Uma Conspiração Permanente(mente) sem Frutos – Parte I

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Recentemente ocorreu, e ainda ocorre, o surto do Ébola. Para a ciência é uma novidade e algumas empresas já se apressam a criar vacinas para o vírus (duas vacinas candidatas da GlaxoSmithKline e da NewLink Genetics, e uma terceira, da Johnson & Johnson, devem começar os testes humanos em janeiro) (vejam aqui),

Alguns medicamentos experimentais, como o ZMapp, famoso por ter sido usado em algum pessoal de saúde, embora não esteja comprovada a sua eficácia em humanos, terá de passar por alguns ensaios. (aqui mais informação)

De um lado temos a ciência e os medicamentos experimentais, passem por aqui para ler mais, do outro lado, temos as pessoas que não entendem a ciência e olham para estes surtos como oportunidades provocadas por alguém de forma a ganhar muito dinheiro. A cada surto a conversa é sempre a mesma: ora vão-nos matar, ora vão-nos manipular e tudo para ficarem mais ricos. Quem? Ninguém sabe. Como? Ninguém diz. E é aqui que falham as teorias da conspiração, não têm respostas para as perguntas básicas.

Entretanto, deixo aqui uma forma de diferenciar uma conspiração de uma ideia não conspirativa. Uma conspiração pega em factos ocorridos e cria ad-hoc uma estória para colar aos factos. Nunca, mas nunca uma conspiração prevê, apenas diz que algo aconteceu e já se previa mas nunca previu qualquer ocorrência. Ou seja, uma conspiração aparece sempre depois de ocorrências.

O ébola e porquê só agora?

O vírus ébola pertence à família dos Filovírus, de RNA inteiro. Exitem cinco estirpes de ébolavírus, o actual surto é provocado pela estirpe Ebolavirus zaire. As outras patogénicas são o “Ebolavirus sudanEbolavirus bundibugyo e o Ebolavirus taïforest. O quinto vírus, a espécie Ebolavirus reston, não aparenta provocar a doença em seres humanos.” (DeRerum Natura)

Quando o vírus é restrito a uma pequena população numa área delimitada a investigação é ténue pois não vale a pena o gasto de dinheiro, energia e deslocalização de investigadores de onde eles fazem falta. Por isso é normal que se disponha de pouca informação acerca deste vírus. Agora que o surto limitado geograficamente e restrito a poucos infectados extrapolou, foi necessário acelerar e atalhar pesquisas de vacinas e medicamentos.

Esta foi a parte 1, na próxima vamos ter o exemplo da histeria da gripe H1N1 e o que (nada) aconteceu que os conspiracionistas disseram que ia acontecer. Não houve diminuição de 2/3 da população como essa malta dos charros de papel afirmava.

1 comentário

    • Dinis Ribeiro on 29/06/2015 at 22:54
    • Responder

    Quanto a este aspecto:

    “Não houve diminuição de 2/3 da população como essa malta dos charros de papel afirmava.”

    Tenho uma sugestão:

    Operation INFEKTION
    https://en.wikipedia.org/wiki/Operation_INFEKTION

    Misconceptions about HIV/AIDS
    https://en.wikipedia.org/wiki/Misconceptions_about_HIV/AIDS

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