Planetas em Torno de Quatro Estrelas Visíveis a Olho Nu

Dois artigos disponibilizados hoje na Internet relatam a descoberta de quatro planetas em torno das estrelas gigantes de tipo espectral K: Beta do Caranguejo (Al Tarf), Mu do Leão (Rasalas), Beta da Ursa Menor (Kochab) e Sigma do Perseu. A maioria dos projectos que tentam descobrir exoplanetas focam a sua atenção, por várias razões compreensíveis, em estrelas do tipo solar, anãs de tipo espectral G ou K. Estas estrelas são intrinsecamente pouco luminosas e não são visíveis a olho nu quando se encontram a uma distância superior a cerca de 50 anos-luz. Por este motivo existem, pelo menos por enquanto, poucos exemplos de estrelas de tipo solar com planetas entre as estrelas observáveis a olho nu.

As duas equipas que descobriram os 4 novos planetas, por outro lado, focam a sua atenção em estrelas gigantes de tipo G e K, mais evoluídas. Quando passaram pela sequência principal estas estrelas foram de tipo A ou F, mais quentes, luminosas e maciças do que o Sol. Os planetas encontrados até hoje em torno destas estrelas são em geral muito maciços devido a um efeito de selecção (só assim podem ser detectados pela técnica da velocidade radial) mas também porque, pensa-se, a massa dos discos proto-planetários em estrelas de tipo A e F é maior do que em estrelas de tipo solar, facilitando a formação de planetas gigantes. Os planetas agora encontrados não fogem à regra, com massas mínimas (em unidades da massa de Júpiter) e períodos orbitais (em dias, entre parêntesis) de 7.8 (605), 2.4 (357), 6.1 (522) e 6.5 (580), respectivamente.

A luminosidade das quatro gigantes torna-as visíveis a distâncias bem maiores do que as anãs de tipo solar. Por esse motivo são visíveis a olho nu e ocupam mesmo lugares relevantes nas figuras das respectivas constelações. Se quiserem espreitar hoje à noite, seguem os mapas com a sua localização.

1000px-Cancer_IAU.svg

1000px-Leo_IAU.svg

1000px-Ursa_Minor_IAU.svg

1000px-Perseus_IAU.svg

1 comentário

  1. Esta reportagem demonstra o nosso atual grau de conhecimento do espaço e da pra relacionar com um possível conhecimento futuro.

    Hoje em 2014, temos este exemplo, 4 estrelas vísiveis que sabemos que tem planetas.
    Mas o mais provável é que o nr seja até mesmo o inverso.

    Ou seja, num determinado dia no futuro, em que poderemos ter certeza sobre os sistemas de todas as estrelas, pelo menos as visíveis (hoje em dia pode-se considerar como sendo 4 mil as estrelas visíveis, curiosamente na antiguidade conseguiram catalogar 6 mil,,).

    Provavelmente a verdade seja que apenas umas 4 das milhares que vemos, não tenham planetas.

    Mas ainda assim, eles teriam algum pequeno astro que não se pode chamar de planeta.
    E seria assim, porque a quantidade destes é tão grande, que mais provável é que seja assim mesmo.

    Hoje em dia eu falar algo assim, alguns podem dizer “aé né deve ser por aê mesmo”
    outros podem dizer “baita babozeira, só tem esses 4 aí que eles falaram”..

    Mas oq falei é algo que acredito desde antes do primeiro exo-planeta ter sido descoberto..
    E essa minha crença é baseada em lógica e pra mim é bastante lógico dizer também que devem existir pelo menos umas 20 estrelas marrons, num raio de 2 AL.. e ainda que muitas destas tenham seus próprios sistemas..

Responder a Xevious Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights