Jornalismo impossível cria motor espacial baseado em mentiras

emdrive

Nos últimos dias tem sido divulgada em quase tudo que é jornal, blog, e redes sociais uma notícia aparentemente fantástica: um motor espacial que viola as leis da física e que nos vai permitir viajar pelo espaço sem qualquer combustível (propulsão constante e perpétua).

Em vez de estar a colocar os links de milhões de websites que partilharam esta vigarice, vão ao Google e coloquem “impossible drive” e “motor impossivel”, e vejam os milhões de páginas que vos aparecem… quer em inglês quer em português.

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Vamos por partes:

1º: Vigarice.
Quando lerem que algo viola as leis da física, e estiverem sentados ou de pé, presos ao chão, a trabalhar num computador, tablet ou telemóvel, a utilizar diversas leis físicas (neste caso, Lei da Conservação do Momento), já sabem que imediatamente devem deitar essa página, website ou jornal ao lixo. Sabem imediatamente que é uma notícia pseudo, sem qualquer credibilidade, e que vos estão a vender uma vigarice.

2º: Violar as leis da física.
O website desta ideia informa: “the technology is firmly anchored in the basic laws of physics and following an extensive review process, no transgressions of these laws have been identified.”
Deixem-me traduzir: o próprio autor escreve literalmente que este conceito não viola quaisquer leis da física.
Deixem-me repetir: não viola quaisquer leis da física!

Muitos jornaleiros (chamar-lhes jornalistas seria insultar os jornalistas) resolveram mentir descaradamente aos leitores e dizer exatamente o contrário do que o autor diz, num claro sinal que se está na presença de vigaristas.

3º: Ideia Simples.
A ideia é ter propulsão sem ser preciso combustível.
Parece uma ideia revolucionária, mas está bem assente na física.
Utilizando a 2ª Lei de Newton e o fenómeno da pressão de radiação, talvez seja possível converter a radiação recebida pela sonda em força para a impulsionar. Obviamente, é uma força muito pequena que vai acumulando aos poucos.
A tecnologia iria converter diretamente energia eletromagnética em impulsão, sem ser preciso qualquer combustível convencional.
A energia é no comprimento de onda das microondas, que são utilizadas repetidamente para irem gradualmente gerando mais impulso (sem precisar de “tubo de escape” na direção contrária ao movimento). Leiam o artigo científico, aqui.

A ideia é que um feixe de microondas dentro de uma cavidade ressonante especialmente projetada geraria pressão de radiação nas paredes em quantidades diferentes, isso faria com que ela fosse empurrada, e com ela todo o resto do motor.

Mas note-se: isto não é uma máquina de movimento perpétuo!
A nave precisa de capturar o chamado “plasma do vácuo” ou a energia de ventos estelares, para converter em microondas e ter sempre esse “combustível” disponível. A nave precisa de estar constantemente a reabastecer-se de fotões, porque as microondas que embatem nas superfícies da nave perdem energia.
É uma ideia muito similar a ter aviões a retirar oxigénio da atmosfera terrestre (que já existem testes de sucesso) ou as teóricas naves espaciais que utilizam o mesmo modelo mas que retiram os átomos de hidrogénio existente no chamado (incorretamente) vácuo espacial.

Na prática, é uma ideia muito similar às sondas movidas por velas solares. Que funcionam por terem radiação eletromagnética (radiação solar) a incidir sobre elas e a mover muito gradualmente a sonda. Claro que também pode ser conseguido com um laser apontado às velas para mover a sonda… como se fosse uma ventoínha a enviar vento para as velas.

4º: NASA.
Sim, a NASA está interessada em viajar pelo espaço, daí que não é surpreendente que se interesse por fazer experiências para tentar provar (ou não) a validade de determinado conceito. Leiam o artigo apresentado na conferência.
Este interesse é absolutamente normal, e nada de extraordinário como os vigaristas querem fazer crer.

A NASA não está a “validar” um dado conceito, só por testar certas ideias.
Os vigaristas são todos iguais, quer vendam notícias espaciais falsas quer vendem tretas alternativas na saúde. Quando instituições credíveis internacionais testam o Reiki e a Homeopatia e chegam à conclusão que não funcionam, os crentes nas parvoíces do Reiki e da Homeopatia apressam-se a dizer que se essas instituições fizeram essas experiências, então é porque elas funcionam. Mas não! Testa-se para saber se funcionam ou não. E nestes casos, sabe-se que não funcionam!

5º: Experiências e Resultados.
Em experiências limitadas em laboratório foi criada uma força incrivelmente pequena (30-50 micro-Newtons).
O que isso nos diz? Que apesar da fraca força produzida, o conceito poderá ter viabilidade prática. A tecnologia poderá funcionar da forma como é teorizada.

6º: Ainda não explicável.
Apesar do conceito ser simples, há algumas arestas por limar, evidentemente.

Por exemplo, ainda não se sabe donde vem essa força minúscula extra (àparte a recebida da radiação). Poderá ter a ver com as partículas subatómicas virtuais que aparecem e desaparecem continuamente no espaço vazio.

Apesar dos cientistas terem tentado reduzir os erros ao máximo, pode ter existido um erro nas medições.

Pode também ter existido um problema no equipamento que levou a que as medições fossem erradas.

Note-se que foi isto mesmo que aconteceu quando saiu a notícia de que se mediram neutrinos a viajar mais rápidos que a luz. Tinha sido um problema no equipamento.

Ainda outro exemplo é a Anomalia das Pioneer: elas estavam a perder velocidade e não se percebia porquê. Depois de algumas especulações e explicações mediáticas sensacionalistas (como uma 5ª força no Universo), a verdade foi encontrada: a sonda tem uma parte mais quente, que emite radiação infravermelha e retarda o seu impulso.

É importante realçar também que a experiência foi feita sob a atmosfera terrestre e não no vácuo, daí que os minúsculos resultados encontrados podem ser devidos à influência do ar.

Tendo em conta que o relatório afirma que os cientistas conseguem medir as vibrações causadas pelas ondas do mar que se encontram a quilómetros de distância, então o professor Chad Orzel diz que as medições terão certamente dado conta de uma diferença termal no ar (que é normal neste tipo de experiências laboratoriais)… e assim, nada tem a ver com explicações exóticas.

7º: Mais Experiências e Resultados.
Em ciência, é sempre necessário que outras equipas independentes reproduzam os resultados.
Falta isso.
É necessário que várias equipas independentes, noutros locais, validem ou invalidem os resultados. Se elas não conseguirem reproduzir os mesmos resultados, então é porque algo correu mal na experiência inicial.

8º: Conferência.
É importante notar que o artigo não é um anúncio oficial dos resultados verificados, é sim um relatório de progresso que foi apresentado numa conferência.
Basicamente, os investigadores anunciaram resultados preliminares, sem qualquer peer-review, e que teve como objetivo somente divulgar a ideia numa conferência.
O objetivo foi dizer na conferência: “Hey, temos uma ideia interessante e estamos a trabalhar nela. Alguém tem outras ideias de como podemos melhorar esta experiência?”
É só isto! Nada mais!

9º: Duração da experiência.
Os testes deste motor na NASA foram feitos durante… 8 dias.
Sim, foi somente durante 8 dias!
Ainda não existiu tempo para dar qualquer credibilidade a isto.

10º: Resultados Contraditórios.
Durante esses 8 dias foram feitas duas experiências: uma que tinha por objetivo produzir a propulsão, e outra que tinha por objetivo não produzir qualquer propulsão.
Os resultados foram simples: ambas as experiências produziram a tal propulsão mencionada.

Os dois resultados não validam o conceito como verdadeiro! Pelo contrário!
O facto da experiência que foi feita para não dar qualquer propulsão, ter mesmo assim dado a mesmíssima propulsão, quer dizer que os resultados nada têm a ver com o conceito colocado à experiência. A hipótese teve resposta negativa.
O mais provável é existir uma influência natural (ar, erros, etc) que provoca o tal resultado encontrado, independentemente do conceito estar ou não a ser aplicado.

11º: Resultados Extra.
Na experiência feita na NASA, a energia consumida (colocada no sistema) foi superior à energia utilizada para a propulsão. Ou seja, foi colocada energia suficiente no sistema para existir alguma propulsão.

12º: Fonte de Energia.
Para a nave ter uma contínua fonte de radiação microondas (para poder existir a impulsão), tem que existir um contínuo retirar da energia do “quantum vacuum virtual plasma” (como referem os autores).
Mas o que é isto?
Ninguém sabe. É pura especulação cosmológica. Como diz o Sean Carroll, teoricamente fala-se em quantum vacuum, mas nada tem a ver com plasma!

13º: Autores.
A Discover Magazine não tem dúvidas: isto é só uma jogada de marketing de um inventor britânico, Roger Shawyer, para conseguir financiamento para a sua empresa: SPR Ltd.
E a Discover Magazine continua: quem “vendeu” a ideia à NASA, foi Guido Fetta, um vendedor de produtos alimentares, químicos e farmaceuticos, que de engenharia espacial pouco ou nada deve perceber.
E quem “comprou” este conceito em nome da NASA foi o nosso conhecido Harold White, que frequentemente aparece nas notícias com ideias estapafúrdicas, normalmente com o objetivo de marketing a algo promovido por ele, como aqui.

Ou seja, chamar a isto uma investigação da NASA é um abuso!

14º: Probabilidade.
Tendo em conta tudo isto, o que é que acham que é mais provável?

Que 8 dias de testes num conceito levou a resultados que revolucionam tudo o que se sabe sobre viagens espaciais?
OU
Que existem erros estatísticos nas medições ou influências naturais que levam aos pequeníssimos resultados encontrados?

15º: Vergonha.
É vergonhoso que jornaleiros e crentes em tudo que é exótico, deitem fora todo o conhecimento científico e todo o sentido crítico para promoverem o sensacionalismo e enganarem os leitores.

É ainda mais vergonhoso e totalmente contrário à ética, daqui a alguns meses, quando os cientistas provarem que os resultados deviam-se a erros na experiência, que estes jornaleiros vão culpar a NASA pela negação destas notícias.
É incrivelmente vergonhoso porque é uma mentira!
A NASA nunca validou estes resultados. A NASA nunca afirmou nada daquilo que os jornaleiros andam a escrever.
Mas em vez de pedirem desculpas à NASA e aos seus leitores pelas imbecilidades que andam a dizer, como já aconteceu no passado os jornaleiros vão culpar a NASA.

Isto não é só vergonhoso, mas também é perigoso. Andam a dar tempo, atenção e chances de financiamento ao sensacionalismo, enquanto os verdadeiros avanços na exploração espacial (incluindo viagens espaciais) são ignorados.

16º: Conclusão.
Carl Sagan dizia que afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias.
As evidências extraordinárias NÃO existem aqui.
Por isso, todas as afirmações extraordinárias que leem pela web são imbecilidades.

17º: Fontes.
Leiam também estes artigos: Discover Magazine, Phil Plait (tradução), Mika McKinnon, Chad Orzel, NeuroLógica, MeioBit.

30 comentários

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    • Marcelo S. Nascimento on 11/02/2015 at 19:46
    • Responder

    1º – o experimento existe de fato ????

    2º – a NASA realmente testou ???

    3º- ele funcionou nesses testes ???

    fora o sensacionalismo de um lado a desinformação pelo outro não é o caminho….

    se esta coisa funciona em TESTES PRELIMINARES devesse estudar o conceito e não esquece-lo porque jornais o definiram erradamente ou porque ninguém entendeu o mesmo…

    1. Claramente não leu o texto.
      Por isso, o que eu sugiro é que leia o texto (sobretudo os pontos 8 e 10) antes de fazer figurinha tola nos comentários.

      abraços

  1. estava mesmo a acreditar que era verdade ate ter lido este texto , de facto concordo com o sensacionalismo utilizado .abraço

  2. Foi a melhor análise que li sobre esse assunto, tem opinião rica em informações , elucida oque tem de consistência e inconsistência no projeto, e vai além comentando sobre a responsabilidade por parte da imprensa neste assunto que serviu para atrair a atenção de muita gente! Excelente!

    1. Obrigado pelas suas palavras 😉

    • Graciete Virgínia Rietsch Monteiro Fernanbdes on 08/08/2014 at 20:39
    • Responder

    Obrigada Professores Carlos Oliveira e Manel Rosa Martins pelas explicações apresentadas e desmistificação do sensacionalismo.

    1. Obrigado 😉

  3. Já havia lido isso Em um site de curiosidades achei ate interessante , Muito Bom Carlos

    1. 😉

    • Maria Gomes-Solecki on 08/08/2014 at 16:33
    • Responder

    Muito bom, Carlos!

    Obrigada por tirares tanto do teu tempo para explicar sucintamente conceitos tao complicados.

    1. Obrigado Maria 🙂

    • Manel Rosa Martins on 08/08/2014 at 12:13
    • Responder

    A Missão experimental da nave equipada com vela solar da NASA tem a designação de “In-Space Demonstration of a Mission-Capable Solar Sail.” O lançamento foi agendado “para 2015.”

    Utiliza um foguetão a combustível químico Falcon-9 para colocar a nave ou numa órbita baixa ou mais elevada, consoante os objectivos ainda por definir (sistema de alerta para tempestades solares ou sistema de limpeza de lixo espacial).

    A vela terá uma área de pouco mais de 2, 000 m^2 (dois mil metros quadrados), ou cerca de 1/4 dum campo de futebol para gerar um impulso vectorial de 0. 01 Newton .

    Conseguirá esta vela verosímil assim gerar um impulso equivalente a conseguir impulsionar uma minúscula pastilha de adoçante daquelas usadas por pessoas que o preferem ao açúcar no café.

    Neste conceito hipotético do post não se deve talvez falar em “motor,” pois seria sem peças móveis nem combustão, seria uma unidade de energia.

    Entretanto a informação soibre a vela solar é algo vaga quanto a datas (chegou a estar anunciada para este ano de 2014), objectivos e tipo de órbita.

    Não obstante, um dos objectivos no entanto pareceu-me mais realista: a vela serviria para controlar a atitude da nave (como esta está apontada, para simplificar) evitando o recurso aos mini foguetes usuais.

    http://www.nasa.gov/mission_pages/tdm/solarsail/solarsail_overview.html#.U-SqAeNdWSo

    1. Ou seja, em termos de resultados… a vela solar produz resultados melhores em termos de impulsão… certo? 😉

        • Manel Rosa Martins on 08/08/2014 at 22:03

        A luz solar produz impulsão, ao passo que este conceito tem 2 tipos de impeditivos da natureza para produzir Força.

        1) Complexo: os fotões dos micro-ondas por cada colisão para gerar impulso perdem 1/3 da sua energia. Caso o aparato tenha 30 centímetros (de metro ) de lado será uma caixa com 27 mil c.c..

        Os fotões perdem toda a sua energia em cerca de 1 nano segundo.

        Isto porque a sua energia é absorvida pelos electrões dos átomos das paredes da caixa. As Leis da conservação assim o ditam, bem como a Electrodinâmica Quântica (QED, Feynmann et al).

        Ao ser absorvida produz especificamente zero impulso útil, de trabalho.

        2) Simples: os fotões no nível de energia do microondas têm um comprimento de onda longo e um nível de energia baixo.

        Este ponto 2) é tão óbvio que basta verificar em qualquer diagrama do spectrum electromagnético.

        Penso que o conhecimento básico das Leis da Física não foi ponderado pelos autores, e que estes estão a avaliar muito mal.
        __

        Também tenho dificuldade em acompanhar um projecto cujos alçados nem têm escala, isso apenas revela falta de brio profissional. Poderá dever-se a um excesso de entusiasmo, o que é aceitável num inventor.

        Para a Física neste momento existe uma proposta com uma bateria de testes não científicos, com erros grosseiros e incapacidade de análise básica duma qualquer investigação. Não obstante tb existe um erro estatístico que não deixa de ser sempre uma curiosidade.

        Na escala de Sigma de erro-padrão (ou desvio) não há eventos que permitam sequer atribuir qualquer quantificação. É o mesmo que dizer que os testes até hoje não o são à luz da investigação básica.

        Por bondade, pode-se ainda verificar que estes testes sem validade produziram resultados…que negam a validade do projecto.

        Por vezes um disparate pode ser salvo por outro. Por vezes, mas muito menos do que 3 x em 1 milhão.

        à luz da Física não vejo, até agora, qualquer indício prometedor.

        As pessoas têm que compreender que isto tudo que relato faz parte do processo de invenção: a falha.

        Por isso não condeno os autores e até espero que aprendam com os erros, pois é assim que se aprende.

    • BetinhoFloripa on 08/08/2014 at 10:43
    • Responder

    Adoro qdo jogo gasolina na fogueira….as labaredas são melhores do que uma simples chama…abraços 🙂

    1. 😀

  4. Muito bom. É bom ter um site que desmistifique esses “mal entendidos” propositais e extraordinários que povoam as mídias sociais.

    1. Obrigado 🙂

    • Manel Rosa Martins on 08/08/2014 at 01:22
    • Responder

    Até a NOVA Next caiu no embuste do sensacionalismo.

    No caso da propulsão por vela solar, a fórmula da pressão de radiação resulta que é necessária uma área de vela de mais de 3 mil campos de futebol para propulsar uma nave com 1 tonelada de quilograma.

    Uma área verosímil, pequena, pode é ser um propulsor auxiliar.

    Quanto a este conceito, os fotões perdem uma razão de 1/3 da sua energia por cada colisão com as paredes onde exercem força. Para reabastecer de fotões em quantidades úteis de novo a fórmula da vela solar.

    Ou seja, é um conceito que ainda não está confirmado, e se um dia o for tem obstáculos práticos formidáveis para a sua aplicação.

    Em todo o caso, como refere o autor, não viola qualquer Lei da Física, no caso a da Conservação do Momento.

    Excelente o teu singular conhecimento do historial desta proposta hipotética.

    🙂

    1. Não sei se foi mudança de gerencia… mas de há 2 anos pra cá, deixei de ver os programas da NOVA, devido a ter incluído o sensacionalismo 🙁
      http://www.pbs.org/wgbh/nova/next/space/improbable-thruster-seems-work-violating-known-laws-physics/

      A space.com é a mesma coisa 🙁
      http://www.space.com/26713-impossible-space-engine-nasa-test.html

      Quantos aos 3000 campos de futebol… é uma comparação excelente para se perceber a atual (in)viabilidade prática destes conceitos… 😉

      abraços!

        • Nuno José Almeida on 08/08/2014 at 06:17

        Mas tem de ser necessariamente esse a fonte energética? Porque se o motor for eficiente podia ser uma outra coisa qq que não essas parvoíces,enquanto não levarem um para experimentar no vácuo não saberemos.

      1. Não entendi…

        A pergunta é se os resultados da experiência se podem dever a alguma força desconhecida ou “combustível no ar atmosférico”?

    • Nuno José Almeida on 07/08/2014 at 23:54
    • Responder

    Carlos faltou dizer uma coisa, esta foi a 3ª experiência que testou o conceito, as outras duas tinham obtido quase o dobro da força.

    1. Sim, tens toda a razão.

      Eu conscientemente não referi isso 😉

      E porque não referi? Qual foi o meu critério? 😉

      Os artigos que tenho visto na net falam é da experiencia da NASA. Ninguém quis saber quando foram as outras experiencias. Referem isso, mas agora, não na altura delas.

      E, mais importante, como tu referes, os valores obtidos foram completamente díspares destes.
      Ou seja, basicamente tens algumas experiências que não se entendem entre si.
      Se os resultados fossem devidos ao conceito, então todas elas deveriam dar o mesmo valor. Tal como sempre se faz em ciência…
      Mas não dão. Dão valores díspares, como tu referes. O que me leva a pensar que as outras experiencias tiveram outras variaveis não controladas. Mas como não sei os detalhes das outras experiencias, por exemplo, dos chineses, para saber exatamente o que poderia ter dado esses valores… preferi me manter na experiencia da NASA, em que o laboratório é conhecido e tem dado o tal erro térmico das correntes de ar.
      Nos outros laboratórios, provavelmente existiam mais variaveis em que eles cometeram erros.

      Nota de qualquer modo, que algumas criticas apontadas aqui, servem para todas as experiencias. Por exemplo, serem feitas ao ar…

      abraços!

      P.S.: estava à espera que alguém falasse nisso, porque essa crítica realmente é excelente, e é como disse: conscientemente resolvi não “complicar” no texto 😉

        • Nuno José Almeida on 08/08/2014 at 06:14

        Lol, estive para escrever a tua resposta, se tivesse feito tinha falhado umas virgulas 😀

    • Luís Gonzaga Parente Ribeiro Moreira on 07/08/2014 at 23:37
    • Responder

    Olá meu amigo Carlos. O que mais admiro neste seu documento é sem dúvida a sua capacidade de trabalho bem evidenciada, logo após a intervenção cirúrgica, bem recente, a que foi submetido. Não há dúvidas que está em grande forma para satisfação minha e dos seus inúmeros admiradores. A denúncia destes embustes é e será sempre necessária, para esclarecimento de alguns que de boa fé acreditam no sensacionalismo. Se me permitem lembrarei uma citação de uma grande referência desde a minha juventude, ou seja Carl Sagan, que diz:- “Eu não quero acreditar, eu quero saber” Um grande abraço e muita saúde.

    1. Olá amigo Luís Gonzaga,

      Muito obrigado pelas suas palavras.

      Ainda estou com os pontos e agrafos, mas estou muito melhor 🙂
      Obrigado 😉

    • José Simões on 07/08/2014 at 22:54
    • Responder

    Bem reconheço que estou a entrar num assunto algo irrelevante, mas como acho que também se devem corrigir os erros de ortografia (que eu cometo muito), trago o assunto à baila.

    Não sei como se pode escrever “micro-Newtons” quando o termo correcto segundo o NIST é “micronewtons”. Sem tracinho e sem a maiúscula. Sim estava assim no texto original, o que apenas aumenta a minha perplexidade.

    cf.

    http://physics.nist.gov/cuu/Units/units.html

    http://physics.nist.gov/cuu/Units/prefixes.html

    Claro que o texto do NIST não é o tratado do SI, mas é a sua interpretação aceite universalmente pelos físicos americanos e ninguém lhe encontrou nenhuma inconformidade com a convenção do SI. O termo usado não é conforme.

    (pequena nota: eu preferiria usar a unidade no singular).

    1. Como se pode ver em vários artigos meus, eu não ligo muito a essas convenções internacionais sobre unidades… e sendo sincero, não sabia qual a forma certa para os micro-Newtons.
      Fui ao Google e usei a forma como vi alguns cientistas a escreverem.

      Exemplo: o bioquímico John Timmer:
      http://arstechnica.com/science/2014/08/dont-buy-stock-in-impossible-space-drives-just-yet/

      Mas se procurar no Google, vê certamente muitos cientistas a escrever dessa forma.
      Veja esta tese de doutoramento em engenharia mecânica:
      http://books.google.pt/books?id=nQX15ATn2eoC&pg=PA69&lpg=PA69&dq=%22micro-Newtons%22&source=bl&ots=Df8shwrT1r&sig=O19T9Wx1wqJMwIsbaIsTwm2ILX0&hl=pt-PT&sa=X&ei=rvfjU87VO-ag0QXAjYDYDg&ved=0CEMQ6AEwBQ#v=onepage&q=%22micro-Newtons%22&f=false

      Aliás, vêem-se tantos exemplos desta forma, escritos por cientistas e doutorados, que não me pareça que eu o fazer seja grave ou mereça correção 😉

      abraços

  5. Este artigo teve a supervisão e contribuição em alguns pontos do doutorando Manuel Rosa Martins 😉

  1. […] a este nosso artigo, em que criticamos a forma como a comunicação social divulgou uma notícia e em que esclarecemos […]

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