2001 – Odisseia no Espaço

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Revi esta semana, mais uma vez, este filme. Já o vi mais de uma dezena de vezes.
É o filme preferido de muita gente, mas curiosamente, não é o meu preferido 🙂

O filme 2001: Odisseia no Espaço é considerado um dos melhores filmes de ficção científica de sempre.

Segundo a descrição da wikipedia:
“Este filme, com uma duração total de 139 minutos e apenas 40 de diálogo, analisa a evolução do ser humano, desde os primeiros hominídeos capazes de usar instrumentos, até à era espacial e para além disso. (…)
Desde a “Aurora do Homem” (a pré-história), um misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderada pelo experiente David Bowman e Frank Poole é enviada a Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes. (…)”

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Gostei bastante do início, com a Aurora do Homem.
Parece-me que ainda hoje é uma das partes mais recordadas do filme.
O principal significado desta secção é que o monolito negro dá capacidade de raciocínio aos macacos de modo a eles utilizarem os ossos como ferramentas para matarem outros animais.

Na segunda parte, AMT-1, quando vão a caminho da cratera Clavius, na Lua, o vídeo-telefone fez-me lembrar o atual Skype. Penso assim que foi excelentemente profetizado.
Também achei bastante interessante a comida ser semelhante ao que os astronautas comem, mas não será surpreendente porque o filme estreou no ano anterior ao Homem ir à Lua.
Também penso que foi bastante curiosa a história da epidemia que inventaram para encobrir a descoberta do monolito. Se fosse realidade, penso que o mesmo aconteceria.

Na terceira parte, da missão a Júpiter, gostei de ver que o ginásio para se fazer jogging é o anel em rotação da nave.
Adorei quando falaram dos 7 minutos que demorava a informação a ir da Terra até à nave.
Em termos tecnológicos, sendo um filme de há quase 50 anos, vi alguma tecnologia obviamente desatualizada, mas também existia tecnologia ainda hoje futurista.
Claro que o grande protagonista desta parte é o computador futurista HAL. Arrogantemente (ou não), HAL diz que é incapaz de errar, que é perfeito. Em termos de aparência, HAL não parece nada futurista, pelo contrário: mostra-se como somente um ponto de luz, limitado e bizarro (creepy). O melhor do HAL parece-me que é a sua personalidade. Apesar de ser visto como “mau” (tenta matar todos os humanos), a verdade é que ele tinha ordens especiais (estava programado dessa forma) para concretizar a missão da melhor forma possível. Por fim, é óbvio que ninguém gosta de ser morto, e o instinto de auto-preservação do HAL veio ao de cima.

A última secção começa praticamente com uma série de imagens psicadélicas, típicas da década de 1960. As alucinações estavam em voga, e as drogas também.
Afinal, o monolito negro é uma porta para se atravessar o espaço e o tempo.
O novo palco mostra o ator velho a morrer e um bebé cósmico a nascer. Provavelmente, é um simbolismo da morte da nossa forte dependência da tecnologia para entrarmos numa era de espiritualidade cósmica. Ideias New Age…
Para mim, o melhor desta parte, é que a civilização extraterrestre não aparece. Assim, pode-se imaginar o que quisermos. Se aparecesse, iria limitar.

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O filme é obviamente excelente.
Se pensarmos que ele estreou em 1968, antes do primeiro Homem chegar à Lua, então o filme torna-se ainda mais majestoso.
É uma obra-prima que eleva a ciência a patamares nunca antes vistos até à altura (e provavelmente que nunca mais foram alcançados). É um filme bastante detalhado cientificamente.
É verdade que é um filme brilhante, mas ao ser tão científico, torna-se chato por vezes (na minha opinião, claro). Algumas cenas demoram eternidades. Na realidade, passa-se realmente assim, mas como filme, por vezes dá para adormecer…

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Leiam as semelhanças entre a ficção científica e a realidade científica, aqui.

Leiam neste site (podem escolher português), possíveis explicações para o filme.

2001 A SPACE ODYSSEY - v02 - Silver Ferox Design

Como aposto que todos vocês já o viram… o que acharam do filme?

5 comentários

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    • António Castanheira on 20/06/2014 at 17:58
    • Responder

    Vi o filme pela 1ª vez em 1983, ainda bastante jovem (demais) e, posteriormente, a sua sequela “2010”, em 1985.

    Este é um filme que vem de um tempo onde o cinema procurava a arte e as ideias e não apenas o espetáculo e o entertenimento puro e duro.

    Obviamente que todo o conceito é para a época muito avançado (e mesmo para os anos de 1980´s), que a fotografia é excelente e que os momentos em que a naves e os atronautas navegam ao ritmo do “Danúbio Azul” são bastante belas plasticamente.

    O filme tem também o mérito de fazer pensar sobre uma diversidade de questões, começando nas consequências da evolução da inteligência artificial e acabando nas grandes questões fillosóficas “Quem somos?”, “De onde surgimos?”, “Qual é o nosso desígnio?”.

    Naturalmente que, mesmo para um jovem, era fácil compreender que, pela sua forma e constituição, o monólito tinha uma qualquer origem extraterrestre, o que já não era tão claro era a finalidade desse monólito – Um testemunho? Um monitor / vigilante que assinalava ao seu criador os vários passos da evolução da civilização humana? (este é o conceito do conto de FC “A sentinela”, de Arthur C. Clarke e, tendo em conta que este foi co-argumentista do filme, pode ser esta uma boa explicação)

    O mais difícil e “incompreensível” surge depois, na última parte, o velhote e o embrião, que quererá tudo isso dizer?

    Que o homem se transformou em luz/consciência? Que em Jupiter existia outro monólito que assinalou ao seu criador o nascimento de uma nova civilização “plena”, representada pelo feto?

    Kubrick afirmou que a explicação ficaria no critério de cada um mas isto sempre me pareceu demasiado vago. Eu preciso (ou melhor, gosto) de retirar uma conclusão de cada filme, e neste, nunca consegui fazer isso.

    Por essa razão, para mim, é um “bom” filme (principalmente porque faz pensar), mas não é um “excelente” filme.

  1. O extraterrestre é o monólito. Esteve sempre presente nos momentos cruciais da nossa evolução, que no filme se traduzem por 2 janelas de eventos..
    Contudo acho que a visão que Mel Brooks tem da 1º janela de eventos e que é retratado na “História do Mundo” é muito mais humanista…nenhum macaco é vitima de violência.

    1. Na natureza, nesses milhões de anos de evolução de hominídeos, fomos sempre violentos.

      Somos consequência evolutiva da mesma natureza violenta que nos circunda, inclusive outras espécies de primatas têm essa “virtude”.

    • Graciete Virgínia Rietsch Monteiro Fernanbdes on 20/06/2014 at 12:17
    • Responder

    Vi o filme há já bastante tempo e não o compreendi muito bem. Mas também ainda não conhecia o AstroPt. Agora, com todas as explicações e críticas que li, vou torna a vê-lo e tentar formar uma opinião.
    Cumprimentos.

    • Rogério Gonçalves on 20/06/2014 at 02:34
    • Responder

    Vi o filme na 2ª metade da década de setenta. Como profissional de software que era na altura o filme deixou-me duas mensagens que ainda as considero válidas para os dias de hoje.
    A primeira é a capacidade que um projeto tecnológico (controlado por computador) cumpre o seu objetivo independentemente de quem se lhe oponha. No caso do filme, conduzir a nave até Saturno.
    A segunda não menos surpreendente e intrigante, só o construtor do software do Hal 9000 teria acesso a esse software.
    Ainda hoje não será acessível e fácil a engenheiros de software colegas de profissão interferirem com conhecimento e eficácia no trabalho de outros colegas. Dá viroses pela certa.
    Detalhe: O Hal estaria programado para vigiar os tripulantes, e ao constatar que estes conspiravam incomodados contra ele, entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes. (…)”
    É em minha opinião um bom filme e um alerta sobre abusos e cautelas no uso das tecnologias.

    Abraços

  1. […] ter a ver com o computador de bordo (como em 2001 – Odisseia no Espaço) chamado Ben? Isso faria uma ligação interessante com Ethan, o filho androide. Será uma […]

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