A Nebulosa do Fogo de Artifício

No dia 21 de Fevereiro de 1901 o escocês Thomas David Anderson descobriu uma “estrela nova” na constelação de Perseu. A Nova Persei 1901 (também conhecida posteriormente por GK Persei) foi uma das novas mais brilhantes do século XX, atingindo a magnitude de 0.2, rivalizando com as estrelas mais brilhantes do céu. Alguns meses após a explosão, foi descoberta uma nebulosa em torno do sistema binário progenitor da nova, baptizada de “Nebulosa do Fogo de Artifício”. Medições da sua velocidade de expansão indicavam que o material na nebulosa estava a ser projectado para o espaço à velocidade de 1200 km/s!

Esta imagem do remanescente da Nova Persei 1901, também conhecida por GK Persei, combina observações em ondas de rádio (rosa), visível (laranja) e raios-X (azul). A emissão de ondas de rádio é devida a electrões acelerados pela onda de choque da explosão; a emissão no visível mostra fragmentos de material ejectados na explosão com uma distribuição radial; a emissão em raios X mostra gás a temperaturas muito elevadas, na ordem dos milhões de Kelvin. Crédito: Chandra, Hubble Space Telescope e Very Large Array.

Esta imagem do remanescente da Nova Persei 1901, também conhecida por GK Persei, combina observações em ondas de rádio (rosa), visível (laranja) e raios-X (azul). A emissão de ondas de rádio é devida a electrões acelerados pela onda de choque da explosão; a emissão no visível mostra fragmentos de material ejectados na explosão com uma distribuição radial; a emissão em raios X mostra gás a temperaturas muito elevadas, na ordem dos milhões de Kelvin. Crédito: Chandra, Hubble Space Telescope e Very Large Array.

Um século depois, o telescópio Chandra observou a GK Persei em Fevereiro de 2000 e, mais recentemente, em Novembro de 2013. Os quase 14 anos entre as duas observações permitiram aos astrónomos notar alterações significativas na luminosidade em raios-X do remanescente que fornecem informação importante sobre a explosão e o meio interestelar circundante. Apesar de muito menos luminosas e energéticas do que as supernovas — explosões titânicas de estrelas — as novas são bem mais frequentes e os processos físicos que regulam a expansão dos respectivos remanescentes são semelhantes, tornando-as em importantes e convenientes laboratórios para os astrofísicos.

Os dados obtidos pelo Chandra mostram que o remanescente está a expandir-se ainda a uma velocidade de 315 km/s. Mais curioso é o facto de a luminosidade de raios X ter diminuído em 40% nestes 14 anos de interregno, isto apesar da temperatura do gás no remanescente — cerca de 1 milhão de Kelvin — ter permanecido essencialmente constante. Por esta altura, e em princípio, a expansão da onda de choque, resultante da colisão do material ejectado pela explosão com o material no meio interestelar, deveria ter resultado no arrefecimento do gás no interior do remanescente devido à transferência de energia entre os dois meios. As observações podem ser explicadas se o remanescente estiver a expandir-se para uma região do espaço interestelar com uma densidade muito menor do que acontecia até ao início deste século. Estudos subsequentes poderão extrair mais informação, desta forma indirecta e até improvável, extrair mais informação sobre as condições físicas e a composição do meio interestelar em redor da GK Persei.

(Fonte: NASA/Chandra)

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