Extant

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Extant é uma nova série produzida pelo famoso Steven Spielberg, que lida com um mistério… espacial.

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Num futuro próximo (em que existem carros sem condutor), a astronauta Molly Woods passa 13 meses sozinha no espaço, a bordo da estação espacial Seraphim.
Quando regressa a casa, inexplicavelmente está grávida de 3 meses (14 semanas).

O que se teria passado?
Não se sabe.

O que se sabe é que ela tinha um problema de saúde que não lhe permitia ter filhos (infertilidade) e também se sabe que ela esteve sozinha na missão espacial e por isso não teve qualquer contacto sexual com outra pessoa.

No entanto, ela lembra-se de ter alucinado (?) uma vez durante a missão e ter visto o falecido ex-marido.
Isto aconteceu após uma tempestade solar (solar flare) que deitou abaixo alguns sistemas elétricos na estação. Devido ao seu ex-marido, Marcus, não aparecer depois em qualquer gravação de vídeo da estação (aparece ela sozinha, como se estivesse com alguém, mas sem mais ninguém lá), ela decide apagar todas as gravações das cameras (para não pensarem que ela era maluquinha) e mente aos chefes dizendo que se enganou e apagou sem querer (mas os chefes percebem que ela está a mentir e a esconder algo). Existem 13 horas de “tempo perdido” nas gravações.

Seria realmente Marcus, seria uma entidade extraterrestre, seria um fantasma, seria uma conspiração governamental, seria somente uma alucinação ou seria outra coisa?
Será que o pai da criança é um morto? Se for isso, isso dá uma nova “vida” aos mediuns 😛

Será que o seu cérebro foi manipulado mentalmente, e daí a “alucinação”?
Se assim foi, essa manipulação é natural? Devido ao ambiente hostil e só, em que ela se encontra durante muito tempo… nestas condições, o nosso cérebro pode-nos provocar alguns “truques”.
Ou será essa manipulação feita por poderes terrestres ou extraterrestres?

Poderá ter a ver com o computador de bordo (como em 2001 – Odisseia no Espaço) chamado Ben? Isso faria uma ligação interessante com Ethan, o filho androide.
Será uma experiência do pai de Ethan e marido atual da Molly? Para criar um híbrido humano-máquina?

Seja qual for a resposta, a verdade é que existe um efeito físico claro: um feto. Ela está grávida.
Logo, não existiu somente uma manipulação mental, uma alucinação.

Entretanto, Molly é contactada por Harmon, um antigo astronauta que supostamente tinha cometido suicídio, e que lhe diz que sabe o que aconteceu durante a missão dela.

Também interessante é a parte familiar da história: ela regressa a casa e tenta dar-se novamente com o marido e com o seu “filho” Ethan que é um androide inteligente.

O 2º episódio também é muito interessante e expande nos mistérios do 1º episódio.

O segundo episódio tem por título “Extinto“. O que terá sido extinto ou que se irá extinguir?

Molly começa a ter alucinações também em terra.
Agora que ela está de volta, as alucinações supostamente deveriam ter parado. Mas não. Molly continua a ver o seu falecido ex-marido, Marcius.

Por outro lado, começa-se a perceber melhor o que aconteceu com o ex-astronauta Harmon.
No espaço, ele também teve uma alucinação: viu a sua falecida mãe.

Na verdade, a “mãe” coloca-lhe a mão também sobre a barriga, tal como Marcus fez com a Molly.
Será que Harmon também está… grávido?

Continua sem se saber se os androides são positivos ou negativos. O filho Ethan continua adorável, mas creepy… tal como em A.I..
Pelo “andar da carruagem”, prevejo que Ethan “vai-se passar” durante esta série…

Mas percebe-se que Julie, a assistente de John (marido de Molly) e nanny de Ethan, vai ser uma defensora de Ethan e dos androides… e, parece-me, vai estar contra Molly.
Julie ou está interessada em John ou está dentro da conspiração global… ou ambos.

A cena em que Molly consegue balançar ovos, parece querer mostrar que ela veio do espaço com alguns “poderes especiais”, mas não há qualquer “magia” nisso.

Katie é a falecida filha de Alan Sparks, o diretor de operações das missões espaciais. Katie foi uma astronauta brilhante.
Mas o que aconteceu a Katie?
Yasumoto diz que tudo começou com Katie, que se sacrificou, e que agora honram a sua memória.

Parece-me que assim, Molly, foi involuntariamente fruto de uma experiência.
Com que objetivo? Não se sabe…

Yasumoto, quando sabe que Molly está grávida, diz que não só os encontramos, mas que eles já estão cá, e que não estamos preparados para eles…
… mas… quem são “eles”?

De seguida, Yasumoto faz um teste que lhe diz que ele tem uma expetativa de vida de somente 102 dias.

Este episódio continua a fazer a série muito interessante e intrigante.
No entanto, parece-me que é preciso existir mais ligação emocional entre as personagens. Normalmente as séries têm sucesso porque nos “ligamos” às personagens… mesmo que sejam máquinas.

A série parece ter elementos de X-Files (o suspense, o mistério, o não se saber o que aconteceu), de A.I. (o filho androide), de Alien (grávida de ET?), e de Species (o que sairá da gravidez? Um híbrido com pais de diferentes planetas? DNA humano e alienígena?).

A parte de Species é interessante, porque ligando ao facto de Yasumoto sair de uma camera do género de Stargate e ligando ao facto dele só ter 102 dias de vida, faz pensar que eles (a empresa) podem estar à procura da imortalidade (como em Helix).

A série também contém como atriz principal a… Hale Berry! Preciso de dizer mais alguma coisa?

A premissa da série é fantástica, que nos permite sonhar com uma fabulosa série.
Esperemos que não se torne numa desilusão como a série Helix

O argumento central misterioso é… intrigante. Faz-me querer ver e saber mais, muito mais.

O próprio título da série é interessante: Extant quer dizer “Ainda Vivo“, “Não Extinto”.
Isto é bastante interessante, porque o título da série quando aparece no promo/trailer, aparece como Extinct, e depois vai mudando gradualmente para Extant.
Por isso, o que terá sido extinto que entretanto voltou a viver? Marcus?

Igualmente interessante é que o 2º episódio intitula-se precisamente: ExtinctExtinto.
E o diálogo no museu é bastante interessante: o robot no museu explica a Ethan porque os Neandertais se extinguiram: devido ao desenvolvimento de uma espécie “melhor e mais forte”, o Homo sapiens.
Ethan, o robot criança fica a pensar… será que está já a pensar substituir a Humanidade, extinguindo-a?
Logo a seguir Ethan pergunta à mãe, Molly, se ela se sente fraca. É verdade que o contexto era o desmaio dela algumas horas antes, mas tendo em conta o diálogo recente com o robot sobre a espécie mais forte extinguir a mais fraca, achei que esta pergunta “Sente-se fraca?” tinha um duplo sentido…

O poster da série, dizendo “Life always finds a way” (a vida encontra sempre uma forma… de continuar), tal como em Jurassic Park, é também muito interessante, que pode levar à imortalidade ou à não-extinção.

Adorei ver a foto dela e ex-marido a mexerem-se dentro da foto. É como em Harry Potter.

Gostei bastante da cena em que Marcus escreve na janela embaciada: Help Me = Ajuda-me.
Mais uma vez, é uma cena fabulosa que abre muitas avenidas de desenvolvimento…

Adoro os hologramas que aparecem… e são muitos.
Possivelmente o melhor é o elefante no museu que “ganha vida”.

Gostei do jogo similar ao Jenga ou Cubo de Rubik, mas “espacial”, com lasers.

Gostei de ver a promoção do suspense conspirativo, nas palavras de Harmon para Molly: Don’t Trust Anybody, que é o mesmo que Trust No One de X-Files.

Não gostei do robot no museu… de aparência low-tech.

Não gostei de ver as baterias da criança.
Como é que o pai tira as baterias e ele continua a funcionar sem elas?
E como as falhas na pele para se ver a entrada, desaparecem ao fechar a portinhola?

Detestei uma das possíveis interpretações da série: ser sobre religião, nomeadamente o Cristianismo.
Espero que Spielberg não me esteja a enganar novamente, vestindo uma história religiosa de roupagem alienígena… como fez com E.T. – O Extraterrestre.
É que o filme parece ter um anjo (Marcus) que entra na nave chamada Seraphim, e que dá um filho a uma mulher infértil ao tocar-lhe na barriga com um dedo…
Além disso, o marido de Molly tem uma discussão com uma das responsáveis pelo investimento nos androides inteligentes sobre… a alma.
Por fim, temos os aspetos da imortalidade e da “vida depois da morte”…

Para já, em que só vi os dois primeiros episódios, gostei bastante… até porque me ponho a imaginar “o que será que vem aí”…

10 comentários

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  1. A história da Lucy Humanich está a ser muito melhor que a dos Aliens! 😀

  2. Gostei bastante do primeiro episódio da 2ª temporada. Mudou tudo! 😀

  3. Gosto bastante da série ser fast paced.
    No entanto, tem ido por avenidas que eu não iria… acho que podia dar mais.

    Adorei a tecnologia para um futuro próximo (10 anos?): com mandar e-mails e attachments “no ar” (episódio 7), com próteses fabulosas (episódio 6), com lentes de contacto que nos dão informações tipo Terminator e que permitem ver no escuro, etc.

    Adoro a frase dita várias vezes no último episódio da primeira temporada por John que nunca vamos compreender a maneira de pensar do ET.

    Adoro que um dos temas fortes da série é a busca pela imortalidade.
    No entanto, foi bastante estranho perceber que o Yasumoto desapareceu nos últimos episódios. Não se ouviu falar dele. É estúpido terem se esquecido dessa história.

    Nos primeiros episódios, a série prometeu ser um thriller psicológico e desafiante. No entanto, gradualmente, talvez devido ao desenrolar das histórias bastante fast-paced, tornou-se mais um “thriller in your face”.

    Ethan devia ter explodido com todo o lab e matado toda a gente, incluindo John e Julie. Ao não o fazer, tornou.se anti-climax e previsível.
    No entanto, adorei ter sido ele a salvar toda a gente no final, por ser o único que o alien não consegue afetar. Pelos vistos, para que a humanidade se salve, as máquinas terão que salvar a humanidade dos aliens.
    E agora Ethan está por toda a rede de internet, o que abre imensas avenidas 🙂

    Há várias inconsistências em diversos episódios, mas após durante toda a série termos visto o alien a atravessar tudo que quisesse, incluindo “saltando” de sítio, e no último episódio termos vistos a alien Katie ter ficado fechada num compartimento da estação espacial… é simplesmente estúpido.

    O acting, ou então as emoções que colocam em certas partes também me parecem muito estranhas e desajustadas.
    A Molly está a ser manipulada, sabe disso, e no entanto age como se o alien fosse mesmo filho dela e fosse bastante inocente. Onde andas tu Ripley?
    Ninguém acha estranho um one-night stand da Julie passar horas a cuidar do “mais importante projeto para a Humanidade” (Ethan).
    John está sempre bem-disposto, mesmo quando está em situações desesperadas.
    etc, etc, etc… as emoções e a realidade não estão em sintonia muitas vezes nas personagens.

    Agora é esperar por 1 de Julho, pela segunda temporada 🙂

  4. Realmente os Gadgets futuristas estão muito bons… (o Elefante espectacular…)!!!
    Actualmente já existem Museus com Hologramas (Termas Romanas na cidade Inglesa de Bath…) mas nada com este nível de interactividade!!!

    O tema principal da série vai ser a Extinção do Homem, seja devido aos E.T.s, ou aos andróides… tudo o resto será secundário, a minha dúvida neste momento é como eles vão ‘descrever’ os E.T.’s: seres de energia; ou um tipo qualquer de parasitas!!!
    Preferia a opção ‘energia’, já que raramente os argumentistas sci-fi vão por aí!!!
    E também podemos ter novamente um final parecido com A.I., onde o andróide acaba por ser o único sobrevivente ‘humano’!!!

    Sobre a estória dos Neandertais, a explicação do robot foi demasiado simplista (convinha aos argumentistas que assim fosse!!!), já que hoje é aceite por todos que os Neandertais não se extinguiram completamente, misturaram-se com os Homo Sapiens… ainda hoje, nós, temos uma pequena percentagem de ADN Neandertal…!!!

    A frase ‘Life always find a way’, pode dar para os dois lados!!! Tanto pode antever que a vida humana irá sempre sobreviver (mesmo quando é ‘invadida’!!!); ou poderá dizer que a vida E.T. que estaria a vaguear pelo espaço (solar flare), em risco de extinção, terá encontrada na Terra, a sua salvação!!!

    Abraços

    1. Olá abidos,

      Tem toda a razão quanto aos Neandertais.

      A interpretação final é realmente muito interessante… e as “solar flares” serem eles 😉

      Já existiram filmes com a opção “energia”, mas têm sido maus 🙁
      Exemplo: http://www.astropt.org/2012/09/10/a-hora-mais-negra/

      abraços

    2. “a minha dúvida neste momento é como eles vão ‘descrever’ os E.T.’s: seres de energia; ou um tipo qualquer de parasitas!!!”

      — acho que optaram por uma mistura: seres de energia, mas que se expandem como esporos e como parasitas de hospedeiros humanos,

  5. Parece mais propaganda religiosa do que uma série de FC.

    Está nos antípodas dos meus gostos.

    1. Foi aqui transmitido o 1º episódio. Apesar de não estar muito entusiasmada, resolvi ver para que não me acusassem de criticar sem saber do que falava.
      Infelizmente, a opinião que tinha (baseada no texto do Carlos) não se alterou.
      De FC, a série quase só tem o ambiente futurista (uns gadgets modernaços e o robot). A estação espacial já não é FC.
      Mas a FC serviu apenas para embrulhar um monte de ideias religiosas e pseudo (alma, imaculada concepção, fantasmas, mortos-vivos e até um cheirinho de conspiração). Só faltou que a protagonista se chamasse Holy em vez de Molly.
      Dificilmente os próximos episódios conseguirão racionalizar tudo isto.
      Para piorar as coisas, o miúdo é assustador. Pareceu-me muito mais próximo de Carrie do que de AI.
      Se é um robot, não respeita as três leis. Se não é, temos um humano com poderes especiais. E o poder corrompe.
      A minha impressão é que o miúdo é uma metáfora dos “perigos” da ciência.

      1. 😀

  6. Excelente!

    Algumas coisas me lembram Minority Report do próprio Spielberg.

  1. […] mesmos erros. Sinceramente, parece-me mais simples ter (ou retirar) um chip emocional, como têm os Humanichs ou o Mr. […]

  2. […] the Dome (Domo / Prisão Invisível) é uma série que, tal como a série Extant, tinha tudo para ser espectacular devido à sua premissa […]

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