O Som do Trovão

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A Sound of Thunder (O Som do Trovão) é um filme baseado num conto de Ray Bradbury, com o mesmo nome.

O filme lida com viagens no tempo, e baseia-se na ideia do “efeito borboleta“, uma pequena variação num fenómeno/evento pode ter repercussões enormes no futuro.

Pessoalmente, por defeito, gosto bastante das histórias com viagens no tempo… apesar de cientificamente incorretas.

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Em 2055, não só é possível voltar atrás no tempo, mas existe inclusivé uma empresa de viagens temporais.
A empresa Time Safari (Safari no Tempo) proporciona viagens turísticas a quem quer ter férias breves e diferentes…

Claro que o preço destas viagens é exorbitante.
Por isso, só os grandes multimilionários se aventuram neste tipo de entretenimento.
Obviamente, a experiência é fabulosa: safaris no tempo dos dinossauros…

Existe uma regra nestas viagens: só se pode caçar/matar animais pré-determinados: aqueles que se sabe que vão morrer rapidamente de forma natural.
Assim, não se altera o futuro…

No entanto, num desses safaris, uma arma não funciona corretamente, o que leva a que o dinossauro não fosse abatido e investisse na direção das pessoas. Um dos turistas teve medo, e sem querer pisou fora da passadeira determinada.

Devido a isso, matou uma borboleta.

Quando regressam ao presente percebem que essa pequena mudança levou a algumas consequências: temperaturas mais altas, mais e maiores plantas, mais e maiores insetos, etc.

O problema é que as mudanças não terminam…
As ondas temporais continuam a atingir o presente, e de cada vez que uma onda temporal (como as ondas num lago, quando atiramos uma pequena pedra) atinge o presente, novas mudanças acontecem.

Se no início as consequências são pequenas e limitadas, à medida que mais e mais ondas temporais chegam ao presente, gradualmente mudanças mais radicais são sentidas.
As sucessivas ondas temporais vão mudando a paisagem (grande parte do mundo está agora submerso) e o tipo de vida existente na Terra no presente (com babuínos-lagartos, morcegos reptilianos gigantes, enguias reptilianas, peixes-humanoides, etc).

Se os cientistas não conseguirem travar as ondas temporais, certamente que uma das próximas mudanças poderá ser a não-existência de humanos…

O filme tem uma premissa excelente, que só por si proporciona um bom entretenimento.
No entanto, falta-lhe tudo o resto: a história ficou a anos-luz do que poderia ser, o desenrolar do filme tem vários “buracos”, os efeitos especiais são péssimos (ex: carros nas ruas enquanto as personagens “andam” supostamente no passeio), o trabalho dos atores é mau, existem vários erros científicos… enfim… é um mau filme com uma história que faz pouco sentido.

Comentários “avulsos” que deixo:
– se todas as expedições são para o mesmo local e para o mesmo tempo, de modo a matarem o mesmo dinossauro… como é que os grupos não se veem uns aos outros?
– o Princípio da Incerteza de Heisenberg não diz: “acidentes acontecem”.
– as ondas de tempo são inconsistentes: umas vezes nem se notam e outras vezes deitam abaixo pessoas e carros.
– não entendi nada do final, em termos de holodisco. Como é que o holodisco no tempo real grava o que aconteceu no tempo alternativo? Mistério…
– qual a melhor parte do filme? O seu trailer.
– porque o trailer diz “ano 2054” e o filme começa logo nos primeiros segundos a dizer que estamos no “ano 2055”? Mistério…

Conclusão: não percam tempo com este filme…

6 comentários

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  1. Realmente o filme foi fraco mas a ideia central é boa!apenas não souberam aproveitar! O lance dos efeitos especiais no meu caso não me interessa muito o pior foi a falta de pesquisas sobre as teorias científicas

  2. Expliquem-me como viajar no tempo com interação física sem cair no quarto do vizinho.
    Só imagino a possibilidade de existirem observadores exteriores às 3 dimensões, de modo a não provocarem desalinhamento nos eventos.
    Para ser feito com interação, parece-me algo de muito alto risco.
    E o que são as ondas do tempo?
    Toda esta possibilidade faz-me lembrar uma simulação “Matrixiana”, com um Universo a correr “quadro” a “quadro”, onde cada “quadro” é um volume numa das imensas posições de interação temporal.
    É quase como jogar no computador, mas com a possibilidade de reverter o sentido da evolução dos eventos, onde imensos dos intervenientes tem capacidade de interação autónoma.
    Ou seja, tudo é composto por blocos de código tridimensional…e com fartura de opções.
    Agora tentem imaginar um “calculador-simulador” com capacidade para tal. Não deve ser a 3D de certeza.

    Não estou “ganzado”, é só um sonho estranho…

    1. “Expliquem-me como viajar no tempo com interação física sem cair no quarto do vizinho.”

      Exato 😛

      Mas se cairmos no quarto da vizinha, até pode não ser mau 😛 ehehehehe 😛

  3. Não vi o filme, mas a premissa do filme parece muito boa. Na verdade se por ventura uma viagem no tempo fosse possível, o simples falto de voltar ao passado para observar algum evento já pode alterar tudo no futuro. Um simples cheiro do viajante do tempo poderia mudar toda uma cadeia de eventos futura. Por isto que eu achei a premissa do filme interessante, apesar dessa desculpa esfarrapada para poder voltar no passado sem grandes consequências se não mexer em muita coisa, de repente poderiam ter desenvolvido melhor o filme.

    1. Para mim, o mais absurdo no filme são as ondas.
      Assumindo que se podem fazer viagens no tempo, seria lógico se as alterações produzidas no futuro fossem imediatas.
      Neste aspecto, Regresso ao Futuro é bem melhor.

    • Flávio Silva on 24/07/2014 at 00:00
    • Responder

    coincidência ou não vi ontem no canal Hollywood esse filme. Foi perda de tempo? Se eles tivessem feito safaris até exterminarem uma espécie ainda me acreditava que alguma coisa no futuro mudasse. A premissa é boa .Mais se eles mudam o passado não era de esperar quando voltassem ao futuro estava diferente?

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