Sistema Estelar Múltiplo em formação

A nuvem de gás B5, que irá formar um sistema estelar triplo. Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF

A nuvem de gás com regiões mais densas, B5, que irão formar um sistema estelar triplo. Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF

Pela primeira vez, uma equipa de astrónomos detectou um sistema estelar múltiplo nas primeiras fases da sua formação.
A região, conhecida como Barnard 5 (B5), está a formar estrelas a cerca de 800 anos-luz de distância da Terra.

O que se observou agora é que a nuvem de gás contém uma jovem proto-estrela e três locais mais densos que irão colapsar e formar estrelas nos próximos 40 mil anos.
Das potenciais 4 estrelas, provavelmente 3 delas irão fazer parte de um sistema estelar triplo (com 3 estrelas).

As previsões dos astrónomos apontam para que se forme um sistema binário – grande parte das estrelas no Universo são binárias – orbitado por uma terceira estrela mais distante.
A outra estrela que se está a formar não fará parte deste sistema.

As estrelas serão anãs vermelhas, com massas entre 1/10 e 1/3 da massa do Sol.

O complexo B5 e a sua vizinhança, inserido na poeira, visto pelo Observatório Espacial Herschel, em infravermelho. Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF

O complexo B5 e a sua vizinhança, inserido na poeira, visto pelo Observatório Espacial Herschel, em infravermelho.
Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF

A estrela mais próxima do Sol, Alpha Centauri, é um sistema triplo de estrelas, daí que estes sistemas são comuns.
No entanto, a nossa estrela, o Sol, está sozinha. Porquê que isto acontece? Não se sabe. O estudo destes sistemas poderá nos fazer compreender melhor a formação do Sol e quiçá até nos dar pistas para saber se o Sol poderá ter, no passado, feito parte de um sistema múltiplo que entretanto se separou…

Leia em inglês, aqui.

Ilustração artística da nuvem B5 vista hoje (na esquerda) e como a região estará daqui a 40 mil anos com um sistema estelar triplo (direita). Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF

Ilustração artística da região B5 vista hoje (na esquerda) e como estará daqui a 40 mil anos com um sistema estelar triplo (direita).
Crédito: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF

3 comentários

  1. Carlos, você acha que seja possível a formação de planetas no sistema estelar de Castor? Ele possui 6 estrelas ligadas pela ação da gravidade.
    Deu para entender um pouco o funcionamento desse sistema por uma imagem que eu achei, mas não encontrei nenhum vídeo para me auxiliar. Se você souber de um eu agradeceria. 🙂

    1. A NASA tem este gráfico que me parece bem interessante 😉
      http://www.jpl.nasa.gov/infographics/uploads/infographics/full/10884.jpg

      Para vídeos, talvez este:
      https://www.youtube.com/watch?v=e-3uIBnarVA

      Tudo depende das simulações de computador que se fizerem.
      À primeira vista, parece-me que o sistema estelar (somente as estrelas) não será estável durante muito tempo. Ou seja, talvez dure algumas centenas de milhões de anos, antes de haver problemas…

      No entanto, existem artigos, como este de 1989, que parecem prever uma estabilidade do sistema, devido à elevada distância entre as estrelas.
      http://articles.adsabs.harvard.edu//full/1989SvAL…15..237A/0000240.000.html

      Adicionar planetas a este sistema é promover ainda mais a instabilidade (das órbitas dos planetas).
      Mas é provável que existam, sobretudo ao redor da binária Castor C.
      Planetas formam-se ao redor de uma das estrelas (quando está separada o suficiente) ou podem se formar ao redor do centro de massa (caso as estrelas estejam demasiado próximas).
      Não vejo razões para planetas não se formarem no sistema de Castor. Teria é que se ver o tipo de órbitas que o(s) planeta(s) teria e qual seria o seu “prazo de validade” antes de existir instabilidade… mas isso só com simulações de computador. Se calhar até já se fizeram essas simulações, mas eu não tenho conhecimento delas.

      abraços!

        • Andrei on 03/03/2015 at 03:16

        Agradecido, valeu 🙂

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