Godzilla

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Godzilla é a história de sucesso que parece não ter fim.

Desde banda desenhada/quadrinhos, passando por séries animadas e séries na televisão, e acabando num incrível número de filmes, a ideia de um monstro, dinossauro gigantesco ou enorme criatura pré-histórica, que deve o seu tamanho e força às mutações causadas por radiação de explosões nucleares, parece não ter fim à vista.

A ideia, nascida após a destruição de Hiroshima e Nagasaki por bombas atómicas, personifica o medo das armas nucleares.
Mas a história é simples: é somente um monstro a aterrorizar uma cidade/país.

O ser Godzilla desenvolve-se no mar, longe dos olhares humanos. Só se torna importante quando vem para terra e aterroriza os humanos.
Sem surpresa, estas histórias começaram no Japão…

Pessoalmente, estes filmes não me chamam…

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No entanto, vi recentemente o filme americano de 1998.

Os americanos fazem testes na Polinésia Francesa, onde existem lagartos, incluindo supostamente o famoso Dragão-de-komodo.

Devido à contaminação das explosões nucleares, existe uma mutação onde só um ser (??) é que muda e transforma-se num monstro reptiliano.

E para onde vai o monstro?
Obviamente, após ver um mapa, terá decidido que o melhor sítio para umas férias seria Nova Iorque (que surpresa!). Infelizmente, esta decisão foi tomada antes de um teste de gravidez, que deu como resultado que ela está grávida (é o primeiro ser da sua espécie e já se reproduz sozinha). Assim, temos uma Godzilla a invadir a cidade e a aterrorizar os habitantes de Manhattan. Enquanto faz isso, deposita os seus 200 ovos no estádio Madison Square Garden.

No final, a grande “surpresa”: os humanos ganham.

Apesar de que… fica prometida uma sequela, ao ver-se que um dos filhos de Godzilla está vivo.

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O que gostei:
– ação.
– efeitos especiais.
– raramente mostrarem toda a criatura.

De resto, a substância, a história, o argumento do filme, parece-me um desastre.
Pela história, e pela falta de qualquer lógica racional, é certamente um dos candidatos a filme mais absurdo, como os filmes B que o canal SyFy transmite.

E é melhor nem falar do quão irritante é Godzilla matar toda a gente, mas ficar cara-a-cara com o ator principal do filme e decidir poupá-lo…
Ou de quando eles fogem pelo meio das crias de Godzilla no Madison Square Garden, e não só as criaturas não os apanham, como eles até as conseguem aprisionar com uma simples porta…

Entretanto, este ano, 2014, saiu um novo filme Godzilla.

Talvez porque teve o apoio dos cinemas IMAX 3D, tem tido um enorme sucesso.
Afinal, é diferente ver o filme numa tela ou ter a sensação que se faz parte do filme…

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O novo filme tem premissas similares aos outros filmes. Mas também tem algumas diferenças…

O local é na Califórnia e não em Nova Iorque.
Ou seja, o monstro vem pelo Oceano Pacífico e não pelo Atlântico, o que tem mais lógica.

O filme inclui o recente desastre numa central nuclear Japonesa, após um terramoto. Isto faz com que as pessoas se liguem mais ao filme, porque em parte tem um evento real que está na memória das pessoas.

Por outro lado, a criatura não se desenvolveu rapidamente através de mutações, mas era uma criatura pré-histórica que vivia à superfície quando a Terra continha mais radiação. Para sobreviver, teve que evoluir, mudando-se para o interior da Terra. Devido aos testes nucleares da década de 1950 e ao terramoto que levou ao desastre na central nuclear nesta década, a radiação que se espalhou na zona fez com que a criatura voltasse.
Ou seja, os monstros alimentam-se dessa radiação nuclear.

Uma outra diferença é que existem 3 criaturas e não só uma a aterrorizar os humanos.
Existem um macho e uma fêmea MUTO (Massive Unidentified Terrestrial Organism) e a Godzilla que os combate. Os MUTO pré-históricos são seres que voam.

Os Humanos querem matar os 3 monstros.
Mas Godzilla mata ambos os MUTO e é aclamada como Rei dos Monstros e quiçá Salvadora da Cidade (São Francisco).

Neste filme, Godzilla é mais do que um simples Monstro.
Godzilla é vista como um deus, com muito mais poder que os insignificantes humanos, e que chega para corrigir os erros dos humanos (ao criarem, sem querer, as criaturas más).

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O facto da história ser ligeiramente diferente, torna-a mais apelativa.

Os efeitos especiais são muito bons. Juntando os efeitos especiais a IMAX, a 3D, e a muita ação, temos uma combinação de sucesso.
Daí que este filme tem tido algum sucesso de bilheteira.

Também gostei de ver alguns dos personagens que à primeira vista poderiam ser atores principais, morrerem. O casal de cientistas morre, ficando o seu filho encarregue de tentar resolver os problemas. No entanto, a atuação dos atores não é o que atrai neste filme.

Curiosamente, a primeira parte do filme é só para “construir a história”, sendo que a Godzilla só aparece em todo o seu esplendor a meio do filme…
Há quem goste… e há quem não goste.

Devido ao sucesso deste filme, Hollywood já pensa em sequelas, convertendo este filme numa trilogia.

Duas citações do filme para reflexão:

“(…) there’s a little Godzilla in all of us.” – Há um pouco de Godzilla em todos nós.

“The arrogance of man is thinking nature is in our control… and not the other way around.” – Os Humanos pensam arrogantemente que controlam a natureza, mas é a natureza que os controla.

9 comentários

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    • António Castanheira on 25/06/2014 at 11:03
    • Responder

    São americanos a lutar com bichos gigantes (lagartos, tubarões, vermes, etc, etc), extraterrestres, exterminadores, transformers, etc, whatever, são super hérois americanos (Spider Man, Super Man, Hulk, etc) a lutar contra sei lá o quê, ou são americanos a lutar contra catástrofes naturais como tufões, terramotos, tsunamis ou asteroídes em rota de colisão com a terra.

    O King Kong já foi filmado em 1933, o monstro da Lagoa Negra em 1954, a Torre do Inferno em 1974 e o Super Homem em 1980.

    Causa-me uma repulsa e um pudor enorme verificar que 90% das salas de cinema atual se dedicam a remakes de filmes de há quase 100 anos atrás, realizados ao nível dos antigos filmes de serie B ou ainda pior.

    Admito que tudo isto possa vender muita pipoca e permitir que muito adolescente se sinta confortável por ver que o seu neurónio de miúdo de 9 anos se tornou “mainstream” mas lamento, isto nem sequer é cinema, é outra coisa qualquer.

  1. Gosto mais do “Pacific Rim”. Grandes “mostrengos” e muita “porrada”.

    1. Dá uma pesquisada para ver quais foram as inspirações em que Guillermo del Toro se utilizou para fazer esse filme.

  2. Acho interessante que vejam a ficção de forma tão científica. No entanto já ouviu falar na capacidade dos dragões de Komodo se reproduzirem por partenogénese?
    Adoro o trabalho que vêm desenvolvendo no apoio ao conhecimento científico!

    1. Obrigado pelo feedback 😉

  3. Godzilla cresce de acordo com os prédios a derrubar, hehehe.
    Nos primeiros filmes tinha 25 metros. Passou por 50, 80. Em 2014 está com 110 metros – e umas 20 mil toneladas 😀

    1. A acumulação de radiação faz crescer a Godzilla 😛 LOL 😛

  4. Também gostei mais deste filme… Foi um regresso às origens, já que os MUTOS tinham aparecido nas histórias dos anos 50.
    Como no Godzilla original, ele era o mau da fita, tiveram que criar outro ‘inimigo’, e assim transformar o Godzilla no Salvador!!! Creio que a ideia dos MUTOS nasceu assim…!!!
    Mas o contexto ‘cientifico’ dentro da Ficção obrigatória nestes filmes, até está relativamente bem construído!!!

    Só achei parvo, na sequência final, aquelas ordens entre os elementos das Forças Especiais, na cidade, estilo: Snipers to the roofs!!!! Acho que o pessoal já tinha percebido que aquilo não ia lá com tiros dos snipers!!!!

    Abraços

    1. “Acho que o pessoal já tinha percebido que aquilo não ia lá com tiros dos snipers!!!!”

      LOL … realmente 😛

  1. […] Aliás, a história pareceu-me muito similar a… Godzilla. […]

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