Encontramos uma nova Terra? NÃO!!! Mas é uma descoberta fantástica!

Ilustração artística do planeta Kepler-186f , o primeiro planeta do tamanho da Terra a ser descoberto na zona habitável da sua estrela. Crédito: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech

Ilustração artística do planeta Kepler-186f , o primeiro planeta do tamanho da Terra a ser descoberto na zona habitável da sua estrela. Crédito: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech

A conferência de imprensa terminou há cerca de 3 horas, mas já li tantos disparates em websites e em páginas de Facebook, que vou ter que começar este artigo por essas partes negativas, a corrigir as informações erradas que andam a ser transmitidas.

Desde já têm a minha permissão, caso vejam essa informação pela web, para colocarem um rótulo nessa página/website a dizer: “Sensacionalistas! Nunca mais volto cá!”

Caso leiam que se encontrou uma nova Terra, podem ter a certeza que essa página está a mentir.
Se lerem que foi encontrado um planeta gémeo da Terra, então essa página está, no mínimo, a ser sensacionalista!

Se lerem que o planeta é habitável (potencialmente habitável), notem as nuances da palavra.
Habitável é diferente de habitado. Habitável quer dizer que poderá ter um ambiente propício à vida que conhecemos. Ou seja, é só sobre vida que conhecemos, e pode ser para vida microbiana que respira enxofre (não tem nada a ver com animais, e muito menos a ver com humanos). E estamo-nos a referir às condições para a vida e não à vida em si!
Notem também que normalmente se liga a isto à temperatura do planeta na sua superfície – se a temperatura é adequada para a existência de água líquida à superfície.
No entanto, notem que não se está a falar de pressão, de constituição atmosférica, etc. Nada disso. Há vários fatores que podem colocar o planeta como habitável, mas nunca para nós, ou sequer para a vida como conhecemos.

Se lerem que é o primeiro planeta potencialmente habitável, saiam imediatamente desse website.
Em primeiro lugar, porque vocês já conhecem – através do AstroPT – o Catálogo de Planetas Habitáveis. Por isso, sabem que este não é o primeiro.
Em segundo lugar, porque todos vocês que me estão a ler, vivem no primeiro planeta potencialmente habitável conhecido dos Humanos: a Terra!

Se lerem que é o 1º planeta capaz de suportar vida, já sabem: não, não é!
Porque já existe a Terra, porque existe o Catálogo de Habitabilidade de Planetas e porque nesta descoberta não se sabe massa, pressão à superfície, composição, densidade, temperatura à superfície, atmosfera do planeta… não se sabe nada disso! Logo, querer vender isto como “planeta capaz de suportar vida” é sensacionalismo baseado em pura especulação.

Ainda sobre o planeta ser “gémeo” da Terra, já nem sequer vou pedir atenção para o facto da estrela-mãe ser uma anã vermelha e não uma estrela como o Sol.

Mas vou realçar alguns trocarem a distância de 500 anos-luz por 500 milhões anos-luz. Claramente matemática e distâncias não é com eles.

Uma descoberta fantástica que está a ser estragada pela necessidade de sensacionalismo de alguns…

Este diagrama compara os planetas interiores do nossos sistema solar com o sistema planetário constituído por 5 planetas que orbita a estrela Kepler-186, que se encontra a cerca de 500 anos-luz de distância da Terra. Kepler-186 é uma estrela anã vermelha com metade do tamanho e da massa do Sol. Crédito: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech

Este diagrama compara os planetas interiores do nosso sistema solar com o sistema planetário constituído por 5 planetas que orbita a estrela Kepler-186, que se encontra a cerca de 500 anos-luz de distância da Terra. Kepler-186 é uma estrela anã vermelha com metade do tamanho e da massa do Sol. Crédito: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech

Mas afinal o que se descobriu?
Agora que já retirei toda a emoção pseudo à notícia, o que sobra?
Sobra a fantástica descoberta que se fez!

Com dados adquiridos pelo Telescópio Espacial Kepler, astrónomos descobriram o primeiro planeta do tamanho da Terra a orbitar na zona habitável de uma estrela.

Ou seja, descobriu-se um planeta do tamanho da Terra! (só por si é fantástico, mas não quer dizer que o planeta seja semelhante à Terra)
E esse planeta tem uma órbita na zona habitável da sua estrela! (ou seja, poderá ter água à superfície, caso este fosse o único parâmetro)

A descoberta do planeta Kepler-186f confirma que planetas do tamanho da Terra existem na zona habitável de estrelas que não o Sol !
Isto é fenomenal!

(no entanto, notem que só estamos a falar de tamanho do planeta e na zona habitável de uma estrela anã vermelha… ou seja, não sabemos pressão, atmosfera, massa, composição (pensa-se que pode ser rochoso, mas não se sabe)… praticamente nada se sabe sobre este planeta. Pode ser bastante diferente da Terra. E notem que a zona habitável de uma estrela anã vermelha, é muito mais próxima da estrela que a zona habitável ao redor do Sol)

O Telescópio Espacial Kepler mede a quantidade de luz que é bloqueada pelo trânsito do planeta em frente da estrela. A partir disto, pode-se determinar o tamanho do planeta, o período da sua órbita (ano) e assim saber a distância a que o planeta está da estrela, e a quantidade de energia estelar recebida pelo planeta.

Dizer que o planeta tem o “Tamanho da Terra” neste caso quer dizer que o tamanho deste planeta é pouco maior que a Terra (menos de 10% maior).

Os anteriores planetas que tinham sido descobertos em zonas habitáveis eram muito maiores que a Terra. Daí a importância desta descoberta!
Cada vez estamos um pouquinho mais próximo de planetas como a Terra. “Small steps, Ellie, small steps.

Como disse Paul Hertz, diretor do departamento de astrofísica da NASA:
“A descoberta de Kepler-186f é um passo significativo para no futuro encontrarmos planetas similares à Terra. As missões futuras da NASA, como o Transiting Exoplanet Survey Satellite e o James Webb Space Telescope, irão descobrir os exoplanetas rochosos mais próximos da Terra e determinar a sua composição e condições atmosféricas, continuando o desafio da Humanidade de encontrar mundos como a Terra”.

Um planeta do tamanho da Terra transita em frente de uma estrela como o Sol (na esquerda) e em frente de uma anã vermelha como Kepler-186 (na direita). A quantidade de luz bloqueada pelo transito de um planeta do tamanho da Terra na zona habitável numa estrela como o Sol é 4 vezes menor que o transito numa anã vermelha, o que faz com que se torne mais fácil de detetar o planeta. Crédito: Wendy Stenzel

Um planeta do tamanho da Terra transita em frente de uma estrela como o Sol (na esquerda) e em frente de uma anã vermelha como Kepler-186 (na direita). A quantidade de luz bloqueada pelo transito de um planeta do tamanho da Terra na zona habitável duma estrela como o Sol é 4 vezes menor que o transito numa anã vermelha, o que faz com que se torne mais fácil de detetar o planeta em órbita de uma anã vermelha. Crédito: Wendy Stenzel

O planeta Kepler-186f encontra-se no sistema da estrela Kepler-186, que se encontra a cerca de 490 anos-luz de distância da Terra.
O sistema planetário ao redor de Kepler-186 é constituído por 5 planetas.
A estrela Kepler-186 é uma anã vermelha (são as estrelas mais comuns na Galáxia), com metade do tamanho e da massa do Sol. E, claro, com menos luminosidade e mais fria que o Sol.

O exoplaneta Kepler-186f tem uma órbita (o seu ano) de 130 dias terrestres. Isto quer dizer que, comparando com o nosso planeta, passam 130 dias cá, enquanto Kepler-186f completa uma órbita (um ano) ao redor da sua estrela.
Devido à estrela ser uma anã vermelha, este planeta recebe somente 1/3 da energia que a Terra recebe do Sol.

Crédito: Elisa Quintana

Crédito: Elisa Quintana

Thomas Barclay explica: “Estar na zona habitável não quer dizer que este planeta seja habitável. A temperatura do planeta depende bastante do tipo de atmosfera que terá. Não digam que este planeta é um gémeo da Terra. Se querem comparar, o máximo que devem dizer é que poderá ser um primo da Terra.”

Ilustração artística de especulações sobre como poderá ser a vista a partir da superfície do planeta Kepler-186f. A estrela pareceria maior no céu do que o Sol a partir do céu terrestre. Caso existissem plantas à superfície, elas seriam amarelo-escuras para absorverem a luz infravermelha da estrela. Crédito: Danielle Futselaar

Ilustração artística de especulações sobre como poderá ser a vista a partir da superfície do planeta Kepler-186f. A estrela pareceria maior no céu do que o Sol a partir do céu terrestre. Caso existissem plantas à superfície, elas seriam amarelo-escuras para absorverem melhor a luz da estrela. Crédito: Danielle Futselaar

Os planetas companheiros Kepler-186b, Kepler-186c, Kepler-186d, e Kepler-186e, têm órbitas (anos) de 4, 7, 13, e 22 dias ao redor da sua estrela. Apesar de serem todos planetas relativamente pequenos, pouco maiores que a Terra (menos de 50% maiores que a Terra), a verdade é que as suas órbitas tão próximas da estrela anã vermelha fazem com que eles sejam demasiado quentes para a vida como a conhecemos.

O próximo passo neste tipo de descobertas será descobrir um planeta do tamanho da Terra em órbita de uma estrela similar ao Sol.
E claro, é preciso perceber a composição química destes planetas.

Crédito: Tom Barclay

Crédito: Tom Barclay

O artigo original da NASA, e um dos poucos que vi na web que tem as informações corretas, está aqui.
O artigo científico, está aqui.
O artigo da investigadora-principal, Elisa Quintana, está aqui.
Os slides de apresentação da descoberta, aqui.

Atentem onde está o novo planeta em comparação com a Terra. Quem diz que é um planeta irmão da Terra está a mentir. Crédito: Victoria Meadows

Atentem onde está o novo planeta em comparação com a Terra. Quem diz que é um planeta irmão da Terra está a mentir. Crédito: Victoria Meadows

Já sabem separar a realidade da pura especulação por motivos sensacionalistas?

Agora atentem no website space.com que, infelizmente, também decidiu enveredar por algum sensacionalismo, como podem ler aqui e ver na sua infografia.

exoearth-habitable-rocky-earth-kepler-186f-140416a-02

Por último, deixem-me referir só mais um “detalhe”.
Se o artigo científico referisse “Venus-size”, a comunicação social inventava histórias? Claro que não!
E no entanto, este planeta é praticamente do tamanho de Vénus.
Só que a especulação de quem não sabe de astronomia, leva logo a que fiquem a “salivar” quando leem a palavra “Terra”.
Este planeta é do tamanho de Vénus (que é basicamente do tamanho da Terra). E nada nos diz que pode ser como Vénus. Pode ser ou pode não ser.
Publicar artigos de que este planeta é como Vénus – com rios de lava e muito vulcanismo – só por ter um tamanho similar, é um disparate tremendo!

122 comentários

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  1. Oi Carlos, sou leigo no assunto, mas o que mais me impressiona no kepler-186f é a imagem dele. Para um leigo como eu, quando vejo a imagem e enxergo algo semelhante a água em estado liquido, gelo em seus polos e nuvens extremamente semelhantes a da terra, não posso deixar de pensar que as chances de haver vida sejam grandes. Então gostaria de lhe perguntar. Segunda a imagem, por haver gelo nos polos e não haver no centro, isso pode significar que o planeta possui uma temperatura que possibilite vida? O que pode ser aqueles “oceanos” se não forem água em estado liquido? E por fim, aquelas “nuvens” que se vê ao olhar a imagem do planeta, não significaria que há uma atmosfera semelhante a da Terra e com um sistema climático parecido, como chuva e tempestades??

    Gostei muito do Blog.

    Desde já agradeço!

    1. Oi Maico,

      A imagem é meramente ilustrativa. É uma ilustração artística. Nada se sabe sobre o planeta para permitir concluir essas coisas (sobre água, gelo ou atmosfera).

      abraços

        • Maico on 25/04/2014 at 09:43

        Obrigado Carlos,

        Por mais ingenuo que pareça não li a parte que dizia que era uma imagem ilustrativa, até porque a maioria dos sites de noticias colocou a foto e a fonte em baixo “NASA” e não comentaram nada sobre ser uma Ilustração, talvez com o propósito de aumentar o sensacionalismo. Também não sei o que me deu de ficar tão irracional a ponto de achar que a NASA teria conseguido tirar uma foto de um planeta a 500 anos luz da terra…kkkk

        Novamente obrigado e abraços!

    • Rodrigo Corinthiano on 22/04/2014 at 20:54
    • Responder

    Eu sempre acompanhei os dois blogs, e acho ambos sensacionais!
    Carlos, sou testemunha de que o Salvador não é um mentiroso sensacionalista. Eu também acho que ele errou no titulo, mas não por ser mentiroso. Pode ser apenas uma expressão (eu leigo, entendi assim), ou pode ter um entendimento equivocado dessas expressões cientificas. Mentir, é saber que não é verdade e mesmo assim dizer. Engano, falta de acerto. Acredito que possa ser um engano, pois já algum tempo acompanho o blog do Salvador e ele sempre foi radicalmente contra os pseudos.
    Adoro o Astropt e o Mensageiro Sideral, e por favor, tenham piedade do comentário de um mero leigo. 🙂

    Abraços.

    1. Rodrigo,

      Eu não conhecia o Salvador.
      Já li outros artigos antigos dele, e realmente são muito bons.
      Neste em especial, ele errou. E no mais recente, tornou a errar: “o mais próximo que chegamos até agora de encontrar uma segunda Terra no Universo.” Isto não é verdade. Neste momento, na escala dos mais parecidos com a Terra, está em 17º se não me engano.

      O repetir dos mesmos erros, começa a parecer intencional o facto de ele estar a mentir.
      Porque bastava ele ler o artigo da NASA ou o artigo científico, para ele saber que é um erro. E ele sabe isto, porque já lhe foi dito por várias vezes.

      Não sei se ele leu os artigos originais ou não. O que sei é que ele já sabe que os artigos originais não dizem nada disto.
      Assim, parecem-me intencionais os erros. Ele sabe que não é verdade o que escreve, mas mesmo assim escreve-os.
      E mesmo sabendo que não é verdade, é incapaz de admitir que errou. Pelo contrário, defende os erros, como se ele soubesse mais que os cientistas.

      Você tem um artigo científico a dizer que 1 + 1 = 2.
      Um jornalista escreve um artigo intitulado 1 + 1 = 4. Vamos supor que errou, e não de forma intencional. Quando explicam ao jornalista que o título era errado, quando lhe dizem para ir ler o artigo científico porque lá não diz isso, e se o jornalista continua a defender o erro, e até escreve outro artigo onde continua a transmitir o mesmo erro (já sabendo que o artigo científico não diz nada disso), como você avalia isto?
      (é uma pergunta séria que lhe faço 😉 )

      Para mim é intencional. A intenção é, para mim, clara: vender-se o sensacionalismo e dar informações erradas (mentiras) aos leitores.

      Se não fosse assim, o caso era resolvido na hora: era feita uma atualização posterior dando conta da correção feita ao artigo ou então era publicado um outro artigo pedindo desculpa aos leitores por os ter enganado.

      Errar, todos erram. A forma como lidamos com os erros é que nos distingue.

      grande abraço!

      1. Carlão, então agora o ranking do PHL é autoridade para similaridade com a Terra? Como astrônomo que é, deveria saber que esse ranking é mais especulativo do que qualquer coisa que eu possa ter escrito. Por quê? Ora, ele presume a massa ou o volume, dependendo da informação disponível para o planeta. Então, o primeiro planeta do ranking só é o mais próximo da Terra porque eles PRESUMEM que ele é rochoso. Se for um mininetuno, vai tudo pro buraco. Isso sem mencionar que eles incluem candidatos não-confirmados na lista e também modelam uma atmosfera “padrão”, estilo Terra, para todos eles. Moral da história: tem tanto chute no meio que é quase uma brincadeira.

        Nada contra. Adoro esse ranking. Já escrevi sobre ele. Mas ele não lista os mais parecidos com a Terra. O que pode ser considerado mais parecido com a Terra, na atual circunstância? Aquele que tem propriedades efetivamente MEDIDAS que o aproximem da Terra. No caso em questão, o Kepler-186f é o que mais se aproxima em volume e incidência de radiação. No que é mensurável, ele é o mais perto de uma outra Terra que já chegamos. Se cozinharmos um especulol junto (propriedades que não medimos, como massa e atmosfera), e compararmos com outros que passaram pelo mesmo especulol, ele cai para 17o. Mas dizer que ele EFETIVAMENTE é o 17o é mentira da sua parte. (Já que a moda é chamar de mentiroso que interpreta os dados de um jeito diferente.)

      2. Tem toda a razão Salvador.

        Você como jornalista, sabe mais que os astrónomos.
        Qual é mesmo a universidade onde você lecciona e investiga astronomia?

        Qualquer dia vai saber mais que os médicos e até vai começar a fazer cirurgias.

        Enfim… ridículo esta sua arrogância e falta de ética…

        Quanto ao 1º planeta na lista, já que você falou da incidência de radiação do novo planeta, fique a saber que o GJ 667Cc recebe cerca de 90% da quantidade de luz que a Terra recebe do Sol.
        Se você conseguir perceber percentagens, percebe que recebe quase tanto como a Terra do Sol.
        Vá agora pesquisar para o Kepler-186f (que recebe somente cerca de 30%) e me diga porque ele é melhor nesta característica.

        Obrigado.

      3. Adenda: o meu nome não é Carlão.

      4. Pensei que os jornalistas de ciência, tivessem que se reger não só pela ética jornalística, mas também que respeitassem o conhecimento, a ciência e os cientistas.

        Infelizmente, parece que para si, o único respeito que há é para com o sensacionalismo e para com as mentiras (já que a NASA não disse aquilo que você afirmou, enganando seus leitores).

        É uma pena…

      5. Mais um artigo deplorável, desta vez sobre uma descoberta da biologia, publicado pelo opinador do jornal Folha:
        http://www.astropt.org/2014/05/10/avanco-importante-na-area-da-biologia-sintetica-cientistas-criam-organismo-semissintetico-com-codigo-genetico-expandido/

  2. Meu amigo Carlos Oliveira, acho que você pegou um pouco pesado com o Salvador Nogueira. Concordo que ele errou em usar um título sensacionalista na postagem do blog dele, mas o conteúdo do texto em si está perfeito e não há nele qualquer desinformação. Diante da qualidade do conteúdo do blog dele, acho o erro perfeitamente perdoável. Há alguns anos que acompanho o trabalho do Salvador Nogueira, que é um guerreiro na difícil batalha da divulgação científica aqui no Brasil – muito mais difícil que nos EUA ou na Europa – e que publicou excelentes livros por aqui como “Rumo ao Infinito” e “Almanaque Jornada nas Estrelas”. Acho que você apreciaria muito estes dois e indicaria no AstroPT.

    Sou um grande fã do Salvador Nogueira e do blog “Mensageiro Sideral” – assim como sou seu fã Carlos, e do blog “AstroPT” – e acredite em mim: vocês estão do mesmo lado, na difícil guerra de divulgar a ciência e combater a ignorância e a pseudociência. Ele não é nenhum charlatão espalhando idiotices pela internet. Sou bastante fã de vocês dois e como um leigo interessado, acompanho diariamente tanto o Mensageiro Sideral, aqui do Brasil, quanto o AstroPT, de Portugal. Por favor, parem com essa briga!

    Realmente existe muito sensacionalismo e informações errôneas quando se fala em ciência – astronomia em especial. Parabéns pelo texto esclarecedor, pois certas notícias veiculadas por aí deixam a impressão de que realmente encontramos um planeta gêmeo da Terra, com mares, florestas verdejantes e vida animal, etc., igualzinho ao nosso planeta. Estas concepções artísticas divulgadas até pela própria NASA não ajudam em nada também, aumentando ainda mais a confusão.

    1. Anderson,

      Não concordo que tenha “pegado pesado” nele.

      Note que ele é jornalista de ciência.
      Ao ser jornalista, devia seguir uma coisa chamada de ética jornalista.
      Ao escrever de ciência, deveria respeitar a ciência e não andar a publicitar informações dadas por locais pseudo.

      Como eu já disse em comentários atrás, ele tem artigos excelentes.
      Neste errou. Mentiu no título.
      E erros, todos cometem.

      Ele deveria ter lido o artigo da NASA e o artigo científico, deveria ter corrigido o erro, e devia ter pedido desculpa aos leitores dele por lhes ter mentido. Só isto. Não tinha nada de mais. Outros jornalistas e publicações fazem isso.
      http://www.astropt.org/2014/04/17/etica-jornalistica/

      Em vez disso, não admitiu o erro que cometeu, andou a defender a mentira que ele transmitiu, e pior do que isso andou a discutir e a “gozar” (num grupo de FB) com especialistas em ciência e sobretudo neste assunto.

      Note bem que mesmo hoje, passados já 4 dias após a descoberta, ele continua a defender (nos comentários do seu artigo) que se descobriu outra Terra e daí que defende que não mentiu. É alguém que denota que não aprende nem quer aprender.
      Para ele, o seu ego e a sua ignorância sobre a descoberta estão acima da ciência e do conhecimento astronómico.

      Até podemos estar do mesmo lado da “barricada”.
      Mas se o tal jornalista não tem qualquer respeito pela verdade, então eu também não posso ter qualquer respeito por ele.

      Anderson, a boa divulgação científica não se faz através de mentiras e sensacionalismos.

      Você defende que o erro dele é perdoável. Eu concordo consigo.
      Mas se você defende as posteriores atitudes deploráveis dele, isso já não concordo.

      Ele deveria aprender com os cientistas.
      Em vez disso, acha-se com mais conhecimento astronómico que os astrónomos, defendeu (e continua a defender) um erro que cometeu, e preferiu divulgar mentiras anti-ciência.

      abraços

    • Luivam Vasconcelos on 20/04/2014 at 16:11
    • Responder

    Carlos seus textos são sempre fantásticos, parabéns, eu só lastimo pessoas como o Salvador Nogueira, que pensam ser todos os leitores de blogs leigos ou não tem o mesmo entendimento sobre o assunto, é o mesmo que nos chamar de ignorantes ou meros seres que não podem se apropriar do conhecimento e julga-lo de maneira critica.

    1. O que me chateou mais na posição do Salvador Nogueira não é o facto de ter errado. Erros todos cometem. E ele até tem artigos excelentes.
      O que mais me chateou nele, é não admitir o erro (provado em qualquer site da NASA e no artigo científico) e defender a mentira que foi o título dele… eu já nem espero que ele peça desculpas aos leitores dele por lhes ter mentido.

      Alguém que se diz jornalista de ciência, coloca em causa o seu profissionalismo e a sua ética jornalística com este tipo de atitudes…

        • Paulo Schaefer on 25/04/2014 at 00:27

        Definitivamente você está cometendo uma grande injustiça.

        E Luivam, nós aqui no Brasil não nos sentimos enganados. O Salvador tem sempre uma posição esclarecedora caso alguém não tenha entendido claramente a notícia. Aproveita que o blog do Salvador é em português e acompanhe alguns posts. Você vai mudar sua opinião. Mas noto aqui um preciosismo exagerado por parte de vocês, de forma a desqualificar todo um trabalho e uma pessoa que mal conhecem. Como já coloquei para o Carlos, mais acima, o Salvador é um dos principais divulgadores de astronomia no Brasil e nós o acompanhamos e respeitamos por isso. Desta forma nos chateia os diversos comentários depreciativos ao seu trabalho que encontramos neste blog.

        O Brasil não é feito só de futebol e mulheres bonitas. Tem também praias e pessoas que pensam….

    2. Lá está você a entrar pelas xenofobias… e pela defesa das mentiras.

      O jornalista ser brasileiro, chinês, turco ou finlandês, é absolutamente a mesma coisa!

      O que conta é a informação veiculada.

      A NASA diz: este planeta tem o tamanho da Terra mas NÃO é como a Terra.
      Os astrónomos dizem: este planeta é só o 17º mais parecido com a Terra. Existem 16 exoplanetas mais parecidos com a Terra do que este.
      Qualquer pessoa que leia o artigo científico percebe: este planeta NÃO é outra Terra.

      E o que afirma este jornalista?
      “Momento histórico: encontramos outra Terra no Universo”
      “o mais próximo que chegamos até agora de encontrar uma segunda Terra no Universo.”

      Se você não consegue perceber que isto são mentiras para enganar leigos e ter mais “likes”, não sei mais o que lhe diga.

      Novamente lhe sugiro que se gosta de ser enganado, então este local (AstroPT) não é para si.

  3. Oi, Carlos, fico contente que você sempre esteja disposto a bem nos elucidar sobre os fatos que vamos sendo quase que “sufocados” ou “impostos” pela mídia incauta.

    Com um abraço estrelado,
    Janine Milward

    1. Obrigado Janine 🙂

  4. No ponto. No alvo. Na mosca. Não sobrou nem faltou. Parabéns.

    1. Obrigado 😉

  5. Carlos, tem um monte de fotos comparativas do planeta kepler-186f com a Terra e nessas comparações o planeta é praticamente igual à Terra: tem oceano, continentes, nuvens.

    Existe uma real imagem desse planeta? Pois acredito que essas fotos são muito sensacionalistas.

    1. Oceanos, continentes e nuvens, são puras especulações. Até pode ter. Mas é provável que não tenha. Da mesma forma que Vénus não tem oceanos, e no entanto é do tamanho da Terra.

      O planeta está muito longe. Não é possível vê-lo ou tirar fotos. Só se sabe que existe, que tem o tamanho da Terra e que está a uma certa distância da sua estrela. Tudo o resto, é pura especulação 😉

      Essas imagens de que fala não são fotos. São ilustrações artísticas, como estas neste post 😉

      abraços!

        • Carina on 20/04/2014 at 01:17

        Obrigada, Carlos!

        Eu tinha lido outras matérias sobre o novo planeta, mas achei o assunto ou muito vago ou muito ‘futurista’, logo vim ao AstroPT pra saber direito o que estava acontecendo e fiquei só com a dúvida das fotos, rs.

        😉

      1. E fez bem em perguntar 😉

    • Felipe D. S. Silveira on 19/04/2014 at 22:02
    • Responder

    me pergunto si este planeta por esta tão próximo a sua estrela não teria seu movimento de rotação anulado por rasões do efeito de mare tendo um lado sempre virado para a sua estrela?

    1. Está muito longe para isso 😉
      (note que a estrela é anã)

      abraços!

        • Felipe D. S. Silveira on 19/04/2014 at 23:39

        é verdade odr 😀 . é que eu sempre li e ouvir fala que para si esta na zona habitável de uma estrela vermelha o planeta teria que esta próximo o suficiente dela onde a foça de mare pode-se desacelerá a sua rotação ate fica com uma face sempre virada pra a estrela, agora vejo que isto não é bem verdade 😉 obr hehehehe

      1. Há vários exoplanetas “presos gravitacionalmente” dessa forma que diz. Mas estão mais próximos da sua estrela 😉

        abraços!

    • Wilton Silveira on 19/04/2014 at 18:00
    • Responder

    Saudações

    Descobri esta página através do facebook e gostei nuito, especialmente pela atitude séria e contra mistificações. As informações são altamente relevantes.

    Porém, aqui vai uma crítica construtiva. Estou no Brasil, Rio de Janeiro e a conexão é ruim para a maioria. E de tablet, para piorar. O artigo tem uma imagem de fundo que atrapalha a leitura de forma absurda. Na versão mobile da página fica parte da página em fundo preto e o texto igualmente em preto. Não se consegue ler.

    Uma página de divulgação científica não precisa apelar para excessos audiovisuais para ter valor. A moderação e o bom senso deveria ser a regra.

    Vida longa e próspera à página e a seus realizadores!

    Wilton Silveira

    1. Oi Wilton,

      Essa é realmente uma crítica excelente.
      Infelizmente, vou-lhe contar um “segredo”: nós gostamos todos é de astronomia, e ligamos muito pouco às coisas informáticas. Eu, por exemplo, não percebo nada dessas coisas 🙂 .
      O que isto quer dizer? Pode realmente ter toda a razão do mundo, mas nós somos ignorantes nessa matéria 🙂

      Mas vou “gravar” a sua crítica e tentar falar com algumas pessoas e tentar perceber se se pode mudar alguma coisa para melhorar isso. Só não lhe posso prometer nada, porque não percebo nada disso 🙂

      Grande abraço!

  6. Olá, Carlos.

    Excelente post, muito esclarecedor e completo.
    Sou escritora de ficção científica e fantasia e, como todo escritor de ficção, amante de astronomia. Muitas vezes repasso informações como esta, sobre o novo planeta, aos meus leitores. É uma forma de mostrar como a realidade encontra a ficção. Anexei um link do seu post os que se interessam por informações técnicas e exatas tenham uma fonte de boa qualidade.
    (Observação: meu público é juvenil, e há muita fantasia em meus livros. A ficção científica, quando presente, segue a linha de Asimov: não agride fatos científicos conhecidos, mas também não fornece excesso de explicações.)

    Abraços,
    Eleonor

    1. Olá Leonor,

      Eu adoro Ficção Científica.
      Em termos de filmes: Contacto, K-PAX e Gattaca… são os meus preferidos.
      Em termos de livros, talvez os meus preferidos sejam: Contacto, Solaris, HHGTTG

      E até já me desafiaram a escrever um pequeno conto de FC 😉
      http://www.astropt.org/2011/02/10/carlos-oliveira-autor-de-ficcao-cientifica-com-bonecas-russas/

      abraços!

  7. Excelente matéria! Muito bem escrita! Parabéns Carlos!

    1. Obrigado Rafael 🙂

  8. Carlos, considerando que o planeta seja ou melhor esteja habitado…

    na matéria dizia que as plantas teriam uma cor Amarelo-escura, seguindo essa linha caso tivesse outros animais e ou humanoides quais as adaptações possíveis que eles poderiam ter? tem algum artigo sobre isso, estou muito interessado nesse assunto e cansado das especulações que tive que ler antes de achar esse blog.

    abraços e boa sorte

    Pedro

    1. Olá Pedro,

      Essa é uma pergunta muito interessante.

      A resposta mais rápida e verdadeira é dizer: não sei.

      No entanto, deixe-me entrar pelo campo das especulações, baseadas nos dados científicos que temos relativos à estrela (anã vermelha).

      Em primeiro lugar, a vida (plantas) precisaria de um mecanismo mais poderoso de fotossíntese, porque a luz visível emitida pela estrela é muito fraca.

      Como o planeta está muito próximo da estrela, é provável que a radiação estelar (sobretudo aquando de explosões solares) faça com que a vida seja mais dificil na sua superfície. Talvez no interior do planeta seja mais fácil a vida se desenvolver (ou até… subaquática).

      Por outro lado, nós sabemos que a vida é muito resiliente, e sobrevive em condições incrivelmente adversas. O que pode acontecer? A própria vida evoluir de modo a absorver essa radiação (nociva) de forma positiva – ou seja, em vez de um inconveniente, essa radiação passar a ser a energia necessária que a vida utiliza.

      Por último, a característica mais relevante: as anãs vermelhas emitem sobretudo em luz infravermelha (calor). Ou seja, os seres lá não terão certamente olhos (não precisam, porque a estrela não é como o nosso Sol a emitir sobretudo luz visível). Eles serão como no filme Predador: eles veem em luz infravermelha (calor).
      Há um filme excelente que mostra isso… em que a pessoa abre o frigorífico e parece um buraco negro. Mas no youtube só consegui encontrar este:

      (água fria é negra e água quente é laranja/vermelha… quanto mais cor viva mais quente é)
      Os supostos ETs nesse planeta, veriam desta forma 😉

      abraços

        • Pedro Gomes on 19/04/2014 at 16:52

        ok,

        muito obrigado.

        tenho mais uma questão, e gostaria de saber sua opinião/considerações sobre o tema.

        li num artigo que a luz que chega ao planeta em questão é o equivalente a 1/3 da que recebemos do nosso sol, a questão é mais baseada no fator da adaptação da quantidade de luz recebida no planeta com as diretrizes do enunciado a seguir.

        (usando um sistema isolado considerando os fatores a seguir…)

        Supondo que dados como composição do solo, da água, do ar respirável, e da pressão atmosférica sejam similares quase 99,9% ao nosso, e que o planeta possuí uma densa camada de ozônio o equivalente ao dobro da espessura da camada que envolve a terra, se colocarmos a espécie humana distribuída pelo planeta com condições de alimentação adequadas vitais a manutenção, quais as possíveis alterações genéticas que esses indivíduos teriam ao longo do tempo (milhares de anos)?

        você conhece algum estudo sobre adaptação nesse sentido?

        agradeço pela sua resposta a minha ultima questão, e estou muito interessado em conhecer mais sobre esse assunto..

        obrigado

        Pedro

      1. “quais as possíveis alterações genéticas que esses indivíduos teriam ao longo do tempo (milhares de anos)?”

        Não faço a mínima ideia. Note que depende também das percentagens de gases na atmosfera.
        A própria Terra, se você for ao tempo dos dinossauros, por exemplo (que é próximo de nós), você já tinha 31% de oxigénio, com insetos enormes, etc. Essa Terra era diferente da nossa.
        Imagine que ia para a Terra há 3 mil milhões (bilhões, no Brasil) de anos. Nem sequer oxigénio tinha (em grosso modo). Você estava no mesmo planeta, mas não podia viver nele 😉

        Existem muitos fatores quando se fala em evolução noutros planetas. Este é só um deles. E tudo o que se disser, é pura especulação… antes de chegar lá e ver, claro.

        Em vez de ler estudos, veja o documentário Alien Planet. É excelente nisso. É baseado em vários estudos. E é excelente como ficção científica… da “hard SF”… daquilo que vai acontecer no futuro 😉
        http://www.astropt.org/2007/11/20/alien-planet/

        abraços!

  1. […] – o início é muito geocêntrico, assumindo que a vida precisa de água, que esse é o único factor e que planetas na zona habitável têm vida, o que é errado. – não fez muito sentido passar de Vénus para a Antártica e para a aparência de extraterrestres, para somente depois falar dos outros planetas. – excelente quando explicou que os extraterrestres não deverão ter aparência humanoide mas sim dependente do ambiente em que estão inseridos. – completamente ERRADO quando diz que existe água líquida a correr na superfície de Marte. – ERRADO quando diz que é certo que Marte já teve vida. – especulação científica no tratamento de suposta vida complexa em Europa. – existem algumas frases erradas fruto de assumir algo que não se sabe, como por exemplo: “Apesar de existir um número exorbitante de planetas que possuem vida na Via Láctea (…)” – esta frase é totalmente ERRADA, sem qualquer base científica. – apontar 50% como potencial número para o 6º termo da Equação de Drake é totalmente ERRADO, por várias razões, que podem ser compreendidas com a leitura de vários livros sobre o tema. – o potencial número para o último termo também não faz qualquer sentido, até pelos argumentos dados no vídeo. – completamente ERRADO quando diz que “um dos maiores candidatos para a existência de vida inteligente é o planeta Kepler 186f” – claramente, o autor foi levado pelo sensacionalismo imbecil de certos websites em vez de ler os artigos científicos. […]

  2. […] Leia mais no AstroPT onde Carlos Oliveira teçe críticas de como a imprensa ‘não científica’ abordou o tema: Encontramos uma nova Terra? NÃO!!! Mas é uma descoberta fantástica! […]

  3. […] de certeza querer visitar o (provavelmente rochoso) Kepler-186f e deslumbrar-nos com um ambiente de penumbras avermelhadas devido à luz da estrela anã vermelha […]

  4. […] E foi isto o que se passou com a generalidade da imprensa aqui na Terra, quando foi anunciada a descoberta do planeta Kepler-186f. […]

  5. […] a descoberta do polémico planeta Kepler-186f, o Catálogo foi atualizado. Como sempre dissemos, quem escreveu que era uma Nova Terra, que era o […]

  6. […] Recentemente fizeram-me uma pergunta muito interessante sobre as probabilidades de vida em planetas que orbitem estrelas anãs vermelhas. Penso que esta é uma dúvida bastante comum e apelativa, por isso deixo aqui a minha resposta: […]

  7. […] A descoberta do planeta Kepler-186f foi muito mal divulgada pela comunicação social, como explicamos aqui. […]

  8. […] últimos anos, o número de exoplanetas (planetas fora do sistema solar) descobertos têm aumentado progressivamente. Independente disso, o imaginário sobre a possibilidade de vida […]

  9. […] artigo pega no exemplo da recente descoberta do exoplaneta Kepler-186f, que foi tão mal divulgada na comunicação social, para fazer uma análise crítica à […]

  10. […] ideias pseudos, desmascaramos os vigaristas, corrigimos os erros dos ignorantes, alertamos para o sensacionalismo idiota, apontamos a hipocrisia de quem utiliza o conhecimento científico (ex: internet) para negar a sua […]

  11. […] Encontramos uma nova Terra? NÃO!!! Mas é uma descoberta fantástica! […]

  12. […] 581, Gliese 581d (aqui), Gliese 581g (notícia), Gliese 667 cC, GJ 1214b (atmosfera de água), Kepler-186f, KOI-961, KOI-172.02, Alfa Centauri, Quinteto, Mais 10 + 18 + 50. HD 132563. HD 85512b, HD 10180, […]

  13. […] « Encontramos uma nova Terra? NÃO!!! Mas é uma descoberta fantástica! […]

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