas através de “energia” sem massa associada à sua transferencia!

    1. ?? que o mundo começou há 6000 anos e que convivemos com dinossauros?

        • PAULO on 13/08/2013 at 01:19

        Bom, isso são casos patológicos de “burrice crónica”.
        Nem todos os que acreditam em Deus, são burros, é só uma questão de limite do conhecimento:
        A minha religião começa onde a minha sabedoria acaba!
        Sem ofensa; claro!

  13. Carlos,gostaria de saber se aqui no Brasil tem faculdade de astrobiologia ?

    1. Penso que não existe em lado nenhum. Astrobiologia é uma área abrangente, após doutoramento 😉

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