Gelo a deslizar em Plutão

Terminou há poucos minutos mais uma conferência de imprensa da NASA, com a atualização dos dados que a sonda New Horizons nos tem enviado sobre Plutão.

Note-se que ainda só recebemos 5% dos dados que a New Horizons recolheu.
Vai demorar mais de 1 ano para recebermos todos os dados.

Sobre Caronte, os cientistas disseram que tem uma atmosfera muito mais rarefeita que Plutão. No entanto, só em Setembro se poderá saber se tem alguma atmosfera e de que é feita.

Sobre Plutão, os cientistas disseram que no passado, deve ter existido uma enorme colisão que criou a lua Caronte, tal como a nossa Lua foi criada. Após essa colisão, Plutão deve ter girado tão rápido sobre o seu próprio eixo, que atualmente Plutão é bastante redondo.

Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

Na transição noroeste de Sputnik Planum (onde existem as estruturas poligonais) para uma zona mais montanhosa, foram descobertos fluxos de gelo de nitrogénio/azoto. A movimentação do gelo em Plutão deve ser similar a como os glaciares de gelo de água fluem na Terra. Existe assim atividade geológica em Plutão.

Também se vê muita erosão no terreno, sobretudo ao olhar para as crateras.

Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

Como comparação, vejam esta imagem feita ao Glaciar Malaspina, no Alaska:

converted PNM file

Para sul da planície mais famosa atualmente, a equipa de cientistas viu mais de perto as cadeias montanhosas com quase 2 km de altitude denominadas Norgay Montes e Hillary Montes.

Também bastante interessante a “sul do coração”, é a região escura, antiga e com inúmeras crateras chamada Cthulhu Regio. Parece que vai ser invadida por recentes depósitos de gelo…

Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI

Por fim, voem sobre Plutão, nomeadamente sobre Sputnik Planum e Hillary Montes:

Leiam na NASA, aqui.

3 comentários

    • Manel Rosa Martins on 29/07/2015 at 06:08
    • Responder

    Newton definiu na sua obra-prima Principia os 3 factores que concorrem para um Astro ser mais ou ser menos achatado nos Polos:

    Saldo entre força centrífuga e força gravítica e densidade.

    Júpiter tem a relativa menor densidade versus a sua maior velocidade escalar rotacional e o maior achatamento do sistema Solar e a Terra tem um muito ligeiro (~21 km) achatamento nos pólos e uma topografia relativa muito suave. Depois, na Terra, há também uma panóplia de outros factores com ponderação muito pequena (+- 1 cm em ciclos de milhares de anos) que alteram o achatamento, como a os efeitos de maré (também na crosta terrestre, muito fortes em Io) os ciclos de idades do gelo/degelo, a deriva continental e as alterações de densidade e de zonas de maior e de menor concentração de massa e o próprio indece de elasticidade .

    Portanto é mas não é só a velocidade escalar rotacional que determina um astro ser mais ou menos achatado. Júpiter e o So têm velocidades de rotação diferentes nos seus sistemas (nome das camadas de superfície) e se Júpiter tem um achatamento bem pronunciado já o sol é quase como uma esfera “perfeita” (coisa que aliás é apenas abstracta).

    A Terra não é nem uma esfera nem um esferóide oblato, é quase uma esfera, o achatamento é da ordem de cerca de 0,3% do seu eixo maior.

    Ou seja a pergunta é excelente e teremos que ter estes dados todos para explicar porque resulta Plutão hoje também aparentemente tão pouco achatado. 🙂

    • Ricardo André on 25/07/2015 at 23:20
    • Responder

    Carlos, só uma questão: se, por obra da colisão que originou Plutão e Caronte, Plutão ficasse a rodopiar assim tão rápido, este não deveria ser mais achatado? Porque, devido a uma velocidade de rotação superior, as forças centrífugas deveriam torná-lo achatado nos polos, não é verdade?

    1. Excelente pergunta 🙂

      Tens que enviar para a NASA, e ver se eles respondem a isso 🙂

      Se me lembro corretamente, a cena de Plutão ter rodado bastante rápido no passado foi dito também como resposta a uma das perguntas vindas das redes sociais. Não foi dentro da conferencia de imprensa formal.

      abraços!

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