Levantar poeira

conservacao5Nem sempre a poeira é culpa da poluição. Há uma massa gigantesca que corre o mundo de Este para Oeste, principalmente. Portugal é frequentemente afectado por ela mas só se nota a poeira quando se olha para o horizonte marítimo e se nota uma faixa amarelada. Também é notada quando chove.

Em África, a depressão de Bodele é uma área onde havia um lago que secou, restando um resquício de água na parte mais funda. Bodele é um dos locais mais empoeirados da Terra. No verão, o leste dos EUA são o destino de toneladas de poeira, cerca de 80% vem de Bodele.

Dos 2 mil milhões de toneladas anuais que circula pelo globo, mais de metade vem de África. Mas outros locais contribuem para a poeira que cai no continente americano. A China lança para o Hawai e oeste norte-americano; a Patagónia envia para a Antárctica.

Cerca de 40 milhões de toneladas de poeira contendo minerais importantes para a vida cobrem anualmente a Amazónia, metade terá origem em Bodele. A poeira absorve a radiação solar e promove o aquecimento da atmosfera, mas também reflete radiação de volta ao espaço o que provoca um arrefecimento atmosférico. As proporções entre absorção e reflexão “dependem da composição química, mineralógica, do tamanho das partículas e do comprimento de onda“.

Outro factor é a obscuridade da área sobre a qual viaja a poeira. Em zonas mais escuras a poeira “reflete um pouco da luz que seria absorvida pela superfície. Nas áreas mais claras tende a ter um efeito de aquecimento por absorver mais luz que a superfície”. O ponteiro aponta mais para o arrefecimento – quanto ao efeito da poeira no globo. Contudo não é suficiente para compensar o efeito do aquecimento pelos gases de efeito estufa.

A poeira em suspensão ajuda na formação de nuvens, já que a humidade necessita de partículas a que se associar para formar nuvens. A poeira age como condensador de água apenas na presença de sulfatos.

Natalie Mahowald indica que houve, durante o século XX, uma duplicação da poeira sobre todo o planeta. Os dados referentes ao gelo retirado da Gronelândia, por Joseph R. McConnell conclui que “a desertificação e as mudanças no manejo da terra na Patagónia – com criação de ovinos – correspondem a uma duplicação nos níveis de poeira na Antárctica.

A poeira viaja de este para oeste o que provoca a deposição, no Atlântico, de ferro, estimulante de crescimento de fitoplâncton; este consome o dióxido de carbono, morre e leva consigo para o fundo do oceano esse gás. Esse processo dá ideias futuristas de eliminação do gás na atmosfera. Ao disponibilizar muito ferro no mar, o fitoplâncton cresce e consome muito CO2, morre e afunda. Adeus CO2 excedente! Será? O que vai para o fundo do mar não é só CO2 mas também fósforo e azoto, que são elementos importantes já que não estão tão disponíveis.

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