Grande Impacto com a Terra Formou a Lua

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Há cerca de 4.500 milhões de anos, a Terra sofreu um enorme impacto. A colisão deu-se entre um planeta em formação chamado Theia, com cerca do tamanho de Marte, e a Terra (também em formação na altura). O resultado dessa enorme colisão foi a Terra ter um grosso anel (nuvem) de detritos ao seu redor. Esses detritos entretanto juntaram-se e formaram a Lua.

Em traços gerais, esta é a Hipótese do Grande Impacto (Giant Impact Hypothesis ou Big Splash) que explica a formação da Lua.

Esta é a hipótese atualmente mais consensual para a formação da Lua.
Existem muitas evidências que suportam esta hipótese.
Por exemplo, o facto da rotação da Terra coincidir com a órbita da Lua (se não coincidisse, provavelmente seria um satélite capturado).
O facto de sabermos que existiram inúmeras colisões durante a formação do sistema solar.
E sobretudo, ao analisar quimicamente as rochas lunares, os cientistas perceberam que contém uma assinatura isotópica idêntica de oxigénio (e diferente do que se encontra noutros locais do sistema solar), o que mostra que terão tido origem na Terra (ou pelo menos, na mesma zona da Terra aquando da formação do sistema solar). No entanto, a Terra tem no seu núcleo muito mais ferro que a Lua, sendo que a Lua é composta sobretudo por silicatos (que se encontram no manto terrestre), o que leva à conclusão que a Lua não foi formada por acreção, senão teria a mesma proporção de ferro que a Terra, ou seja, provavelmente foi formada após o impacto entre dois enormes objetos. O resultado é que a Lua é formada maioritariamente pelos destroços de Theia e por parte da Terra primitiva.

Na verdade, a “colisão” terá sido mais um “raspão”. O ferro no interior da Terra manteve-se. Mas Theia terá levado parte da crosta e manto da Terra, que entretanto formou a Lua. Assim, a Lua tem a mesma composição da Terra desses níveis geológicos (elementos mais leves), mas falta-lhe os elementos mais pesados (ex: ferro) que a Terra tem no seu núcleo e que a Lua também teria se a colisão tivesse chegado ao núcleo da Terra ou se a Lua se tivesse condensado simultaneamente com a Terra a partir da nebulosa primordial.

Claro que sendo esta uma hipótese, há sempre diversos aspetos que não estão compreendidos. Por exemplo, sendo que Vénus também sofreu colisões na mesma altura, porque não formou uma Lua?
E, claro, existem hipóteses alternativas para a formação da Lua. Como exemplo, há a hipótese de que após a colisão de dois planetas maiores que Marte, os detritos resultantes criaram a Terra, que temporariamente teve um anel de detritos à sua volta, que eventualmente formou a Lua.

Agora, novas análises químicas às rochas lunares trazidas pelos astronautas das missões Apollo 11, 12 e 16, mostram que pelo menos metade dos materiais lunares não tiveram a sua origem na Terra, o que dá mais força à hipótese da colisão com Theia.

Leiam aqui, aqui, aqui, e o artigo científico.

Imagem meramente ilustrativa, mas que não corresponde à aparência dos objetos na altura.

Imagem meramente ilustrativa, mas que não corresponde à aparência dos objetos na altura.

5 comentários

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  1. Não existe um valente “raspão” no leito do oceano Pacifico que dá alguma credibilidade a esta hipótese?

    1. O planeta estava em formação… na altura, com a colisão, tínhamos um “planeta magmático”…

      Oceano Pacífico nem imaginava nascer naquela altura 😀

        • PAULO on 07/06/2014 at 01:30

        Ok, estando a superfície em magma, a colisão não deixaria uma cicatriz, certo?

      1. Correto. A colisão não deixaria evidências na superfície terrestre 😉

  2. Eu duvido e criei uma teoria minha própria.
    Que a Lua e a Terra eram um planeta duplo iguaizinhos que acabaram se diferenciando.,

  1. […] conclusão que uma outra hipótese era mais provável: a de que a Lua se terá formado a partir do material ejetado aquando da colisão da Terra com um outro corpo tão ou mais massivo que Marte (que se denominou […]

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